Pregação como Criação de Conceito, não Apenas Contextualização

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English: Preaching As Concept Creation, Not Just Contextualization

© Desiring God

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Por John Piper Sobre Pregação e Ensino
Uma Parte da série Taste & See

Tradução por Desiring God


À medida que pensarmos seriamente sobre contextualizar a mensagem da Bíblia, lembremos que devemos também nos esforçar para produzir, na mente dos nossos ouvintes, categorias conceituais que podem estar ausentes da estrutura mental deles. Se usarmos apenas as estruturas de pensamento que eles já possuem, algumas verdades bíblicas cruciais permanecerão ininteligíveis, não importa o quanto contextualizemos. Essa tarefa de criar conceito é mais difícil do que contextualização, mas tão importante quanto.

Devemos orar e pregar para que uma nova estrutura mental seja criada para ver o mundo. No final, isso não é obra nossa. Deus deve fazê-lo. As categorias que fazem a mensagem bíblica parecer loucura estão profundamente enraizadas na natureza humana pecaminosa. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2:14).

Parte do que o Espírito faz ao sobrepujar a resistência humana é nos humilhar ao ponto onde possamos abandonar padrões impregnados de pensamento. Mas o Espírito faz isso por meio da pregação e ensino: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria [isto é, através dos seus modos de pensamento apreciados], aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação” (1 Coríntios 1:21).

Deus produz essa nova visão, entendimento e fé. Mas ele nos usa ao fazê-lo. Assim, deveríamos nos esforçar para ajudar as pessoas a terem novas e bíblicas categorias de pensamento, tanto quanto fazemos na contextualização do evangelho às categorias que eles já possuem.

Aqui estão uns poucos exemplos de verdades bíblicas para as quais a maioria das mentes caídas não tem categorias conceituais para compreender. Possa o Senhor levantar testemunhas da sua verdade que não a distorçam por contextualização exarcebada, mas despertem um lugar para ela nas mentes convertidas que têm novas categorias criadas pelo Espírito.

1. Todas as pessoas são responsáveis por suas escolhas, e todas as suas escolhas foram infalível e decididamente ordenadas por Deus.

2. Não há pecado em Deus desejar que exista pecado.

3. O que Deus decreta que acontecerá não é sempre a mesma coisa que ele nos manda fazer, e pode de fato ser o oposto.

4. O propósito último de Deus é a exaltação e manifestação de sua glória, e isso está no cerne do que significa para ele nos amar.

5. Pecado não é primariamente o que fere ao homem, mas aquilo que menospreza a Deus, expressando incredulidade ou indiferença para com sua dignidade superior.

“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” (Jeremias 2:13).

6. Deus é perfeitamente justo e ordenou a destruição completa dos habitantes de Canaã.

7. A chave para a vida cristã é aprender o segredo de agir de tal forma que os nossos atos sejam feitos como os atos de Outro.

8. Aqueles que pertencem a Cristo crucificaram a carne.

9. “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho” (Mateus 1:23).

10. “Antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8:58).