Eu Vou Confiar em Deus?

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English: Will I Trust God?

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Rosane Andrade

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Tabela de conteúdo

Oração simples em um momento desesperado

Se você estivesse lá naquele mesmo momento, observando de longe, não teria observado nada dramático. Estou falando sobre o momento em que Abraão (ainda chamado Abrão na época) saiu de sua tenda e olhou para os céus, olhando para as estrelas.

Você pode ter ouvido ele murmurando alguma coisa, talvez em algum momento levantando as mãos ou se curvando ao chão. Esses gestos não pareceriam estranhos para você, porque todos sabiam que Abrão era um homem profundamente piedoso. E estando cansado, já que era o meio da noite e tudo mais, você provavelmente teria deixado Abrão para o que quer que ele estivesse fazendo e ido para a cama.

Você não saberia que este foi um momento decisivo na vida de Abrão. Você certamente não teria adivinhado que este foi um momento decisivo na história do mundo que impactaria bilhões de pessoas. Porque teria parecido tão pouco dramático.

Mas é assim que momentos como esses, momentos que direcionam e moldam poderosamente o arco da história, muitas vezes se parecem no início. E, neste caso, o que tornou os minutos de observação das estrelas tão silenciosamente monumentais na mudança do mundo foi que esse velho homem, no profundo recesso de seu coração, acreditou em Deus.

Empurrado quase além da crença

Para entender a profundidade desse momento decisivo, no entanto, precisamos ver como a crença desse velho homem foi empurrada para o limite.

Tudo começou em Gênesis 12, onde Deus entregou a Abrão uma promessa que teria sido incrível por si só, muito além do fato de que Abrão, aos 75 anos, e Sarai, aos 66 anos, ainda não tinham filhos:

Então disse o Senhor a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.” (Gênesis 12:1–3)

Então, "pela fé Abraão obedeceu", arrumando as coisas de sua casa e saindo, embora não soubesse para onde ia" (Hebreus 11:8). E quando ele e sua pequena tribo chegaram a Siquém, Deus falou com ele novamente e disse: "À tua descendência darei esta terra" (Gênesis 12:7).

O tempo passou. A bênção de Deus estava sobre Abrão e sua tribo, que incluía a casa de seu sobrinho Ló, e suas posses e rebanhos combinados aumentaram – ficaram tão grandes, de fato, que Abrão e Ló tiveram que se separar em duas tribos. Ainda assim, Abrão não tinha descendência – a chave para o cumprimento da maior promessa do Senhor a ele. No entanto, o Senhor mais uma vez afirmou Sua promessa (Gênesis 13:14-16).

Mais tempo passou. Deus continuou a prosperar tudo o que Abrão fazia. E o Senhor apareceu-lhe outra vez e disse:

“Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa!” (Gênesis 15:1)

Mas para Abrão, agora na casa dos oitenta anos, e Sarai na casa dos setenta, ainda havia o mesmo problema gritante. Em meio a toda a abundante bênção da prosperidade que Deus havia derramado sobre ele, havia um lugar notável e crucial denecessidade: Abrão ainda não tinha descendência.

Oração desesperada de um homem de fé

Foi nesse ponto que Abrão não pôde conter sua angustiada perplexidade sobre o vazio contínuo no centro das promessas de Deus, e isso se espalhou em uma oração desesperada:

"Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco?” E disse Abrão: “Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!” (Gênesis 15:2–3)

O apóstolo Paulo escreveu mais tarde: "Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido." (Romanos 4:20-21). Mas nesta oração, ouvimos a fé de Abrão vacilar?

Não. O que estamos ouvindo não é incredulidade, mas perplexidade sincera. E há uma diferença. A perplexidade de Abrão é semelhante à perplexidade da jovem virgem Maria quando Gabriel diz a ela que "conceberá em seu ventre e dará à luz um filho". Ela responde: "Como será isso, se eu sou virgem?" (Lucas 1:30, 34). É uma questão razoável; virgens não engravidam. A pergunta de Abrão também é razoável em relação à natureza; mulheres estéreis após a idade fértil não engravidam.

Deus não foi ofendido ou desonrado pela perplexidade sincera de Maria ou Abraão, e é por isso que Ele responde a ambos com bondade graciosa. E as respostas de Deus também são razoáveis, mesmo que Sua razoabilidade muitas vezes se estenda muito além dos limites da razão humana ("Existe alguma coisa impossível para o Senhor?" Gênesis 18:14).

Então, em resposta à oração sinceramente desesperada de Abrão, Deus gentilmente o convida a ir para fora.

Estrelada, noite estrelada

Deus diz a Abrão:

“Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las.” E ele lhe disse: “Assim será a tua descendência.” (Gênesis 15:5)

Eis, de repente, um momento decisivo para Abrão. A resposta de Deus não inclui como Abrão vai obter descendentes. Tudo o que Deus faz é reafirmar, e até mesmo expandir o escopo do que Ele já prometeu. Em outras palavras, "Eu vou te dar mais filhos do que você pode contar ou até mesmo imaginar. Você acredita em mim?"

E o velho Abrão, com uma velha esposa e uma tenda sem filhos, olhando para o céu noturno tão cheio de estrelas que em alguns lugares pareciam nuvens de luz, com a palavra do Senhor ecoando em sua mente, percebe que tudo o que Deus está fazendo é sobre algo muito maior do que ele já havia compreendido, e assim ele decide confiar "estando plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que havia prometido.” (Romanos 4:21)

Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça. (Gênesis 15:6)

Ninguém, nem mesmo Abrão, poderia ter visto quão marcante foi este momento, quando um homem foi justificado – contado justo – aos olhos de Deus simplesmente porque ele acreditava em Deus. Porque um homem acreditava nas promessas de Deus acima de suas próprias percepções. Porque um homem confiou em Deus e não se apoiou em seu próprio entendimento (Provérbios 3:5). O mundo nunca mais seria o mesmo depois daquele momento naquela noite estrelada, estrelada.

Alegria além da crença

Eu não estou dizendo que foi uma fé suave a partir de então para o homem que Deus renomeou Abraão, "pai de muitas nações" (Gênesis 17:5). Não foi. O evento Agar e Ismael, assim como outros, ainda estavam no futuro. Isaque, o primeiro da descendência prometida, não nasceria nos próximos quinze anos ou mais. E Deus tinha outro momento decisivo reservado para Abraão nas encostas do Monte Moriá. O caminho da fé é áspero e quase sempre mais exigente do que esperamos.

Mas depois daquela noite, Abraão não vacilou em sua crença de que Deus, de alguma forma, faria o que havia prometido. E Deus fez. Ele fez Abraão e Sara, e todos os que os conheciam, rirem de alegria - "alegria indizível e gloriosa" (1 Pedro 1:8) - quando Isaque finalmente nasceu. Pois é aí que o caminho acidentado da fé, o apertado caminho que leva à vida (Mateus 7:14), finalmente indica: "a alegria plena da tua presença. . . eterno prazer à tua direita" (Salmo 16:11).

Deus conduz a maioria de Seus filhos, que são filhos de Abraão porque compartilham a fé de Abraão (Romanos 4:16), a momentos de definição de fé, momentos em que nossa fé é levada para um ponto além da crença, ou assim parece para nós. Esses momentos podem não parecer dramáticos para os outros. Mas para nós, nos recessos profundos de nossos corações, tudo está em jogo. E nestes momentos, tudo se resume a uma pergunta simples, mas profunda, e talvez angustiante: Eu Vou confiar em Deus?

O que geralmente não é aparente para nós é o quão significativo o momento será para um número incalculável de outras pessoas. Pois muitas vezes é verdade que ao "alcançarmos o alvo de nossa fé, a salvação das nossas almas. (1 Pedro 1:9), o resultado nos anos e séculos que se seguem é a salvação de outros - tantos, talvez, que nos deixariam perplexos se pudéssemos vê-los.

Quando você crê em Deus, Ele considera isso para você como justiça, como plena aceitação do próprio Deus. E quando você crê em Deus, isso leva ao riso de Isaac, de alegria inexprimível, quando você finalmente vê Deus fazer por você o que Ele prometeu. E quando você crê em Deus, você compartilhará uma alegria inexprimível com uma multidão de outros que, por causa de sua fé, estarão rindo de alegria com você.