Três presentes que precisamos, mas detestamos receber

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English: Three Gifts We Need, But Hate to Receive

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Por Christina Fox Sobre Sofrimento

Tradução por Marcia Brando

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Antes de qualquer festa de aniversário ou do caos anual da manhã de Natal, eu sempre preparo meus filhos para o que dizer quando eles abrem um presente. Digo a eles que não importa o que eles abram - seja algo que gostem ou não -, eles têm que sorrir e dizer: "Obrigado" para quem deu o presente.

Não importa nossa idade, é sempre bacana ganhar um presente. Porém, como adultos, sabemos que embora algo esteja numa embalagem muito bonita, pode falhar em seu conteúdo. Enquanto outros presentes, como os que nossos filhos embalam para nós, parecem enrugados, amassados, gastos, e ainda assim, têm as mais doces e preciosas criações feitas à mão.

Deus nos dá vários presentes como filhos adotivos. Nossa salvação é um presente da graça de Deus que estimamos e celebramos todos os dias. Nunca é penoso. Mas a salvação não é o único presente que Deus nos dá. Ele também nos agracia em nossa santificação. É um presente que geralmente não está embrulhado com um laço bonito. Algumas vezes, esse presente é aquele que tratamos como o suéter de Natal que não queríamos, ou um bem intencionado bolo de frutas. Podemos nem mesmo reconhecê-lo como um presente.

Até olharmos mais de perto.

Aqui estão alguns daqueles presentes que tendemos a perder, mas deveríamos valorizar tanto quanto os outros:

1. O presente dos obstáculos

Por isso bloquearei o caminho dela com espinheiros; eu a cercarei de tal modo que ela não poderá encontrar o seu caminho. Ela correrá atrás dos seus amantes, mas não os alcançará; procurará por eles, mas não os encontrará. Então ela dirá: ‘Voltarei para o meu marido como no início, pois eu estava bem melhor do que agora’. (Oséias 2:6-7)

Deus está falando aqui sobre sua noiva rebelde, Israel, que deixou seu Marido em busca de falsos amantes e falsos deuses. Como sabemos, Deus a mandou de volta em cativeiro. Foi um ato de graça para que ela pudesse se arrepender e voltar ao seu verdadeiro amor.

Como os israelitas, nós também temos corações rebeldes. Nós também corremos atrás de ídolos e falsos amantes. Buscamos experiências, coisas e prazeres temporários que achamos que irão satisfazer nossos anseios. Procuramos encontrar nosso propósito, esperança e alegria nas coisas criadas, e não no Criador. Embora não adoremos ídolos feitos de madeira ou pedra, nós idolatramos o dinheiro, a família, o trabalho, o sucesso, o conforto e o controle. Em graça, Deus frequentemente coloca obstáculos em nosso caminho para torná-lo difícil. Eles não são uma forma de punição, mas a disciplina de um Pai amoroso. Esses obstáculos tem a intenção de nos parar, em amor, para que possamos nos arrepender e voltar para ele.

Tais obstáculos podem ser a retirada de coisas que idolatramos. Pode ser barreiras para nossos planos. Podem ser conflitos e circunstâncias que nos atrasam. Geralmente não vemos esses obstáculos como atos da graça de Deus, como realmente são, e ao contrário, respondemos com frustração e raiva. Podemos até mesmo questionar a bondade de Deus. Podemos ir atrás de nossos ídolos ainda mais. Mas Deus não está satisfeito em nos deixar do jeito que estamos. Ele vai atrás daqueles que ele ama e fará tudo o que puder, introduzindo todo o obstáculo necessário, para nos levar de volta para onde pertencemos.

2. O presente do sofrimento

Paulo diz: "pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele" (Filipenses 1:29)

A palavra "dado" nessa passagem significa "presenteado". Não apenas nossa salvação é um presente, mas também nosso sofrimento é uma manifestação da graça de Deus para nós. Geralmente deixamos passar esse presente. Simplesmente queremos "devolvê-lo ao remetente" sem ao menos abri-lo. Mas as escrituras nos ensinam que Deus nos agracia com provações e temporadas de sofrimento, para sua glória e para nosso bem maior. É em nossas provações que somos transformados na semelhança de Cristo.

Deus tem intenção em nossa transformação completa. Seu objetivo não é para nosso conforto e tranquilidade nessa vida, mas em nos preparar para a eternidade. É por isso que Tiago escreve: "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma." (Tiago 1:2-4)

3. O presente da irritação cotidiana

Outro presente da graça de Deus que geralmente perdemos, é a irritação cotidiana. Quando o farol fica vermelho logo que chegamos nele, quando a fila do caixa é a maior da loja, quando alguém ignora nosso sinal e pega a vaga do estacionamento que queríamos, quando as crianças estão batendo na parede e não vão dormir, e quando perdemos as chaves pela terceira vez na semana, Deus está trabalhando com sua graça em nós, com oportunidades para confiar, amar e obedecer a ele.

Esse presente em particular é aquele que frequentemente nem notamos. Vemos essas irritações como algo a superar. Colocamos a culpa nos outros por esses momentos frustrantes. Achamos que nosso dia teria sido melhor "se apenas [preencha o espaço em branco] não tivesse acontecido".

Mas como Lamentações 3:37–38 nos lembra, Deus governa e reina sobre todas as coisas, inclusive sobre os pequenos detalhes de nossas vidas.

Quem pode falar e fazer acontecer se o Senhor não o decretar? Não é da boca do Altíssimo que vêm tanto as calamidades quanto as coisas boas?

Nenhum momento de nossa vida é desperdiçado; Deus usa tudo para transformar você, até mesmo as irritações do cotidiano. Cada irritação é uma em uma série de momentos mundanos da vida, onde recebemos a oportunidade de buscar a ele, confiar nele e obedecer a ele - momentos onde aprendemos a aproveitar e depender mais e mais de sua graça.

Todos nós gostamos de receber presentes. Mas precisamos lembrar que Deus não nos dá presentes da mesma maneira que nós damos. Ele nos dá os presentes que mais precisamos. Ele nos dá o maior presente: ele mesmo. À luz dessa misericórdia e graça, tudo que ele dá deve ser recebido como um presente de um Pai que nos ama com um amor perfeito e transformador.