Seus Primeiros Anos de Casamento

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English: Your First Years of Marriage

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Por Abigail Dodds Sobre Matrimônio

Tradução por Mônica Couto Valadares

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Três Lições para os Casais Jovens

Em muitos aspectos, fomos uma combinação natural. Meu futuro marido e eu amamos Jesus, estudamos sua palavra, apreciamos a adoração através do cântico, desejamos muitos filhos, desejamos ser hospitaleiros e valorizamos o lar e o lugar alegre da esposa nele. Ambos tínhamos herança Escandinava e compreendíamos as trocas de farpas entre Suecos e Noruegueses. Nós dois valorizamos o trabalho árduo — com uma abertura para empreendimentos de risco.

Como um casal de noivos, com tudo o que tínhamos a nosso favor, era difícil para mim imaginar quais dificuldades poderíamos enfrentar quando começássemos a percorrer a estrada juntos. Mas isso é apenas porque subestimei o quão real e teimoso é o pecado que habita em mim. Eu pensava que as colisões externas na estrada seriam os obstáculos — circunstâncias como finanças ou problemas de saúde ou dificuldades no trabalho — quando na verdade era a nossa própria carne que apresentava os maiores problemas.

Refletindo sobre os primeiros anos de casamento e família, recomendo três princípios para amenizar os obstáculos e lubrificar as rodas da alegria em Cristo no seu casamento e família.

1. Deixe que Deus Defina o 'Normal'

Todos nós viemos de origens únicas. Até mesmo duas pessoas que partilham uma herança semelhante, como eu e o meu marido, tiveram infâncias muito diferentes. Eu cresci com 27 primos de primeiro grau. Tornei-me tia aos 14 anos e não me lembro de nenhum momento em que não tivéssemos crianças pequenas pela casa (apesar de ser a criança mais nova da minha família). Meu marido tinha quatro primos e raramente tinha visto um bebê ou criança pequena de perto antes de se casar com alguém da minha família.

Isso gerou ideias muito diferentes do que o "normal" parecia e soava. Eu cresci em uma área rural de uma cidade operária que fazia fronteira com várias comunidades rurais. A minha mãe cresceu numa fazenda. Meu marido cresceu em um subúrbio de primeira linha de uma grande metrópole. O pai dele cresceu na cidade grande. Tínhamos concepções muito diferentes sobre o que era o "ar livre". Para ele, era principalmente para recreação e diversão — para caminhadas, ciclismo ou caiaque. Para mim, era principalmente para trabalhar — para cortar ou queimar o amontoado de grama ou fazer tarefas com os animais.

As nossas antigas "normas" podem enriquecer o nosso casamento, acrescentando interesse e risadas e proporcionando oportunidades de pegar algo que foi transmitido e tornar novo. Ou podem ameaçar a lealdade dos nossos corações. Se o que era normal para nós na nossa infância se tornasse o padrão definitivo para o nosso casamento, teríamos perdido nossas lealdades. Precisamos ser conduzidos pelo único guia confiável e infalível para a vida e o casamento que temos:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, a fim de que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)

Incluindo toda boa obra nos primeiros anos de casamento, por vezes espinhosos.

No matrimônio, Deus faz algo novo: uma nova união de uma só carne, ou seja, uma nova família. E quando um marido e uma esposa deixam que a palavra de Deus defina o normal, a esposa fica voluntariamente sob a liderança de seu marido em submissão, tal como a Escritura a orienta para refletir a igreja de Cristo (Efésios 5:22–25). A sua família de origem pode ajudar ou dificultar esse processo, mas, em ambos os casos, acontece uma redefinição de prioridades. Para o marido, isso significa olhar para Cristo como o padrão pelo qual ele ama e conduz sua esposa, e adotar as práticas da sua família anterior apenas na medida em que elas estejam de acordo com Cristo.

Quando eu era jovem, minha mãe me deu um conselho fundamental quando se tratava de escolher um marido: "a palavra de Deus deve ser a sua autoridade." É um conselho fundamental para homens e mulheres, e é com prazer que o transmito a vocês. Se a palavra de Deus é a norma, a autoridade — não a cultura, não as opiniões dos seus amigos ou as tradições da sua família, não a Netflix ou as redes sociais — você terá um terreno comum sólido sobre o qual se apoiar, aconteça o que acontecer.

2. Andar em Sintonia com o Espírito

Paulo diz aos Gálatas, "Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não nos tornemos presunçosos, provocando uns aos outros, e tendo inveja uns dos outros" (Gálatas 5:25–26). Pode parecer improvável que duas pessoas que se amam e comprometeram suas vidas uma com a outra "para melhor ou para pior" caiam em presunção, inveja e provocação uma com a outra — e, no entanto, isso ainda é bastante comum no casamento.

As mentiras do mundo levaram-nos a acreditar que homens e mulheres estão em duas equipes diferentes na vida. A Equipe Feminina deve defender as mulheres e a Equipe Masculina (com um pouco de ironia) também deve defender as mulheres (embora muitos se revoltem contra isso). Isto significa que, pelo menos para aqueles de nós criados nos Estados Unidos ou no Ocidente, espera-se que as mulheres concorram com os homens. Desde jovens, as meninas são ensinadas que a sua classificação depende do fato de estarem ou não ganhando dos meninos. Essa maneira de pensar contagia meninos e meninas.

E embora essa atitude possa estar adormecida durante o namoro ou cortejo, ela irá ressurgir se não for tratada. Em um marido, isso pode parecer uma expectativa irreal em relação à sua esposa — tratá-la como um homem qualquer, que não deveria ter diferenças significativas em relação a ele. Por exemplo, ele pode esperar que ela ganhe o mesmo que ele, ou negligenciar a vulnerabilidade inerente à gravidez e ao cuidado das crianças pequenas. Em uma esposa, isso pode parecer o mesmo que usar uma régua para monitorar todas as maneiras pelas quais ela está sendo tratada de forma injusta em comparação a ele. Por exemplo, ela pode invejar os almoços de trabalho que ocasionalmente ele faz fora de casa enquanto come com as crianças em casa, ou pode ressentir-se de que o cuidado de crianças pequenas recaia principalmente sobre ela.

Estas são atitudes mortais para manter num casamento. Quando nos casamos, o Espírito de Deus faz algo extraordinário: torna-nos parte de uma nova equipe. Fui abençoado por me juntar à equipe Dodds — não à Equipe das Mulheres, ou à Equipe dos Homens, ou à Minha Equipe. Quando algo maravilhoso acontece com o marido, a esposa se alegra como se tivesse acontecido com ela, porque aconteceu. Quando algo difícil acontece com a esposa, o marido a protege e defende como se isso tivesse acontecido com ele, porque aconteceu.

Como nos manter em sintonia com o Espírito no casamento? Confessando em oração e regularmente nossos pecados, e fixando nossas mentes nas coisas do Espírito, com um foco especial em Cristo — sua vida, suas palavras e seus caminhos (1 João 1:9; Romanos 8:5). Andamos no Espírito de Cristo quando nos conformamos com a maneira como ele concebeu o casamento: "'o homem deixará seu pai e sua mãe e se apegará à sua esposa, e os dois se tornarão uma só carne.' Portanto, já não são duas, mas uma só carne. Portanto, ninguém separe o que Deus uniu" (Mateus 19:5–6).

3. Compartilhe Sua Nova Vida com os Outros

Meu marido e eu nos casamos em Junho de 2002. Em outubro, estávamos frequentando um curso para nos juntarmos à nossa igreja local. Ao mesmo tempo, abrimos nossa casa (o andar de cima de um duplex) para hospedar um pequeno grupo de solteiros e casais. Eu tinha 21 anos e ainda estava terminando a faculdade. Pode ter parecido um pouco prematuro para nós juntar-nos a uma igreja onde éramos tão novos, ou acolher um pequeno grupo composto principalmente por estranhos, mas a igreja tinha uma necessidade e estávamos ansiosos por ajudar. Nós não nos unimos à igreja ou hospedamos um pequeno grupo principalmente como formas de estabelecer um casamento mais forte, mas olhando para trás, eles foram importantes para moldar os padrões e prioridades da nossa vida.

Muitas famílias jovens pensam que a hospitalidade brotará quando for o momento certo — quando conseguirem um lugar maior, ou quando os filhos já não forem tão pequenos, ou quando as finanças não estiverem tão apertadas, ou quando limparem aquele quarto. Nunca vi isso acontecer dessa forma. As pessoas hospitaleiras que conheço são hospitaleiras com pouco e com muito, em espaços pequenos e grandes, entre bebês e adultos, numa cozinha suja e numa limpa.

Dividir sua casa com os outros — fazer comida para eles, esticar seu orçamento de mercearia em favor deles, permitir que usem seu banheiro, limpar a sujeira que eles deixam, convidá-los a entrar em seus pensamentos através de conversas e ouvir os deles — é chocantemente íntimo em um mundo onde a presença corporal está se tornando rara. Paulo diz à igreja de Tessalônica que "estando carinhosamente desejosos de vós, estávamos prontos para dividir com vocês não só o evangelho de Deus mas também a nós próprios porque vos tornastes muito queridos para nós" (1 Tessalonicenses 2:8). Quando convidamos outras pessoas para a nossa casa, damos a eles um pouco de "nós mesmos."

Quando um marido, uma esposa e os seus filhos oferecem a sua casa e o seu "eu próprio" aos outros através da hospitalidade, eles não estão roubando tempo ou recursos uns dos outros; estão ganhando ao doar. A hospitalidade forma uma identidade familiar que não se limita a olhar o próprio umbigo, mas que se concentra em dividir o amor de Deus de forma prática com os outros. Não consigo pensar em mais nada que irá formar e estabelecer uma família Cristã para ser alegre e robusta no Senhor durante décadas do que praticar dividir sua vida com os outros. Não deixe que sua casa, casamento ou família sejam apenas privados.

"Acolhei-vos uns aos outros da mesma forma que Cristo os acolheu, para glória de Deus" (Romanos 15:7). Um marido e uma esposa que fizeram da palavra de Deus a sua norma e que estão em sintonia com o Espírito terão muito a dividir com os outros. Abram suas portas e acolham muitos que venham provar a bondade de Cristo em sua mesa.