Será que Eu Vou Mudar Algum Dia?

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English: Will I Ever Change?

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Por Stephen Witmer Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Michael Suzigan

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Tabela de conteúdo

Uma Nova Esperança para Quem Está Espiritualmente Preso

Anos atrás, fiquei preso com alguns amigos e estranhos no elevador de um prédio alto. Esperamos a ajuda chegar, conversando sem jeito e rindo de nervoso. Não sou claustrofóbico e não me lembro de sentir terror. Mas com certeza eu me senti impotente. Estava claro que nunca escaparíamos daquela caixa metálica suspensa sem uma intervenção do lado de fora. E de fato, dentro de mais ou menos 45 minutos, ouvimos barulhos. As portas do elevador se abriram. Rostos amigáveis apareceram acima de nós. Vivemos para contar a história.

Presos. Por mais impotentes que tenhamos nos sentido naquele dia, nós experimentamos um sentimento muito pior: nos sentirmos irremediavelmente presos em nós mesmos, acreditando que nunca seremos capazes de mudar.

O personagem fictício de Marilynne Robinson, Jack Boughton, passa por isso. Ele se sabota, machuca os outros e prejudica os relacionamentos, às vezes por suas próprias escolhas deliberadas e às vezes sem intenção consciente. Em um ciclo entre a prisão e a vida sem teto, ele perde o funeral da mãe e parte o coração do pai. Ele é “oprimido por aquele velho sentimento de que estava envolto em uma teia de danos potenciais que se tornavam reais de uma forma ou de outra se ele simplesmente ousasse respirar” (Jack, 274).

Ao longo do romance, Robinson faz a pergunta: será que um homem pode mudar? Eu me identifico com essa pergunta porque já a fiz muitas vezes ao longo de muitos anos sobre mim mesmo.

Será que Eu Posso Mudar?

Será que Eu Posso Mudar? Agora, na meia-idade, com as vastas possibilidades de constrição da juventude, estou chegando em um acordo com certas limitações. Nunca enterrarei uma bola de basquete ou me apresentarei em uma banda de bluegrass. Tudo bem. Mas há lugares persistentes de quebrantamento e pecado, muito mais dolorosos e perturbadores onde me sinto preso.

Anseio por ser menos temeroso e mais ousado na fé, com um coração mais voltado para a servidão e menos egoísta, menos preocupado com meu próprio sucesso e mais alegre com o sucesso dos outros. Ah, mas é tão difícil crescer! O progresso é lento. Eu patino. Eu perco chão. Eu lamento. Eu sofro. Assim como Jack, eu tenho aquela velha sensação de estar enredado, preso, limitado, preso.

Eu me pergunto se você já se sentiu assim?

Encontrando Esperança no Novo

Deus nos dá uma visão do futuro em Apocalipse 21, uma visão cheia de esperança forte e vibrante para pessoas que se sentem presas. João vê um novo céu, uma nova terra e uma nova Jerusalém (Apocalipse 21:1–2). Então ele ouve a voz de Deus proclamando: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5).

A repetição quádrupla da palavra novo demonstra sua importância. Assim como a palavra eis no início da promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. E a promessa de novidade de Deus não é só importante; ela também é certa — pois Deus imediatamente diz a João para escrevê-la (Apocalipse 21:5).

Essa pequena palavra, novo, é um bote salva-vidas em navios afundando em desespero. É um feixe de luz em um quarto escuro. É a chave que abrirá uma porta trancada e a gazua que soltará as algemas. É o som bem-vindo dos reparadores de elevador chegando para salvar a mim e meus amigos. Ela contém um mundo de novas possibilidades e esperança eterna. ‘Novo’ demonstra que o futuro do universo não é limitado por sua realidade presente, por seus recursos presentes (ou falta deles).

Novidades Agora e Depois

Há novidades a caminho no último dia. E essa novidade vem de fora do sistema — do Deus Criador que fez tudo do nada. Ele diz: “Eu faço novas todas as coisas”. A palavra novas mostra que Ele ainda está trabalhando não apenas em mudar coisas antigas de lugar, mas fazendo coisas novas. Isso mostra que a lei da entropia, os processos de decadência, todas as leis da natureza, não terão a palavra final, porque haverá finalmente uma infusão de poder divino fresco, criativo e renovador em tudo o que conhecemos.

Há duas realidades encorajadoras sobre essa novidade que Deus traz. Primeiro, não se refere apenas à criação material não humana. As pessoas também estão incluídas. Embora na nova criação eu ainda seja Stephen Witmer (não outra pessoa), serei uma versão ainda melhor de Stephen Witmer do que o melhor Stephen Witmer que tentei ser. A mudança para o novo Stephen Witmer será enorme.

Em segundo lugar, a novidade não é apenas algo que Deus trará no final dos tempos. Ele se especializa agora em chamar as coisas que não são como se já fossem (Romanos 4:17). Sua obra de nova criação já é sentida no presente, à medida que as pessoas entram e sentem mais profundamente sua união com Jesus Cristo (2 Coríntios 5:17).

Isso significa que a palavra ‘nova’ abre possibilidades presentes genuínas para nós. Não estamos limitados a quem somos atualmente, ou mesmo ao que somos capazes de nos tornar. Esse desejo que muitos de nós sentimos de mudar, melhorar, crescer (razão pela qual fazemos promessas todos os anos) deve ser satisfeito e, para todos os que acreditam, será totalmente satisfeito um dia. Mas mesmo agora há ajuda divina disponível do lado de fora. Mesmo enquanto esperamos pelo livramento final, seu poder divino pode nos livrar de onde estamos presos agora.

Livre do Desespero Permanente

Em uma das cenas centrais de A Tale of Two Cities, de Charles Dickens, Sydney Carton revela a Lucy Manette seu amor por ela, juntamente com seu "desespero permanente" de que ele mudará sua maneira canalha de ser. “Nunca serei melhor do que sou. Vou afundar mais e ser pior.”

Mesmo a esperança oscilante de se livrar da preguiça e da sensualidade que Lucy inspira em Sydney é "um sonho, tudo um sonho, que termina em nada e deixa o dorminhoco onde ele se deitou ..." Quando Lucy implora para que ele acredite que é “capaz de coisas melhores”, ele responde: "Eu sei que não". Ele está preso.

Muitos leitores, ao longo de muitos anos, foram atraídos pelo personagem Sydney Carton — talvez porque nos identificamos com seu desespero, tendo às vezes nos sentido assim. Mas, é claro, há outro motivo: nos emocionamos com a redenção que ele encontra no final. Ao dar sua vida pelo marido de Lucy, Carton encontra sua vida. Seu desespero permanente não é a palavra final. Acontece que ele muda, e a ajuda que ele precisa vem de fora de si mesmo (no amor que Lucy despertou nele). O apelo anterior de Lucy para que ele acreditasse que era "capaz de coisas melhores" ecoa em sua famosa frase final: “É uma coisa muito, muito melhor do que eu já fiz”. Ela estava certa afinal.

Não acredite na mentira de que você está preso para sempre. Você não está. Há ajuda disponível que excede em muito quaisquer recursos que você possa reunir por conta própria. Ouça Deus dizer: “Eis que faço novas todas as coisas” — até mesmo você.