Se Você Pudesse Ver O Que Você Será

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English: If You Could See What You Will Be

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Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Mônica Couto Valadares

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Algumas das promessas mais doces e profundas de Deus também são algumas das mais negligenciadas, muitas vezes por parecerem ser grandes demais para serem compreendidas ou porque não parecerem imediatamente ter uma relação com a vida atual. Por exemplo, haverá alguma promessa mais surpreendente e, no entanto, mais esquecida do que a que Deus diz sobre a nossa glória? Aquele que é digno de toda a glória não só nos ordena que O glorifiquemos em tudo o que fizermos, como também promete, quase inconcebivelmente, glorificar-nos um dia. Consegue imaginar?

Você provavelmente não consegue, e é por isso que gravita para outras promessas mais concretas: a anulação do pecado, o ouvir das orações, o secar das lágrimas, a ajuda na fraqueza. E, no entanto, todas essas promessas preciosas e grandiosas conduzem a uma promessa tão surpreendente, que soa escandalosa:

O seu divino poder nos concedeu tudo de que necessitamos para a vida e piedade, por meio do conhecimento daquele que nos chamou para sua própria glória e virtude, dessa maneira ele nos deu as suas preciosas e grandiosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção que há no mundo, causada pelos maus desejos. (2 Pedro 1:3–4)

Aqueles que acreditam em Deus não só serão libertados do pecado, curados da doença e libertados da morte, mas também "participarão da natureza divina." Não só passaremos a eternidade com Deus, mas nos tornaremos verdadeiramente como Deus.

Tabela de conteúdo

Como Seremos?

Ora, devemos dizer que, embora sejamos como ele, não seremos ele. Participaremos da natureza divina; nunca teremos uma natureza divina. "Eu sou o Senhor", diz Deus. "Este é o meu nome; não darei a outro a minha glória" (Isaías 42:8). A qualificação é vital — a diferença entre adoração e blasfêmia — mas não deixe que o que Deus não prometeu silencie o que Ele prometeu: se você está em Cristo, então você, sim você, será glorificado.

Quando formos finalmente e plenamente glorificados, o Senhor Jesus ressuscitado e glorificado "transformará o nosso corpo humilhado, tornando‑o semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que o capacita a sujeitar todas as coisas a si" (Filipenses 3:21). Ou, como diz o apóstolo João, "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser; mas sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 João 3:2).

Como seremos? O que é que sabemos sobre os seres humanos glorificados? O que é que podemos esperar nos corpos que virão? O apóstolo Paulo antecipa essa mesma pergunta, sabendo que teríamos dificuldade para imaginar os nossos corpos atuais tornados gloriosos: "Mas alguém pode perguntar, 'Como os mortos ressuscitam? Com que espécie de corpo virão? (1 Coríntios 15:35). Como parte de sua resposta, ele compara os corpos que temos com a glória que seremos, e pelo menos de quatro maneiras.

Vida Sem Morte

A primeira distinção pode ser a mais óbvia: "Há corpos celestes e também corpos terrestres, contudo, o esplendor dos corpos celestes é de uma espécie, e o dos corpos terrestres é de outra. . . . O que é semeado é perecível; o que ressuscita é imperecível" (1 Coríntios 15:40, 42). O corpo que temos pode e vai perecer, mas o corpo que teremos nunca morrerá. Paulo continua:

Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois é necessário que o que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e o que é mortal se revista da imortalidade. Quando o corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi tragada pela vitória." (1 Coríntios 15:52–54)

Os mortos — aqueles que já pereceram — serão ressuscitados incorruptíveis. Os mortos não só viverão, mas serão incapazes de morrer.

Quão diferente será a vida quando a morte for uma impossibilidade? Por causa do pecado, cada minuto da vida na terra foi marcado pela brevidade, fragilidade e futilidade. Toda a criação, incluindo os nossos corpos, foi escravizada pela corrupção (Romanos 8:21). Mesmo depois de sabermos que viveremos para sempre, ainda sabemos que podemos morrer amanhã. Os carros podem colidir, os corações podem falhar, o câncer pode surgir, as cirurgias podem desandar, a gripe pode dominar. A morte impiedosamente corta, rouba, engana e entristece — por enquanto. Mas Deus nos dará um corpo que a morte não poderá prejudicar ou ameaçar.

Um dia, depois de séculos de imortalidade, podemos acordar e esquecer o que era ser corruptível — perguntar-nos se nós ou alguém que amamos pode morrer em breve. Vamos deitar na cama e pensar, em vez disso, que a morte foi engolida totalmente pela vitória.

Vida Sem Pecado

Os nossos novos corpos serão incorruptíveis, libertos até da possibilidade de morte, e serão limpos de qualquer indício de pecado. "É semeado em desonra", diz Paulo; "e ressuscita em glória" (1 Coríntios 15:43). Qual o significado de nossos corpos serem semeados em desonra? Isso significa que todos nós, como ovelhas, nos desviamos (Isaías 53:6). Significa que nenhum de nós — não, nenhum — está sem pecado (1 João 1:8). Isso significa que todos nós, sem exceção, estamos destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23). Mas um dia, se pertenceres a Cristo, não terás pecado. Um dia você deixará de estar aquém da glória de Deus. Um dia você nunca mais se desviará.

"Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestos com ele em glória" (Colossenses 3:4). Não seremos apenas nós mesmos sem a turbulência e as consequências do pecado, mas seremos nós mesmos encharcados de glória (Romanos 9:23). Contemplando a glória, face a face, nos tornaremos gloriosos (2 Coríntios 3:18). Refletiremos radiantemente o poder e a graça de Deus como nunca antes, e ainda mais e mais para a eternidade. Refletindo sobre essa glória, C. S. Lewis escreve,

É uma coisa séria viver numa sociedade de possíveis deuses e deusas, lembrarmos de que a pessoa mais chata e desinteressante com quem você fala pode um dia ser a criatura que, se você a visse agora, seria fortemente tentada a adorar. (O Peso da Glória, 45)

A nossa glória, evidentemente, não será, em última análise, nossa. Mas veremos mais do que a glória de Deus. Experimentaremos a sua glória, tornando-nos gloriosos com a sua glória.

Vida Sem Fraqueza

A próxima comparação pode ser a mais imediatamente pessoal para muitos de nós: "É semeado em fraqueza; ressuscitado em poder" (1 Coríntios 15:43). Quanto mais tempo vivemos no corpo que temos, mais conhecemos a nossa fraqueza. Isso não será verdade para sempre.

A fraqueza tem um propósito bonito, concebido por Deus, honrado por Deus e é temporária. Num mundo fragmentado e fraco que anseia por cura, força, e liberdade, as nossas fraquezas põe em evidência o poder de Deus para salvar e sustentar. Para já, "temos este tesouro em vasos de barro, para mostrar que o poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós" (2 Coríntios 4:7). Na Glória, porém, o nosso poder, e não a nossa fraqueza, engrandecerá o seu poder supremo. O seu poder será sempre maior do que o nosso, mas trocará a nossa fragilidade por uma verdadeira estabilidade, capacidade e força. Não teremos de nos contentar mais "com fraquezas, injúrias, dificuldades, perseguições e calamidades" (2 Coríntios 12:10). Não teremos com o que nos contentar.

Quando olhamos para trás, para nossas vidas com os olhos e a força de corpos redimidos, a fraqueza provavelmente será uma lembrança tênue e agradável, como as noites de insônia dos recém-nascidos. Agradável, porque seremos capazes de ver o quanto a dor e a inconveniência de nossas fraquezas exaltaram seu conforto, poder e amor. Por enquanto, experimentamos o seu poder através da fraqueza, mas depois experimentaremos o seu poder sem fraqueza.

Vida Sem Limites

Por fim, Paulo diz, "É semeado um corpo natural; e ressuscita um corpo espiritual" (1 Coríntios 15:44). Esta é talvez o mais difícil de compreender, pelo menos imediatamente. Felizmente, Paulo explica mais esta do que as outras. "Assim está escrito: 'O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente'; o último Adão, espírito que dá vida" (1 Coríntios 15:45). Adão recebeu o sopro da vida (Gênesis 2:7); Jesus dá vida — vida abundante, vida eterna, vida gloriosa.

Se nascermos de novo, somos filhos de ambos os Adãos. "O primeiro homem era do pó terra; o segundo homem do céu. Como era o homem do pó" — pecador, fraco, e sujeito à morte — "assim também são os que são do pó, e como é o homem do céu" — sem pecado, poderoso, e vitorioso sobre a morte — "assim também são aqueles que são do céu. Como tivemos a imagem do homem terreno, assim também teremos a imagem do homem celestial" (1 Coríntios 15:47–49). Por mais fragmentados, pecadores, frágeis e vulneráveis que tenhamos sido em Adão, seremos igualmente puros, fortes e invencíveis em Cristo.

Não confundir, como muitos fazem frequentemente, um corpo “espiritual” com um espírito sem corpo. Isso seria o oposto do que Deus, através de Paulo, está prometendo. Talvez a bênção mais simples, e mais negligenciada dos nossos novos corpos seja o fato de serem corpos. Não estamos destinados a flutuar através de nuvens e estrelas para sempre. Estamos destinados a viver numa terra real como a nossa, com corpos reais como o nosso, cercados de bênçãos e experiências como a nossa, mas tudo isto sem a fraqueza, a mortalidade e o pecado que assolam tudo o que conhecemos e desfrutamos atualmente.

Se Você Pudesse Ver O Que Você Será

Por mais difícil que seja compreender ou acreditar que Deus nos glorificará, é ainda mais surpreendente saber que, num sentido real, ele já o fez. Paulo escreve, "Assim, todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, estamos sendo transformados segundo a sua imagem com glória cada vez maior. A qual vem do Senhor, que é o Espírito" (2 Coríntios 3:18). Podemos ter que esperar pela glória plena, mas em Cristo já temos a glória maior.

Paulo diz exatamente isso em 1 Coríntios 15: "Há corpos celestes e corpos terrestres, contudo, o esplendor dos corpos celestes é de uma espécie, e o dos terrestres é de outra. Um é o esplendor do sol, outro, o da lua, outro, o das estrelas; cada estrela tem seu próprio esplendor" (1 Coríntios 15:40–41). Com certeza, este corpo terrestre enfraquece se comparado ao esplendor do corpo celeste, mas Deus deu aos nossos corpos terrestres um esplendor próprio, um esplendor para ser admirado e bem guardado. Mais uma vez Paulo escreve,

Acaso não sabem que o corpo de vocês é templo do Espírito Santo, que está em vocês, o qual receberam de Deus? Vocês não são de vocês mesmos; foram comprados por um preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês. (1 Coríntios 6:19–20)

Aqueles que serão glorificados sabem que têm a glória vivendo neles agora, que seus corpos foram comprados com sangue precioso, sem pecado e glorioso, que seus jarros de barro foram santificados e servem a um propósito espetacular. Então, ansiamos pelo corpo glorificado que há de vir, e glorificamos a Deus com o que temos.