Quem pode encontrar Deus em meio ao sofrimento?

De Livros e Sermões Bíblicos

Recursos relacionados
Mais Por Marshall Segal
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Who Might Find God in Your Suffering?

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Daniele Weidle

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



Você se sente preparado, hoje, para defender a sua fé em Jesus? Se não, o que seria necessário para você se sentir pronto?

“Não tenham medo das ameaças, nem fiquem angustiados; pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm.” (1 Pedro 3:14–15, NAA)

Esses versos são frequentemente citados em conversas sobre estratégias evangelísticas e apologéticas. Esteja preparado para fazer uma defesa. Ou seja, estudar os argumentos contra a fé cristã, antecipar as perguntas mais difíceis que alguém pode fazer e preparar respostas convincentes. No entanto, embora seja bom e diligente refletir cuidadosamente sobre as objeções ao cristianismo, esse não é o foco principal nem a ênfase deste conselho. Pedro não está apenas encorajando uma fé mais informada, mas uma fé mais genuína - uma fé mais reverente, alegre e ativa.

“Não tenham medo das ameaças, nem fiquem angustiados; pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm.” Esse tipo de defesa não está registrado nos livros de apologética, mas em nossos corações. Não se trata apenas de ler e pensar mais (embora ambos sejam essenciais), mas de temer, amar e desfrutar mais.

A melhor maneira de estar preparado para defender a sua esperança em Jesus não é aprender novos e sofisticados argumentos, mas honrar Jesus o máximo possível com o que você já sabe. A melhor apologética para o cristianismo é a real transformação que já está acontecendo em você.

Tabela de conteúdo

Honre a Cristo como Santo

Você quer estar preparado para defender a razão da sua esperança? Então ore assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mateus 6:9). Não apenas no meu bairro, cidade ou nação, mas primeiro e mais profundamente em mim. Senhor, faça o meu coração ser um reflexo profundo e vibrante do Seu valor. Ajude-me a honrá-Lo como Santo.

Quando se trata de testemunhar, alguns de nós pode passar muito tempo se preocupando com respostas intelectuais para perguntas filosóficas, ao invés de meditar na santidade, o glorioso atributo, de Deus. Talvez não precisemos ler mais, mas sim sentar-nos por mais tempo sob as galáxias do que sabemos sobre Ele. Precisamos permanecer junto aos riachos da Sua misericórdia. Precisamos sentar perto da janela e ouvir o estrondo da Sua justiça. Precisamos subir mais alto nas montanhas de Sua autoridade e poder. Precisamos nos aprofundar mais em Sua sabedoria. Para alguns de nós, os corações não precisam estar repletos de informações para serem inflamados pela santidade de Deus, mas sim levar mais a sério o que sabemos e pedir a Ele que os inflame.

E à medida que a Sua santidade arde mais intensamente dentro de nós, a Sua luz brilhará cada vez mais intensamente através de nós. Nossa paixão e devoção testemunharão que Ele criou e governa sobre tudo; que Ele ama e redime pecadores; que Ele satisfaz as dores e os anseios que cada um de nós carrega; que Ele é confiável, mesmo em meio ao sofrimento; que Ele está voltando para renovar todas as coisas. E à medida que a Sua santidade cresce em nossos corações, ela invade cada vez mais nossas vidas - a maneira como falamos, agimos e amamos (1 Pedro 1:15-16 e 2 Coríntios 3:18). Aqueles que honram Cristo como Santo em seus corações não conseguem deixar de testemunhar a respeito Dele. Suas vidas e conversas são repletas de evidências de amor soberano.

Por que alguém perguntaria isso?

Mas mesmo que honramos Cristo como Santo em nossos corações, mesmo que nos sentimos prontos para defender a nossa esperança, o que levaria alguém a perguntar isso (1 Pedro 3:15)?

Quando Pedro escreveu a esses crentes espalhados por várias regiões (1 Pedro 1:1), eles não eram crentes que estavam em segurança, protegidos em igrejas seguras e por governos tolerantes. Esses cristãos estavam seguindo Jesus em meio às crescentes chamas de hostilidade. Eles estavam desafiando os pecados favoritos de sua cultura, reivindicando um Senhor superior ao imperador e escolhendo-O em vez de amigos, pais e até mesmo cônjuges, acreditando em Jesus quando Ele disse que receberiam cem vezes mais (Mateus 19:29). E nas semanas e meses que se seguiram, eles não herdaram paz e conforto, mas insultos e calúnias (1 Pedro 3:9; 4:4). E esse sofrimento tornou-se uma plataforma impressionante para a esperança deles.

Por que alguém perguntaria sobre a esperança deles? Porque eles tiveram esperança quando poucos outros tinham, quando eram tratados injustamente. Porque eles não temeram o que os homens falaram ou fizeram a eles. Porque os problemas já não pareciam incomodá-los mais (1 Pedro 3:14). Eles deveriam estar ansiosos, mas não estavam. Eles deveriam estar na defensiva, mas não estavam. Eles deveriam estar amargos, mas não estavam. A esperança deles era surpreendente, confusa, estranha. Estranha o suficiente para despertar a curiosidade de um vizinho.

E quando a curiosidade dos vizinhos os levava a perguntar, eles eram recebidos com surpreendente “mansidão e respeito” (1 Pedro 3:15). A maneira como esses crentes compartilhavam sobre Jesus provava sua esperança tanto quanto qualquer coisa que diziam sobre Ele. Eles responderam à crueldade com gentileza. Eles receberam vergonha, mas mantiveram a dignidade. Eles tinham força espiritual, pela graça, tanto para suportar os abusos quanto para permanecer gentis.

Não se surpreenda

Mas o que tudo isso pode significar para os cristãos em épocas e lugares menos hostis? Se não sofremos como eles sofreram, devemos esperar que alguém nos pergunte sobre a nossa esperança?

Bem, não devemos presumir que não sofreremos como eles sofreram. Os fiéis seguidores de Jesus nas sociedades ocidentais já enfrentaram, ou em breve, enfrentarão uma oposição cada vez maior à fé - em nossas famílias, nossos locais de trabalho, nossos bairros, nossas redes sociais. Em outras palavras, provavelmente estamos prestes a vivenciar (além do reavivamento) o que a grande maioria dos fiéis seguidores de Jesus na história vivenciou. Como John Piper observa:

“A igreja nos Estados Unidos está lentamente despertando da distorção causada pela dominância e prosperidade dos últimos 350 anos. Até recentemente, ser um cristão nos Estados Unidos era visto como normal, bom, patriótico, culturalmente aceito, até mesmo benéfico.“ (Navegando pelas provações na Nova América)

Os cristãos sempre foram estrangeiros e forasteiros nos Estados Unidos, mas alguns de nós estão finalmente começando a sentir o quão estrangeiros somos aqui. Então: “não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo” (1 Pedro 4:12).

Eles irão nos difamar

Além disso, as provações ardentes nas cartas de Pedro podem, na verdade, ser supreendentemente semelhantes ao que podemos esperar cada vez mais hoje em dia. Embora a perseguição a que ele se referia fosse direta e intensa, parece ter sido social e verbal, não física: “Eles difamam vocês” poderia ser um bom resumo (1 Pedro 4:4; veja também 1 Pedro 4:14).

E o mundo nos difamará por aquilo em que acreditamos sobre Jesus, sobre o aborto, sobre a homossexualidade, sobre a raça, sobre o inferno. Na maioria dos lugares nos Estados Unidos hoje, se todos em nossas vidas soubessem no que realmente acreditamos, muitos odiariam nossas crenças. E, talvez, eles nos odiariam - seja em voz alta ou baixa, seja na nossa frente ou falando para um colega de trabalho - por causa do que acreditamos.

O apóstolo Paulo alertou: “todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:12). Aqueles de nós que não foram perseguidos de alguma forma devem começar a fazer perguntas difíceis sobre toda a aceitação e aprovação de que desfrutamos. Jesus disse: “Ai de vocês, quando todos os elogiarem” (Lucas 6:26). É mesmo? A admiração calorosa de um mundo que odeia a Deus nos preocupa?

Quando você sofre

Mesmo sem levar em conta a potencial hostilidade social ou política, todos os seguidores de Cristo ainda sofrem de várias maneiras.

Tiago 1:2 diz: “Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria quando passarem por várias provações”. Pedro fala que essas provações são necessárias “para que, uma vez confirmado o valor da fé que vocês têm, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado pelo fogo, resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:7). Para qualquer cristão em qualquer sociedade durante qualquer século, a pergunta não é se nós sofreremos, mas quando sofreremos. E, mais importante ainda, se como sofremos chamará atenção para a nossa esperança em Jesus - ou a colocará dúvida?

Seja nosso sofrimento grande ou pequeno, seja que suportemos perseguição, doença ou alguma outra aflição, nossa dor expõe ao mundo nossa esperança. Para onde olhamos quando a vida fica inevitavelmente difícil? Onde nos agarramos quando tudo parece desmoronar? Pode o Cristo que proclamamos, realmente suportar o terrível peso dos nossos medos, ansiedades, inseguranças e pecados?

Ele pode, Ele suporta e suportará. Então, honre a Ele como Santo, especialmente quando o sofrimento chegar e esteja pronto para falar a qualquer um que possa perguntar o motivo pelo qual você ainda tem esperança.