Quatro mentiras que no impedem de orar

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English: Four Lies That Keep Us from Prayer

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Por Scott Hubbard Sobre Oração

Tradução por Juliana Gonçalves

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Raramente me aproximo de um momento reservado de oração sem pensar em pelo menos uma razão, e por vezes mais de uma, para fazer outra coisa.

Algumas das razões parecem plausíveis: "Eu preciso de dormir" ou “Eu tenho muito trabalho para fazer”. Algumas menos plausíveis: “Quem ganhou a partida de futebol?” ou “Eu devia verificar o meu e-mail.”. Estou aprendendo a esperar que tais motivos surjam quando chega a hora de orar. Também estou aprendendo a chamar estas razões pelo verdadeiro nome: mentiras.

Mas claro que nem sempre estas razões são mentiras. Dormir, por exemplo, está entre um dos principais assuntos da vida, e nós podemos honrar o nosso Deus nos nossos travesseiros como também de joelhos (Salmos 127: 1-2). Mas quando estas razões roubam regularmente o tempo de reservamos para orar, elas se tornaram mentira – enganos convenientes que nos separam do trabalho de oração de matar a carne, frustrar o inferno e glorificar a Deus.

Se nós conseguíssemos tirar a máscara dessas mentiras e olhá-las na cara, veríamos que elas não são confiáveis. Então considere quatro mentiras que se esconde de trás da nossa falta de oração, e como Jesus expõe cada uma delas.

Tabela de conteúdo

“Eu não tenho tempo para orar”

De todas essas falsidades que nos separam de ajoelhar para orar esta frase inteligente muitas vezes se parece mais com a verdade. “Eu não tenho tempo” soa como um simples fato, uma questão de necessidade matemática. “As 24 horas do dia estão cheias” e nós pensamos: “A oração pode esperar até amanhã”

Não foi assim que nosso Salvador raciocinou. Certa vez, quando Ele curava um homem leproso, Ele se encontrou pressionado pelo povo da Galileia. Eles já clamavam para estar perto Dele (Lucas 5:1), mas agora “Todavia, as notícias a respeito dele se espalhavam ainda mais, de forma que multidões vinham para ouvi-lo e para serem curadas de suas doenças.” (Lucas 5:15, NVI). A missão estava fazendo sucesso; multidões estavam vindo – e não apenas para serem curadas, mas “para o ouvir”. Certamente, nesta época de exigências ministeriais incomuns, Jesus estaria justificado em pular a oração para ensinar essas ovelhas perdidas?

De seguida podemos ler, “mas Jesus se retirava para lugares solitários, e orava” (Lucas 5:16, NVI). A agenda de Jesus não era ditada pelas vozes mais alta do dia. Ele não era enganado, como nós somos, que esta ou outra tarefa poderia tirar o nosso local privado de adoração com o Senhor.

Aqueles que se dedicam à oração devem estar preparados, como Jesus estava, para dizer não a uma dúzia de segundas melhores oportunidades (pelo menos por enquanto). Aqueles que seguem Jesus em tal obediência trocam a auto-suficiência pela dependência de nosso Pai, a ocupação superficial pela produtividade genuína, a tirania da urgência pelo governo do Espírito.

“A oração não vale o esforço.”

Poucos cristãos seriam ousados o suficiente para expressar esta mentira. Mas quantos de nós evitamos o nosso local privado de oração porque acreditamos que simplesmente não vale a pena orar? Talvez tenhamos tentado orar por períodos prolongados e focados, apenas para descobrir que nossas mentes se distraem demais, nossas vontades são muito frágeis e os resultados são muito escassos para nos motivar a fazer mais.

Esta mentira contém uma meia verdade: a oração, como Jesus nos avisou, envolve um esforço tenaz. Quando Jesus disse aos seus discípulos “para orarem sempre e não desanimarem” (Lucas 18:1), ele estava assumindo que eles às vezes orariam e seriam tentados a desanimar. Tal como acontece com a viúva na parábola de Jesus (Lucas 18:1-8), a oração genuína requer períodos de pedir sem receber, de procurar sem encontrar, de bater numa porta que parece fechada por dentro (Mateus 7:7).

Mas ao lado desse realismo, Jesus desmantela a mentira de que exercemos tal esforço em vão. Todo pedido sincero e fiel dá lugar ao recebimento, toda busca leva ao achado, e toda batida abre uma porta cheia de esperança que não é mais adiada (Mateus 7:8). Nosso Pai sabe como retribuir nossas lutas em oração com “coisas boas” (Mateus 7:11) – a melhor das quais é mais de sua bondade. Se a oração nos dá um vislumbre mais profundo de sua glória, então vale a pena cada momento em que concentramos nossa atenção, negamos nossa carne e inclinamos nossas cabeças para trás.

E nos dias em que nossas orações parecem não levar a lugar nenhum, faríamos bem em lembrar o conselho de C.S. Lewis: “Quando cumprimos nossos ‘deveres religiosos’, somos como pessoas cavando canais em uma terra árida, para que, quando finalmente a água chegar, ela possa encontrá-los prontos” (Reflexões sobre os Salmos, 97). Alguns dias em oração, simplesmente cavamos e esperamos pela chuva. Outros dias, bebemos. Mas não há como beber sem cavar.

“Posso lidar com o dia de hoje sem oração.”

Tal como acontece com a última mentira, poucos cristãos, se houver, diriam esta frase em voz alta. Mas muitos de nós ainda encontramos centenas de maneiras de dizer isso sem palavras. Quando eu, por exemplo, adquiro o hábito de começar o dia com o estômago cheio, ciente das notícias, e com uma noite completa de sono, mas sem orar, estou dizendo: “Não consigo lidar com o dia de hoje sem café da manhã, sem informações ou com minhas oito horas completas, mas posso lidar com o dia de hoje sem oração”.

O poder desta mentira vem, em parte, do testemunho da nossa experiência. Muitos de nós passamos um dia sem oração sem destruir nossas vidas. Talvez alguns de nós até tenhamos descoberto que podemos viver surpreendentemente bem sem oração: podemos ganhar o nosso salário, criar os nossos filhos e melhorar as nossas notas apenas com um olhar voltado para Deus.

Esse pragmatismo esquece as palavras solenes de nosso Senhor: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” (João 15:5). Além da dependência de oração de Jesus (João 15:7), não podemos fazer nada: nada que glorifique a Deus, nada que dure pela eternidade. Os resultados dos nossos esforços sem oração podem de facto parecer algo – até mesmo algo bastante impressionante – mas são, aos olhos de Deus, um zero espiritual. Estamos construindo mansões em um navio que está afundando.

Se o nosso objetivo é ter sucesso num mundo que “está falecendo” (1 João 2:17), então sim, podemos lidar com o dia de hoje sem oração. Mas se o nosso objetivo é fazer algo que santifique o nome de Deus, algo que faça os anjos aplaudirem, algo que ecoe pela eternidade, então a oração é tão necessária como respirar.

“Deus não me ouve quando eu oro”

Antes de expor esta mentira, devemos lembrar que o pecado impenitente de fato fecha os ouvidos de Deus às nossas orações. Como diz o salmista: “Se eu acalentasse o pecado no meu coração, o Senhor não me ouviria” (Salmos 66:18, NVI). Nesse caso, “Deus não me ouve” não é uma mentira, mas uma verdade dura, que pode ser misericordiosamente remediada através do arrependimento.

Muitos de nós, no entanto, sentimos a ausência de Deus na oração simplesmente porque somos santos em batalha, afligidos pela carne por dentro e pelos demônios por fora, esquecendo muito facilmente por que, de todas as pessoas, nós, cristãos, temos o privilégio de nos dirigirmos a Deus como “vocês que ouvem a oração” (Salmos 65:2). E por que esse privilégio é nosso? Porque, Jesus diz aos seus discípulos, na era da nova aliança, “pedireis em meu nome” (João 16:26).

Se batessemos sozinhos à porta do céu, pedindo para sermos ouvidos com base no nosso próprio nome, nos nossos próprios méritos, teríamos todos os motivos para duvidar que Deus nos ouviria e se abriria. Mas não oramos em nosso próprio nome. Oramos em nome de Jesus, o Amado do Pai, que veio ao mundo precisamente para nos levar ao Pai (João 16:27; 17:3, 6). Se estivermos nele, então nossas vozes não estarão mais distantes do Pai do que a do Filho à sua direita (João 16:28; Hebreus 4:14–16).

É verdade que às vezes podemos sentir como se o nosso Deus estivesse a um mundo de distância, muito distante do som dos nossos gemidos. Podemos ficar sentados nesse silêncio por meses ou até anos, com o tentador sugerindo que os ouvidos de nosso Pai finalmente se fecharam para nós. Mas mesmo assim, podemos dizer como o profeta Miquéias: “Mas, quanto a mim, ficarei atento ao Senhor, esperando em Deus, o meu Salvador, pois o meu Deus me ouvirá.” (Miquéias 7:7, NVI)

Toda mentira desaparece diante da maravilha dessas cinco palavras que meu Deus me ouvirá. Se o próprio Deus abrir seus ouvidos aos nossos pedidos, dobrar seus ombros aos nossos fardos e erguer seu rosto radiante aos nossos louvores, então nenhuma barreira poderá nos afastar dele. Ocupação, problemas e autossuficiência ainda podem sugerir que façamos outra coisa, mas saberemos o que dizer: “Meu Deus — meu Deus glorioso, satisfatório e que carrega fardos — me ouvirá. Estou orando.”