Quando o Amanhecer Parece Morrer

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English: When the Dawn Seems to Die

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Por Scott Hubbard Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Michael Suzigan

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Tabela de conteúdo

Como Jesus Nos Impede de Cair

Alguma vez você já se viu em uma noite tão escura que você quase perdeu a esperança no amanhecer?

Uma culpa que te consome tão profundamente que você fica se perguntando se deveria apenas se deitar e morrer. Algumas madrugadas mentais ou espirituais parecem tão densas, com um céu tão sem estrelas, que um passo em qualquer direção parece ser em vão. Às vezes você não só caminha pelo vale da sombra da morte, mas sucumbe no meio do caminho e não consegue se levantar.

Talvez você já tenha passado por isso, assim como eu. Talvez você esteja passando por isso agora. Se este for o caso, a Semana Santa oferece um companheiro fracassado, um amigo angustiado, um irmão na escuridão. Se alguém provou o sal amargo do choro da madrugada, ele provou. E se tem alguém que pode testemunhar o milagre do amanhecer e o secar das lágrimas, ele pode.

O que aconteceu naquelas horas terríveis no Sábado Santo, quando Pedro, soluçando e batendo no peito, lembrou-se de suas três negações, do último olhar de Jesus (Lucas 22:61), de como tudo terminou e, ainda assim, não se enforcou como Judas? Uma cena da Quinta-feira Santa nos dá a resposta: a oração de Jesus o apoiava.

Contra os poderes combinados do pecado, de Satanás e do desespero, Cristo em oração era a única esperança de Pedro. E a nossa também.

Satanás Ruge

Simão, Simão, eis que Satanás exigiu tê-lo, para que pudesse peneirá-lo como trigo. (Lucas 22:31.)

No início do Evangelho de Lucas, lemos as palavras de mau agouro: “Quando o diabo acabou com todas as tentações, ele se afastou [de Jesus] até um momento oportuno” (Lucas 4:13). Quando a noite cai na quinta-feira, chega a hora, e o diabo sabe disso (Lucas 22:53). E assim, Satanás, depois de devorar um dos doze (Lucas 22:3), ruge pelos outros onze.

Por três anos, Jesus ficou entre Pedro e a boca do dragão, protegendo-o, guardando-o (João 17:12). Mas agora ele estava indo embora, e Pedro, assim como Jó antes dele, descobriria o quanto sua força repousava no escudo oculto de seu Senhor. Pela primeira vez, ele andaria pelo vale sem o conforto familiar de seu pastor.

Satanás almeja peneirar os discípulos: jogá-los na peneira e chacoalhar, chacoalhar, chacoalhar até que Simão Pedro fosse apenas Simão novamente — barro e não rocha (Lucas 6:14), um pescador de peixes e não de homens (Lucas 5:10). E este é o verdadeiro terror por trás das nossas noites mais sombrias. Sentimos que estamos nos desfazendo, como se nosso testemunho estivesse sendo contado ao contrário. Tememos estar regredindo a um passado sem Cristo.

E assim seria, se Jesus nos deixasse sozinhos na peneira de Satanás. Graças a Deus ele assim não o faz.

Jesus Ora

Mas eu orei por você para que sua fé não falhe. (Lc 22:32)

Que palavras poderiam superar o horror de “Satanás exigiu tê-lo”? Estas: "Mas eu orei por você." Eu orei por você, Pedro. Eu, Jesus, o Filho de Deus que acalma a tempestade, que cura doenças e destrói demônios. Eu, Jesus, o amado do Pai, seu Escolhido, a quem o céu ouve com prazer (Lucas 3:22; 9:35). Eu, Jesus, orei por você.

Pedro ainda assim é colocado na peneira. Mas Jesus pede, apesar de toda agitação, que a fé de Pedro não caia moribunda no chão. Ele pede para que uma brasa queime sob as cinzas do fracasso de Pedro — um consolo secreto em seu choro, um calor enterrado sob sua angústia, uma esperança oculta que o obrigaria a correr para o túmulo no domingo ao invés de seguir os passos de Judas (Lucas 24:10–12).

Provavelmente, Pedro não podia nem ver nem sentir a brasa. Ele pode ter se sentido inconsolável, certo de que essa escuridão nunca encontraria o amanhecer. Talvez você sinta assim. Saiba disso: Jesus viu brasas de fé em seus santos, onde eles mesmos só viram cinzas. Sua noite, por mais escura que seja, não é um sinal claro de que sua fé finalmente tenha falhado e fugido de você.

Jesus ainda protegia Pedro, mesmo do túmulo. Portanto ele protege todo o seu povo, ainda que uma pedra pareça ter rolado sobre os céus. E podemos senti-lo nos abraçando quando, assim como Pedro, persistentemente negamos o desespero de Judas e nos esforçamos para ter fé, mesmo no sábado mais sombrio.

Nas próximas horas, a luz do sol iria falhar (Lucas 23:45). Mas em resposta à oração de Jesus, a fé de Pedro não falharia.

Pedro Se Converte

E quando você se converter novamente, fortaleça seus irmãos. (Lc 22:32)

Quando Jesus olha para Pedro, ele vê as três negações escondidas em seu coração (Lucas 22:34). Mas ele também vê algo mais profundo do que suas negações, um “eu te amo” três vezes maior, que sobreviverá até domingo, sustentado por suas próprias orações (João 21:15–17). Ele vê um homem que colocará os pés nos mesmos passos de suas negações, desta vez andando na direção oposta.

E mesmo agora, Jesus quer que Pedro se veja além do sofrimento que está por vir. Por isso, ele não diz: "se você tiver se convertido novamente", mas quando. A perseverança de Pedro não repousa no fio fino de seu próprio poder, mas na viga inquebrável das próprias orações de Cristo. E assim é para todos os discípulos de Cristo. Nossa libertação — seja de nosso próprio pecado ou de uma escuridão que não é nossa culpa — pode parecer incerta aos nossos olhos; nos perguntamos se nossa fé falhará ao longo do caminho. Mas aos olhos de Jesus, nossa libertação é tão certa quanto sua própria intercessão (Romanos 8:34; Hebreus 7:25). Se estamos verdadeiramente em Cristo, nossa conversão é um quando, não um se.

E na incomparável misericórdia de Jesus, descobriremos, assim como Pedro, que ele nos acolhe de volta não como um escravo, mas como um filho, tranquilizado e recomissionado. "Quando você se converter novamente, fortaleça seus irmãos". Aquele que era fraco demais para acompanhar Jesus agora fortalecerá os outros, seu fracasso o preparou para um ministério mais sábio, mais humilde e mais cristão, se apoiando em um poder que não lhe pertence.

Pedro agora conhece a fraqueza de Pedro, a força de Satanás e a redenção sobrepujante de Jesus. E os Pedros restaurados entre nós, que conhecem o mesmo em primeira mão, geralmente são mais preparados para fortalecer os outros.

Ele Ora por Você

O que Jesus poderia ter pedido em oração por Pedro naquela noite mais escura? Temos uma pista no Evangelho de João.

Não Te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno (João 17:15).

Jesus não pediu que Pedro fosse removido do mundo, onde o diabo ronda. Pedro sentiu “o poder das trevas” na Quinta-feira Santa (Lucas 22:53), e as trevas quase o destruíram. Mas Jesus pediu que Pedro fosse resguardado das mandíbulas devoradoras do diabo. E o Pai respondeu: Pedro não se tornou um Judas.

Também podemos descobrir que a intercessão de Jesus não nos blinda de noites em que as trevas quase nos engolem. Não se desfaça e não se desespere se o céu acima de você parecer escuro como o de Pedro. Em vez disso, tenha esperança. Ore. Junte-se aos outros discípulos e espere pela manhã de domingo.

Em tempo, algo se moverá no horizonte desta madrugada: uma luz além da esperança, uma magia mais profunda do que o desespero do pecado ou a impiedade de Satanás. Jesus ora por você.