Ponha de Lado o Peso das Preferências Egoístas

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English: Lay Aside the Weight of Selfish Preferences

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Andreia Frazão

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O amor não insiste em levar a sua avante (1 Coríntios 13:5). Que belo conceito de se contemplar. Tal como muitas expressões do amor bíblico, esta é uma expressão de amor cuja leitura ou observação é comovente e inspiradora, pelo menos à distância.

Infelizmente, no momento em que somos chamados a praticar este tipo de amor, não nos parece ou não o sentimos como sendo muito agradável; afigura-se-nos confuso ou sentimo-lo como frustrante. Parece-nos uma autoprivação.

Tabela de conteúdo

Eu e Meu

Querer levar a nossa avante está imbuído na nossa natureza caída. Desde a queda, esta tem sido a nossa orientação por defeito. Isto pode ser observado, até mesmo desde os nossos primeiros dias, sempre que a nossa vontade é contrariada. Insistimos no berço e, depois, quando começamos a andar; insistimos no pátio do recreio e, depois, enquanto adolescentes com excesso de confiança; insistimos na igreja e no local de trabalho; insistimos como pais de crianças pequenas e, depois, como pais teimosos de adolescentes com excesso de confiança; insistimos como pais de filhos adultos e, depois, como reformados e, depois, como residentes de lares. Somos perturbadora e persistentemente egoístas.

O nosso egoísmo é um mestre da dissimulação, e usa mil máscaras para ocultar as suas razões. O nosso egoísmo é um artífice da palavra - verga, molda e distorce as razões lógicas pelas quais as nossas preferências são razoáveis e certas e até virtuosas (e, claro, as melhores). O nosso egoísmo é um advogado, formado desde a infância, tanto em defesa como em acusação, determinado a persuadir o juiz e o júri a favor do seu único cliente.

Insistir em levar a nossa avante está no cerne da maioria dos nossos conflitos, e é a causa de quase todas as formas através das quais os humanos abusam dos outros. Esta falta de amor é a fonte de muita angústia e sofrimento.

Então, por que motivo achamos tão difícil deixar de insistir em levar a nossa avante?

É Difícil Ser Humilde

Primeiro, é um milagre que uma pessoa inerentemente orgulhosa - uma pessoa cujo egoísmo é de natureza patológica e que infeta todas as áreas da vida - se torne verdadeiramente humilde. Claro que há no mundo a graça comum da humildade, que qualquer pessoa pode exibir. Porém, para conseguirmos viver de acordo com 1 Coríntios 13:5, é necessário que nasçamos outra vez (João 3:7). Pois o amor não insiste em levar a sua avante é um sumário de dez palavras de Filipenses 2:3-8 (NVI-PT):

Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!

Paulo está a falar de uma expressão de amor distintamente cristã tanto em 1 Coríntios como em Filipenses. Este tipo de não insistir em levar a nossa avante só advém de se ter o mesmo sentimento que Cristo teve quando se entregou para ser crucificado por nós. Os humanos caídos conseguem amar-se uns aos outros e praticar atos de altruísmo (embora isto seja raro o suficiente para ser notável quando acontece), mas a forma de viver a vida a nossa vida inteira, que Paulo recomenda, requer uma humildade que só resulta de confiar no Pai como Jesus confiou no Pai.

Em Quem Pode Confiar?

Em segundo lugar, é difícil não insistir em levar a nossa avante porque é muito difícil confiar nos outros. Nenhum de nós sabe qual é a verdadeira dimensão do nosso egoísmo, mas estamos suficientemente cientes para estarmos de guarda contra os outros.

As pessoas egoístas manipulam naturalmente os outros para conseguirem o que preferem, em vez de quererem o que é melhor para os outros. Quando muitas pessoas egoístas vivem juntas, não é seguro. Este não é um mundo onde seja seguro ou prudente arranjar formas de não insistir em levar a nossa avante.

A menos que haja um poder suficientemente grande, forte, amável e virtuoso que possa e que assegure que, em última análise, como diz a canção de Natal, “O mal fracassará e o bem prevalecerá.” É este todo o propósito do Natal. Jesus tornou-se humano para trazer boas novas de grande alegria a toda a humanidade, as notícias de que o Pai é capaz e está disposto, através de Cristo, a corrigir todos os males.

Jesus veio não só para proclamar as notícias, mas para ser o meio através do qual estas notícias são boas para nós. Jesus veio demonstrar, através da cruz, que todos os que confiam no Pai do mesmo modo que Jesus confiou no pai descobrirão que o amor movido pela fé - o amor que não insiste em levar a sua avante - levará a melhor sobre o mundo.

Mas Temos de Insistir, Certo?

Mas não insistiu Jesus em levar amavelmente a sua avante quando chamou as pessoas a arrependerem-se e repreendeu os líderes religiosos? E não insistiu Paulo em levar a sua avante quando corrigiu Pedro (Gálatas 2:11-14) e quando instigou as pessoas a imitarem-no a ele e não a outros (1 Coríntios 4:16). Não, não insistiram.

Jesus sabia que lhe tinha sido dada toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18). Mas sabia que a tinha recebido do Pai e que a exaltação de Jesus resultaria na maior das glórias para o Pai (Filipenses 2:11). Jesus só quer o que o Pai quer. E quando Jesus vivenciou a turbulência da diferença entre a vontade dele e a do Pai, foi de bom grado que se submeteu à vontade do Pai (Mateus 26:39).

Quando Paulo censurou Pedro, não estava a insistir em levar a sua avante, mas sim na graciosa vontade de Deus. E quando instigou a pessoas a imitá-lo, foi só para que imitassem a sua “maneira de viver em Cristo” (1 Coríntios 4:17, NVI-PT). “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1, NVI-PT).

Há momentos em que, como cristãos, temos de insistir. Contudo, a causa da nossa insistência não pode ser a vontade, - as nossas meras preferências - mas sim a vontade de Deus.

Ponha de Lado o Peso

As preferências pessoais não são erradas (a menos que sejam por algo inerentemente pecaminoso). Porém, insistir nas nossas preferências pessoais é, muito frequentemente, errado porque é, muito frequentemente egoísta. Insistir na nossa vontade egoísta sobrecarrega-nos a nós e aos outros com conflito e desencorajamento, e leva os outros a tropeçar nos blocos da tentação, feitos de irritação, raiva, ressentimento e amargura. Este é um peso feito de pecado que temos de pôr de lado (Hebreus 12:1). E é provável que a quadra natalícia nos ofereça amplas oportunidades.

Quando as oportunidades surgirem, não devemos esperar que sejam emocionantes ou inspiradoras, mas antes que sejam como morrer para nós próprios. No momento, sentir-nos-emos tentados a ceder à irritação, raiva e autocomiseração na dianteira. Não nos vai apetecer não insistir na nossa vontade. Mas a recompensa, para nós e para os nossos entes queridos, é real.

A preparação prática poderia ser memorizar Filipenses 2:3-8 e pôr o texto em prática por entre todos nossos preparativos e celebrações de Natal. Talvez o presente mais significativo que possamos dar a alguém este ano seja olhar pelos seus interesses em vez dos nossos.