O que é Bom, Agradável e Perfeito

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English: What Is Good and Acceptable and Perfect

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Por John Piper Sobre Conhecer a Vontade de Deus
Uma Parte da série Taste & See

Tradução por Aline Araujo

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Reflexões sobre Romanos 12:2

Quando focávamos nossa atenção em Romanos 12:2, você pode ter notado que eu não comentei muito sobre a última parte do versículo. O versículo 2 diz, "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem‑se pela renovação da sua mente, para que vocês experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12:2, NVI). Eu não disse quase nada a respeito dessas três últimas palavras: boa, agradável e perfeita. Então, pergunto agora, O que elas nos dizem?

Primeiro, elas não nos dizem que há três diferentes coisas que Deus deseja: coisas boas, coisas agradáveis e coisas perfeitas. Ele não está dizendo que certas coisas que Deus deseja são boas (e não agradáveis a Deus), e outras coisas são agradáveis a Deus (e não são boas).

Em outras palavras, "boa" é uma forma de descrever a vontade de Deus, e agradável é uma outra forma de a descrevê-la.

Quando Paulo insiste em que "boas" ações são a vontade de Deus, ele está se certificando de que nós não tratemos o cristianismo como uma religião mística sem demandas morais concretas. Ele está dizendo: existe bem e mal no mundo. Deus quer o bem. Faça coisas boas, e você fará a vontade de Deus. Não apenas tenha experiências místicas e se considere cristão. Pergunte: O que é bom? E o faça. Essa é a forma cristã de andar na vontade de Deus.

Contudo, essa é uma conversa problemática. Parece moralista. Isto é, muitas pessoas "éticas" tentam fazer o que é "bom", mas não são cristãs. Existem cruzadas morais de todos os tipos, as quais não estão fundamentadas em Deus, muito menos em Cristo. Então Paulo vai além e adiciona "agradável". Ele quer dizer "agradável a Deus". A mesma palavra é utilizada no versículo 1, onde o termo agradável está expressamente relacionado a Deus: "Ofereçam o corpo de vocês como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus" (Rm. 12:1, NVI).

Portanto, o que Paulo está fazendo com essa palavra é definir o "bom" como bom em relação a Deus. "Com euareston (agradável), ele enfatiza o fato de que a bondade em questão não seja uma bondade antropocêntrica, mas sim uma bondade determinada pela revelação da vontade de Deus, uma questão de obediência aos mandamentos de Deus" (C.E.B. Cranfield, Romans, vol. 2, p. 610). Em outras palavras, é insuficiente dizer: "o bom" é a vontade de Deus. Mas sim devemos dizer: o bom é definido pela vontade de Deus. Isto é, o bom é o que é agradável — a Deus. Isso é o que Paulo diz.

Depois, vem a última palavra, a qual define a vontade de Deus em Romanos 12:2, especificamente, a palavra "perfeita" (teleion). Poderia ser algo diferente? Bem, talvez você tenha que ter em mente a distinção que eu fiz na pregação de 22 de agosto de 2004 (What Is the Will of God and How Do We Know It?) entre a vontade soberana de Deus e a vontade revelada de Deus. Eu disse que o Novo Testamento fala, por um lado, da vontade de Deus como tudo o que acontece sob a soberania de Deus, incluindo atos pecaminosos, como o assassinato de Jesus (At 4:27-28) e a perseguição aos cristãos (1Pe 3:17; 4:19). Mas, por outro lado, ele também fala da vontade de Deus como o que Deus ordena, o que nunca inclui pecado! Por exemplo, "A vontade de Deus é que sejam santificados e que se abstenham da imoralidade sexual" (1Ts 4:3, NVI). O que Deus ordena é a sua vontade. E Deus nunca nos ordena a pecar.

Quando Paulo diz que nós devemos ser transformados pela renovação das nossas mentes para que possamos discernir e fazer o que é a vontade de Deus (Rm 12:2), ele se refere à vontade revelada de Deus e suas adequadas aplicações à vida. Ele não quer dizer: tente decifrar o plano soberano de Deus e o faça. Esse é o segredo de Deus. Devemos fazer Sua vontade revelada e deixar a soberania de reger o universo à Ele.

Voltemos então para a palavra "perfeita". Devemos discernir e fazer o que é a vontade de Deus: o que é bom, agradável e perfeito. O que Paulo está dizendo? Ele está dizendo: se esforce para saber e fazer o que é bom, isto é, o que é agradável a Deus, isto é, o que é perfeito. Não pode ser de outra forma. Deus não ordenará imperfeição. Seu propósito para nós é a perfeição. De fato, do início ao fim da Bíblia, o que Ele requer de nós é perfeição.

Quando Deus disse a Adão, "Coma livremente de qualquer árvore do jardim. Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que comer dela, certamente você morrerá" (Gn 2:16-17, NVI), ele não quis dizer "se você comer um pouquinho, você não vai morrer", ou: "se você comer só uma vez, você não vai morrer", ou: "se você tiver uma boa desculpa, você não vai morrer". Ele quis dizer: obedeça perfeitamente a essa ordem, ou você morrerá.

Jesus disse, "Portanto, vocês devem ser perfeitos como é perfeito o Pai celestial de vocês" (Mt 5:48, NVI). E Romanos 12:2 diz: Se transformem para que possam fazer o que é perfeito. Não é por isso que Paulo coloca todo Romanos 12 sob a bandeira da misericórdia: "Portanto, irmãos, peço, pelas misericórdias de Deus...". O capítulo 12 está baseado nos primeiros 11 capítulos de Romanos. E todos esses capítulos falam sobre a misericórdia de Deus em Cristo. Isso é o que nos salva, apesar da nossa imperfeição. E Romanos 6 e 7 deixam claro que essa imperfeição se estende às nossas vidas cristãs.

Portanto, o comando do versículo 2 para que façamos o que é "bom, agradável e perfeito" nos coloca novamente sob as "misericórdias de Deus" em Cristo. E a sua misericórdia nos remete à busca da obediência perfeita. Não há como permanecer na cruz recebendo misericórdia e fazer pouco caso da vontade de Deus. A cruz nos impulsiona - com muita gratidão, esperança e alegria, a cortar nossas mãos, se necessário - a seguir a Cristo. Que possamos, portanto, viver na cruz pela bênção misericordiosa, e que possamos carregar a cruz em obediência misericordiosa.