O Pecado nunca Cumpre suas Promessas

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English: Sin Never Keeps Its Promises

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Por Stephen Witmer Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Ana Sant'Anna

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Anos atrás, eu e alguns amigos fomos enganados em US$70 logo após chegarmos a Paris. Nós estávamos na estação de trem, quebrando a cabeça com a tela em francês na máquina de bilhetes. Um homem amigável apareceu, colocou seu cartão de crédito na máquina e nos disse que estava comprando bilhetes de trem para dois dias para cada um de nós e que poderíamos pagá-lo em dinheiro. Isso aconteceu rápido e nosso francês não era tão bom para podermos conferir o que ele fez. Além disso, ele parecia gentil e confiável. Então desembolsamos o dinheiro. Vários minutos depois, após embarcarmos no trem, descobrimos que ele tinha de fato comprado bilhetes de uso único no valor de US$2 cada. A essa altura ele já havia partido há muito tempo. Fiquei com raiva e com vergonha pelo resto do dia.

Essa experiência é uma parábola do pecado e seus caminhos. O pecado é um vigarista. Ele cobre seu engano com gentileza e doces promessas. Nós pecamos porque cremos nas mentiras. Nós fofocamos porque a fofoca nos sussurra que estamos por dentro de tudo e que as pessoas vão nos apreciar. Nós invejamos porque cremos que se apenas tivermos o que é dos outros é que seremos felizes. Temos orgulho imerecido de nossas realizações porque o orgulho nos garante que nos sentiremos melhor conosco mesmos. Mas no final, o pecado nunca cumpre suas promessas. Pelo contrário, ele nos deixa insatisfeitos e envergonhados.

É por isso que a Bíblia desmascara insistentemente as falsidades do pecado, nos alertando que quando confiamos em algo ou em alguém além de Deus, seremos envergonhados. Um dos exemplos mais poderosos e dramáticos disso em todas as Escrituras é uma história frequentemente esquecida, contada em Isaías 20. Ela contém um aviso severo e uma doce promessa para o povo de Deus.

Tabela de conteúdo

O Profeta nu

O ano é 711 A.C. Asdode, uma cidade na Filistia, fez parte de uma rebelião de vários anos contra a poderosa nação da Assíria - uma rebelião encorajada pelo Egito ao sul. O profeta Isaías já tinha sido alertado que a rebelião na Filistia fracassaria. E é exatamente isso que acontece agora, de acordo com Isaías 20:1. Asdode é capturado pela Assíria. Sabemos que o rei de Asdode em seguida fugiu para o Egito e que, quando a Assíria veio procurar por ele, o Egito não o protegeu. Eles desistiram dele.

Como a Assíria destrói Asdode, Deus fala com seu profeta Isaías: "Nessa mesma ocasião o Senhor falou por meio de Isaías, filho de Amoz, dizendo:― Vá! Tire o pano de saco do corpo e as sandálias dos pés. Ele obedeceu e passou a andar nu e descalço". (Isaías 20:2).

Essa certamente é uma das comissões proféticas menos desejáveis já recebidas. Deus ordena que ele se dispa, não na privacidade de sua casa, mas em público (essa é a implicação da palavra ir, e da resposta de Isaías de caminhar), e não apenas por pouco tempo, mas por três anos (Isaías 20:3). Talvez Isaías se pergunte porquê Deus não poderia ter pedido a ele que fizesse as coisas que foram pedidas aos outros profetas: sitiar um tijolo (Ezequiel 4:1-3), cortar um pouco de seu cabelo com uma espada (Ezequiel 5:1), ou qualquer outra coisa, nesse caso. Seja como for, Isaías obedece a Deus aparentemente, sem protestar. Ele é, afinal de contas, um servo de Deus (Isaías 20:3).

O Egito nu

Por que essa estranha nudez de três anos para o profeta de Deus? A fim de compreender o que está acontecendo, é crucial saber que a nudez no mundo antigo era algo extremamente vergonhoso (veja a fascinante história em 2 Samuel 10), geralmente associada com desamparo, vulnerabilidade e falta de proteção.

De acordo com o versículo 3, as ações estranhas de Isaías devem ser um "sinal e um presságio" contra o Egito e Cuxe (a antiga nação africana). Especificamente, a nudez de Isaías significará de forma vívida e inesquecível a futura nudez vergonhosa dos jovens e velhos do Egito quando eles próprios forem levados como cativos pelo rei da Assíria (Isaías 20:4). E foi exatamente dessa forma que aconteceu quarenta anos depois, em 671 A.C., com a Assíria derrotando o Egito.

Mas porque a queda da cidade de Asdode na Filistia (versículo 1) levou Deus a promulgar um sinal da futura queda do Egito (versículos 3–4)? Porque a Filistia estava confiando no Egito (que estava encorajando sua rebelião contra a Assíria), e o povo de Judá estava observando de perto para ver se o poderoso Egito, a última melhor esperança contra a dominante Assíria, ajudaria a Filistia em seu tempo de angústia. A resposta foi um enfático não, e Isaías retrata aquela realidade não apenas em palavras, mas com seu próprio corpo nu.

Deus quer que o Isaías nu seja um sinal e um presságio “contra o Egito e a Etiópia” (Isaías 20:3), mas a vergonha de Isaías é realmente um sinal para o povo de Deus que é tentado a confiar no Egito em vez de em Deus. Os versículos 5 e 6 proclamam que todos os que esperam no Egito diante da ameaça assíria ficarão gravemente decepcionados e envergonhados.

O quanto Deus ama seu povo? Segundo essa passagem, Ele o ama suficientemente para alertá-los da vergonha humilhante do pecado de uma forma que não consigam ignorar ou esquecer. A carne exposta de Isaías é a forma de Deus expor as falsas promessas do pecado. O poderoso Egito em breve estaria nu e envergonhado e aqueles que confiaram nele seriam os próximos. Quando confiamos naquilo que não é confiável, nós seremos envergonhados.

O Salvador nu

Há um raio de esperança nesta passagem sombria - a sugestão de uma doce promessa em uma história que emite um aviso severo. Considere isso: a fim de representar a vergonha que cairia sobre o Egito e Cuxe, Deus manda que seu próprio profeta, seu servo obediente e leal, experimente a vergonha real da nudez pública. Deus poderia ter escolhido um de seus inimigos para ser o símbolo do julgamento futuro. Ao invés disso, Ele escolhe seu justo e fiel servo Isaías. Você pode dizer que como Isaías anda nu em meio aos seus vizinhos, ele toma sobre si uma sugestão, uma medida, da vergonha que mais tarde cairia sobre os inimigos de Deus.

Isso certamente dá a sensação de que Deus poderia fazer alguma coisa. Na verdade, muito depois na história, vemos Deus dar um passo além. Jesus, o servo perfeito de Deus, o Servo sofredor de Isaías 52 e 53 (a palavra servo em Isaías é a mesma usada para identificar Isaías como servo de Deus em Isaías 20), é despido e humilhado enquanto está pendurado numa cruz, identificando-se com a vergonha dos inimigos de Deus.

De fato, Jesus se identifica tão profundamente com seu julgamento e vergonha que Ele na verdade a toma sobre Si mesmo. Ele sofre não apenas como um sinal do seu julgamento vindouro, mas como um substituto, para que se os inimigos de Deus crerem em Jesus, eles não tenham que sofrer.

Nunca envergonhado

Pode ser que você esteja sendo tentado pelas mentiras sussurradas do pecado. Talvez mesmo que você conheça a bondade e o poder de Deus, você seja levado a encontrar segurança, conforto, paz ou sentido em outro lugar Não faça isso. O caminho que leva para longe de Deus não leva a nenhum lugar bom. O pecado é um vigarista. Quando confiamos naquilo que não é confiável, ficaremos envergonhados.

Não é bem melhor confiarmos naquele que passou vergonha por nós, sofrendo em nosso lugar? Não é bem melhor nos gloriarmos e vangloriarmos em seu sofrimento vergonhoso (Gálatas 6:14)? Quando confiamos nele, nunca seremos envergonhados.