O Evangelho da Prosperidade em Nosso Íntimo

De Livros e Sermões Bíblicos

O Cristianismo é a religião do prazer. Mas não qualquer forma de prazer senão aquela encontrada em Deus. Veja o Salmo 84:

Melhor é um dia nos teus átrios do que mil em outro lugar. Prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios. (Salmos 84:10)

Quando era criança, visitava a casa do meu primo no norte durante as férias. Ano após ano, eu entrava em seu quarto para admirar um pôster que ele tinha na parede. No primeiro plano, havia uma fileira de super carros em garagens particulares. Logo além deles, situada em uma colina com vista para a costa do Pacífico, havia uma mansão de Malibu. O título do cartaz dizia: “Justificativa para o Ensino Superior.” Ficava encantado.

Não é assim no Salmo 84. Esse pôster aborrece o salmista. Ele sente tanta felicidade na presença de Deus que as coisas deste mundo não têm qualquer influência decisiva em seu coração. Isso é o que significa quando ele escreve: “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil em outro lugar.” Um cristão é alguém que não conhece alegria maior do que Deus. Nenhum excesso de bens, nenhuma companhia entre os poderosos ou ricos, pode competir com o desejo por Deus.

Eles viram o que o mundo tem a oferecer e acharam insuficiente. Coisas brilhantes aborrecem os santos.

Tabela de conteúdo 1 O Melhor Presente 2 Cristo quer lhe dar Cristo 3 Duas Perguntas Simples 4 1. O que você faz quando você pisa na bola com tarefas espirituais? 5 2. Como você explica o evangelho aos outros? 6 Deus é o Evangelho

O Melhor Presente

Para muitos de nós, esse ponto pode ter sido resolvido, em teoria, há algum tempo. Sabemos que Deus é melhor do que tudo o que o mundo oferece. Mas se é aí que termina nosso prazer em Deus, não chegamos nem perto de quão longe a Bíblia vai. A afirmação surpreendente do evangelho é que Deus não é apenas melhor do que qualquer coisa que o mundo tem a oferecer — Deus é ainda melhor do que qualquer coisa que Deus tem a oferecer.

Como cristãos, temos acesso a mil dons que são maravilhosos por si mesmos (Efésios 1:3): perdão de nossos pecados (Isaías 43:25), alívio da ira de Deus (Romanos 5:9), fuga do inferno (Apocalipse 20:15), céu para sempre (Lucas 23:43), promessa de um novo corpo glorificado em um novo céu e nova terra (Romanos 8:18–24). Mas para os cristãos, isso não é nada demais. Nosso principal dom no evangelho é Deus. A cereja do bolo é esta: Você tem Deus!

Veja as palavras de Pedro: “Porque Cristo também sofreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzi‑ los a Deus” (1 Pedro 3:18). Cristo morreu principalmente para nos permitir o acesso à presença de nosso Criador.

Cristo quer lhe dar Cristo

Não era assim que eu ouvia o evangelho quando adolescente. O que ouvi foi essencialmente o seguinte: “Você é um pecador e o inferno é quente. Jesus é a única saída. Creia e seja salvo!” Tudo isso é verdade, mas falta mostrar a verdadeira beleza da vinda de Cristo. Cristo não veio apenas para nos dar o céu; Cristo veio para nos dar a si mesmo!

Pense nisso como um casamento. Que insulto seria para você descobrir um dia que seu cônjuge se casou com você simplesmente para evitar ser solteiro! O medo é uma razão terrível para se casar, porque menospreza seu marido ou esposa. Se tudo o que temos em nossa caminhada com Jesus é o medo do inferno, sempre o veremos apenas como um meio para o nosso fim — não o grande fim que ele mesmo pretende ser para nós.

Duas Perguntas Simples

Essa verdade confronta nossas afeições superficiais. Aqui estão duas perguntas simples para ajudar a expor a profundidade do seu deleite:

1. O que você faz quando você pisa na bola com tarefas espirituais?

Vários anos atrás, comecei a notar algo nos dias em que não tirava um tempo para ler a Bíblia ou orar. Eu me sentia triste. Não porque perdi o tempo com meu Pai celestial, mas porque agora eu tinha uma mancha no meu registro de constância espiritual. Em outras palavras, minha reação revelou que eu valorizava minha soberba mais do que meu Senhor.

É irônico que muitos de nós possamos ver as mentiras dos pregadores da prosperidade, que prometem carros e casas novos para qualquer pessoa disposta a acreditar um pouco mais, mas não temos olhos para ver a ameaça mais sutil de usar nosso relacionamento com Deus como um meio para impulsionar nosso currículo espiritual. Este é o evangelho da prosperidade do homem ortodoxo — passar pelos movimentos espirituais para adquirir um senso elevado de autoestima. É a prosperidade que mantemos guardada, até mesmo em nosso momento de oração.

Tarefas espirituais existem para nos aproximar do nosso Amado, não para alimentar nosso ego.

2. Como você explica o evangelho aos outros?

O toque final da sua boa notícia é que não temos que ir para o inferno quando morrermos? Se assim for, você não está apenas escondendo a joia mais brilhante das boas novas dos outros; você também pode estar traindo o que você mais valoriza em ser salvo: você mesmo.

O céu será incrível, sem dúvida. Mas sem Jesus como a peça central, não haverá nada de bom duradouro no céu. Você acredita? Davi nos diz que a alegria não é encontrada em um local, mas no próprio Deus: “há alegria plena na tua presença” (Salmos 16:11).

Deus é o Evangelho

Quatro décadas atrás, o artista Keith Green disse: “Se seu coração tem mais prazer em ler romances, ou assistir TV, ou ir ao cinema, ou conversar com amigos, do que apenas sentar-se sozinho com Deus e abraçá-lo, compartilhando seus cuidados e seus fardos, chorando e se alegrando com ele, então como você vai lidar para todo o sempre com a presença dele? Você ficaria entediado até as lágrimas no céu se não estivesse em êxtase com Deus agora."

Mais de uma década atrás, John Piper em seu livro Deus é o Evangelho colocou desta forma: “Cristo não morreu para perdoar pecadores que continuam valorizando qualquer coisa além de ver e aproveitar a Deus.

E as pessoas que seriam felizes no céu se Cristo não estivesse lá, não estarão lá. O evangelho não é uma maneira de levar as pessoas ao céu; é uma maneira de levar as pessoas a Deus.”

Devemos ter nosso Deus, ou realmente não temos nada. Todas as grandes alegrias soam vazias sem ele. Todo prazer e tesouro comprados com sangue são meras quinquilharias de camelô até que Ele tome seu lugar como o centro de nossas alegrias. Mas quando o faz, todos os outros presentes são adoçados para sempre.