Não Despreze o Dia das Coisas Pequenas
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Scott Hubbard Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Michael Suzigan
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Os cristãos adoram um grande Deus com uma grande missão que um dia alcançará todo este grande mundo. Porém, apesar de toda a sua grandeza, nosso Deus tem um amor notável pelos pequenos. Ele coloca seus olhos sobre pessoas pequenas, em lugares pequenos, durante pequenos momentos (Salmo 33:18; Mateus 6:4). O Filho de Deus, que “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”, até se tornou pequeno para nos salvar (Filipenses 2:6–8).
Mesmo assim, alguns de nós, por uma razão ou outra, abraçam a grandeza de Deus e sua missão sem também abraçar seu amor pelos pequenos. E então, sendo incapazes de escapar do que é pequeno, podemos começar a nos irritar e resmungar. Somos grandes sonhadores cercados, de todos os lados, por um pequeno trabalho, uma pequena igreja, uma cidade pequena, uma vida pequena.
Talvez precisemos ouvir novamente a palavra do profeta Zacarias, dita a um povo cativado com o grande: não despreze o dia das coisas pequenas.
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Deus Grande, Dia Pequeno
Quando os exilados retornados de Israel começaram a reconstruir o templo sob a liderança de Zorobabel, os jovens se alegraram; os velhos choraram (Esdras 3:10–13). Comparado com o templo de Salomão, do qual o povo de cabelos grisalhos ainda se lembrava, o novo santuário parecia um mero toco. Seus sonhos do reino, restaurados à sua antiga glória, de repente morreram em um dia de coisas pequenas.
Ao que Zacarias respondeu:
Quem es tú, ó monte grande? Diante de Zorobabel serás feito uma campina; porque ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela.” . . . Quem desprezou o dia das pequenas coisas se alegrará. (Zacarias 4:7, 10)
Enquanto os anciãos de Israel choravam neste dia de pequenas coisas, o Deus de Israel não chorava. Apesar de seus grandes planos para seu povo, ele não tem medo do pequeno. Nem é o pequeno qualquer sinal certo de seu descontentamento, como muitas vezes somos tentados a pensar: se Deus estivesse realmente nisso, as coisas seriam maiores agora! Não: Deus os resgatou, Deus estava com eles e os planos de Deus prosperariam — mesmo em um dia de coisas pequenas.
Para se ter certeza, a missão de Deus no mundo não culmina em um dia de coisas pequenas, e estaríamos errados em descansar contentes em tal dia. Mas também estaríamos errados em desprezá-lo. Em vez disso, considere uma lição de Zacarias e de outros profetas das Escrituras: se formos genuinamente fiéis no dia das coisas pequenas, nossa pequena obediência se tornará grande — mas geralmente não imediatamente, e nem sempre da maneira que esperamos.
Não Imediatamente
“Quem despreza o dia das pequenas coisas [...] pois eles se alegrarão”, diz Zacarias, porque um dia o pequeno não será mais pequeno. Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel serás feito uma campina”. Qualquer que fosse a montanha metafórica que o profeta tivesse em vista, a mensagem é clara: um dia, esse povo remanescente e seu minúsculo templo se elevariam sobre toda oposição (Isaías 2:2; 40:4). Mas não imediatamente.
A profecia de Zacarias teve seu cumprimento parcial quando Zorobabel colocou a pedra angular no templo reconstruído (Zacarias 4:7). Mas, como disse Ageu, o companheiro profeta de Zacarias, o cumprimento total precisaria esperar "um pouco" (Ageu 2:6) — o que em termos proféticos tipicamente significa alguns séculos, talvez mais. E assim, o dia das coisas pequenas continuou com Israel por mais de quatrocentos anos, até que finalmente cada montanha foi derrubada (Isaías 40:4; Lucas 3:5), e o verdadeiro templo chegou na pessoa de Jesus Cristo (João 2:18–22).
Aparentemente, o grande Deus tem paciência o suficiente para suportar séculos de pequenos dias. Seu reino, que um dia cobrirá a terra, não começa grande. Ele cresce de um homem velho e sua esposa estéril (Isaías 51:2). Cresce do “menor de todos os povos” (Deuteronômio 7:7). Cresce de um grão de mostarda e um pouco de fermento (Mateus 13:31–33). Cresce de um embrião no ventre de uma virgem (Isaías 9:6–7). Cresce de doze homens incultos (Atos 1:8).
O que significará para nós adorar um Deus que trabalha assim? Significa orar pelo grande, ansiar pelo grande e trabalhar pelo grande — tudo isso enquanto nos dedicamos fiéis e contentes ao pequeno. Ore por avivamento e, em seguida, prepare o café da manhã para as crianças. Sonhe com o conhecimento da glória de Deus inundando a terra (Habacuque 2:14), e então traga um pouco dessa glória para o vizinho ao lado. Pregue uma grande visão para dezenas ou centenas no domingo e depois sente-se e dê ouvidos ao ferido na segunda-feira.
O dia das coisas grandes está chegando. Até lá, não negligencie o dia das coisas pequenas.
Não Como Esperamos
As coisas grandes geralmente não são nossas agora. Tampouco costumam ser o que esperamos. Se permitirmos que as Escrituras reformulem nossas ideias de tamanho, aprenderemos a ver o dia das coisas grandes não apenas no futuro, mas de alguma forma aqui e agora, no meio de tudo o que parece tão pequeno.
Ao longo de seus três anos com Jesus, os discípulos precisaram que suas ideias de grande e pequeno fossem redefinidas repetidas vezes. Como a maioria de nós, eles permitiram que o mundo definisse esses termos para eles sem que percebessem. Para eles, as coisas grandes incluíam pessoas importantes, grandes multidões e um status cobiçado (Mateus 19:13–15; Marcos 1:35–39; 10:35–37). Mas para Jesus, as coisas grandes do mundo eram como tantas montanhas de penas: impressionantes agora (se você não olhar de muito perto), mas prontas para serem sopradas no julgamento.
Então o que é grande aos olhos de nosso Senhor? Uma lista parcial incluiria orar, doar e jejuar em segredo (Mateus 6:1–18); ser humilde entre os últimos e os desprezados (Mateus 23:11–12); passar tempo com crianças (Mateus 19:13–15); visitar pessoas esquecidas em lugares esquecidos (Mateus 25:36); dar um copo de água a um dos pequeninos de Jesus (Mateus 10:42); permanecer fiel com quantos talentos você tiver (Mateus 25:14–30). O que é pequeno entre os homens é grande aos olhos de Deus (Lucas 16:15).
Está chegando o dia em que o carnaval de espelhos deste mundo dará lugar à visão clara e ao julgamento justo. Então “muitos primeiros serão os últimos, e muitos últimos serão os primeiros” (Mateus 19:30). Então veremos quão pequenas eram todas as coisas grandes do mundo e quão grande era o dia das pequenas coisas.
Fiel com o Dia
Enquanto esperamos que o grande venha agora e nos termos do mundo — seja em nossas igrejas, em nossas cidades ou em nossas próprias almas — seremos tentados a abandonar os instrumentos aparentemente fracos de fé e fidelidade. Em vez de plantar, regar e esperar que Deus dê o crescimento (1 Coríntios 3:5–7), podemos tentar adubar o solo com fertilizantes químicos. Um pastor pode trabalhar mais na construção de uma marca do que na pregação do evangelho. Qualquer um de nós pode abandonar a obediência pequena à nossa frente por tarefas que parecem mais interessantes.
Ao que Zacarias responde novamente: “Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zacarias 4:6). Um braço de carne nunca pode produzir o dia das coisas grandes, pelo menos se permitirmos que Deus defina grande para nós. Coisas grandes vêm apenas do Espírito enquanto ele trabalha através de seu povo pequeno, mas fiel.
Enquanto estivermos no dia das coisas pequenas, então, nosso trabalho é produzir o fruto da fidelidade do Espírito enquanto esperamos que Deus traga as coisas grandes (Gálatas 5:22–23). E nosso trabalho é ver, pela fé, todas as coisas grandes bem na nossa frente.