Mentiras que os Cristãos Acreditam Sobre Si Mesmos

De Livros e Sermões Bíblicos

Recursos relacionados
Mais Por Greg Morse
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Lies Christians Believe About Themselves

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Greg Morse Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Michael Suzigan

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



Tim Keller diz que é mais fácil tirar as pessoas da escravidão do que tirar a escravidão das pessoas. Ao sair do Egito, os israelitas traziam consigo uma escravidão mais severa em sua mentalidade, em seus corações e padrões de comportamento. Embora estivessem livres, ainda não possuíam o discernimento de uma pessoa livre. Pouco depois, eles imploravam para voltar (Êxodo 16:3).

Pode-se dizer o mesmo sobre os filhos de Deus, ao se referir à nossa nova identidade em Cristo. É mais fácil sairmos da orfandade do que o sentimento de orfandade sair de nós.

Embora Deus tenha nos removido do domínio das trevas, nos dado lugar no reino do seu Filho amado, e nos dado o Espírito ao nos adotar como filhos - tudo a seu bel-prazer - ainda podemos nos imaginarmos vestidos com trapos espirituais, esperando pelo nosso Pai, incerto ao determinar se nos acolher foi a escolha correta. Apesar de sermos adotados, purificados, termos recebido um novo nome, uma nova identidade, um novo Espírito, ainda conseguimos pensar como órfãos, nos sentir como órfãos, nos comportarmos como órfãos.

E certos mal-entendidos teológicos e slogans podem cimentar nossa percepção equivocada. Erros doutrinários e desproporções bíblicas podem aumentar a sensação de alienação que já estamos predispostos a sentir. Pelo menos, foi o que aconteceu comigo. Podemos acreditar em mentiras sobre nós mesmos (ou fingir que meias-verdades são plenas verdades), que no fundo nos mantêm órfãos, quando Deus Pai não poupou Cristo para fazer de nós filhos e filhas. Aqui estão algumas falácias.

‘Eu Sou um Órfão Mendigo’

Martinho Lutero declarou em seu leito de morte: "Todos nós somos mendigos, isso é verdade". De fato, todos nós precisamos da misericórdia e provisão de Deus; sem Cristo, não temos nada. Sim, e amém (João 15:5).

Mas quão facilmente esta demonstração de humildade pode se distorcer quando mascarada como o todo. “Mendigos” não é a melhor síntese da vida cristã. Em Cristo, não somos mais órfãos mendigos, sujos e vestidos com trapos, erguendo nossos pires a Deus, imaginando se Ele estaria disposto a nos dar um pouco mais de guisado. No Filho, agora também somos filhos e filhas do Rei. Deus nos deu autoridade, diz Ele, e poder como seus filhos através do novo nascimento (João 1:12–13).

Não estamos mais nos campos alimentando os porcos (Lucas 15:16). Pelo ato de graça de nosso melhor irmão mais velho, voltamos ao nosso Pai celestial, e Ele correu para nos encontrar, para nos acolher em casa. Nós já tentamos nossa postura desajeitada de penitência, dizendo a Ele que somos felizes sendo meros serviçais, órfãos dedicados - e Ele não aceitou. Seu amor inabalável aquieta nossos murmúrios sobre nossa falta de dignidade (como se nossa dignidade alguma vez tivesse sido necessária para seu amor). Nunca fomos dignos de nos tornar filhos de Deus, mas sua adoção nos torna dignos de sermos chamados filhos de Deus e de viver como filhos e filhas plenos.

Recusar o anel, as vestes e o bezerro engordado não é humildade; é uma afronta à graça do Pai. Ele não nos convidou para a celebração para lembrar incessantemente aos convidados que, afinal, somos apenas mendigos. Isso, se tomado como o principal aspecto da nossa cristandade, desonra nosso Pai misericordioso. Assim como Mefibosete, podemos nos maravilhar com o fato de que Deus nos encontrou como “cães abandonados” e nos concedeu favorecimento (2 Samuel 9:7–8), ao mesmo tempo em que reconhecemos que, por pura graça, não somos mais os mesmos cães abandonados que Ele encontrou. Se nosso Pai nos chama de filhos e filhas, filhos e filhas somos.

‘Tudo o que Faço É Desagradar a Deus’

Também podemos presumir que se Deus está satisfeito conosco de alguma forma, é somente devido à perfeição de Jesus, e nada do que possamos dizer ou fazer. Certamente, Deus nunca está contente conosco, exceto com o nosso Irmão mais velho, pois somente Cristo nos concede Sua graça (Romanos 4:5). Mas quando contemplados pela sua obra realizada na cruz e declarados dignos Nele, é errado pensar que permanecemos sem ser vistos, sem jamais sermos capazes de fazer qualquer coisa para agradar ao nosso Pai. Mas quando contemplados pela sua obra realizada na cruz e declarados dignos Nele, é errado pensar que permanecemos sem ser vistos, sem jamais sermos capazes de fazer qualquer coisa para agradar ao nosso Pai. Muitos acreditam, como eu já acreditei, que não podem agradá-lo pelo que de fato fazem por fé.

Um texto familiar sobre trapos sujos parece provar isso, quando usado como um slogan: "Porém todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, são como trapo de imundície" (Isaías 64:6). Entretanto, considere que Isaías é enviado para ministrar para uma Israel rebelde, insensível e adúltera (Isaías 6:9-13); ele não está falando com a noiva de Cristo. Seus ouvintes louvavam deuses estrangeiros, enquanto seus corações guerreavam contra ele. Nenhum deles invocava o Senhor (Isaías 64:7). Suas "justiças" eram trapos imundos porque rebelião e idolatria caracterizavam suas vidas. Suas boas ações esporádicas não subornariam o favor de Deus.

Continua sendo verdade que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus (Romanos 8:8). Mas os Cristãos estão no Espírito, e não na carne (Romanos 8:9). Nos é dito que o que fazemos por fé na obra consumada de Cristo agrada a Deus. Que isso fique claro. E esta é uma razão para buscar a santidade.

É do agrado de Deus que lutemos contra o pecado e vivamos vidas santas (Hebreus 13:20–21). É do agrado de Deus que gastemos tempo em Sua palavra e espalhemos o conhecimento de seu Filho (Colossenses 1:10). É do agrado de Deus que obedeçamos a nossos pais em Seu nome (Colossenses 3:20). É do agrado de Deus que apresentemos nossos corpos em sacrifício vivo (Romanos 12:1). É do agrado de Deus que os pastores ensinem a palavra fielmente (1 Tessalonicenses 2:4). É do agrado de Deus que oremos por reis e presidentes ao invés de reclamarmos constantemente deles (1 Timóteo 2:1-3). É do agrado de Deus que compartilhemos nossos bens terrenos com os outros (Hebreus 13:16). É do agrado de Deus que cumpramos seus mandamentos (1 João 3:22) — e muito mais.

Quando buscamos pureza ao invés da pornografia, paz ao invés da ansiedade, amor ao invés da hostilidade, agradamos nosso Pai. Sim, Ele fica descontente com nossos pecados, e se deleita nas obras de seus filhos que são do Seu plano, imbuídas pelo Espírito, que exaltam a Jesus, cheias de fé e humanidade.

‘Estou Destinado ao Fracasso’

Enfim, acreditar que você pode agradar a Deus é inútil se você acreditar que você está destinado a deixar Cristo por antigos pecados em algum momento. Se você espiar adiante, e sua falta de fé enxergar tentações gigantes no horizonte que você "jamais poderia vencer", não permanecerá por muito tempo para combatê-las. Vidas regressas de pecado podem assombrar as decisões de agora, nos convencendo de que com o tempo "pecaremos novamente" e que voltaremos ao estilo de vida que agora odiamos.

Para acalentar este desamparo assimilado, alguns citam a fala de Jeremias, "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9) Somos moldados para errar, eles concluem, por termos um coração doente no nosso âmago. Mas isso também não é mais verdade sobre o cristão. De forma maravilhosa, Deus nos dá novos corações, com poderes novos para obedecê-lo e seguir em Seus ensinamentos.

As pessoas a quem Jeremias se dirigiu tinham corações doentes e enganosos, teimosos, idólatras e marcados pelo pecado (Jeremias 17:1). Mas Jeremias falou de um dia vindouro em que Deus selaria um novo acordo com seu povo, que incluiria a promessa de novos corações que tivessem a lei de Deus marcada em si (Jeremias 31:33), que temeriam a Deus para sempre e não dariam as costas para Ele (Jeremias 32:38-41).

Este novo povo, com estes novos corações, é chamado de igreja. Para cada filho de Deus hoje, Ele remove nossos corações de pedra e os substitui por corações de carne que são sensíveis à sua instrução (Ezequiel 36:26). Se você é um Cristão, você tem um novo coração que não aquele coração corrompido de antes. Você ainda não é a pessoa sem pecados que está destinada a ser, mas você é uma nova criação, com um novo âmago, uma nova identidade, um novo coração. Embora você ainda lute contra a sua parte não redimida dita carne, a cidadela ainda não foi tomada pelo inimigo. Fazemos “a vontade de Deus de coração” (Efésios 6:6). E Deus nos dá seu Espírito como garantia.

Em Cristo, você não tem somente o status de filho ou filha do rei, mas recebe o poder divino para lutar e dominar qualquer pecado em sua vida e viver em santidade (2 Pedro 1:3). Não acredite na mentira dizendo que você está preso em uma vida cristã quase perdida, corrompida e órfã. Você não está destinado a falhar. Você não é escolhido para constantemente desagradar a seu Pai.

Se pertencemos a Ele, agora somos genuinamente filhos de Deus, adotados e amados, que precisam que a orfandade seja mais expelida de nós a cada dia, até finalmente O encontrarmos e que nossas dúvidas persistentes se esvaiam.