Medo: um perigo claro e sempre presente

De Livros e Sermões Bíblicos

O medo é a batalha diária que qualquer um que está no ministério é chamado a lutar. Porque todos nós tendemos a sofrer amnésia acerca de Deus, porque vivemos num mundo caído e não escrevemos nossas próprias histórias, ser governado pelo medo é sempre um perigo claro e presente. Há momentos em que todos nós somos capturados. Quando todos nós nos desviamos. Quando o medo molda o ministério mais poderosamente do que a fé. Quando a ameaça é mais poderosa do que a confiança. Quando somos esmagados por nossas fraquezas ou oprimidos pelas circunstâncias. Quando o medo abre caminho para nos controlar. Quando o medo nos silencia num tempo que deveríamos falar e nos leva a falar quando deveríamos ficar em silêncio.

Então é vital para todos nós perguntarmos: ‘O que deveríamos fazer a respeito do medo?’ Deixe-me sugerir quatro coisas.

1.  Admita humildemente os seus medos.

O medo nunca é derrotado negando-se a sua existência. Eu sei que é difícil para alguém que é chamado para liderar outros na fé admitir que ás vezes você faz coisas como um resultado direto da falta de fé. Admita seus medos e corra para o único que pode derrotá-los. Confessa que você nem sempre se lembra da Sua presença e glória. Confessa que há lugares nos quais você avalia as situações como se Ele não existisse. Admita o fato de que você muitas vezes ama mais o seu conforto do que a Sua glória. Confessa que você às vezes está mais maravilhado com as pessoas do que com Ele. E enquanto você confessa, descanse na certeza da Sua aceitação, do Seu perdão, capacitação e libertação. Sua graça garante3 que um dia não haverá mais medo.

2.  Confesse aqueles lugares onde o medo produziu decisões ruins e respostas erradas.

Admita que há aqueles lugares de duplicidade, favoritismo e comprometimento que resultaram da troca da admiração vertical pelo medo horizontal. Confesse onde você não viveu o Evangelho com coragem. Confesse às pessoas contra as quais , por medo, você pecou pelo silêncio, fofoca, controle, deslealdade e idolatria. Peça para Deus te dar olhos para ver os lugares onde você é suscetível ao medo e que você precisa crescer na fé.

3.  Preste atenção na sua meditação.

São tantas cargas pesadas que podem capturar sua mente no ministério da igreja local. Há tantas coisas pelas quais você pode ficar ansioso. Há tantos relacionamentos confusos, conversas não terminadas, agendas não concluídas, e conclusões que não sabemos. De uma maneira muito prática, você está sempre vivendo entre ‘o já e o ainda não’. Então é vital no ministério que você sempre esteja ciente do que está capturando a sua meditação. O que está se apoderando dos seus pensamentos quando você está dirigindo ou quando você tem alguns momentos livres? Você vive o paradigma de Abraão, não negando a existência dos problemas, mas proibindo que o problema domine e controle sua meditação? Será que Deus aparece tanto em seus pensamentos que você cresce na fé, mesmo no meio daquilo que é inesperado e difícil?

4.  Pregue o Evangelho para si mesmo.

Porque haverá muitas vezes em que ninguém saberá o que você está pensando e você precisa estar comprometido em pregar o Evangelho para você mesmo. Você precisa pregar um Evangelho que tem sua esperança, não no seu entendimento e habilidade, mas num Deus que é grande e glorioso em todos os caminhos e que tem invadido sua vida e ministério com Sua graça. Você precisa pregar um Evangelho para você mesmo que não acha descanso em você acertar as coisas, mas na justiça de Jesus Cristo. Você precisa pregar um Evangelho para você mesmo que não tem sua motivação do sucesso humano, respeito e aplausos, mas da graça abundante que você nunca poderia ter merecido. Fale para você mesmo sempre de novo que não há um abismo na vida ou no ministério que seja tão fundo que Jesus não possa alcançar. Você precisa chamar você mesmo para o descanso e fé quando ninguém mais sabe qual o sermão particular que você necessita.

Possa a graça lhe dar um ministério moldado por uma fé viva e não por um longo catalogo de medos que saúdam cada um de nós neste lado do nosso lar final.