Mas uma coisa eu sei: a Páscoa está chegando.

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English: When Every Hope Seems Lost

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Por Vaneetha Rendall Risner Sobre Sofrimento

Tradução por Daniele Weidle

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Sexta-feira Santa

Eu amo a páscoa. É o dia de maior alegria. Nós nos unimos em júbilo: “Ele ressucitou, Ele ressucitou verdadeiramente!”.

Mas quando penso sobre a sexta-feira santa, meu coração aperta. É a nossa lembrança do último dia de desespero, quando o pecado coloriu o mundo e o mal aparentemente triunfou.

Há alguns anos atrás, eu estava imersa em uma depressão profunda. A vida era cinza. Eu chorava à menor provocação e, às vezes, sem provocação alguma. Eu estava caindo em um buraco negro e me sentia impotente para parar minha descida.

Grande parte de minha vida havia se desintegrado. Meu marido havia abandonado nossa família e nossos filhos decidiram que Deus não era real. Eles estavam com raiva e desiludidos, descontando suas frustrações em casa. Minha saúde estava piorando e eu estava lutando para cuidar de mim mesma, quanto mais de duas filhas adolescentes.

Eu estava em um dos pontos mais baixos da minha vida. Embora eu já tivesse tido um relacionamento profundo com Deus, agora estava lutando para acreditar que Deus me amava. Minha dor implacável me convenceu de que minha situação nunca mudaria.

Em resumo, me senti desesperada.

Meus amigos tentaram me ajudar da melhor forma possível, trazendo-me comida, orando comigo e incentivando-me a continuar.

Eu apreciei todo esse esforço, mas ainda assim me sentia sobrecarregada e desaminada. Eu não gostava de conversar sobre os meus problemas porque ninguém poderia entender a minha dor. Pessoas queridas ofereceram conselhos, mas eu nem conseguia recebê-los.

Quando os sonhos morrem

Em uma manhã, finalmente decidi contar a alguns amigos como estava me sentindo. Eu não queria falar, mas sabia que ser encorajada pelos irmãos era importante. Eu não queria me afastar ainda mais da comunhão com eles em meu sofrimento interminável.

Mas logo depois que começamos a conversar, eu não conseguia mais falar. Eu me senti uma tola ao ficar sentada ali chorando. O conforto dos amigos, embora bem-intencionados, parecia vazio. Ninguém poderia resolver isso. Estava começando a perguntar se até mesmo Deus poderia.

Meus amigos ficaram sentados comigos, sem dizer nada, enquanto eu chorava.

Após um longo silêncio, uma amiga falou. Nunca irei esquecer suas palavras.

“Quando eu penso em você e oro por você, sempre vejo uma imagem. É a cena dos discípulos e da mãe de Jesus, Maria, chorando aos pés da cruz. Eles estão amontoados, tentando confortar uns aos outros. Tentando entender tudo o que aconteceu. Mas simplesmente não faz sentido.

O céu está escuro. Toda esperança parece perdida. Seus sonhos morreram. Parece que não há nada de bom que possa vir dessa situação.

Para eles, esse dia, a sexta-feira santa, é o dia mais sombrio de suas vidas.

Mas uma coisa que eles não sabem é... A Páscoa está chegando.”

Deus ainda não terminou

A Páscoa está chegando.

Eu mal conseguia entender as palavras.

Nenhuma das outras palavras de meus amigos me confortou. Agora eu estava repleta de uma paz indescritível.

É claro! A Páscoa está chegando.

Eu parei de chorar. Eu nunca havia me colocado no lugar dos seguidores de Jesus quando eles estavam aos pés da cruz. As escrituras apenas falam: “Os soldados fizeram isso, mas perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.” (João 19:24-25, NVI).

Eu nunca havia imaginado como deve ter sido para os amigos de Jesus na sexta-feira santa. Aqueles seguidores que haviam depositado sua fé e esperança em Jesus, mas que agora o estavam vendo morrer. Ao imaginar como os discípulos e Maria devem ter se sentido, senti uma conexão com eles. Eles sabiam como era se sentir deseperado. Seus sonhos foram despedaçados. Suas vidas foram arruinadas. Seus planos foram destruídos. Sem nada mais a que se agarrar.

Naquela ocasião, eles só podiam ver o que eles estavam vivendo no momento. Era tudo o que eles tinham.

Como eles, eu não conseguia ver como Deus poderia tirar algo de bom da minha situação. Mas, ao internalizar e compreender essa imagem da sexta-feira santa, percebi que minha história ainda não havia terminado. Deus ainda não terminou. Nem toda esperança estava perdida.

A beleza das cinzas

As palavras de minha amiga me trouxeram um conforto inexprimível, tanto naquela época quanto agora. Eu me apeguei a essa passagem, a essa cena junto à cruz, durante anos. Isso me deu coragem. Isso colocou a minha vida em perspectiva. Isso me fez lembrar que Deus traz beleza das cinzas.

Percebi que meu sofrimento era temporário, um dia ele acabaria. Meu sofrimento tinha significado, ele não seria desperdiçado. Meu sofrimento poderia glorificar a Deus, seria, no final, para o meu bem.

Embora essa experiência tenha ocorrido há vários anos, nunca me esquecerei daquele dia. Ela me deu esperança. Não que minhas circunstâncias tenham mudado da noite para o dia. Mas essa mudança era possível. E um dia chegaria.

Isso também me fez lembrar que, muitas vezes, estou apenas olhando para uma imagem, um quadro no filme da minha vida. Eu não tenho ideia do que vem a seguir. Talvez minha noite de choro tenha terminado e o amanhecer esteja prestes a raiar, trazendo consigo uma enxurrada de alegria incalculável.

Ou talvez as minhas lágrimas ainda não terminaram. Talvez a noite irá durar por mais um tempo.

Mas uma coisa eu sei: a Páscoa está chegando.