Incline-se para a colina

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English: Lean into the Hill

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Por David Mathis Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Tania Takara

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Tabela de conteúdo

A lição de um corredor para a vida Cristã

Às vezes eu me pergunto se o Apóstolo Paulo pudesse ter sido um corredor.

Corrida é um tema curiosamente comum em seus sermões e cartas. Ele se refere a sua vida e ao seu ministério como uma corrida (1 Coríntios 9:26; Gálatas 2:2; Filipineses 2:16) e descreve a fé (passada) dos Gálatas em termos semelhantes, “Você estava correndo bem” (Gálatas 5:7).

Ele também pede aos Tessalonicenses para rezar por ele, “para que a palavra do Senhor se apresse [corra] e seja honrada” (2 Tessalonicenses 3:1). Ele fala do esforço e empenho humanos (em contraste com a misericórdia divina na eleição) como corrida (Romanos 9:16 NASB). Ele pregou em Antioquia sobre João Batista “terminando seu caminho” (Atos 13:25), expressou para os anciãos de Éfeso seu desejo que “somente eu posso terminar meu caminho” (Atos 20:24) e escreveu na sua carta final “Eu terminei a corrida” (2 Timóteo 4:7).

Enquanto correndo serve como sua imagem mais comum da vida Cristã (quase trinta vezes em suas cartas), a teologia de Paulo tinha um lugar para falar em situações mais intensas e até agressivas - de um tipo de capacidade atlética na vida Cristã, como ele escreveu para os Coríntios,

Você não sabe que na corrida todos os corredores correm, mas somente um recebe o prêmio? Portanto, corra para obtê-lo. (1 Coríntios 9:24)

Se Paulo era um corredor ou não, muitos Cristãos testemunharam (inclusive eu) que a experiência regular de forçar o próprio corpo além do conforto tem um valor que vai além da saúde física. Afinal de contas, Paulo afirma que o “treinamento corporal tem algum valor”, mesmo quando ele enfatiza que “a piedade tem valor em todos os sentidos”. (1 Timóteo 4:8). E o treinamento corporal é ainda mais valioso quando serve à piedade - quando lições aprendidas com o esforço do corpo se traduzem diretamente nos instintos de uma alma saudável.

Incline-se para a colina

Cada um de nós enfrenta suas próprias colinas todos os dias. Pode começar com levantando da cama. Pode começar com iniciando uma conversação que esperamos ser difícil. Ou começar a trabalhar, estudar ou cuidar do jardim. Todos nós encontramos montanhas, alguns mais outros menos. E quando encontramos, é preciso mais esforço para continuar colocando um pé na frente do outro. Sempre enfrentamos desafios grandes e pequenos. E quando enfrentamos, qual é o nosso padrão? Continuaremos avançando? Diminuímos o ritmo? Parar de uma vez? Ou inclinar-se?

Os colegas corredores talvez conheçam essa sensação. Você está cansando, mas continua se esforçando em direção a linha de chegada. Você se depara com uma colina. Sua resposta natural seria diminuir o ritmo e se esforçar. Parando para caminhar pode parecer tentador. Mas outra mentalidade é se inclinar. Esforce-se para superar isso. Esmague seu corpo com um propósito, como Paulo fez (1 Coríntios 9:27). Gaste mais energia primeiro. Chegue ao topo da colina o quanto antes e depois aproveite a descida.

Uma vez que o corredor aprende quais são as recompensas do outro lado da colina, “inclinar-se” pode se tornar um novo padrão e se torna um instinto a ser desenvolvido no restante da vida - aprendendo a insistir na resistência do que recuar como um reflexo.

Desenvolva o Instinto

É humano e moderno pegar o caminho de menor resistência e evitar as colinas da vida que sabemos que deveríamos escalar todos os dias. Este é uma razão que podemos ser facilmente distraídos. Não são apenas nossos dispositivos mais recentes e os mercadores de atenção experientes que nos enganam para nos distrair. No fundo, queremos ser distraídos. Os seres humanos tem buscado e encontrado distrações por séculos, os meios digitais tornaram isso simplesmente a distração ainda mais fácil. Normalmente, queremos evitar o que sabemos que realmente deveríamos estar fazendo, porque as colinas que mais importam são as mais difíceis de escalar.

É aqui que o “treinamento corporal” e os exercícios ajudam não só o corpo, mas também a vontade. Esforço físico pode ajudar a desenvolver a mentalidade para nos inclinarmos para tarefas às quais resistimos ao invés de evitá-las e procrastiná-las - para “considerar a resistência como um estímulo à ação ao invés de evitá-la” (Mark Forster, Get Everything Done, página 152 - sem tradução para português).

Em vez de reduzir automaticamente a velocidade ou dar meia volta, quando chegamos a uma colina, podemos aprender a nos inclinar. Aprender a ver as colinas certas como oportunidades para produtividade, para o que realmente importa - para “produtividade” genuína nos termos de Deus.

Atualmente, estamos cercados por uma grande quantidade de tecnologias que condicionam nossas almas e corpos a esperar conforto e incentivar nossas mentes a trabalhar calculando os meios mais fáceis em vez dos melhores resultados. Sem intencionalidade, seremos moldados pelo caminho de menor resistência de nossa carne em vez do chamado do Espírito para dar frutos. Se não tomarmos medidas deliberadas para nos elevarmos acima das barras cada vez mais baixas do desconforto na nossa sociedade, seremos puxados para o poço da letargia ao nosso redor. Nos tornaremos (ou continuaremos a ser) modernos, moles, cada vez mais preguiçosos, sedentários e improdutivos.

Mas, em Cristo, temos motivos para seguir em outra direção - para “não sermos conformados com esse mundo, mas nos transformarmos pela renovação de [nossas mentes]” (Romanos 12:2), e corpos. Para apresentá-los como sacrifícios vivos (Romanos 12:1). Na dúvida, não queremos nos limitar ao que é mais fácil. Queremos buscar o que é mais importante, sabendo que essas coisas são normalmente as mais exigentes do ponto de vista mental, emocional e físico.

Olhar através da colina

Uma maneira de aprender a “inclinar-se para a colina” é aprender a olhar para a recompensa. Para o corredor, é “o olhar da fé” que nos estimulam a insistir mais, quando parte de nós preferiria diminuir o ritmo, porque estamos olhando além da colina à nossa frente. Só mais alguns minutos e a colina estará atrás de mim e serei mais feliz por ter me apoiado em vez de ter cedido.

Quanto mais aprendemos a olhar para a recompensa do outro lado da colina, quanto mais - por mais estranho que possa parecer a princípio - aprendemos a saborear a alegria mesmo no lado ruim. Mesmo agora. Os olhos da fé começam a perceber ou a provar, em forma de semente, no momento de dificuldade, a alegria que está por vir. A Fé é uma prova agora, no presente e em seus desconfortos, da recompensa plena que virá.

Quer Paulo tivesse o hábito de correr ou não, ele havia aprendido a se inclinar. Quando ele encontrou conflito em Filipos, ele inclinou-se e pediu que a igreja fizesse o mesmo com ele. “E foi concedido a você que, por causa de Cristo, você não deve somente acreditar Nele, mas também sofre por causa dele, engajando-se no mesmo conflito que você viu que eu tive e agora ouve que ainda tenho” (Filipenses 1:29-30). A resistência ao evangelho desafiou o apóstolo. Mas ele não desistiu. Ele se engajou. Ele se inclinou. Ele continuou correndo e convidou outras pessoas a se juntar a ele.

O mesmo aconteceu em Tessalônica. O conflito veio e Paulo se inclinou. “Embora já tivéssemos sofrido e sido tratados vergonhosamente em Filipos, como você sabe, tínhamos ousadia em nosso Deus para declarar a você o evangelho de Deus em meio a muitos conflitos” (1 Tessalonicenses 2:2). E, no entanto, por mais exemplar se seja, não é o mais magro, mas seu Senhor.

Jesus se inclinou

Jesus “decidiu ir a Jerusalém” (Lucas 9:51). Por que? “Pois não é possível que um profeta morra longe de Jerusalém” (Lucas 13:33). Enfaticamente, este não era o caminho mais fácil, mas o mais difícil. A colina mais alta de todas. Ele disse que morreria, e da pior maneira possível: em uma cruz.

Quando Hebreus nos exorta a “correr com perseverança carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1), ele também nos mostra como: “olhando para Jesus, o fundador e aperfeiçoador da nossa fé’, que se inclinou, olhando para a recompensa - “o qual, pelo prazer que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha e está sentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:2).

A resistência mencionada não é aquela que esperamos: vergonha. Nós nos encolhemos até mesmo ao pensar na angústia física da cruz. E deveríamos, foi literalmente insuportável. E, ainda assim, que os Hebreus destacam aqui não é a dor física, horrível como foi, mas a vergonha. Foi uma execução pública, prolongada e nua numa encruzilhada. A indescritível dor corporal na cruz deveria ter sido igualada, se não superada, pela vergonha.

No entanto, essa dor e essa vergonha não fizeram com que Jesus se retirasse. Ao invés, ele viu a recompensa do outro lado da vergonha. Mesmo quando essas barreiras foram colocadas imediatamente diante do seu rosto, ele olhou para a alegria do outro lado e inclinou-se para a colina.