Encontrando alegria nas nuvens
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Vaneetha Rendall Risner Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Paulo Leite
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Alguns meses atrás, fiz uma descoberta surpreendente.
Nas escrituras, as nuvens estão associadas à própria presença de Deus.
Antes da minha surpreendente observação, minha visão das nuvens tinha sido totalmente negativa. Eu nunca gostei de dias nublados, especialmente quando eles eram acompanhados por tempestades. Eu gosto de dias claros e sol, céu azul e navegação suave.
Mas, enquanto lia o Êxodo, fiquei surpresa ao ver que as nuvens sempre traziam consigo a proximidade de Deus. No deserto, os israelitas reconheceram o Senhor na nuvem, conforme Ele falava dela (Êxodo 19: 9), guiava com ela (Êxodo 13:21) e revelava Sua glória por meio dela (Êxodo 16:10). E no Novo Testamento, Deus se aproximou dos discípulos no Monte da Transfiguração em uma nuvem.
Minha nova visão bíblica das nuvens me deu palavras para descrever e entender um momento profundamente comovente do meu passado, quando o próprio Deus veio a mim nas nuvens. Tinha passado semanas da morte inesperada de nosso bebê, Paul.
Nada parecia seguro
Paul havia nascido com um defeito no coração, mas estava prosperando após a cirurgia que fez ao nascer. Aos dois meses, nós o levamos para um check-up. O cardiologista substituto ficou tão impressionado com o progresso de Paul que suspendeu todos os medicamentos. Eles eram desnecessários.
No começo, eu estava exultante. Paul estava superando as expectativas. Mas a situação mudou rapidamente. Três dias depois, quando me levantei para cuidar dele no meio da noite, Paul gritou e ficou mole. Nós o levamos às pressas para o hospital, mas já era tarde demais. Paul estava morto.
Fiquei atordoada. Eu nunca pensei que algo assim iria acontecer com o nosso bebê. Ou comigo. Eu tinha tido poliomielite quando criança e vivia entrando e saindo do hospital durante toda a minha infância. Presumi que todos tivessem apenas uma grande crise em sua vida e eu já havia passado pela minha. Eu esperava que o resto da minha vida fosse fácil.
Com a morte de Paul, minha teologia e meu mundo estavam desmoronando. Não parecia possível que o Senhor tirasse a vida do meu precioso filho. Deus parecia um estranho para mim. Ele não era confiável. Nada parecia seguro.
A necessidade de proximidade
Três semanas depois de enterrar Paul, eu estava ouvindo música de adoração enquanto dirigia. Embora me sentisse distante de Deus, sabia que precisava Dele. Eu chorava sem parar desde a morte de Paul e sentia um vazio que não desaparecia, nem por um segundo. Eu não sabia como lidar com a situação. Nuvens de tempestade haviam me envolvido e a chuva caía. Todos os dias.
Enquanto dirigia, entreguei tudo o que sabia a Deus. Eu queria confiar nele e abandonei minha exigência de entender tudo. Eu só precisava de Jesus. Eu precisava que Ele se aproximasse de mim. Para me consolar. Para Ele se mostrar para mim.
Ele fez isso.
Em um instante, fui tomada por uma incrível alegria e amor por meu Salvador, pois a presença de Deus encheu meu carro. Era quase mais do que eu poderia entender. Eu sabia que esse momento sagrado ia me mudar. Eu senti a presença do Senhor. Todas as alegrias ou tristezas que eu já tinha vivido empalideceram em comparação. De fato, um dia em Seus domínios é melhor do que mil em outros lugares.
Naquele dia, senti como se me juntasse aos israelitas que viram a glória de Deus na montanha, envolta em nuvens espessas e escuridão profunda.
Superando cada tempestade
Através dessa experiência, há 17 anos, aprendi que, quando a vida está ensolarada, posso receber as bênçãos de Deus, mas a presença Dele não é tão intensa quanto na luta. Não parece que Deus se aproxima tanto sem as nuvens. Há uma intimidade com ele que só experimentei na tempestade furiosa.
Quando a dor me envolve e minha esperança se evapora, preciso clamar a Deus. Eu preciso elogiá-Lo, confiar Nele na chuva ofuscante, saber que Ele é suficiente. E quando eu faço isso, algo extraordinário acontece. Deus me mostra Sua glória.
Esse vislumbre de Sua glória ofusca meu sofrimento. Meu foco não é mais em remover meu desafio; mas sim me estimulo por ter mais dele.
Eu ainda não gosto de nuvens espessas. Mas as chuvas torrenciais que abalaram minha vida fizeram um trabalho profundo em mim. E nas nuvens que as acompanhavam, encontro Jesus, e a glória de Sua presença supera de longe qualquer tempestade.