Deus Quer que Você Peça Novamente
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Marshall Segal Sobre Oração
Tradução por Anna França
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Que oração você já desistiu de fazer?
Todos nós temos orações profundas, orações sensíveis que temos feito repetidamente, mas que parece ficar um pouco mais pesado a cada semana, mês e ano que passa. Por alívio físico, ou cura, ou força. Por uma nova posição ou oportunidade no trabalho. Para que a luta enfim acabe. Por pureza. Pela salvação de alguém que amamos desesperadamente.
À medida que os anos passam, quilômetros podem começar a surgir entre nossa mente e nossos joelhos — entre nosso desejo que Deus aja de algum modo dramático e nosso entusiasmo para orar e pedir novamente.
Ele nos pede que o chamemos de “Pai”, mas às vezes pode parecer que ele está ocupado demais com coisas mais importantes. Ele está por aí, salvando o mundo inteiro, enquanto nós estamos aqui nos nossos quartinhos, nos preocupando com as pequenas provações do amanhã. Ele está por aí, cobrindo o globo com sua glória, enquanto nós estamos de joelhos em casa pedindo por algo menor e menos significante.
Mas em Cristo nossas provações não são triviais aos seus olhos. O peso que carregamos não é pequeno nem irrelevante para ele. Seus propósitos globais não o afastam de nós. Nossas orações não estão nas periferias de suas prioridades, porque nossas provações e orações são profunda e intimamente ligadas ao seu maior cargo como bom Pai: sua própria glória.
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Maior Motivo para Orar
John Piper diz: “O grande alicerce da esperança, o grande motivo para orar, é o maravilhoso compromisso de Deus com seu nome. O prazer que ele tem em seu renome é o penhor e a paixão de sua prontidão para perdoar e salvar aqueles que levantam sua bandeira e se lançam em sua promessa e misericórdia” (Os Prazeres de Deus, 107).
Nós só começaremos a acreditar que Deus não tem tempo para nossas orações quando nós começarmos a nos divorciar de sua glória — quando nós desconectamos sua ação em nossas vidas do fato de que ele é glorificado em nossas vidas. Deus não cessará de fazer o bem para seus filhos, mesmo nos mais minutos e mundanos detalhes, porque seu nome está em jogo mesmo nos mais minutos e mundanos detalhes. Se ele ignorasse nossas preces, ele seria um Deus pouco confiável e um Pai negligente. Ele seria menos glorioso.
Nosso Deus e Pai liga sua tenra misericórdia e seu amoroso cuidado conosco ao seu renome no mundo:
“Por amor do meu nome, eu adio a minha ira;
por amor do meu louvor, eu a contenho,
para que você não seja eliminado.
Veja, eu refinei você, embora não como prata;
eu o provei na fornalha da aflição.
Por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo, eu faço isso.
Como posso permitir que eu mesmo seja difamado?
Não darei a minha glória a outrem.” (Isaías 48:9–11).
Bons pais terrenos não falam assim: “Por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo…” Mas nosso único, extraordinariamente bom, Pai celestial — o primeiro e melhor pai — sim, ama seus filhos dessa maneira, e isso é boa notícia. Seu prazer em seu próprio nome aperfeiçoa seu amor por nós e inclina seus ouvidos às nossas orações. O profeta Daniel sabia disso e orava: “Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! Por amor de ti, meu Deus, não te demores” (Daniel 9:19). Ouve-me, Senhor, por amor de ti — uma oração estranha, mas profundamente promissora e encorajadora.
Santificado Seja o Teu Nome
Ao persistirmos em oração por meses e anos, estaremos alinhando nossos corações à misteriosa beleza do primeiro verso da Oração Sacerdotal de Jesus:
“Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.” (Mateus 6:9)
O aspecto mais surpreendente não é que Deus é tão abertamente comprometido com sua própria glória, mas que ele poderia nos amar, e não só nos amar, mas nos adotar — e ser nosso Pai. “Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu, a ponto de sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos!” (1 João 3:1). Tim Keller se maravilha com o fato de que em Cristo “Temos o relacionamento mais indestrutível e íntimo possível com o Deus do universo” (Oração, 69) e R.C. Sproul diz que chamar Deus de “Pai” afirma a “própria singularidade do cristianismo” (A Oração Sacerdotal de Jesus, 23).
Jesus nos ensina a chamar Deus de “Pai nosso”. Essas duas palavras estão repletas de mais esperança e maravilha e segurança do que somos capazes de sentir. Mas então Jesus ancora toda a sua oração na santificação do nome de nosso Pai. Como pode Deus ser um bom pai e estar tão focado em si mesmo? Porque a bondade da paternidade de Deus está intimamente ligada ao seu amor por seu próprio renome.
Seu desejo por sua própria glória não limita o quanto ele nos ama, mas libera seu amor em maiores profundidades e de ainda mais maneiras.
Ele Quer que Você Peça
Deus quer que você peça novamente — por cura, por reconciliação, por salvação — porque Deus ama revelar sua força e sabedoria e poder novamente. E porque ele lhe ama. E porque ele lhe ama, ele quer que você veja e experimente mais de sua glória. Em oração — no que pedimos com fé — pedimos para ver mais dele. Os detalhes de nossas orações específicas são reais e importantes, mas o fio que liga todas elas — a oração das orações — continua a mesma: “Peço‑te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33:18).
Sua glória não o distrai de nossas preces — dos clamores pelo pão diário, por perdão pelos nossos pecados, e por proteção de tentação. Sua glória o guia às nossas verdadeiras necessidades. Porque ele tem prazer em seu nome, ele irá nos amar com paterna ferocidade — não indiferença, relutância ou impaciência.
Se visualizarmos Deus tirando uma folga de coisas mais importantes para tratar de nossos pequenas vontades e necessidades, passaremos logo a suspeitar que ele não tenha tempo para nós ou que não somos uma prioridade. Mas se tratar de nossas pequenas vontades e necessidades, na verdade, tem um papel em seu propósito maior, podemos ter a confiança de que ele não vai parar de ouvir nossas orações. Ele quer que peçamos novamente, não simplesmente porque ele nos mandou orar, mas porque quando oramos, abrimos mais uma janela para que sua glória seja revelada.
Uma Coisa Pedi
Mas será que sua glória é uma boa notícia para nós? Ela é, se orarmos como o Rei Davi:
Uma coisa pedi ao Senhor
e a buscarei:
que eu possa habitar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida,
para contemplar a bondade do Senhor
e buscar a sua orientação no seu templo. (Salmos 27:4).
Podemos cair em rotinas em que pedimos por praticamente tudo, menos isso — por pão, perdão, proteção, cura, orientação, reconciliação, mas não por glória. Mas quando oramos, estamos consistentemente ansiando e pedindo para ver e espalhar a beleza de Deus?
Se podemos dizer que a uma coisa de Davi é a nossa uma coisa, não ficaremos ressentidos com Deus por fazer de nossas orações ocasiões para sua glória. Sua glória será música para os ouvidos de nossa alma. À medida que oramos e pedimos novamente, contemplaremos novamente. E vamos querer que outros contemplem conosco. Sua glória dentro e através de nós será lindo para nós, porque vamos querer ver sua glória mais do que qualquer outra coisa. Vamos querer sua glória mais do que o que quer que oremos por nós mesmos.
Da próxima vez que sua paciência e paixão vacilarem na oração, lembre-se do que Jesus pediu por você em oração: “Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo” (João 17:24). Aguente firme e peça dele novamente. Seu Pai ama responder suas orações com sua glória. E porque ele ama sua própria glória, ele lhe amará em toda circunstância e provação, trazendo-lhe mais dele mesmo.
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