Deixe de Lado o Peso do "Eu Nunca Vou Mudar"
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Ana Cristina Bonetti
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Todos nós precisamos aceitar a maneira como somos. Mas há dois jeitos pelos quais devemos fazer isso. O primeiro é cultivar a satisfação com quem Deus nos designou para ser, o que resulta em uma maravilhosa libertação de tentar ser alguém que não somos. O segundo é deixar de lado o peso da resignação fatalista de que nunca seremos diferentes do que somos, o que resulta na escravidão às nossas predileções pecaminosas.
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Cultivando a Satisfação e Combatendo o Fatalismo
Cultivar satisfação na pessoa que Deus nos designou para ser é com base em nossa crença nas gloriosas verdades do evangelho que Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4), nos teceu no ventre de nossa mãe (Salmos 139:13), nos fez nascer de novo (1 Pedro 1:3) para que agora sejamos uma nova criação (2 Coríntios 5:17) que vive pela fé (Gálatas 2:20) no Deus que provê tudo o que precisamos (Filipenses 4:19) para que possamos exclamar com alegria "pela graça de Deus, sou o que sou" (1 Coríntios 15:10)!
Acreditar nessas coisas nos liberta para buscar cada vez mais a liberdade que Jesus nos deu (João 8:36).
Mas pode ser difícil acreditar nelas diante de nossos pecados e fraquezas persistentes, coisas das quais temos plena consciência. Em vez disso, somos tentados a acreditar nas mentiras horríveis e pesadas de que a Graça de Deus para conosco deve, de fato, ser em vão (1 Coríntios 15:10) ou então simplesmente retida por um Pai Celestial desaprovador e insatisfeito, porque continuamos tropeçando nas velhas "muitas maneiras" (Tiago 3:2) e nunca, pelo menos nessa era, realmente seremos "mais que vencedores" (Romanos 8:37).
Acreditar nessas coisas nos confina a viver no medo, na vergonha e na apatia da resignação fatalista. Acreditamos na ilusão sedutora, sugadora de esperanças, esgotadora de energias e no engano da autopiedade de que "eu nunca vou mudar". O poder destrutivo dessa mentira vai além de um pecado ou uma fraqueza específicos. Ela cria uma mentalidade de rendição que leva a outros tipos de autoindulgência, agravando nosso problema e nossa sensação de derrota.
Devemos lutar para levar essas mentiras cativas e destruir seus argumentos fatalistas (2 Coríntios 10:5) para que possamos deixar de lado o peso de seus pecados (Hebreus 12:1).
A Chave para o Poder Transformador
A verdade é que o que nos impede de experimentar a mudança não é a falta de poder, mas a falta de fé. Quando Jesus disse "sem mim vocês não podem fazer nada" (João 15:5), seu ponto era que "tudo podemos naquele que nos fortalece" (Filipenses 4:13). Porque "tudo é possível àquele que crê" (Marcos 9:23).
Na luta contra o pecado e na busca pela transformação, a Bíblia apela quase exclusivamente à nossa fé como o canal pelo qual flui o poder do Espírito. Aqui está um exemplo bem conhecido:
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que vocês experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:2)
A chave para não sermos pressionados ao pecado mundano, a chave para o poder transformador é uma mudança (uma renovação) da mente. Como é essa mudança da mente? Parece uma mudança de crença. É crer e escolher agir de acordo com o que Jesus promete e não com o que o mundo e todos os seus vícios escravizadores prometem.
Fique Farto!
Agora, se você é um leitor regular desse blog ou se você é cristão há algum tempo, sabe disso. O que você pode se pegar dizendo é "é muito mais fácil falar do que fazer". Concordo. Todos nós admitimos: hábitos pecaminosos e vícios são difíceis de abandonar, alguns mais do que outros. Eu sou um pecador com um terrível pecado interno. Sei por experiência própria que a luta para mudar a mente pode ser difícil. E tenho entres queridos que passaram ou estão passando por questões de pecado muito difíceis, algumas delas efeitos de pecados indizíveis cometidos contra eles.
Mas vamos admitir isso também: precisamos de menos choramingos e lamúrias sobre como é difícil mudar, como não sabemos como ou por onde começar e como nunca conseguimos manter nossas resoluções, etc, ad nauseam1. Isso tem sido, muitas vezes, uma cortina de fumaça para a nossa falta de vontade de mudar. Ou temos sido covardes, deixando o pecado nos aprisionar porque prezamos tanto pelas nossas preciosas reputações que não pedimos ajuda a ninguém. Muitas vezes nossas tentativas de transformação têm sido meia-boca porque somos orgulhosos, indulgentes e autocompassivos. E não cremos em Jesus.
Chega um momento em que não precisamos mais de sermões, seminários, livros ou tutoriais. O que precisamos é de uma justa indignação por termos nos deixado ser presos ao pecado habitual e à indulgência por uma mentalidade — um argumento maligno (2 Coríntios 10:5)! Precisamos nos cansar de "lutar" e começar a crer em Deus. Precisamos decidir parar de descrer em Jesus e começar a crer (João 20:27) e começar a levar a sérios textos como estes:
- Permaneçam firmes na liberdade para a qual Cristo nos libertou e não se submetam novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5:1)
- Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. (1 Pedro 2:16)
- Portanto, não permitam que o pecado reine no corpo mortal de vocês, levando‑os a obedecer aos desejos malignos dele. . . . Assim, o pecado não deve ter domínio sobre vocês, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça. (Romanos 6:12, 14)
- Portanto, submetam‑se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês. (Tiago 4:7)
Temos que nos cansar dessa felicidade insignificante de poça de lama! As promessas de Jesus são dez mil vezes melhores e vale a pena suportar algum desconforto ou sofrimento para obtê-las!
A Graça da Mudança Lenta
Perseguir a transformação através de uma mente renovada não significa que a mudança necessariamente virá rápido. A mudança costuma ser bem lenta. Às vezes, isso ocorre porque nós "demoramos para crer" (Lucas 24:25). Mas Deus também tem seus propósitos maravilhosos ao nos santificar lentamente.
Mudanças lentas produzem em nós frutos espirituais que Deus valoriza muito, talvez mais do que nós, frutos como paciência, humildade, bondade, mansidão, perseverança e domínio próprio. E fé. Mudanças lentas frequentemente nos levam a vasculhar a Palavra em busca de confiança, um exercício que traz muitos benefícios.
A mudança lenta também nos dá visão sobre outros propósitos de Deus. Há um tema forte e consistente em toda a Bíblia sobre os santos esperando em Deus. Pense em como Deus chamou Abraão, Jacó, José, Israel no Egito, Ana, Davi, Daniel e muitos outros para esperarem por ele. Pense em quanto tempo Israel esperou pelo tão esperado Jesus. E pense em como a igreja tem esperado pela tão esperada "revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Coríntios 1:7).
Muitas vezes, há mais em nossa espera do que compreendemos. O conceito de tempo de Deus é diferente do nosso e, portanto, Deus não é lento, como tendemos a pensar (2 Pedro 3:9). Ele está trabalhando pacientemente para nos conformar à sua imagem (Romanos 8:29) e, portanto, uma obra muito boa está sendo realizada em nossa espera. "O Senhor é bom para com aqueles cuja esperança está nele" (Lamentações 3:25); eles "renovam suas forças" (Isaías 40:31).
Deixe a Mentira de Lado
Não precisamos carregar o pesa da mentira de que nunca mais mudaremos. Podemos deixá-lo de lado hoje e correr a corrida crendo na alegra promessa de que "aquele que começou a boa obra em vocês [nós] há de completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6).
E a obra de hoje: Acabe com as desculpas e seja transformado pela renovação da sua mente.
Notas do Tradutor
1ad nauseam: do latim, significa “até provocar náuseas”