Cristo E Aqueles Que Estão Nele Nunca Morrerão

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English: Christ and Those in Him Will Never Die Again

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Por John Piper Sobre Certeza de Salvação

Tradução por Fernanda Sanz

Domingo de Páscoa

Romanos 6:1-11

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morreremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo: para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos., sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Introdução: Uma Confissão

Quero começar com uma confissão esta manhã. A confissão é que: eu tenho uma forte nostalgia anexada à palavra “existencialismo.”

Minha Nostalgia Anexada à Palavra “Existencialismo”

A razão pela qual eu digo que é uma nostalgia é porque era parte do ar que nós adolescentes respirávamos nos anos 1960. – junto com Vietnã e os Beatles e a Sonny e Cher e Peter, Paul, e Mary e The Mamas and the Papas e Dylan Thomas e John F. Kennedy e Direitos Civis e Martin Luther King e John Sandberg e Neil Armstrong e Hippies e Haight Ashbury e LSD e Jesus People e Cassius Clay e C. S. Lewis e a morte de Deus. Para mencionar algumas das coisas que respirávamos naqueles dias.

Fiz 14 anos em 1960 e fiz 24 anos em 1970. Esses foram anos um tanto quanto tumultuosos na vida de um jovem. – 14 para 24. Puberdade, espinhas, ensino médio, universidade, casamento, seminário – tudo aconteceu nos anos 60. E permeando o ar que respirávamos nos anos 60 estava esta coisa quase indefinível do “existencialismo.”

Não a visão sem Deus e desesperançosa

Como uma visão formada que era sem Deus e sem esperança. Albert Camus colocou-a no drama do absurdo, e Jean Paul Sartre colocou-a em novelas, e Martin Heidegger colocou-a em grandes livros de filosofia. Não existe medida ou padrão fixo no qual deve-se viver. Existe apenas existência crua e radical, liberdade sem raízes. Viver é um absurdo.

Mas o Espírito Daqueles Dias

Mas nos anos 60 aquela desesperança, visão de mundo vazia, ainda não havia produzido as orgias da licença sexual dos anos 70 ou a avalanche de egos dos anos 80. Nos anos 60 ainda havia ventos morais consideravelmente fortes soprando. Ainda podíamos cantar, “A resposta, meu amigo, está soprando no vento. A resposta está soprando no vento.”

E para muitos de nós, ouvimos a resposta no evangelho de Jesus Cristo o Filho de Deus, que viveu e amou como ninguém jamais havia vivido antes ou desde então; que escolheu sofrer e morrer para carregar os pecados de outros; que ressurgiu dos mortos para dar esperança além da futilidade dessa vida; e que preenche seu povo com seu Espírito hoje para ajudá-los a viver da maneira que Ele viveu e trazer para eles vida e alegria eternas.

Alguns de nós ouviu essa resposta nos livros de C.S.Lewis, alguns nos ecos de Søren Kierkegaard, alguns de Dietrich Bonhoeffer, alguns na voz de Martin Luther King, alguns ouviram de milhares de crianças desconhecidas com cabelos longos e miçangas e sandalhas e uma Bíblia, em algum lugar entre São Francisco e Kabul, Afeganistão.

E uma coisa que esses mensageiros tinham em comum foi o espírito do existencialismo – não a visao de mundo desesperançosa, mas o espírito de existência radical e apaixonada – o espírito que vida sem paixão e risco e compromisso é falsa – não importa o quão objetivo e real seja, não importa o quão provável e certo e ordenado seja – a vida é falsa se nós não nos jogarmos nela com paixão e risco.

Kierkegaard, Bonhoffer, e Lewis

Kierkegaard jogou todo seu peso existencial contra a ortodoxia morta da igreja da Dinamarca onde a fé era simplesmente um bocejo dizendo sim, sim para credos e batismos e conformações e cerimônias. Lembro de ler o livro Pureza de Coração É Querer Uma Coisa, e sentir como se eu estivesse no topo de uma alta montanha sem nenhuma nuvem. Chad Walsh chamou isso de terapia de choque.

Bonhoeffer levou a igreja confessional na Alemanha a ir contra o compromisso do Terceiro Reich e pagou com a sua vida.

Portanto milhares de nós lemos seus livros, Resistência e Submissão: Cartas e Anotações Escritas na Prisão, com um senso de paixão existencial que temos por poucos outros livros.

E mesmo C.S.Lewis tem o aroma do existencialismo quando ele diz coisas como, “A salvação de uma única alma é mais importante que a produção ou preservação de todas as epopeias e tragédias do mundo.”[1]

Cicatrizes e Pontos Fortes Decorrentes Dessas Experiências

Minha confissão é que eu cresci de menino à homem em uma atmosfera de existencialismo – em uma atmosfera que dizia , “Se você irá brincar com sua religião, ou se irá brincar com a sua carreira acadêmica, não brinque perto de mim. Porque a única fé que admiro é a fé real, de coração, que arrisca, muda vidas, fé existencial. E os únicos acadêmicos que admiro são aqueles que são movidos por uma paixão pela verdade e amor e Deus e vida eterna.

Isto realmente é uma confissão. Porque estou pelo menos parcialmente consciente do lado ruim de ter crescido nessa atmosfera de existencialismo. Não sou, por exemplo, muito paciente com o status quo Cristianismo – quando pessoas em nome de Cristo usam dinheiro, vocação e lazer como o resto do mundo. Impaciência não é uma virtude. A raiva que sinto com falsidade e hipocrisia engole a compaixão pelos mais fracos e paciência com pessoas no meio de processos. Não há nenhum ponto em um pastor tentando esconder essas coisas. É onde eu luto e onde peço que vocês orem por mim. Essas são cicatrizes , e também pontos fortes, deixados pelos anos 60.

Mas o que isto tem a ver com manhã de Domingo de Páscoa e a ressurreição de Jesus Cristo do mortos? Tentarei te mostrar.

Quatro Fatos Sobre a Ressurreição de Tirar o Fôlego

Vejo nesse texto quatro fatos sobre a ressurreição de tirar o fôlego. E não estamos falando aqui sobre reencarnação ou sobre sair do corpo ou sobre fantasmas ou sobre espíritos ou qualquer coisa parecida. Estamos falando corpo e alma e espírito de Cristo como uma pessoa saindo da sepultura e algum dia seus discípulos o seguindo da mesma maneira.

Aqui estão os quatro fatos: 1) Versículo 4: “Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai.” 2) Versículo 9: “Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.” 3) Versículo 8: “Já morremos com Cristo” – aqueles que creem em Cristo estão unidos com ele (Colossenses 2:12; Gálatas 3:26). Quando cremos em Cristo, somos identificados com ele de modo que o que acontece com ele, acontece conosco. Nossa fé é expressada no batismo: somos sepultados com ele no batismo (v.2); morremos com ele. 4) Versículo 5: “Se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos na semelhança de sua ressurreição.” Nós também iremos ressuscitar. E iremos ressuscitar como ele – para nunca morrermos novamente. A morte não tem domínio sobre nós.

  1. Cristo ressuscitou dos mortos
  2. Cristo nunca irá morrer novamente. Ele reina triunfantemente sobre a morte.
  3. Pela fé nós somos unidos com Cristo e morremos com ele.
  4. Nós iremos ressuscitar como ele ressuscitou e viveremos com ele eternamente.

Lendo esses fatos surpreendentes no decorrer de semanas, o realista bíblico em mim disse, “Existem alguns argumentos realmente bons para compartilhar no Domingo de manhã sobre o por que vocês devem acreditar nesses quatro fatos.” E então o existencialista em mim disse, “Sim, mas um sermão é bem curto, e se eles ouvirem esses argumentos e disserem, ‘É uma religião interessante. Obrigado pelo sermão motivacional. Agora vamos para o jantar do Domingo de Pascoa’?”

E eu esperei enormemente que esta manhã fosse um encontro existencial com essas realidade e não meramente uma conscientização intelectual deles. Aqui está aquela palavra novamente.

Um Encontro Existencial com a Verdade

A diferença é esta. Suponha que em uma certa tarde você esteja na sua cozinha escutando as notícias e você ouve no rádio que no ano passado em Minnesota 30 crianças brincando perto da rua foram mortas por motoristas. Você escuta isso e talvez se espante e diga, “Que tragédia. Deve ser difícil para os pais.” Então você passa adiante para a próxima notícia.

E então de repente a porta da frente abre em um solavanco e seu filho de 12 anos entra em casa gritando que o seu filho de 9 anos acabou de ser atropelado por um carro que desviou para o meio-fio e o pegou na calçada. Agora essa notícia é diferente.

A primeira notícia era verdade. Você não duvidou dela. Havia evidências disso. Poderia provavelmente ser provada. Mas agora aqui estava uma notícia que alcança o centro do seu ser. Mexe com você. Tudo em você se torna vivo para essa realidade que é o seu filho. Toca a sua existência. Irá mudar tudo em sua vida. Irá quebra seu coração. Irá despedaçar as coisas de maneira que nunca antes acontecera em sua vida.

Enquanto leio esses fatos: Cristo ressuscitou dos mortos; Cristo nunca irá morrer novamente; Eu morri com Cristo; e Eu irei ressuscitar como Cristo e com ele viver eternamente – quando leio de novo e de novo, eu desejo que você que está aqui hoje não ouvir isso como meramente informações prováveis de algumas afirmações religiosas, mas como o choro de seu filho entrando pela porta. “Tem a ver com você! É sua morte e sua vida e sua esperança.”

A História de Levi-Yitzhak

Lembrei-me da história que recentemente li sobre um rabino ucraniano, Levi-Yitzhak. Ele foi confrontado por um filósofo ateu que desfiou uma lista de argumentos contra a existência de Deus pensando que o rabino iria aceitar o desafio intelectual, o que ele poderia facilmente ter feito. Porém o rabino agiu de maneira diferente à que o filósofo esperava. Ele simplesmente o olhou direto nos olhos e gentilmente disse, “E se, depois de tudo, for verdade que Deus existe? Diga-me, e se for verdade?”

Pela graça de Deus aquele tornou-se um momento existencial para o filósofo. Ele foi balançado. Essas palavras o deixaram inquieto mais do que todos os argumentos que ele ouvira até então. Ele veio a sentir pela primeira vez o quão vulnerável ele era diante do Deus vivo. Não havia mais tempo para fazer jogos intelectuais. Seu mundo chegou a um fim e ele foi aberto para a verdade e foi persuadido a tornar-se alguém que crê.

E Se For Verdade?

Então é isso que quero lhe perguntar esta manhã: E se for verdade que Cristo ressuscitou dos mortos; que ele nunca irá morrer novamente e que a morte não tem domínio sobre ele e ele é o Rei do Universo; que pela fé nós somos unidos com Cristo em sua morte e ressuscitamos seremos com ele para a viver eternamente? E se for verdade – não apenas como fatos e notícias do radio em algum lugar por aí, mas como a verdade que é ouvida da boca de uma criança e, em um momento, muda tudo?

Deixe-me introduzi-lo às respostas pela Bíblia:

Se for verdade, . . .

O testemunho de Deus nas Escrituras, o testemunho de todos os mártires e todo o povo de Deus durante dois mil anos, é que estas coisas são realmente assim.[2] Permita que sua resposta seja uma vida de fé e amor e alegria e adoração.

  1. C.S.Lewis, Christian Reflections, Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Co., 1967, p. 10.
  2. Para mostrar-lhe boas razões de que você pode aceitar essas afirmações como verdade, veja o Apêndice 2, “Is the Bible a Reliable Guide to Lasting Joy” em Desiring God: Meditations of a Christian Hedonist, Portland: Multnomah Press, 1986, pp. 239–250.