Como as pessoas deturpam a Pessoa e a Obra de Cristo?
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Sinclair Ferguson Sobre Ministério Pastoral
Tradução por Fabio Galdi
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Há muitos anos, houve um movimento estudantil que ficou conhecido como “A busca pelo Jesus histórico”. Estudantes disseram: “Vamos olhar por trás dos Evangélios para descobrir quem realmente era Jesus, e como ele era exatamente”. Então, reuniram pedaços e porções do testemunho dos Evangélios e montaram uma imagem de Cristo. Uma das coisas mais inteligentes que foi dita sobre este movimento foi que estes estudantes eram como pessoas olhando para dentro de um poço para encontrar Jesus, mas não perceberam que o “Jesus” que viram foi, na verdade, simplesmente um reflexo de si mesmos na água do fundo do poço!
Às vezes sinto que isto foi exatamente o que aconteceu com o evangelismo popular. Nosso “Jesus” é, no fim das contas, um reflexo de nós mesmos. O perigo constante que existe quando deixamos de simplesmente abrir as Escrituras e escutar o testemunho real sobre Jesus é este: criamos um Jesus à nossa própria imagem, normalmente domesticada. Infelizmente, muito do que predomina na mídia Cristã cai nessa armadilha. Qualquer Jesus que não seja ao mesmo tempo Salvador e Senhor, Cordeiro Santo de Deus e Rei Soberano, não pode ser o Jesus dos Evangélios. E um Jesus que não nos convide a um discipulado de sacrifício e, sim, doloroso, não pode ser o verdadeiro Jesus.
Frequentemente penso que o perigo que corremos sendo evangélicos é que utilizamos o que eu, vergonhosamente, chamo de Método “onde está Wally” de leitura dos Evangélios. Lembram-se do Wally – aquele rapaz com suéter listrado em vermelho e branco, em meio a grandes multidões? O objetivo dos livros do Wally era que o leitor tentasse encontrá-lo. Muitas pessoas leem os Evangélios dessa forma, sempre se perguntando: “O que isto tem a dizer sobre mim?”. Mas isso significa que, no fim das contas, estaremos buscando o que eles têm a dizer sobre mim, sobre minha vida e sobre minha melhora. Sim, os Evangélios tem muito a dizer sobre mim. Mas eles não são sobre mim…são sobre Cristo. E precisamos escutá-los e ensiná-los, ou melhor, aprendermos com eles e com o Jesus de que eles falam.