Assuma o melhor dos outros
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Greg Morse Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Norma Valéria von Seehausen Uhl
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O amor resiliente em uma era de suspeita
Eu não via o pecado até ver o efeito que ele começou a ter sobre a minha esposa. Antes vivaz, infantil e radiante, ela começou a brincar menos impulsivamente e a rir menos livremente. Ela ficou mais quieta, com menos energia e menos ela mesma. Meu lírio bonito caiu diante de mim.
Como qualquer marido faria, eu quis ajudar. O que causou a mudança, perguntei um dia. Logo desenterrei a fonte que eu não esperava: eu. Meu cinismo geral em relação às pessoas — como ervas daninhas na grama — não estava apenas comigo. As minhas suspeitas estavam se tornando as dela.
O cinismo e a suspeita, eu sei em primeira mão, rastejam em nossas mentes e nos fazem traidores de nós mesmos, perigosos para as nossas famílias e toxinas para as nossas igrejas. Nossas suspeitas podem nos fazer atacar aqueles que nos são mais queridos. Elas contêm uma profecia autorrealizável: quanto mais suspeitamos, mais razões encontramos para suspeitar; quanto mais desconfiamos, mais razões encontramos para desconfiar. Cada rangido no chão se torna um ladrão.
Pensar o pior dos nossos entes queridos ou dos nossos vizinhos é injusto e frequentemente duvidoso e isso passa também facilmente despercebido. Ainda se nossos pecados foram (imaginavelmente) perdoados por Deus — e em Cristo, eles foram — então nós fomos libertados para abandonar as nossas suspeitas sutis, a nossa desconfiança padrão e assumir o melhor dos outros.
Amor em uma era de suspeita
Como homens e mulheres caídos, a tendência do pecado naturalmente nos tenta a dizer no espírito do rei Lear, " sou um homem contra os pecadores muito mais do que pequei." Sem sermos ensinados, vemos facilmente a maioria dos nossos problema "lá fora," com outras pessoas. O pecado deles contra mim, não o meu pecado contra um Deus Santo, me preocupa mais. E quando esse é o nosso foco, somos rápidos para falar e lentos para escutar, rápidos para descartar e lentos para suportar, rápidos para suspeitar e lentos para perdoar.
No entanto, oponha esse espírito ao espírito do amor, ao espírito de Cristo, ao espírito do cristão:
O amor é paciente e bondoso, o amor não inveja ou se vangloriza, não é arrogante ou grosseiro. Ele não insiste em seu próprio camiho, ele não é irritável ou ressentido, ele não se alegra com a injustiça, mas com a verdade. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Corintios 13:4–7)
O espírito da era assume o pior do comentário confuso do seu vizinho. O espírito de um cristão assume o mais razoável de seu vizinho, interpretando-o como ele quer ser interpretado.
O espírito da carne é injustiçado por um membro da igreja e faz fofocas ou comentários passivo-agressivos online. O espírito de um cristão verifica se há ciscos em seu próprio olho (Mateus 7:3–5) — consciente que ele é um “homem pecando mais do que pecou contra” — limita caridosamente os seus julgamentos para o que ele pode perceber claramente e então, quer se aproximar da pessoa e discutir isso com ela diretamente como um irmão (Mateus 18:15).
Em vez de invejar a influência ou a riqueza de alguém, em vez de ser arrogante ou grosseiro, em vez de maridos insistindo como um papa nos seus próprios caminhos ou de esposas sendo irritavéis e ressentidas, o amor cristão é fortalecido e equipado para ser diferente — na família, na igreja e no mundo. Quando a suspeita sufoca o riso e a desconfiança destrói as amizades, o povo de Deus deveria brilhar em nosso mundo cínico — suportando tudo, esperando tudo e crendo em tudo (1 Coríntios 13:7).
Essa comunidade de amor, graça e paciência cresce lentamente, mas com segurança. De forma imperfeita, com desvios e contratempos ao longo da estrada, mas verdadeira e progressiva. Esta é a herança do povo habitado pelo espírito de Deus e o que nos torna uma testemunha para um mundo observador e com garras. "Por isso, todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês tiverem amor um pelos outros" (João 13:35).
Livre para assumir o melhor
Então, o que eles veem? Eles veem famílias entregues às leis do amor e do perdão de Cristo, feeds de mídia social surpreendentemente livres de julgamentos rápidos, comunidades imperfeitas cheias de esperança e gentileza, igrejas que suportam os fardos umas das outras e que rapidamente dão o benefício da dúvida aos companheiros pelos quais Cristo morreu? Ou eles veem mais da mesma divisão, desconfiança e desunião?
"Seria melhor ser cem vezes enganado,"Charles Spurgeon declara aos seus alunos, "do que viver uma vida de suspeita" (Palestras para meus alunos, 327). Isso não lhe parece verdade? Melhor ignorar a possível ofensa no email dela, o possível insulto nas ações dele, o possível desrespeito naquele texto ou tweet. Frequentemente, é melhor ignorar o possível racismo, o possível sexismo, a possível insensibilidade, grosseria e pecado — mesmo onde eles poderiam existir. Onde o pecado é aparente, as coisas podem mudar, mas a suspeita teria nos feito confrontar possíveis pecados com a mesma convicção e gravidade dos óbvios.
Realmente fomos libertos por Cristo para esperarmos o melhor, para assumirmos o melhor das intenções dos outros e deixarmos os pecados secretos dos outros para o seu Criador. Este é o amor que cobre uma multidão de pecados, reais ou imaginários; esta é a glória de uma pessoa piedosa que passa por cima das afrontas: "O bom senso faz o homem reter a sua ira, e a sua glória é passar por cima das ofensas" (Provérbios 19:11).
Crianças do dia
Como cristãos, fomos comprados por um preço, não somos mais nossos, vivemos para Cristo. Spurgeon aponta isso para seus alunos como o antídoto:
Irmãos, evitem esse vício [da suspeita habitual] renunciando ao amor próprio. Considere isto como uma pequena questão, o que os homens pensam ou dizem sobre você, e se preocupe apenas para o tratamento deles ao seu Senhor. (328)
Como sou tratado, como estou sendo fortalecido, como estou sendo compreendido, visto e conhecido, não é o negócio da vida cristã. Como somos considerados — embora não seja importante — não é mais tudo em tudo. Como falam de nós pelas nossas costas, como nos tratam nas câmaras invisíveis de suas mentes, se gostam de nós ou não ou o que o fulano realmente pretendia, é algo muito rastejante para consumir uma vida nascida de novo.
Enquanto os presunçosos — e assim autoaprisionados — enfraquecem as flores bonitas ao seu redor, Cristo levanta os lírios caídos e nos ensina a crer em todas as coisas, especialmente com outros fiéis. Amar a Deus com tudo e o próximo como a nós mesmos, dá a luz do sol e a benção para os nossos relacionamentos, carne e bebida frescas para as nossas próprias almas e obediência e honra para o nome de Cristo.
Você desconfia dos outros? Todos nós vivemos tempo suficiente "passando nossos dias em malícia e inveja, odiados pelos outros e odiando uns aos outros" (Tito 3:3). Cristo nos convida para sairmos das sombras da desconfiança, para vivermos na luz do sol como filhos do dia, crendo em todas as coisas, esperando todas as coisas e suportando todas as coisas (1 Coríntios 13:7). Este é o ar do alto — o ar que nos manterá saudáveis e unidos nesta era poluida e de desconfiança;