As pessoas comuns que Deus escolheu
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Desiring God Staff Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Daniele Weidle
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Aprendendo a amar a igreja local
Não sou atleta. Não sou competitivo. Não gosto de suar. Tenho dificuldade para lembrar as regras dos jogos. O único esporte organizado no meu currículo de vida é o nado sincronizado, do qual participei por dois anos no período da faculdade - uma exceção singular que apenas confirma a regra.
Mas para uma pessoa que não gosta de eventos esportivos, eu assisto a muitos deles. Eu já senti frio nas arquibancadas de madeira durante jogos de futebol americano universitário na neve. Eu já me queimei ao sol no campo externo em jogos de beisebol da liga secundária (e principal). Eu já cobri meus ouvidos durante jogos de basquete ensurdecedores. Eu já me encolhi e estremeci em jogos de hóquei no gelo. Eu já cheguei cedo para o treino de rebatidas e fiquei até tarde para ver os fogos de artifício.
E eu não apenas assisto. Eu uso as cores do time. Eu canto o hino do time. Eu roo as unhas no final da nona entrada. Quando ganhamos, eu comemoro. Quando perdemos, fico genuinamente decepcionado.
Minha atitude surpreendente tem uma explicação: eu amo pessoas que amam esportes. As pessoas da minha família amam gols, jogadas e pênaltis, então, com o tempo, aprendi a gostar dessas coisas também. O que eles amam, eu quero amar também.
Às vezes, a igreja local pode parecer para nós como um evento esportivo para um não atleta, um programa de culinária para alguém que cozinha no micro-ondas ou um clube do livro para alguém que não gosta de ler. Pode parecer um grande alarde por algo insignificante e muito trabalho com resultados pouco impressionantes. Semana após semana, as pessoas comuns da nossa congregação local se reúnem para fazer as mesmas coisas da mesma forma, seguido por café velho servido em mesas de plástico em um porão úmido. Podemos nos perguntar: por que se dar ao trabalho?
A resposta exige que olhemos além das nossas próprias experiências e inclinações - exige que olhemos para o próprio Deus. Tendo sido redimido pelo sangue de Cristo e transformado pela obra do Espírito Santo, amamos a Deus. O que Deus ama, nós queremos amar também. E Deus ama a igreja.
Nosso primeiro amor
Não amamos a Deus desde sempre, obviamente. Para começar, nós o odiávamos. A bíblia nos descreve como inimigos (Romanos 5:10), estrangeiros (Efésios 2:12), rebeldes (Ezequiel 20:38) e difamadores (Romanos 1:30); impuros (Efésios 5:5), desobedientes (Efésios 2:2), sem esperança (Efésios 2:12) e ignorantes (Romanos 10:3). Nossos pecados nos colocaram justamente sob sua ira e descontentamento (Efésios 2:3). Rejeitamos Deus, desprezamos Sua autoridade e ignoramos a Sua boa Lei. Não éramos amáveis nem amorosos.
Mas Ele nos amou. Nos conselhos da eternidade, Ele colocou Seu amor em nós e, com o tempo, enviou Seu amado Filho para morrer por nós, para que pudéssemos entrar em um relacionamento afetuoso com Ele. Ele nos tirou da escravidão e nos trouxe para o alegre círculo de Sua família, tornando-nos Seus filhos privilegiados.
Porque Ele nos amou, agora nós também O amamos. Nosso amor por Deus é abrangente: envolve coração, alma, mente e força (Marcos 12:30). Isso nos controla (2 Coríntios 5:14) e nos compele (João 14:15). Nossos dias, horas e minutos são preenchidos por esse amor. Como o salmista, olhamos ao nosso redor e proclamamos que não há nada em toda a terra que desejemos além de Deus (Salmos 73:25). Ele é o nosso primeiro e grande amor.
O grande amor de Deus
Então, é apropriado que nos perguntemos: o que Deus ama? Para quem já se sentou em bancos que rangem ou cadeiras dobráveis de uma congregação local em uma manhã de domingo, a resposta pode ser surpreendente: Deus ama a igreja.
Veja o que Paulo falou em Efésios:
“... Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.” (Efésios 5:25-27)
O propósito glorioso do plano eterno de redenção de Deus é reunir e aperfeiçoar o seu povo. Jesus veio por causa da igreja.
A igreja é chamada de “amada” mais de trinta vezes no novo testamento. Isso não se deve ao fato de que as pessoas comuns e, às vezes, desajeitadas que se reúnem aos domingos sejam adoráveis, mas porque elas estão ligadas a alguém que é. Cristo é aquele a quem o Pai “amou... antes da fundação do mundo” (João 17:24). Ele é o Filho amado. E como pessoas que foram criadas Nele, redimidas por Ele, unidas a Ele e entregues a Ele, encontramos nossa identidade Nele. Cristo é o amado e, Nele, a igreja é amada também.
Amando as pessoas que Deus ama
De todos os jogos que assisti, os eventos de esporte onde fiz o maior investimento foram aqueles em que meus filhos estavam jogando. Quando estou nas arquibancadas dos jogos de basquete ou ao lado do banco dos jogadores nos jogos de beisebol, não consigo tirar os olhos da ação. Pode ser apenas um jogo de T-ball no sábado de manhã, mas para mim é sempre um grande jogo. Quando alguém que eu amo está no time, podem contar comigo.
Da mesma forma, se Aquele que nossa alma ama se comprometeu com a igreja, isso muda tudo em relação ao nosso próprio compromisso. “Amado,” escreveu João, “visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros” (1 João 4:11).
Isso significa que buscaremos fazer do grande amor de Deus pela igreja o nosso próprio amor. Começamos no domingo, comparecendo regularmente para adorar juntos (Hebreus 10:24). É nosso maior privilégio nos reunirmos com o povo de Deus antes da face de Deus. Na igreja, também trabalhamos para promover a santidade uns dos outros, demonstrar afeto uns pelos outros, suportar as necessidades uns dos outros, incentivar os dons uns dos outros e nos unir na causa do evangelho. Os membros da nossa igreja muitas vezes não se destacam externamente, mas no amor mútuo da igreja local, afirmamos o amor que Deus tem por nós.
Felizmente, não precisamos reunir amor pela igreja com nossas próprias forças. Antes de ir para a cruz para redimir o seu povo, Cristo orou pela igreja. Ele pediu ao Pai: “a fim de que o amor que tens por mim esteja neles, e eu neles esteja” (João 17:26). Esperamos pela resposta misericordiosa do Pai ao pedido do Filho cercados pelo povo de Deus comum e, ao mesmo tempo, extraordinário; pecador e, ao mesmo tempo, santo; fraco e, ao mesmo tempo, triunfante. E quando Deus que é amor (1 João 4:8) habita em nós pelo Espírito Santo, temos tudo o que precisamos para amar a igreja.