As palavras mais doces para as feridas mais profundas

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English: The Sweetest Words for the Deepest Wounds

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Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Adriana Castellari

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Quando surgem conflitos em nossa vida, a Bíblia frequentemente ganha vida um novo significado e poder.

A Bíblia nasceu em meio ao conflito: desde a escravidão no Egito até o tempo de peregrinação (e murmuração) no deserto; da vida sob reis perversos e opressores aos piores horrores da invasão e do exílio; da perseguição, prisão e martírio dos apóstolos até o próprio Filho de Deus ser brutalmente crucificado. Não deveríamos nos surpreender quando as Escrituras parecem mais familiares, justamente quando nossas circunstâncias se dificultam.

Deus não nos dá sua Palavra apenas para nos sustentar em meio às provações; ele também nos dá provações para abrir nossos olhos à sua Palavra. Quando surge a oposição, quando os planos se desfazem, os relacionamentos se rompem, ou a paz desmorona, suas palavras se enchem de força e doçura incomuns. Como diz o salmista: "Quando as minhas inquietações aumentavam no meu íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma" (Salmo 94.19).

Quando as nossas feridas são profundas, a cura de Deus é mais profunda. Quando os nossos problemas são grandes, sua ajuda é maior. Quando nossas preocupações são muitas, suas consolações são ainda maiores.

Tabela de conteúdo

As feridas mais dolorosas

O Salmo 94 foi escrito por e para uma comunidade sofredora. O povo de Deus foi atacado pelos ímpios e viu seus agressores saírem impunes.

Até quando os ímpios, SENHOR,
     até quando os ímpios exultarão?
Eles despejam palavras arrogantes;
     todos esses malfeitores se enchem de vanglória.
Esmagam o teu povo, SENHOR,
     e oprimem a tua herança;
matam as viúvas e os estrangeiros;
     assassinam os órfãos. (Salmo 94.3-6)

Essas pessoas são más além do esperado, saqueando viúvas e assassinando órfãos, mas o versículo seguinte pode ser o mais assombroso: "e ainda dizem: ‘O SENHOR não vê;” usando o nome da aliança que Deus deu a Israel,” ‘o Deus de Jacó nada percebe"’ (Salmo 94.7). Os orgulhosos, os malfeitores, os assassinos, os perversos, estavam entre o próprio povo de Deus. Esses não são os inimigos ciumentos e ímpios de Israel. Eles fazem parte da família.

Esperamos a maldade do mundo. Os ataques mais dolorosos muitas vezes são aqueles que vêm dos lugares que menos esperamos: no nosso caso, de dentro da família da fé. Em vez de simpatia acolhedora, recebemos críticas severas. Em vez de se unirem para nos apoiar em nosso momento de necessidade, colocam fardos ainda mais pesados sobre os nossos ombros. Em vez de ajuda, abandono. Em vez de perdão, amargura. Em vez de pureza e autocontrole, indulgência. Em vez de paz, discórdia e conflito. Em vez de paciência, ira e irritação. Em vez de bondade e mansidão, abuso. Em vez de honestidade, duplicidade. Em vez de amor, hostilidade.

Qual é a nossa posição quando estamos cansados e feridos dentro da comunidade? Nós nos firmamos em promessas, como estas quatro abaixo, que foram fortes o suficiente para sustentar, proteger e amparar o povo de Deus muito antes de nossas provações começarem.

1. Deus sabe mais do que nós.

Quando a vida fica especialmente difícil, às vezes suspeitamos que vemos mais que Deus. Tudo estaria certo se pudéssemos apenas apresentar a ele o nosso relato completo ou pronunciar o julgamento por conta própria.

Infelizmente, a autopiedade muitas vezes nos transforma em tolos:

Entendam isto, ó insensatos em meio ao povo!
     Vocês, tolos, quando se tornarão sábios?
Acaso quem fez o ouvido não ouve?
     Acaso quem formou o olho não vê?
Aquele que disciplina as nações os deixará sem castigo?
     Não tem sabedoria aquele que dá ao homem o conhecimento?
O SENHOR conhece os pensamentos do homem
     e sabe como são fúteis. (Salmo 94.8-11)

Como poderíamos ver mais que Deus, quando ele formou nossas retinas, projetou nossas córneas e colocou nossas íris? Como poderíamos ouvir mais do que Deus, se foi ele quem afinou o canto dos pássaros, fez nossas cordas vocais vibrarem com significado e plantou a maravilha da audição mediante pequenos orifícios em nossas cabeças? O que quer que vejamos, ele vê mais. O que quer que tenhamos ouvido, ele ouviu mais. Ele sabe mais sobre esta situação, muito mais, do que nós.

2. Até mesmo as nossas piores provações estão cheias do seu amor.

A maldade dos perversos não serve apenas para demonstrar a justiça, a ira e o poder de Deus, mas, em sua sabedoria insondável, também serve para nos fazer crescer, amadurecer e até nos fortalecer. Mesmo quando o povo escolhido de Deus atacava os seus próprios, o salmo declara ousadamente: "Bem-aventurado"! "Como é feliz o homem a quem disciplinas, SENHOR, aquele a quem ensinas a tua lei; tranquilo, enfrentará os dias maus," (Salmo 94.12-13). Bem-aventurado o homem piedoso que é maltratado, porque esse sofrimento o treinará na justiça e o preparará para um descanso muito mais profundo.

Muitas vezes queremos nos enxergar como vítimas e sobreviventes nessas situações, simplesmente esperando que Deus castigue os nossos inimigos. Mas Deus muitas vezes derrota e humilha nossos agressores de uma maneira mais profunda. Ele faz até mesmo seus piores e mais perversos esforços servirem ao seu amor por nós. Ele não apenas nos dá a vitória, mas nos faz "mais que vencedores" (Romanos 8.37).

Quando Deus lidar finalmente com os perversos, ele os destruirá para sempre (Salmo 94.23), mas quando se trata de nós, "ele não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades" (Salmo 103.10). Se pertencemos a ele, escondidos em seu Filho, nenhuma gota da nossa dor é castigo. Provérbios diz:

Meu filho, não despreze a disciplina do SENHOR,
     nem rejeite a sua repreensão,
pois o SENHOR disciplina a quem ama,
     assim como o pai faz ao filho a quem deseja o bem. (Provérbios 3.11–12) Se somos seus filhos, qualquer dor que estamos sentindo é, em última instância, a bondade amorosa do nosso Pai, com o propósito de nos conduzir à justiça, paz e alegria. Mesmo nas nossas piores provações, quando alguém que amamos deseja nos fazer mal, Deus exerce incansavelmente cada momento, cada conversa, cada injustiça em amor por nós e não contra nós.

3. Deus julgará toda ofensa e corrigirá todo erro.

Não importa o quanto Deus seja bom, amoroso e soberano, os erros continuam sendo erros. Seu amor não torna o erro certo. Mas, eventualmente, ele corrigirá todo erro. Um dia, em breve, "ele fará cair sobre eles os seus crimes e os destruirá por causa dos seus pecados; o SENHOR, o nosso Deus, os destruirá." (Salmo 94.23). Não seremos nós a entregar o julgamento nem a executar a sentença. Em vez de buscarmos retribuição por conta própria, corremos para os braços de um juiz muito melhor: "Ó SENHOR, Deus vingador; Deus vingador, resplandece! Levanta‑te, Juiz da terra; retribui aos orgulhosos o que merecem!” (Salmo 94.1-2).

O apóstolo Paulo também conhecia a tentação de guardar mágoa, alimentar a ira e buscar vingança. "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o SENHOR"’ (Romanos 12.19). Deus retribuirá completamente cada ofensa cometida contra você. Se ele não lançar os seus ofensores no inferno, é porque já enviou Seu Filho à cruz por eles. Ele estará disposto a morrer para pagar por qualquer mal feito contra você. Se duvidamos da justiça de Deus quando somos injustiçados, estamos dizendo que ou o inferno, ou a cruz de Cristo não são suficientes.

Por isso, como aqueles por quem Cristo morreu, não amaldiçoaremos (Romanos 12.14). Não devemos nos orgulhar (Romanos 12.16). Buscaremos a paz (Romanos 12.18). Cuidaremos até mesmo daqueles que nos fizeram mal (Romanos 12.20). Venceremos o mal com o bem (Romanos 12.21). Confiaremos em Deus para corrigir tudo o que foi feito de errado contra nós.

4. Mesmo quando queremos desistir, Deus não desiste de nós.

Quando estamos sendo atacados, especialmente por pessoas que afirmam seguir a Cristo, podemos querer desistir e ir embora. Sempre será mais fácil evitar o conflito, fugir da reconciliação dolorosa, não morrer pelo bem dos outros (especialmente daqueles que nos feriram). Todos nós nos cansamos nos relacionamentos. Mas Deus nunca se cansa de nos amar, e jamais considera nos abandonar.

O salmista diz: "O SENHOR não desamparará o seu povo; jamais abandonará a sua herança. Voltará a haver justiça nos julgamentos, e todos os retos de coração a seguirão" (Salmo 94.14-15). Ele não desamparará você. Ele não abandonará você. A justiça está a caminho. Confie nele e siga-o até as chamas que estão diante de você. Ele não desistirá de amar você e não permitirá que você se queime.

O SENHOR do universo, que formou a orelha e modelou o olho, que dá a toda a humanidade vida, fôlego e tudo o que tem, que pode todas as coisas e cujo propósito jamais pode ser frustrado, esse Deus diz a você:

"Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o encobrirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas. Pois eu sou o SENHOR, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador.” (Isaías 43.2–3)

Você pode se sentir fraco, frágil e instável no momento, mas Deus será forte por você. Você poderá dizer: “Quando eu disse: ‘Os meus pés escorregaram’, o teu amor leal, SENHOR, me amparou”(Salmo 94.18). Quando o conflito vier e sua alma pesar, e a tristeza for grande, não deixe sua Bíblia fechada. Confie que as palavras de Deus sustentem você como nada mais pode fazer.