Agarre Deus
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Vaneetha Rendall Risner Sobre Sofrimento
Tradução por Daniel
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A importância da luta na oração
Eu tenho dificuldade em saber como orar. Devo confiar que tudo está nas mãos de Deus e descansar sabendo que ele fará o melhor para mim? Ou deveria clamar sinceramente para Deus mudar a situação, dando a ele razões para responder minha oração?
Lutar com Deus ou repousar nele. Qual é melhor?
Repousar parece mais divino, confiar que Deus vai me dar o que preciso sem mesmo pedir. Parece mais sagrado, mais preenchido de fé, mais bíblico. Repousar parece indicar uma fé mais madura. Mas quando olho para a Bíblia, Eu vejo uma imagem mais completa da oração. Jesus nos diz para pedir e que receberemos (Mateus 7:7) e que se nós seguirmos ele, nós poderemos pedir o que quer que desejarmos e isso será feito para nós (João 15:7).
Não apenas isso, Jesus nos encoraja a “orar sempre e nunca desanimar.” Ele nos conta a parábola do juiz injusto, que foi justo com a viúva porque ela continuou vindo até ele e comparou aquilo a forma com que precisamos clamar a Deus (Lucas 18:1-7). Ele elogiou a mulher cananeia por sua fé e fez o que ela pediu porque ela foi persistente, dando a Jesus razões para respondê-la (Mateus 15:21-28). Quando jesus falou sobre oração, ele nos disse para trazermos nossos pedidos para Deus.
Lutar com Deus é pedir pelo que queremos, persistir na oração, clamar por ele, para nós e pelos outros. Não pode haver desapego ou apatia na luta, ela envolve contato direto e constante. Quando nós lutamos, nós acreditamos que nossos clamores e orações importam. Nós temos esperança que nossa situação vai mudar. Nós estamos completamente envolvidos.
Lutaram com Deus
Ao longo da Bíblia, vemos pessoas lutando com Deus. Moisés lutou com Deus, intercedendo a favor das pessoas para Deus mudar de ideia. Ele debateu com Deus. Ele deu motivos para Deus responder suas orações. Ele lembrou Deus de suas promessas. E como resultado, Deus frequentemente abrandava seu julgamento (Deuteronômio 9:18-19) Moisés estava disposto a pedir a Deus qualquer coisa, e quando a resposta era “não”, Moisés repousava. Moisés confiava profundamente em Deus e ousava acreditar que o que ele dizia importava.
Davi também acreditava que suas orações importavam. Ele despejou seus lamentos através de lágrimas, esperando Deus responder. A maioria dos salmos de lamentação de Davi transformam-se em louvor porque através de sua luta Davi chegou ao repouso e confiou em Deus. Quando a criança de Davi com Bate-Seba estava doente, Davi buscou Deus em nome da criança. Ele jejuou, orou e deitou-se no chão a noite toda. Mas quando a criança faleceu, Davi levantou, se ungiu, e foi para a casa de Deus adorá-lo (II Samuel 12:16, 20).
Habacuque começa seu livro indagando, “Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu ouças? Até quando gritarei a ti: “violência!” sem que tragas salvação?” (Habacuque 1:2) Mas após sua luta, Habacuque se contenta em repousar em Deus declarando “Mesmo que a figueira não floresça nem haja fruto na videira . . . ainda assim eu exultarei no Senhor” (Habacuque 3:17-18).
Nós vemos a súplica do apóstolo Paulo para Deus remover o espinho em sua carne, mas depois se contentar com sua fraqueza para que o poder de Cristo repousasse em si (II Coríntios 12:7-10).
Por último, vemos Jesus no jardim de Getsêmani, pedindo para que Deus afastasse dele o cálice, suando gotas de sangue em meio a sua agonia. E ainda assim no fim, Jesus declara, “Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).
Mais Perto de Deus
Ao longo das escrituras, nós vemos que a luta leva ao repouso, que por sua vez leva a adoração. Isso tem sido verdade na minha vida também. Desesperada por um ente querido anos atrás, Eu orei dia após dia, de cara no carpete, implorando a Deus por libertação. E então aconteceu, a situação mudou milagrosamente. Eu me lembro ler que Deus “dá vida aos mortos e chama as coisas que não existem como se existissem” (Romanos 4:17), agradecida e de olhos arregalados que Deus respondeu minha oração. Cai de cara em adoração e gratidão.
Ainda outra vez em que lutei com Deus, pedindo tão persistente e sinceramente quanto, Deus disse não. Fiquei de coração partido, mas continuei em conflito, vociferando minha frustração e desapontamento para Deus. Como o salmista eu clamei, “Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando esconderás de mim o teu rosto?” (Salmos 13:1). No meu apego a Deus, lamentando minha dor sinceramente, me senti mais perto de Deus, senti sua presença. Isso também era adoração.
Minha luta me trouxe mais próxima a Deus. Também foi assim para Jacó, quando ele lutou com um homem desconhecido até o amanhecer. Esse homem era claramente mais forte que Jacó (ele simplesmente tocou em seu quadril para deslocá-lo), mas esse estranho sabia que a luta era importante para Jacó. Jacó se agarrou nele, se recusando a deixar o homem ir até que ele o abençoasse. Depois de ter sido abençoado devido a sua persistência, Jacó disse, “Vi Deus face a face” (Gênesis 32:22-32).
Repouso Começa com Luta
Essa luta com Deus em oração não significa que não devemos nos repousar nele. Conforme damos nossos fardos a Jesus, ele nos dá descanso. Nós podemos cessar o esforço, e encontrar descanso para nossas almas (Mateus 11:28-29). Nós podemos achar paz e contentamento quando estamos totalmente satisfeitos com ele, confiando em seu cuidado (Isaías 26:3).
Ainda algumas vezes o repouso pode ser um disfarce para a renúncia porque perdemos a esperança. Algumas vezes dizer que confiamos é um jeito de nos protejer da decepção. As vezes não pedir é um sinal de distanciamento de Deus, relutantes em nos envolver ativamente com ele. Precisamos entender de onde está vindo nosso repouso.
Repouso começa com luta. Então ore com coragem, orações ousadas. Espere que Deus se mexa. Fale com o Senhor constantemente. Peça, busque e chame. E quando sua luta estiver terminada, você vai encontrar a intimidade mais doce que conhecerá. E essa luta te levará ao verdadeiro repouso naquele que é digno de toda nossa adoração e louvor.