A Doce Dor do Arrependimento
De Livros e Sermões BÃblicos
Tradução por Michael SuziganPor Greg Morse
Sobre Santificação e Crescimento
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Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um quebrantado e contrito coração não desprezarás, ó Deus. (Salmo 51:17).
Ainda posso ver o momento com clareza em minha mente. Em uma conferência cristã, um amigo com quem eu estava estudando a Bíblia naquele semestre compartilhou com nosso grupo que ele estava pronto para seguir Jesus. Ele caiu em lágrimas. Éramos jogadores de futebol americano. Nós não chorávamos. Sinceramente, eu não podia acreditar. Ele não apenas aceitou meu convite para participar da conferência, mas até se arrependeu dos pecados e creu em Cristo para o perdão dos pecados. Fiquei observando o desdobramento absolutamente admirado.
Em seguida, conversei com o ministro do campus sobre como a conversão do meu
amigo tinha sido incrível. O ministro, um homem mais velho, compartilhou que havia testemunhado muitas dessas conversões — e que nem todas duraram. Eu não tinha discernimento na época para entender o que o ministro disse.
O ministro não estava lá? Meu amigo falou: “Eu quero seguir Jesus”, tão claramente; sem dúvida, ele sentiu algumas verdades profundamente; ele logo cantou hinos tão docemente, enquanto a multidão cantava com ele. Mas o tempo provou que o arrependimento não era seu verdadeiro louvor. A conversa, as lágrimas, a felicidade recém-descoberta logo levaram a uma encruzilhada. Um relacionamento pecaminoso com uma garota se provou ser mais difícil de desistir para ele do que desistir de Jesus.
Fruto do Arrependimento ao Longo da Vida
Se a conversão de alguém a Deus for verdadeira, o arrependimento ao longo da vida se seguirá. A boca de alguém que não nasceu de novo pode dizer coisas verdadeiras por um tempo. Olhos imutáveis podem chorar. Uma língua morta pode cantar canções de adoração sinceramente por uma temporada. E afastar-se de Cristo, arrepender- se dele, pode provar que tudo era falso.
Isto é o que o ministro tinha visto diversas vezes. Ele testemunhou a semente cair em solo pedregal — alguém que recebeu a palavra "com alegria", mas eventualmente caírem por não terem raiz (Mateus 13:20–21). Embora parecessem experimentar a transformação e a comunhão do Espírito com outros crentes, no fim eles “não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco” (1 João 2:19). E a dor de vê-los nos deixar pode ser insuportável.
Portanto, o arrependimento verdadeiro dura a vida toda. Martinho Lutero, na primeira de suas noventa e cinco teses, começou: “Quando nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo disse: ‘Arrependei-vos’, Ele desejou que toda a vida dos crentes fosse de arrependimento”. Lutero está capturando o que as Escrituras atestam, por exemplo, quando João Batista instrui: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). A torção de nossos corações por nossos pecados, os suspiros e gemidos da corrupção remanescente, nosso afastamento do pecado e olhar para Cristo nos seguirão até o túmulo — se formos verdadeiros.
Santos Ainda Pecam
Agora, não entenda mal: os cristãos pecam e, às vezes, pecam gravemente. Mas eles não fazem do pecado um estilo de vida. É impossível. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9). Aqueles com o Espírito se arrependem do pecado e se afastam dele, encorajados pela disciplina de um Pai amoroso.
O arrependimento, aprendemos nas Escrituras, não é descobrir as senhas secretas
para entrar no céu. Não começamos um relacionamento imoral, somos confrontados em nosso pecado e continuamos nesse relacionamento imoral. Confessamos nosso erro diante de Deus, entendemos como conspiramos contra Ele e, em oração, lançamos o pecado no fogo, como Paulo lançou a víbora venenosa presa à sua mão na ilha de Patmos (Atos 28:3).
Você continuou em uma vida de arrependimento? Você continuou em verdadeiro
arrependimento pelo pecado, acompanhado de um verdadeiro impulso de renunciar a esse pecado? Você continuou a se perguntar como pôde ofender tanto seu Amigo mais querido, entristecer seu Espírito interior e desonrar seu Pai celestial? Você já se perguntou: Como eu poderia ceder ao pecado pelo qual Cristo morreu para me redimir?
A Contrição Atrai Deus para Perto
Se você persistiu no arrependimento, não se esqueça de que seu Deus não despreza esse quebrantamento: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um quebrantado e contrito coração não desprezarás” (Salmo 51:17). Ele não fica no céu de braços cruzados, de cara feia. A contrição o traz para perto. Tal como acontece com o Filho Pródigo, não precisamos trazer nossas meras promessas de fazer melhor da próxima vez; trazemos joelhos dobrados e corações humildes. Pedimos a Ele que cubra nossa desgraça e nos esbanje com nova misericórdia que flui da cruz de seu amado Filho, que morreu para tirar nossos pecados.
Esta é uma parte inamovível de nosso louvor a Deus: concordar com Ele que nosso
pecado é horrível, que merecemos punição por isso, mas que Cristo morreu por nosso perdão e nos deu seu Espírito para matá-lo. Prometemos nos afastar disso, sim, mas apenas na força, perdão e aceitação que Ele fornece apenas pela graça.
Tendo visto mais homens se afastarem após o pecado, tendo testemunhado as visões
dolorosas que o ministro viu, eu imploro a você: continue a oferecer este louvor mais verdadeiro, profundo e doce a Deus. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, quando vierem os tempos de refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19-20).