Você Não Pode Agradar a Deus e às Pessoas

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English: You Cannot Please God and People

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Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Luara Saldanha dos Santos Lemes

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Tabela de conteúdo

Cinco Remédios para o Temor do Homem

A vontade de agradar as pessoas é um esquema e armadilha muito usada por Satanás. Se pensarmos que a vontade de agradar as pessoas começou com o treinamento de autoestima, o movimento da tolerância ou as redes sociais, subestimamos o quanto essa tentação está entrelaçada com a humanidade. O pecado de agradar às pessoas é tão antigo quanto as pessoas. Desde a queda, somos tentados a viver para o louvor e aprovação dos outros. O ser humano sempre caiu no temor do homem.

Nossa teimosa e muitas vezes sutil fraqueza pelo apreço dos outros tem raízes que se estendem por toda parte — na sociedade, na história e, muitas vezes, em nós mesmos. E Deus odeia a vontade de agradar as pessoas. O apóstolo adverte, "Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se eu ainda procurasse agradar a homens, não seria servo de Cristo" (Gálatas 1:10). Afinal ninguém pode servir tanto a Deus quanto ao homem. E Deus sabe a quem realmente servimos (1 Tessalonicenses 2:4), cuja honra mais almejamos.

Jesus apontou o antigo temor do homem quando confrontou os orgulhosos bajuladores de sua época: "Como vocês podem crer, se buscam a glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?" (João 5:44). A busca por agradar aos homens os havia tornado cegos para Jesus. Se não for controlada, também cobrirá nossos olhos. "Eles amaram a glória que vem dos homens", João 12:43 nos diz, "mais do que a glória que vem de Deus." Essa preferência é a essência e o perigo de agradar as pessoas.

Como Acabar com a Vontade de Agradar as Pessoas

Então, como expomos nossa tendência a agradar aos homens e começamos a eliminá-la? Paulo enfrenta essa tentação específica diretamente em duas passagens notavelmente semelhantes, Efésios 6:5–9 e Colossenses 3:22–25, ambas dirigidas especificamente aos servos:

Servos, obedeçam aos seus senhores terrenos . . . não servindo somente à vista, como para agradar aos homens. (Efésios 6:5–6)

Servos, obedeçam em tudo aos seus senhores terrenos, não somente para agradar‑lhes quando estão observando. (Colossenses 3:22)

O apóstolo conclama os servos a se relacionarem com seus senhores de maneiras contraculturais, apesar do que possam estar sofrendo e suportando. Suas admoestações, no entanto, se aplicam muito além de mestres e servos, a chefes e empregados, maridos e esposas, pais e filhos, amigos e vizinhos. As duas passagens são um breve texto didático sobre como resistir à busca de agradar as pessoas em qualquer relacionamento, incluindo pelo menos cinco lições importantes.

1. Ame com temor e tremor

Servos, obedeçam aos seus senhores terrenos com temor e tremor. (Efésios 6:5)

O remédio para o temor do homem não é a coragem, mas um temor melhor, mais saudável e mais vivificante: o temor de Deus. Para evitar agradar os outros, devemos amar as pessoas com temor e tremor diante de Deus. Grande parte da nossa escravidão aos sentimentos e desejos dos outros decorre da nossa relativa indiferença aos olhos e ao coração do céu. Desenvolvemos uma alergia devastadora ao tremor — os tremores vitais que qualquer alma saudável sente diante da inspiradora maravilha de Deus (Salmo 96:9).

Paulo faz a mesma observação em Colossenses 3:22: "Obedeçam em tudo . . . não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas com sinceridade de coração, temendo ao Senhor." (Efésios 6:5–6) Quantos de nós temem a decepção ou a desaprovação dos outros muito mais do que temem desagradar a Deus? Submeter nossos temores uns dos outros a um temor maior de Deus, com o tempo, esclarecerá e purificará nossas motivações nos relacionamentos. Em vez de nos preocuparmos com o que os outros possam pensar ou como possam reagir, precisamos passar mais tempo meditando na santidade, justiça e misericórdia de Deus.

2. Sempre faça o que Deus diz para fazer.

[Obedeçam‑lhes] não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. (Efésios 6:6)

Essa lição e exortação podem parecer simples demais para serem realmente úteis na prática: Decida fazer o que Deus diz para fazer. "Faça a vontade de Deus." Quem busca agradar aos outros busca desesperadamente a vontade dos outros; quem teme a Deus foca em discernir e perseguir a vontade de Deus. Bem, sim, mas como sabemos qual é a vontade de Deus em qualquer situação?

Paulo responde essa questão com uma clareza e simplicidade surpreendentes: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tessalonicenses 4:3). A vontade de Deus para você é que você seja santificado — que você se torne cada vez mais semelhante a Ele, de forma constante e progressiva. Quando confrontado com uma decisão, uma boa pergunta a se fazer é, Qual escolha me tornará mais semelhante a Jesus? O que me faria depender mais de Deus (2 Coríntios 1:9; 12:9)? O que ajudaria a aproximar outras pessoas Dele (1 Pedro 3:18)? O que Lhe traria mais glória (João 17:4; 12:27–28)?

Muitas decisões, no entanto, não são tão claras quanto gostaríamos que fossem. Normalmente, não existe um caminho manifestamente de Jesus e um caminho manifestamente pecaminoso. Portanto, além da simplicidade de buscarmos a santificação (santidade), Paulo também diz, "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem‑se pela renovação da sua mente, para que vocês experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2). Os tementes a Deus escutam com a maior atenção possível a tudo o que Deus diz em sua Palavra, meditando em sua lei dia e noite (Salmos 1:2), e assim se esforçam para obedecer com o melhor de seu conhecimento e capacidade.

Nenhum de nós saberá tudo que Deus quer e ordena em todo tempo, mas podemos nos comprometer a fazer, em todos os momentos, o que sabemos que Ele disse para fazer.

3. Sacrifique o conforto da superficialidade.

Obedeçam em tudo . . . não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas com sinceridade de coração. (Colossenses 3:22; Efésios 6:5)

O pecado de agradar as pessoas, quase por definição, pressupõe duplicidade. Se estamos constantemente tentando fazer o que agrada aos outros, é quase impossível manter a consistência ou preservar a integridade (especialmente se estamos tentando agradar várias pessoas ao mesmo tempo). Isso significa que uma maneira de combater a tentação de agradar aos outros é prezar e proteger a sinceridade.

Nós nos transformamos diante de certas pessoas para agradá-las ou mantê-las felizes? Nós agimos ou falamos de determinada maneira para nos encaixarmos em um grupo e depois nos transformamos para nos encaixarmos em outro (talvez em nenhum dos dois lugares sejamos honestos sobre quem realmente somos)? A falta de sinceridade camufla fraquezas e embeleza pontos fortes. Ela esconde pecados secretos e ostenta virtudes. É autoprotetora, orgulhosa e sempre se projeta.

O chamado à sinceridade é o chamado para abandonar e renunciar toda superficialidade. Ninguém, crente ou não, quer ser visto como superficial, então por que tantos ainda caem nessa armadilha? Em parte, porque a superficialidade nos faz sentir seguros, importantes, bem-sucedidos. Se pudermos projetar essa imagem para aqueles que nos amam e admiram, seremos amados e admirados, pensamos. O problema, é claro, é que nós sabemos (e Deus) quem somos por trás de todas as elaboradas máscaras e atuações. E assim, seja quem for que as pessoas amem, não somos realmente nós.

Sinceridade, não superficialidade, é o caminho mais seguro para a paz, o amor, o propósito e a liberdade.

4. Obedeça a Deus em público e no secreto.

Obedeçam . . . com sinceridade de coração, como a Cristo, não servindo somente à vista. (Efésios 6:5–6; Colossenses 3:22)

Esse teste pode ser o mais instantaneamente esclarecedor: "não servindo somente à vista." Ou, não apenas quando outros estão observando. Especialmente as pessoas específicas cuja aprovação ou elogio almejamos. Esse ponto se sobrepõe ao anterior, mas enfatiza a diferença entre nosso eu público e o nosso eu secreto — quem somos quando estamos sozinhos. Uma das maneiras mais seguras de perdermos nossas almas é usar Deus simplesmente para atrair atenção e aplausos para nós mesmos.

"Tenham o cuidado de não praticar as suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles," Jesus adverte, "se fizerem isso, não terão nenhuma recompensa do seu Pai, que está nos céus" (Mateus 6:1). Os hipócritas, diz ele, anunciam quando dão aos necessitados, ou oram, ou jejuam "a fim de serem honrados pelos outros." Ouvimos a severidade sóbria em suas próximas palavras: "Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua plena recompensa" (Mateus 6:2). Aqueles que agradam às pessoas podem desfrutar do prazer dos elogios terrenos por um tempo, mas se eles vivem para ter isso, é tudo o que terão para sempre. Mais alguns troféus no trabalho, mais alguns elogios de amigos, mais algumas curtidas nas redes sociais, mais alguns sorrisos e tapinhas nas costas — e então perdem tudo.

Para acabar com a tentação de agradar as pessoas, precisamos enxergar as recompensas superficiais, míopes e, em última análise, vazias de tal comportamento. E precisamos despertar a para o prêmio enorme, eterno e sempre crescente de agradar a Deus, independentemente de alguém notar ou não.

5. Busque sua recompensa em Deus.

Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. (Colossenses 3:23–24; Efésios 6:8)

Aqueles que agradam às pessoas podem desfrutar do prazer dos elogios terrenos, mas somente à custa de uma recompensa celestial. Em todo tempo preferimos a glória dos homens do que a glória de Deus, acreditamos na terrível mentira de que as migalhas perdidas do louvor humano serão mais satisfatórias do que o banquete de casamento que nos aguarda (Apocalipse 19:9). Diante da tragédia da hipocrisia pela busca por agradar aos outros, Jesus nos encoraja,

Entretanto, quando você cuidar dos necessitados [ou orar, ou jejuar ou amar uns aos outros], que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a mão direita, de forma que você preste ajuda em secreto. E o seu Pai, que vê o que é feito em secreto, o recompensará. (Mateus 6:3–4)

Não podemos medir o valor dessa recompensa. Para aqueles que vivem para agradá-Lo, Deus não negará nenhuma dádiva ou prazer. "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Romanos 8:32). Seja o que for que recebamos e experimentemos no novo mundo que Deus nos dá, nenhuma recompensa, realização, ou aprovação poderia nos ter feito mais felizes (Salmos 16:11). Nós deixamos morrer o desejo de ser elogiados e aprovados pelas pessoas ao buscarmos aquilo que só podemos receber de Deus.

Agrade a Deus, Ame as Pessoas

Agora, agradar a Deus não significa desprezar as pessoas. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Marcos 10:45). Ele considerou os outros e seus interesses mais importantes do que os Seus (Filipenses 2:3–5) — imagine isso! Ele disse, "Deste modo todos saberão que são meus discípulos: se vocês amarem uns aos outros" (João 13:35). Agradar a Deus não nos isenta de amar as pessoas de forma incansável e sacrificial. Liberta-nos da opressão de precisar de seus elogios ou temer sua rejeição.

Então, agrade a Deus e ame as pessoas, como Cristo. "Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil," preocupando-se com a forma como será recebido ou lembrado pelos homens, "visto que o seu objetivo é agradar àquele que o alistou" (2 Timóteo 2:4). Faça tudo o que fizer diante de Seus olhos amorosos, vigilantes e temíveis. Se aprendermos a nos alegrar e tremer diante Dele (Salmos 2:11), o desejo de agradar às pessoas murchará e desaparecerá.