Tradições de homens

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English: The Traditions of Men

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Por Jerry Bridges Sobre Santificação e Crescimento
Uma Parte da série Tabletalk

Tradução por Priscilla Borges

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Toda estrutura de sociedade tem regras que definem o comportamento aceitável ou inaceitável para seus membros. Uma empresa ou escola pode ter seu código de vestimenta. Competições atléticas são regidas por regras. Todas as entidades governamentais têm seus regulamentos. Famílias bem governadas têm suas regras em casa que são passadas verbalmente de pais para filhos. Acima de tudo, Deus tem regras para o Seu povo, que nos são dadas na Bíblia. No Salmo 119 estas regras são chamadas de vários nomes, como “leis” , “estatutos”, “preceitos” e “mandamentos”.

Se regras são tão comum e abrangem todas as estruturas da sociedade, porque então a questão da lei é tão carregada de emoções e motivo de divisão entre os cristãos? Porque ficamos tão nervosos com regras domésticas para a família de Deus?Uma razão é que adicionamos nossas regras às de Deus. Como os fariseus no tempo de Jesus, tentamos ajudar a Deus acrescentando “podes” e “não podes” humanos aos seus mandamentos.

E ainda, Jesus repreendeu severamente os fariseus por ensinar como doutrinas ( isto é, como uma lei autoritária de Deus ) os mandamentos dos homens ( Marcos 7:5-8 ). Sua reprovação continua válida para nós, porque nós, também, somos muitas vezes tentados a elevar nossas regras humanas ao nível das Escrituras. Quando fazemos isto, nos tornamos culpados de consciências comprometedoras onde Deus não tem falado. Podemos chamar isto de legalismo prático.

De onde vêm estas regras humanas? Muitas começam com que alguém chamou de “cercas”. Uma cerca é uma restrição bem intencionada para nos ajudar a evitar o pecado verdadeiro. Numa noite, sozinho num quarto de hotel, eu passei pelos canais da televisão procurando um entretenimento inocente. Obviamente isto não era nenhum pecado. Porém, eu parei num filme que provou ser sexualmente estimulante. Este programa estimulou minha natureza pecaminosa. Como resultado deste incidente, eu construí uma “cerca” pessoal. Eu fiz um compromisso comigo mesmo de não ligar a TV quando estivesse só, a não ser que tinha um programa específico para assistir.

Eu suspeito que a maioria dos cristãos tenha construído suas próprias cercas em várias áreas de sua vida. Cercas pessoais não são más em si mesmas. Elas podem nos ajudar a evitar o pecado genuíno. Mas elas podem nos levar para um legalismo quando as elevamos para o nível da Lei de Deus – isto é, quando tentamos aplicar nossas próprias restrições pessoais a todos os outros. Eu creio, por exemplo, que a Bíblia ensina mais a temperança do que a abstinência em relação às bebidas alcoólicas. No entanto, por causa do abuso de álcool difundido em nossa sociedade, muitos de nós já decidiram praticar a abstinência. Esta é uma cerca que construímos, e ela é perfeitamente legítima, contanto a aplicarmos somente a nós mesmos. Mas quando julgamos outros cristãos que praticam a temperança em vez da abstinência, temos elevado nossa própria convicção ao nível da lei de Deus. Estamos então praticando legalismo.

O apóstolo Paulo teve que lidar com outra questão de prática de legalismo em seus dias, o que ele chamou de “discussões de opiniões” ( Rm 14:1 ). Havia aparentemente duas questões - o consumo de carne e a observância de certos dias especiais ( Rm 14:2, 5 ). A resposta de Paulo foi dupla. Em primeiro lugar, devemos compreender que Deus nos deu liberdade para termos opiniões diferentes sobre questões não abordadas nas Escrituras. Em segundo lugar, não devemos julgar ou desprezar aqueles cujas opiniões divergem.

Evitar julgar outros cujas práticas são diferentes das nossas é a coisa mais difícil que temos que fazer. Achamos difícil acreditar que uma prática que consideramos como pecado para nós mesmos não é pecado para os demais. E Paulo ainda escreve: “Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” ( Rm 14.5 ).

E comum hoje em dia as pessoas usarem roupas casuais para irem à igreja. Mas eu cresci num tempo em que as pessoas vestiam suas melhores “roupas dominicais” para irem adorar. Como resultado, por um longo tempo eu mantive uma atitude de julgamento para com aqueles que iam a igreja com roupas casuais. Eu considerava isto uma falta de reverencia para com Deus. Finalmente, porem, eu tive que concluir, que esta questão não e abordada nas Escrituras e devo permitir aos outros a liberdade que Deus lhes dá. Caso contrário, deslizo para o legalismo.

Algumas diferenças de opiniões, como as sobre a roupa, tendem a ser geracional. Outras são geográficas. Fui criado em uma igreja na qual os garotos e garotas adolescentes não eram autorizados a nadarem juntos. Por outro lado, era perfeitamente aceitável as mulheres usarem maquiagem. Mais tarde, como jovem adulto, eu freqüentei uma igreja na costa oeste que era tão conservadora quanto aquele na qual cresci. Aqui, os jovens iam regularmente à praia juntos como parte das suas atividades. Mas mulheres que usavam maquiagem eram consideradas “mundanas”. Tenho certeza que, em algum lugar do passado, quando os lideres dessas duas igrejas impuseram estas restrições, eles achavam que tinham boas razões para fazê-lo. Mas, de fato, eles fizeram suas regras equivalerem os mandamentos de Deus.

Suponho, que os líderes da igreja que decidiram que era pecado garotos e garotas adolescentes nadarem juntos, estavam preocupados com o perigo dos olhares lascivos. Este é realmente um pecado contra o qual Jesus especificamente advertiu em Mateus 5:27 – 28. No entanto, a regra sobre nadar juntos não abordou a prática bem mais perigosa de adolescentes sentarem sozinhos num carro estacionado, se beijando e acariciando um ao outro.

Isto aponta para outro problema de regras feitas por homens. Além de ligar nossas consciências em áreas das quais Deus não falou, elas muitas vezes não abordam a questão real. Regras simplesmente não podem abranger todas as situações. Jovens podem encontrar uma dúzia de outros lugares além da piscina para saciar seus olhares lascivos, para não mencionar o problema do carro estacionado. Então, em vez de criar uma regra sobre nadar com o sexo oposto, nós precisamos ajudar os jovens a desenvolver convicções bíblicas sobre a pureza sexual. Podemos mostrar-lhes passagem das Escrituras como 2 Timóteo 2:22 – “Foge, outrossim, das paixões da mocidade” e ajudá-los a identificar situações das quais eles devem fugir. Quando fazemos isto, estamos ajudando-os a identificar e a se abster de qualquer situação na qual seus desejos sexuais possam ser estimulados. A solução para toda prática de legalismo de regras feitas por homens é desenvolver e ensinar convicções baseadas na Bíblia. Se a Bíblia não proíbe uma prática, nós também não devemos fazê-lo.

Mas ao mesmo tempo, devemos focar naquilo que a Bíblia ensina. Por exemplo, a Bíblia enfatiza a importância do domínio próprio. Ela nos ensina que comamos ou bebamos, devemos fazer tudo para a glória de Deus ( 1 Coríntios 10:31 ). A pessoa que bebe sua taça de vinho deve fazê-lo para a glória de Deus, e o homem que come seu bife deve fazê-lo para a glória de Deus.

Então, se estamos assistindo a um programa de televisão, nadando com o sexo oposto ou usando maquiagem, podemos sempre aplicar esta regra bíblica: posso fazer isto para a glória de Deus? E depois devemos aceitar o fato de que, de acordo com Paulo em Romanos 14, a resposta a esta pergunta talvez seja diferente para pessoas diferentes. Este é o caminho para evitarmos a prática do legalismo de regras feitas por homens.