Nove Marcas de uma Igreja Saudável/Pregação Expositiva

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English: Nine Marks of a Healthy Church/Expositional Preaching

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Por Mark Dever Sobre A Natureza da Igreja
Capítulo 2 do livro Nove Marcas de uma Igreja Saudável

Tradução por Vanessa Braganholo

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Tabela de conteúdo

Definição de pregação expositiva

Devemos começar por onde Deus começou – Ele falou conosco. É assim que adquirimos nossa saúde espiritual, e é assim também que a saúde de nossas igrejas será adquirida. Algo especialmente importante para qualquer líder na igreja, mas particularmente para o pastor da igreja é um compromisso com a pregação expositiva, um dos mais antigos métodos de pregação. Isto é uma pregação que tem como objetivo expor o que uma passagem das escrituras diz, explicar o seu significado cuidadosamente e aplicá-lo à congregação (veja Neemias 8.8). Existem, logicamente, outros tipos de pregações. Sermões tópicos, por exemplo, aglomeram todos os ensinamentos das Escrituras sobre um assunto, como oração ou finanças. A pregação biográfica pega a vida de um personagem bíblico e a expõe como um retrato da graça de Deus e um exemplo de esperança e fidelidade. Contudo, a pregação expositiva é algo diferente – é uma explicação e aplicação de uma porção específica da Palavra de Deus. Pregação expositiva não é fundamentalmente uma questão de estilo

A pregação expositiva pressupõe a crença na autoridade das Escrituras, mas vai um pouco além disso. Um compromisso com a pregação expositiva é um compromisso com a Palavra de Deus. Assim como os profetas do Antigo Testamento e apóstolos do Novo Testamento não só foram comissionados a irem e pregarem, mas irem e pregarem uma mensagem específica, pregadores de hoje tem autoridade para falar da parte de Deus contanto que eles falem as palavras dEle. Portanto, a autoridade de um pregador expositivo começa e termina nas Escrituras. Às vezes as pessoas podem confundir pregação expositiva com o estilo de um pregador expositivo de sua preferência. Contudo, a pregação expositiva não é fundamentalmente uma questão de estilo. Como outros têm observado, a pregação expositiva, em última análise, não é tanto a maneira como dizemos aquilo que dizemos, mas sim, como decidimos o que dizer. Não é marcada por uma forma específica, mas sim por um conteúdo bíblico.

Submissão à Palavra de Deus ao invés da sabedoria do pregador

Um pregador pode aceitar com alegria a autoridade da Palavra de Deus e professar a crença na inerrância da Bíblia. Contudo, se este pregador, na prática, mesmo sem intenção, não prega expositivamente, ele nunca pregará além do que ele já sabe. Um pregador pode pegar uma porção das Escrituras e exortar a congregação em um tópico importante sem realmente pregar o ponto principal da passagem. Quando isto ocorre, tanto o pregador quanto a congregação ouvem nas Escrituras apenas aquilo que já sabiam.

Por outro lado, quando pregamos uma passagem das Escrituras no contexto de forma expositiva, tomando o foco da passagem como o foco da mensagem, ouvimos de Deus coisas que não tínhamos a intenção de ouvir quando começamos. Desde o apelo inicial ao arrependimento até a área de nossas vidas cujo Espírito Santo tem recentemente nos confrontado, toda a nossa salvação consiste em ouvir a Deus de maneiras que antes de ouvi-lo nunca iríamos adivinhar. Esta submissão muito prática à Palavra de Deus precisa ser evidente no ministério de um pregador. Não se equivoquem nisso: em última análise, a responsabilidade de assegurar isto é da congregação (veja a responsabilidade que Jesus dá a congregação em Mateus 18, ou que Paulo dá em II Tm 4). Uma igreja jamais deveria dar a autoridade espiritual de supervisionar o rebanho a uma pessoa que não demonstra compromisso em ouvir e pregar a Palavra de Deus. Isto irá barrar o crescimento da igreja, praticamente encorajando seu crescimento apenas até o nível do pastor. Neste caso, a igreja irá gradualmente se conformar com a mente dele, ao invés de conformar-se com a mente de Deus.

Deus sempre criou Seu povo através da Sua Palavra

O povo de Deus sempre foi criado pela Palavra de Deus, desde a criação em Gênesis 1 até o chamado de Abraão em Gênesis 12. Da visão do vale dos ossos secos em Ezequiel 37 até a vinda da Palavra viva, Deus sempre criou Seu povo através da Sua Palavra. Como Paulo escreveu aos Romanos: “a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo” (10.17). Ou como Paulo escreveu aos Coríntios: “Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem pela loucura da pregação” (1 Co 1.21).

A pregação expositiva sadia muitas vezes é a fonte de crescimento da igreja. Na experiência de Martinho Lutero, esta atenção cautelosa à Palavra de Deus deu início à reforma. Nós também devemos nos comprometer a sermos igrejas que estão continuamente se reformando com a Palavra de Deus.

Certa vez, quando dei um workshop de um dia sobre puritanismo em uma igreja em Londres, mencionei que os sermões dos puritanos às vezes duravam cerca de duas horas. Ouvindo isso, alguém se assustou e perguntou: “Quanto tempo restou para o louvor?” A idéia era que ouvir a palavra de Deus pregada não constituía em louvor. Respondi que muitos cristãos ingleses protestantes teriam considerado ouvir a palavra de Deus em sua própria língua e aplicá-la em suas vidas como parte essencial do louvor. Estavam pouco preocupados se teriam tempo para cantarem juntos.

A centralidade da Palavra de Deus pregada

Nossas igrejas precisam restaurar a centralidade da Palavra de Deus em nossa adoração. Ouvir a Palavra de Deus e aplicá-la pode incluir louvor, gratidão, confissão e proclamação que podem fazer parte de uma música, mas não necessariamente. Uma igreja construída em música, seja de qualquer tipo, é uma igreja construída na areia. A pregação é o componente fundamental do pastoreio. Ore por seu pastor para que ele se comprometa em estudar as Escrituras diligentemente, cautelosamente e fervorosamente. Ore também para que Deus o direcione no entendimento da Palavra, em aplicá-la em sua própria vida, e em aplicá-la para a igreja (veja Lucas 24.27; Atos 6.4; Efésios 6.19-20). Se você é um pastor, inclua estas coisas em suas orações. Ore também por outros que pregam e ensinam a Palavra de Deus. Finalmente, ore para que nossas igrejas tenham um compromisso em ouvir a Palavra de Deus pregada de forma expositiva para que as prioridades da igreja estejam cada vez mais alinhadas com as prioridades de Deus nas Escrituras. O compromisso com a pregação expositiva é uma marca de uma igreja saudável.

Perguntas para refletir:

  1. Leia Neemias 8.7-8. O que a Bíblia diz que os Levitas faziam para o povo enquanto liam o Livro da Lei? No versículo 12, está escrito que depois da assembléia, as pessoas celebraram com grande alegria. De acordo com a passagem, por que estavam celebrando?
  2. O autor define pregação expositiva como uma explicação e aplicação de uma porção específica da Palavra de Deus. Reescreva esta definição com suas próprias palavras. O que diferencia a pregação expositiva dos outros tipos de pregação como a pregação tópica ou biográfica?
  3. Em Atos 20.27, Paulo fala aos Efésios que ele trabalhou para proclamar-lhes “toda a verdade de Deus.” Reconhecendo que o nosso trabalho como líderes das igrejas é de fazer o mesmo para o nosso povo, de que forma a pregação expositiva pode nos beneficiar em nosso esforço de apresentar toda a verdade de Deus para as pessoas. Que perigo há se nós não tomarmos o foco da passagem como o foco da nossa mensagem?
  4. Desde Genesis 1 até o novo testamento, Deus sempre criou o Seu povo pela Sua Palavra. Leia Romanos 10.17 e I Coríntios 1.21. O que Deus usa para levar Seu povo à fé salvadora em Cristo? O que isso nos diz sobre o zelo que devemos ter com a Palavra de Deus em nossas igrejas? Como este zelo deve ser apresentado em nossas pregações?