Como Sinais e Maravilhas Ajudaram a Ajuntar Multidões ao Senhor

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English: How Signs and Wonders Helped Add Multitudes to the Lord

© Desiring God

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Por John Piper Sobre Dons Espirituais
Uma Parte da série Acts: What Jesus Did After the Beginning

Tradução por Roberto Freire

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Atos 5:12-16 “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles, mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando esse passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.”

Há duas semanas atrás, focamos nossa atenção na oração em Atos 4:29 – 30 e eu concluí que devíamos orar daquela maneira. As necessidades do mundo hoje são tão grandes e a experiência presente da igreja tão fraca, que deveríamos anelar pela mesmíssima coisa que aqueles crentes anelaram. Em face a uma grande oposição, os Cristãos deveriam clamar a Deus, assim: “Agora, pois, Senhor, olha para as suas ameaças e concede a teus servos que falem com toda ousadia a tua Palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome to teu Santo Filho Jesus.” Clamaram por audácia em seus testemunhos; clamaram para que a mão de Deus se estendesse em curas; e clamaram para que Deus realizasse sinais e prodígios. Não estavam, por assim dizer, simplesmente “abertos” para sinais e prodígios. Se desesperavam por eles. Oravam para que eles viessem.

Tabela de conteúdo

E porque oravam por sinais e prodígios?

A pergunta que quero engajar-me em poucos minutos é a seguinte: Porque queriam eles com tamanha ansiedade, que Deus demonstrasse sinais e prodígios? E porque queriam eles que Deus estendesse Sua mão para curar? Aquela foi a geração que teve a mais imediata e a mais convincente evidência da verdade da ressurreição; mais do que qualquer outra geração. Centenas de testemunhas oculares do Senhor ressuscitado estavam em Jerusalém. Aquela foi a geração de testemunhas que menos necessitava uma autenticação sobrenatural. Menos do que qualquer das outras gerações que se seguiram. Aquela foi a geração para a qual a pregação (aparte de sinais e prodígios) da poderosa, salvífica Palavra de Deus, foi mais ungida do que qualquer pregação em gerações subsequentes – a pregação de Pedro e de Estêvão e de Paulo. Porque razão esta geração com seu imediato acesso aos testemunhas da ressurreição e de sua pregação extraordinária, sentiu tal paixão por ver Deus estendendo sua mão para curar e para que fizesse sinais e prodígios entre eles?

Vocês têm que saber onde eu quero chegar. Esta questão histórica é importante porque, uma das objeções claves ao nosso clamor pelo poder sanador de Deus e por Seus sinais e prodígios, se destrói diante da sua resposta. Voltarei a este assunto em alguns minutos.

Para ajudar as pessoas virem à fé salvadora

Nesse texto de hoje, vemos uma resposta bastante clara à questão de por quê a igreja queria sinais e prodígios – com todos os seus perigos, com todos os seus abusos – porque oraram: “Senhor, estende a tua mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu Santo Filho Jesus”? Atos 5:12 diz: “E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão.” (Eu creio que “todos” se refere à igreja, por causa da sequência de pensamentos em 2:43 – 44.)

Os versos 13 e 14 descrevem dois resultados dessa demonstração de sinais e prodígios. Primeiramente, o povo em Jerusalém – os de fora - estava maravilhado dos apóstolos e da igreja. Ananias e Safira haviam sido mortos, sinais e prodígios haviam sido feitos, e o verso 13 diz, “ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima.” Mas isso ainda não é tudo. Em meio a todo este temor, assombro e admiração, muitos estavam vindo à fé em Jesus. Verso 14: “E a multidão dos que criam no Senhor, assim homens como mulheres, crescia cada vez mais.”

Assim, pois, eu diria que Lucas quer que vejamos essa conexão entre os sinais e prodígios feitos pelos apóstolos no verso 12, e a multidão “dos que criam no Senhor” que “crescia cada vez mais” no verso 14. E diria ademais, que esta foi a razão por quê a igreja orava tão intensamente para que sinais e prodígios fossem operados. Os sinais e prodígios ajudaram a trazer as pessoas ao Senhor. Ajudaram a trazer o povo à fé salvadora.

Uma constante no livro de Atos

Esse não é um exemplo isolado no livro de Atos. Era algo padrão. Contamos, pelo menos 17 vezes no livro de Atos, onde um milagre realizado ajuda a levar à conversão. Temos visto o milagre de Pentecostes que resultou em 3.000 conversões, e o milagre do homem aleijado em Atos 3:6, que levou à conversão de 2.000 pessoas (Atos 4:4). Atos 9:34 – 35 e 40, 42, são os exemplos mais claros. Pedro cura a Enéias e Lucas diz, “E viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, os quais se converteram ao Senhor.” Pedro ressuscita Tabita, e Lucas diz, “E foi isto notório por toda Jope, e muitos creram no Senhor.”

Não existe dúvida de que a operação de milagres – sinais e prodígios – ajuda a trazer as pessoas a Cristo. Isto é o que Lucas deseja que vejamos e esta, certamente, é a razão por quê o Cristãos oraram em Atos 4:30 pedindo para que Deus estendesse sua mão para curar e para operar sinais e prodígios. Isto ajuda a trazer as pessoas a Cristo.

Uma objeção contra orar por sinais e prodígios

Agora, deixe-me tratar com essa objeção que algumas vezes é trazida contra orar por um derramamento do Espírito Santo com poder, em sinais e prodígios, nos tempos atuais. Alguns dizem que isso compromete a centralidade da Palavra de Deus; que deprecia o valor da pregação da Palavra; que prejudica a suficiência da Palavra de Deus para salvar pecadores. Se sinais e prodígios forem adicionados à pregação, assim dizem, tem que ser porque a Palavra de Deus não está sendo confiada ou estimada como suficiente para salvar. Estas são as coisas que você ouve. Concorda comigo?

Textos que parecem apoiar esse pensamento

Bem, essa objeção parece ter alguns textos cruciais que a apoiam. Romanos 1:16, diz: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” O Evangelho, e não sinais e prodígios. Em 1 Coríntios 1:22 – 23, diz Paulo: “Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” E Jesus mesmo disse, “uma geração má e adúltera pede um sinal.” (Mateus 12:39; 16:4).

Cria um novo problema

Esses são os tipos de textos que são trazidos contra buscar o Senhor hoje em dia por sinais e prodígios. Mas, até agora, eu não ouvi qualquer desses opositores sequer fazer a pergunta, e muito menos responde-la: Se orar por sinais e prodígios deprecia a pregação do Evangelho, e somente pessoas más e adúlteras querem sinais, então porque Pedro, João e os discípulos oraram por eles em Atos 4:30? E porque Lucas se desdobra para demonstrar quão valiosos eles são, em ganhar as pessoas para Cristo?

Você pode ver o que essas pessoas estão fazendo? Elas estão dando a impressão de que buscar sinais e prodígios hoje, é um problema por razões que seriam, igualmente, um problema no livro de Atos, ou seja, compromete a suficiência da pregação. Mas eles não abordam esse problema. Então, permitam-me fazê-lo, porque essa é uma questão realmente muito importante. Porque a oração pedindo por sinais e prodígios em Atos 4:30 não era alguma coisa má e adúltera, e tampouco prejudicava a suficiência da pregação como o poder de Deus para a salvação?

Porque a oração em Atos 4:30 não era má?

A reposta à primeira pergunta é a seguinte: buscar sinais e prodígios de Deus é mau e adúltero, quando a demanda por mais e mais evidência procede de um coração resistente e, simplesmente, encoberta a má vontade para crer. Se levamos em nós um caso de amor para com o mundo, e nosso esposo, Jesus, depois de uma longa separação vem a nós e diz, “Eu te amo e desejo-te de volta”, uma das melhores maneiras de proteger nosso relacionamento adúltero com o mundo, seria dizer, “Tu, realmente, não és meu esposo; Tu, realmente, não me amas. Prova-o. Dê-me algum sinal.” Se esta é a forma com que demandamos um sinal, então, sim, somos uma geração má e adúltera.

Mas, se ao contrário, você vem a Deus com um coração dolorido, e anelando por Sua glória e pela salvação de pecadores, e esta é a razão por quê você deseja que Ele estenda Sua mão para curar e para obrar sinais e prodígios no nome de Jesus, então você, nem é mau nem tampouco adúltero. Você é uma esposa perfeita querendo, tão somente, honrar ao seu esposo, Jesus.

Por que sinais e prodígios não comprometem a pregação?

A resposta à segunda pergunta – porque sinais e prodígios não tem que, necessariamente, comprometer o poder da pregação do Evangelho – segue assim: Atos 14:3 diz que Paulo e Barnabé “Detiveram-se, pois, muito tempo [em Icônio], falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da Sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios.” E isso é sumamente importante: Os sinais e prodígios são o testemunho de Deus à Sua Palavra. Não se colocam em competição com a Palavra. Não são contrários à Palavra. Não estão acima da Palavra. São, melhor diríamos, testemunho divino do valor, da verdade e da necessária centralidade da Palavra.

Segue, aqui, a forma com a qual eu sumarizo o relacionamento entre o evangelho e sinais e prodígios: os sinais e prodígios não são a Palavra salvífica da graça; são testemunhos secundários à Palavra da graça. Sinais e prodígios não podem salvar. Não são o poder de Deus para a salvação. Eles não transformam o coração – tanto quando música, ou arte, ou drama ou performances de mágica. O que transforma o coração e salva a alma é a auto-autenticada glória de Cristo vista na mensagem do evangelho (2 Coríntios 18: - 4:6).

Mas, ainda que sinais e prodígios não podem salvar a alma, eles podem, se assim agrada a Deus, romper a armadura do desinteresse; podem quebrar a cobertura do cinismo; podem destruir a capa protetora da falsa religião. Como todo bom testemunho da Palavra da graça, eles podem ajudar o coração depravado a fixar o olhar no evangelho onde a glória do Senhor brilha em sua inerente autenticação e valor salvífico.

Buscando sinais e prodígios em oração hoje

Meu propósito aqui, não foi o de defender a validade dos sinais e prodígios na atualidade. Eu já o fiz anteriormente, e, sem dúvida, o farei outra vez. O propósito tem sido o de mostrar qual foi sua função no livro de Atos e como isso não é um impedimento para que os busquemos, hoje em dia, da mesma forma em que foi buscado em Atos 4:30 – como um testemunho divino da Palavra da graça.

E eu, em verdade creio que Deus quer que oremos nestes dias, por sinais e prodígios. Tampouco me encontro só na comunidade reformada que ama a soberania de Deus e as doutrinas da graça. Portanto, encerro com um desafio feito por nosso mui venerado porta-voz, Martyn Lloyd-Jones.

“Está perfeitamente claro que nos dias do Novo Testamento, o evangelho foi autenticado por sinais, prodígios e milagres de várias descrições e caráter… Estava, este fato, suposto a ser verdade apenas para a igreja em seu princípio? …As Escrituras nunca, em nenhum lugar afirma, que estas coisas eram somente temporárias – nunca! Tal afirmação não existe em nenhuma parte.” (The Sovereign Spirit, pp. 31 – 32, em inglês).

Lloyde-Jones cria no “estado contínuo”, regular, normal do ministério da igreja. Tendo sua bênção, e sua glória, do Senhor. Mas, eu creio, que Lloyde-Jones ficou gradualmente desiludido com o status quo já pelo final de seus 30 anos de um ministério estável na Westminster Chapel em Londres, em 1965.

“Nós podemos produzir um número de convertidos - graças a Deus por isso - e isto acontece regularmente nas igrejas evangélicas a cada domingo. Mas a necessidade de hoje é demasiado grande para isso. A necessidade de hoje é a de uma autenticação de Deus, do sobrenatural, do espiritual, do eterno, e isto poderá receber sua resposta por Deus, graciosamente, ouvindo nosso clamor e outra vez derramando Seu Espírito sobre nós, e enchendo-nos da mesma maneira em que Ele continuamente enchia a igreja em seus primeiros dias.” (Joy Unspeakable, p. 278, em inglês).
O que necessitamos é uma poderosa demonstração do poder de Deus, uma representação do Onipotente que obrigaria as pessoas a prestar atenção, e a olhar, e a ouvir… Esta a razão porque eu insisto em que orem por sinais e prodígios. “Quando Deus age, Ele pode fazer em um minuto muito mais do que o homem, com sua organização, pode fazer em 50 anos.” (Revival, pp. 121 -122, em inglês).