A ordenança da Criação

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English: The Order of Creation

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Por R.C. Sproul Sobre Criação
Uma Parte da série Article

Tradução por Flavia Martins dos Santos

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Na Criação do mundo, Deus criou o homem à Sua própria imagem. O termo “homem” é utilizado genericamente, pois podemos observar que foi criado masculino e feminino. Na ordem da Criação, foi dada a humanidade o domínio sobre a terra. Em relação a isso, Adão e Eva serviram como regentes substitutos em nome de Deus. Eva compartilhou essa dominação; se referirmos à dominação de Adão como um tipo de realeza sobre a criação, poderíamos considerar Eva como a rainha deste reino. No entanto, é claro pela ordem da Criação que Eva foi colocada na posição de subordinação em relação à Adão. A ela foi designada a função de “ajuda encontrada.”

Muitos problemas relacionados com essa ordem da Criação foram trazidos para o alívio corajoso, pelo movimento feminista. Por exemplo, as passagens do Novo Testamento que chamam as esposas para se sujeitarem aos seus maridos e homens apenas para liderarem na igreja foram recebidas com protestos estrondosos. Calúnias foram disseminadas contra o apóstolo Paulo por ser um machista do século 1, enquanto outros foram procurados para fazer de forma cronológica e relativa essas regras argumentando que elas eram apenas costumes meramente culturais que eram relevantes ao século 1, mas não ao mundo moderno. Também foi discutido que o princípio da submissão denigre as mulheres, roubando delas a sua dignidade e as removendo para um nível de humanidade inferior.

Em relação ao último ponto, a suposição errada feita é que subordinação significa inferioridade ou que subordinação destrói igualdade de dignidade, importância e valor. Tristemente, o machismo masculino tem sido conduzido por essa imensa idéia errada, com os homens assumindo que a razão pela qual Deus comanda suas esposas para serem submissas a eles é que elas devem ser inferiores.

Que essa suposição é claramente falsa é observada em nosso entendimento sobre as pessoas de Deus. Na economia da redenção, o Filho está subordinado ao Pai, e o Espírito Santo está subordinado ao pai e ao Filho. Isso não significa que o Filho é inferior ao Pai, e que o Espírito Santo seja inferior ao pai e ao Filho. Nosso entendimento sobre a Trindade é que as três pessoas de Deus são iguais sem ser, importância e glória. Eles são co-eternos e consubstanciais.

Da mesma maneira, na hierarquia organizacional, nós assumimos que devido ao fato do vice-presidente ser subordinado ao presidente, que o mesmo é inferior ao presidente como pessoas. É óbvio que subordinação não se traduz em inferioridade.

A questão da subordinação das esposas aos maridos em matrimônio e das mulheres aos homens na igreja é meramente costume cultural do mundo antigo que está em decadência. Se esses assuntos realmente fossem articulados como costumes culturais e não princípios obrigatórios, seria um sério abuso de lei para aplicá-los transculturalmente às sociedades onde eles não pertencem. Por outro lado, se eles fossem dados como mandatos transculturais, para tratá-los como meras convenções culturais seriam para violentar o Espírito Santo e para se rebelar com o Próprio Deus.

Em outras palavras, se as passagens bíblicas simplesmente refletem o machismo do judeu rabínico do século 1, eles são indignos de nossa aceitação. Se, no entanto, Paulo escreveu sobre a inspiração do espírito Santo, e se o Novo Testamento é a Palavra de Deus, então a alegação de machismo deve ser nivelada não apenas em Paulo, mas no próprio Espírito Santo — uma alegação que não pode ser nivelada com impunidade.

Se estivermos convictos que a Bíblia é a Palavra de Deus e seus mandamentos são os mandamentos de Deus, como podemos discernir entre costumes e princípios? Eu escrevi sobre o assunto de cultura e a Bíblia em meu livro Conhecendo a Escritura. Nele, mencionei que ao menos tiremos a conclusão que toda a escritura é princípio e assim liga todas as pessoas de todos os tempos e lugares, ou que toda a Escritura é simplesmente uma questão culturalmente condicionada ao costume local com nenhuma relevância ou aplicação necessária além de seu contexto histórico imediato, somos forçados a descobrir algum direcionamento para discernir as diferenças entre princípio e costume.

Para ilustrar o problema, vamos ver o que acontece quando nós consideramos que tudo que existe na Escritura é princípio. Se este fosse o caso, as mudanças radicais teriam que ser feitas no evangelismo. Jesus comandou aos seus discípulos para “Não carregar nem carteira, nem mochila nem sandálias...” (Lucas10:4a). Se transformarmos este texto em um princípio transcultural, teríamos que nos entregar ao evangelismo pé no chão. Obviamente existem assuntos bíblicos que refletem o costume histórico. Não nos foi pedido para usarmos as mesmas roupas que as pessoas bíblicas usavam, ou pagar nossos dízimos com shekels ou denários. Coisas como vestuário e moeda corrente estão sujeitas às mudanças. Uma as principais considerações na determinação da questão do princípio ou costume é se a questão envolve uma ordenança da Criação. Ordenança da Criação pode ser diferenciada das leis de governança antigas e dos comandos de governança novos. A primeira consideração diz respeito aos grupos de várias governanças. No Novo Testamento, a governança é formada de fieis Cristãos. Por exemplo, os fiéis Cristãos são chamados para celebrar a Ceia do Senhor. Mas a ordem não se estende aos que não crêem, os quais na realidade são alertados para não participarem deste sacramento. Da mesma maneira, existiam leis no Velho Testamento que se aplicavam apenas aos judeus.

Mas nós perguntamos quem são esses grupos do pacto da Criação? Na Criação, Deus faz um pacto não simplesmente com os judeus ou com os cristãos, mas com a humanidade. Enquanto os humanos existirem em uma relação de pacto com o Criador, as leis da criação permanecem intactas. Elas são reafirmadas tanto no pacto antigo como no pacto novo.

Se qualquer coisa ultrapassa o costume cultural, isso é uma ordenança da criação. Assim, é realmente muito perigoso tratar desse assunto de subordinação no casamento e na igreja como um mero costume local quando está claro que o Novo Testamento refere-se a esses assuntos como um apelo apostólico que se baseia na Criação. Tais apelos tornam óbvio que todos esses mandatos tinham a intenção de ser relacionado com os costumes locais. Que a igreja hoje frequentemente trata as leis divinas como mera reflexões não tanto da condição cultural da Bíblia, mas da condição cultural da igreja moderna. Aqui está um caso onde a igreja capitula a cultura local ao invés de ser obediente à lei transcendente de Deus.

Se alguém estudar um problema como esse com cuidado e não for capaz de discernir se o problema é de princípio ou de costume, que ele ou ela deve fazer? Aqui um princípio da humanidade vem à tona, um princípio apresentado na suposição básica do Novo Testamento que se não for fé é pecado. Lembre-se do antigo provérbio, “Quando estiver em dúvida, não faça”? Se formos excessivamente cautelosos e observarmos um costume como um princípio, então não seremos culpados de pecado — de dano, de delito. Por outro lado, se tratarmos um princípio como costume que pode ser colocado de lado, estaremos sendo culpados de desobedecer a Deus.

As ordenanças podem ser modificadas, como a Lei de Moisés foi modificada em relação ao divórcio, mas o princípio aqui é que as ordenanças da criação são nominativas a menos ou até que elas sejam explicitamente modificadas pela revelação bíblica posterior.