Ponha de Lado o Peso da Calúnia

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: Lay Aside the Weight of Slander

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Andreia Frazão

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Deus odeia a calúnia (Provérbios 6:16, 19). É perversa. É por isso que Paul a enumera como um dos comportamentos dos inimigos de Deus (Romanos, 1:30), e é por isso que Tiago lhe chama um comportamento demoníaco (Tiago 3:15–16).

A calúnia ocorre sempre que alguém diz algo que não é verdade sobre outra pessoa, o que resulta, intencionalmente ou não, em danos para a reputação de outrem. E, quando ocorre, transforma-se num peso desencorajador, que causa divisão e confusão, e que, muitas vezes, afeta imensas pessoas – por vezes mesmo muitas, muitas pessoas.

Por causa do seu poder tóxico, é uma das principais estratégias do adversário para lançar as relações na discórdia e frustrar e fazer descarrilar a missão da igreja. É preciso estarmos de guarda contra este pecado que se agarra ao nosso íntimo e que é frequentemente posto de lado (Hebreus 12:1).

Tabela de conteúdo

A Subtileza da Calúnia

Por vezes, dizer algo que é falso e danoso sobre alguém é ousado e direto. Mas, muitas vezes, a calúnia é insidiosamente subtil, especialmente porque ouvimos calúnias durante toda a nossa vida, em quase todos os contextos, e fomo-nos habituando a isso. Isto significa que temos de aguçar a nossa sensibilidade e reduzir a nossa tolerância às calúnias.

A calúnia pode usar uma centena de máscaras. Vou referir algumas das mais comuns.

Às vezes, fazemos circular informações caluniosas que parecem quase um boato inofensivo e, no entanto, o efeito que têm sobre os nossos ouvintes é deixá-los com uma perceção injustamente negativa de outrem. Às vezes, enfeitamos um relato negativo sobre alguém com informações ou com um certo tom, para engrandecer a perceção que o ouvinte tem de nós.

Às vezes, estamos mesmo muito preocupados com alguém, mas partilhamos esta preocupação com alguém que em nada beneficia dessa preocupação ou que não pode ajudar. Fazemos isto simplesmente porque queremos que os nossos ouvintes pensem o pior de uma determinada pessoa. Ou, se até partilhamos uma preocupação com uma pessoa adequada, podemos, por vezes, ceder às nossas especulações ou presunções, misturando-as quase impercetivelmente com os factos junto dos nossos ouvintes, distorcendo a preocupação de forma a influenciar um resultado na direção que desejamos.

O efeito líquido de todas as formas de calúnia é desvalorizar injustamente a reputação de outra pessoa.

Caluniar é Roubar

Esta desvalorização está no cerne do que torna a calúnia perversa. A Bíblia diz-nos, "A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro." (Provérbios 22:1, NVI). Neste contexto, um bom nome representa o caráter da pessoa, que é o elemento mais valioso da sua identidade. Um bom nome corresponde a quem somos na mente dos outros. E como as relações são negociadas com a moeda da confiança, a reputação é um bem verdadeiramente precioso.

Assim, sempre que manuseamos o nome de uma pessoa – ou seja, quem a pessoa é na mente dos outros – estamos a agir como administradores de um tesouro que lhe pertence. Se prejudicarmos a reputação de uma pessoa injustamente, estamos a roubar o seu bom nome; estamos a vandalizar o seu carácter. Isto causa danos muito sérios às pessoas, por vezes, de longa duração, pois restaurar um nome desvalorizado é muito difícil. Quem sabe o amor, alegria, conselhos, conforto e oportunidades que retiramos às pessoas se cuidarmos do seu nome de forma descuidada?

Deus sabe. E Deus detesta isto. Deus odeia quando falamos mal do seu nome (Êxodo 20:7) e quando falamos mal dos outros (Tito 3:2). Deus responsabilizar-nos-á por cada palavra descuidada que dissermos (Mateus 12:36). Este é o grande incentivo para que nos “livrem[os] de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de maledicência” (1 Pedro 2:1, NVI).

Primeiro, Combata a Calúnia que há Dentro de Si

O principal caluniador que devemos silenciar é aquele que está dentro de nós. Cheias de um orgulho maligno, as nossas naturezas pecaminosas não estão interessadas na verdade, mas na glória própria. Portanto, as nossas naturezas pecaminosas procuram manipular os outros através da calúnia (ou lisonja), para nosso próprio benefício egoísta.

O pecado (e, por conseguinte, os nossos assediadores demoníacos) apodera-se de uma preocupação para com outrem ou de uma ofensa que recebemos de outra pessoa e procura distorcê-las, levando-nos a pensar mal daquela pessoa.

Pensar mal de outrem é atribuir-lhe qualidades negativas imaginadas ou exageradas, que não existem. Muitas vezes, isto começa como fantasias privadas, nas quais acalentamos as nossas preocupações ou a nossa ofensa ao imaginarmo-nos justificados na nossa retidão e ao imaginarmos os outros condenados na sua maldade. Mas, na verdade, tudo o que estamos a fazer é passar para as nossas imaginações os nossos próprios maus pensamentos disfarçados de outras pessoas. Isto é o caluniador que habita a nossa natureza pecaminosa a falar. É uma tolice dar-lhe ouvidos.

E quando a nossa calúnia verte de nós para os outros – e isto acontecerá se não a agarrarmos logo – isto é tanto egoisticamente indulgente como cobarde.

A calúnia é indulgente porque, muitas vezes, o que realmente procuramos é o burburinho da autolisonja, que advém de termos o nosso ouvinte a aprovar-nos e a admirar-nos mais do que aquele que estamos a caluniar. Estamos a roubar a reputação de outrem para obter a droga da autolisonja.

A calúnia é cobarde porque é uma forma de acalentar uma preocupação ou uma ofensa e de ganhar simpatizantes sem fazer o corajoso trabalho de a trazer diretamente à fonte da nossa preocupação ou ofensa. As nossas racionalizações para tal podem ser inúmeras, mas, essencialmente, não temos coragem de lidar com isto de frente. Isto significa que o nosso caráter está seriamente em causa, pois estamos dispostos a vandalizar o caráter de outra pessoa para conseguirmos aliados.

É necessário que nos tornemos implacáveis no que toca a ignorar e silenciar as nossas naturezas pecaminosas e caluniosas.

Ajudarmo-nos uns aos Outros a Combater a Calúnia

Quando alguém calunia outrem diante de nós, devemos lembrar-nos de que não é sobretudo contra carne e sangue que estamos a lutar, mas sim contra as forças espirituais do mal (Efésios 6:12). Satanás sabe que a calúnia enfraquece e divide igrejas, envenena amizades e fratura famílias. Satanás sabe que a calúnia extingue o Espírito Santo, mata o amor, causa um curto-circuito na renovação espiritual, mina a confiança e suga a coragem dos santos. Portanto, o nosso objetivo, particularmente no contexto da igreja, é ajudarmo-nos uns aos outros a livrarmo-nos de pesos demoníacos e a evitar empecilhos satânicos.

Então, como é que fazemos isto? A melhor maneira é tornarmo-nos pessoas junto de quem não é seguro estar a caluniar outrem. Temos de nos colocar, uns aos outros, questões como:

Noutras palavras, os amigos não deixam os amigos caluniarem. Os amigos não deixam os amigos agirem como inimigos de Deus (Romanos 1:30). Quanto mais amamos as pessoas, mais odiamos a calúnia, porque o caluniador odeia as suas vítimas (Provérbios 26:28).

Não nos esqueçamos de que somos administradores do tesouro que é o bom nome dos outros. Resolvamos evitar partilhar informações que prejudiquem desnecessariamente a reputação de outra pessoa e arrependamo-nos diante de todas as pessoas afetadas, se o fizermos. Procuremos silenciar o caluniador que habita a nossa natureza pecaminosa, e procuremos dar e receber, de forma graciosa, a ajuda dos outros, quando um de nós resvala, talvez inconsciente, para a calúnia. Prejudiquemos as forças de Satanás, dizendo a verdade em amor (Efésios 4:15).

Ponhamos de lado este destrutivo peso feito de pecado: a calúnia.

Uma Palavra Sobre a Calúnia e Situações Abusivas

Existem momentos em que é necessário e não é calunioso discutir ou partilhar informação que é danosa para a reputação de uma pessoa. Não se esqueçam, a calúnia é informação falsa e danosa. Mas, por vezes, os verdadeiros pecados de uma pessoa são de uma natureza tal que devem tornar-se públicos, para bem da justiça e da segurança individual. Aqui estão só alguns cenários de exemplo:

As instruções de Jesus em Mateus 18:15–17 devem guiar-nos em casos difíceis como estes. E Jesus espera que nos comportemos de forma circunspecta nesses casos, procurando sempre preservar as reputações dos outros, tanto quanto possível, sabendo que a bisbilhotice e a calúnia são sempre tentações agachadas às nossas portas, à espreita.

Numa era de redes sociais, que carece das restrições funcionais colocas à divulgação de informação nas eras passadas, sejamos ainda mais vagarosos a publicar (“tardios para falar” – Tiago 1:19, NVI) análises, especulações e comentários relativos a informação sobre outra pessoa ou grupo, mesmo que se tenha tornado pública na nossa cultura saturada de calúnias, e que pode eventualmente provar-se que é caluniosa. Todos os sérios avisos bíblicos sobre a calúnia ainda se aplicam, o que deveria fazer-nos a todos, especialmente aqueles que têm “plataformas,” tremer.