O Confuso e Perfeito Amor de Cristo

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: The Confusing and Perfect Love of Christ

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Por Joe Rigney Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Vanderci Sentello

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Meu filho tem um cordeirinho de pelúcia. Quando você o aperta, o cordeiro canta: “Jesus me ama, isso eu sei, pois a Bíblia me diz assim.”

Jesus me ama. Palavras simples o suficiente para meu filho entender. Jesus me ama. Palavras que, de acordo com Paulo, superam todo o conhecimento humano (Efésios 3:19). Tão infinito é o amor de Jesus, que precisamos da força criada pelo Espírito para compreender seu comprimento, largura, altura e profundidade.

Essa é uma das razões pelas quais a história de Lázaro em João 11 é tão preciosa. Em uma história, vemos tanto a simplicidade do amor de Jesus quanto sua incompreensibilidade. “Jesus amava Marta, a irmã dela e Lázaro” (João 11:5; NVI). Ele os amava. E ele nos ama. E esta história nos mostra o quão surpreendente e infinito esse amor pode ser.

Tabela de conteúdo

Quando Jesus Está Confuso

Para refrescar a história, Lázaro está doente. Suas irmãs enviam uma mensagem a Jesus e Jesus declara decisivamente: “Essa doença não acabará em morte. É para a glória de Deus” (João 11:4). Isso nos prepara para algo grande. Como leitores, estamos preparados para um sinal — para um ato sobrenatural público que demonstre quem é Jesus, como transformar água em vinho, ou alimentar cinco mil, ou curar um homem paralítico, ou fazer um cego ver.

Mas então a confusão se instala. Quando as irmãs enviam uma mensagem — “Senhor, aquele a quem amas está doente” (João 11:3) — elas claramente esperam que ele venha. E, no entanto, Jesus demora. “No entanto, quando ouviu falar que Lázaro estava doente, ficou mais dois dias onde estava” (João 11:6). Ele espera mais dois dias, depois de receber a notícia. É confuso.

Quando Jesus diz a seus discípulos, ele parece falar em enigmas. “Lázaro adormeceu, mas vou até lá para acordá‑lo” (João 11:11). Se ele estiver dormindo, Jesus, ele vai se levantar. “Não, Lázaro morreu.” Jesus está falando sobre dormir ou morrer? É confuso.

O tempo todo, as respostas emocionais de Jesus são intrigantes. Aos seus discípulos, ele diz: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá” (João 11:14–15). Sério? Nosso amigo morreu e você está feliz? Isso é confuso. Mas quando ele chega, ele fica perturbado e chora (João 11:33–35). Se ele está feliz, por que está chorando? Se ele está chorando, por que ele disse que estava feliz? É confuso.

No túmulo, Jesus lhes diz para remover a pedra (João 11:38–39). Mas Lázaro está morto há quatro dias. Ele está morto-morto. Alma-deixou-o-corpo-e-foi-para-o-lugar-depois-da morte. Corpo-está-em-decomposição-na-tumba morto. Por que remover a pedra agora? É confuso.

E pairar sobre toda a história é um pensamento confuso. As duas irmãs dão voz a isso.

Marta: “Senhor, se estivesses aqui, o meu irmão não teria morrido” (João 11:21).

Maria: “Senhor, se estivesses aqui, o meu irmão não teria morrido” (João 11:32).

A repetição é reveladora, não é? Sobre o que Maria e Marta conversaram nos últimos quatro dias? O que elas tinham dito uma à outra repetidas vezes diante dessa tragédia? “Se ao menos ele estivesse aqui.”

Finalmente, os enlutados levantam explicitamente a questão que assombra toda essa história: “Ele, que abriu os olhos do cego, não poderia ter impedido que este homem morresse?” (João 11:37).

E assim, enquanto as palavras de Jesus no início nos preparam para algo grande — para sinais que exibem a glória de Jesus — as pessoas na história estão vivendo em confusão. Todo esse episódio não faz sentido. E a confusão é importante, porque é onde a maioria de nós mora.

Onde Nós Vivemos

Cada um de nós enfrenta dificuldades, provações, sofrimentos, aflições. E para os Cristãos que acreditam que Jesus é todo-poderoso, todo-sábio e todo-bom, a pior parte é muitas vezes essa confusão. Seja doença (câncer, derrame, doença inexplicável, dor crônica); seja a morte de alguém que amamos (pai, filho, irmão, amigo); seja perseguição, oposição ou inimizade; seja ansiedade, dúvida, depressão — aqui está o que sabemos:

  1. Jesus é capaz de consertar isso. Ele é onipotente. Sabemos que ele poderia consertar qualquer coisa, se ele assim quisesse.
  2. Em sua compaixão, Jesus consertou esse tipo de coisa para os outros. Ele curou o homem cego. Ele curou o filho do oficial. É isso que Maria e Marta querem. E é isso que também queremos.
  3. Jesus me ama.
  4. E, no entanto, a doença ainda está aqui, a morte ainda aconteceu, a perseguição se intensificou e as trevas não se dissiparam.

Estamos constantemente dizendo: “Você não poderia ter evitado isso, Jesus?” Como as irmãs, repetimos repetidamente: “Se ao menos você estivesse aqui...”

É aqui que nós vivemos. No escuro, na confusão, nas esperanças frustradas e desejos não realizados, nos enigmas e perguntas e nas dúvidas. Vivemos nos longos dias entre nossa mensagem a Jesus — “Aquele a quem você ama está doente” — e sua confusa chegada mais tarde. E era lá que Marta e Maria moravam. E, no entanto, João insiste desde o início: “Jesus amava Marta, Maria e Lázaro”. Então, onde está o amor de Jesus nesta história? Vemos o amor de Jesus em seis palavras-chave.

O Amor de Jesus Espera

A primeira expressão é “no entanto” (João 11:6). É a expressão mais chocante de toda a história. Jesus amava Marta, Maria e Lázaro. Então, quando ouviu falar sobre a doença, ficou mais dois dias. Ele os amava; portanto, ele ficou. O amor de Jesus o impediu de ir curar Lázaro e poupá-los da semana mais longa de suas vidas.

Alguns tradutores da Bíblia não conseguem lidar com essa palavra. Eles dizem: “Jesus os amava e, no entanto, quando ele ouviu falar, ficou mais dois dias”. Em outras palavras, apesar do fato de que ele os amava, ele esperou. Mas não foi isso que João escreveu. João disse: Ele os amava; portanto, ele esperou. Ele os amava; portanto, ele deixou Lázaro morrer. Ele deixou Maria e Marta sentadas em suas dores, suas lágrimas, suas confusões e suas perguntas. Se Jesus estivesse aqui... Por que ele não estava aqui? Por que ele não veio imediatamente?

Porque ele te ama, Marta. Porque ele te ama, Maria. Porque ele te ama, Lázaro. A expressão "no entanto" nos ensina que o amor de Jesus espera.

O Amor de Jesus Chora

Em segundo lugar, mais duas palavras: “Jesus chorou.” (João 11:35). Isso também é amor. As multidões o reconhecem imediatamente. Quando Jesus chora no túmulo de Lázaro, elas dizem: "Veja como ele o amava!" (João 11:36). E nisso, vemos a vida emocional incrivelmente complexa e justa de nosso Senhor.

Por um lado, ele diz aos discípulos: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá” (ver João 11:14–15). Ele está feliz por ter esperado, porque ele os ama. E então, quando ele chega lá, ele chora, porque ele os ama. Mais do que isso, ele está profundamente comovido; literalmente, ele está com raiva e indignado (João 11:33). Jesus encontra Maria e Marta em seu choro. Ele as vê chorando e fica indignado com o pecado e a morte, e com a maneira como isso assola aqueles que ele ama.

É muito importante lembrar disso. Sim, o amor de Jesus espera. Ele até se alegra em esperar. Mas isso não significa que ele não nos encontre em nosso choro. Quando chegamos a ele com nossa confusão e nossas perguntas — Onde você estava? Por que você não fez alguma coisa? — ele não nos repreende. Ele diz: “Eu sei. O luto é ótimo. Estou com você e por você. Traga sua confusão. Sim, eu esperei. E ainda estou com você, porque eu te amo.”

O Amor de Jesus Ressuscita os Mortos

Finalmente, mais três palavras: “Lázaro, saia” (João 11:43). Isso também é amor; é o amor de Jesus que ressuscita os mortos. Jesus não apenas espera e ele não apenas chora. Ele age. Ele realiza um sinal que revela a glória de Deus, de maneira que o Filho de Deus seja glorificado nele. Depois que ele espera e depois que ele chora, ele lhes diz para rolar a pedra e ele ora em voz alta, para que todos saibam o que está acontecendo (João 11:41–42). E então ele olha para o túmulo e grita: "Lázaro, saia!"

E Lázaro sai. Os pais da igreja notaram como era importante que Jesus dissesse o nome Lázaro. Se ele não tivesse dito, eles especulariam — se ele simplesmente tivesse dito: “Saia” — todos os túmulos teriam se esvaziados e a ressurreição geral teria acontecido ali mesmo. É assim que ele é poderoso. Mas, em vez disso, ele chama um homem, pelo nome, e esse homem sai, mancando para fora do túmulo, envolto em roupas de enterro. E diante do espanto de todos, Jesus diz: “Desamarra-o e deixa-o ir” (João 11:44).

Você Acredita Nisso?

Esse amor profundo, radical e muitas vezes contraintuitivo é o motivo de toda essa história confusa. A espera, os enigmas, a confusão, o choro, a ressurreição: todos eles são projetados para nos levar mais fundo, para que conheçamos o amor de Cristo que excede o conhecimento — não apenas que ele cuida de nós, não apenas que ele pode fazer todas as coisas, não apenas que ele pode ressuscitar os mortos, mas que ele é a ressurreição e a vida.

Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? (João 11:25–26)

É aqui que Jesus tem levado Marta. “Você acredita nisso? Com seu irmão deitado em um túmulo, sabendo que eu poderia ter evitado — Marta, você acredita nisso?”

E assim Jesus está diante de nós hoje. E enquanto nos sentamos com Marta em nossa confusão, porque ele nos ama, ele nos diz: “Você acredita nisso?” Quando o câncer ainda está lá. Quando a doença ainda não foi explicada. Quando as dores de cabeça não param. Quando a dor ainda é opressiva. Quando a oposição não desiste. Quando a escuridão não se dissipou. Quando as dúvidas ainda nos pesam. Quando o corpo ainda está na sepultura. Quando Jesus ainda não está aqui. Naquele momento, antes de ressuscitar os mortos, ele nos diz: “Você acredita nisso?”

Porque Ele Te Ama

Jesus amava Marta, Maria e Lázaro. E ele te ama. E porque ele te ama, ele pode esperar. Ele pode levá-lo a um sofrimento, perda e dor inimagináveis. E quando ele fizer isso, porque ele te ama, ele ainda estará com você. E um dia, porque ele te ama, ele ressuscitará os mortos. Ele corrigirá cada erro e enxugará cada lágrima.

E enquanto isso, porque ele te ama, ele está te levando mais fundo em seu amor. Ele está revelando sua glória para você na espera e no choro.

Jesus me ama, isso eu sei,
pois a Bíblia me diz assim.

Você acredita nisso?