Deus criou o mundo para a adoração
De Livros e Sermões BÃblicos
(Criou nova página com '{{info|God Made the World for Worship}}<br> ====Sua glória em indivíduos e em reuniões de indivíduos==== A alma humana ''individual'', contemplando e saboreando corret...') |
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- | {{info|God Made the World for Worship}}<br> | + | <p><span class="fck_mw_template">{{info|God Made the World for Worship}}</span><br /> |
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- | + | <h4>Sua glória em indivíduos e em reuniões de indivíduos</h4> | |
- | + | <p>A alma humana <i>individual</i>, contemplando e saboreando corretamente a glória de Cristo, está no centro do propósito de Deus na criação do mundo. Até que compreendamos, em alguma medida, o motivo disso, não poderemos explicar por que a realidade <i>coletiva</i> da igreja em adoração é essencial para o propósito de Deus ao criar o mundo. | |
- | A alma humana | + | </p><p>Portanto, o que espero fazer nesta mensagem é direcionar um estudo bíblico entre dois erros. Em um lado, quero que evitemos o erro de pensar que o relacionamento entre a alma humana adoradora individual e Deus <i>é, por si só</i>, o propósito final de Deus na criação. Não é. |
- | + | </p><p>Por outro lado, quero que evitemos o erro de sermos cativados pela realidade coletiva do povo adorador de Deus - o <i>corpo</i> de Cristo, o <i>templo</i> de Deus, a <i>noiva</i> de Cristo - que percamos de vista o fato de que a intensidade vital, contínua e eterna da afeição da alma individual por Deus é absolutamente essencial para a própria existência da realidade coletiva da igreja em adoração. | |
- | Portanto, o que espero fazer nesta mensagem é direcionar um estudo bíblico entre dois erros. Em um lado, quero que evitemos o erro de pensar que o relacionamento entre a alma humana adoradora individual e Deus | + | </p><p>O Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o radical, essencial e eterno significado da pessoa humana que adora individualmente. E o Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o surgimento da belíssima noiva de Cristo, que é mais do que a soma de suas partes flamejantes, embora não menos. |
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- | Por outro lado, quero que evitemos o erro de sermos cativados pela realidade coletiva do povo adorador de Deus - o | + | <h4>A alma individual e a glória</h4> |
- | + | <p>Vamos começar destacando o relacionamento entre a alma individual e o propósito final da criação de Deus. Uma das declarações mais claras da Bíblia sobre o propósito final de Deus na criação é encontrada em Isaías 43:6-7 (NVI): | |
- | O Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o radical, essencial e eterno significado da pessoa humana que adora individualmente. E o Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o surgimento da belíssima noiva de Cristo, que é mais do que a soma de suas partes flamejantes, embora não menos. | + | </p> |
- | + | <blockquote>“De longe tragam os meus filhos,<br /> | |
- | + | e dos confins da terra as minhas filhas,<br /> | |
- | + | todo o que é chamado pelo meu nome,<br /> | |
- | Vamos começar destacando o relacionamento entre a alma individual e o propósito final da criação de Deus. Uma das declarações mais claras da Bíblia sobre o propósito final de Deus na criação é encontrada em Isaías 43:6-7 (NVI): | + | |
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- | <blockquote>“De longe tragam os meus filhos,<br> | + | |
- | e dos confins da terra as minhas filhas,<br> | + | |
- | todo o que é chamado pelo meu nome,<br> | + | |
a quem criei para a minha glória.” | a quem criei para a minha glória.” | ||
</blockquote> | </blockquote> | ||
- | + | <p>Ou em Efésios 1:11-12: “Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória”. E temos Romanos 11:36: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém”. | |
- | Ou em Efésios 1:11-12: “Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória”. E temos Romanos 11:36: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém”. | + | </p><p>Deus criou o mundo, sustenta o mundo, governa o mundo. Ele está realizando a Sua obra salvadora no mundo, a fim de mostrar a Sua glória - Sua grandeza, Sua beleza, Seu valor, todo o panorama de Suas perfeições. Vemos isso por toda a Escritura: |
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- | Deus criou o mundo, sustenta o mundo, governa o mundo. Ele está realizando a Sua obra salvadora no mundo, a fim de mostrar a Sua glória - Sua grandeza, Sua beleza, Seu valor, todo o panorama de Suas perfeições. Vemos isso por toda a Escritura: | + | <ul><li>“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.” (Salmos 19:1) |
- | + | </li><li>“Cantem de alegria todas as árvores da floresta.” (Salmos 96:12) | |
- | + | </li><li>“Batam palmas os rios, e juntos, cantem de alegria os montes.” (Salmos 98:8) | |
- | + | </li><li>“(Os campos e os vales) exultam e cantam de alegria!” (Salmos 65:13) | |
- | + | </li><li>“Cantem de alegria, ó céus... Grite bem alto, ó profundezas da terra. Irrompam em canção, vocês, montes, vocês, florestas e todas as suas árvores, pois o Senhor... Ele mostra sua glória em Israel.” (Isaías 44:23) | |
- | + | </li></ul> | |
- | + | <p>Os céus, as montanhas, os montes, as árvores das florestas, os rios e os campos - todos foram criados para cantar a Glória do seu Criador. E eles fazem isso. O mesmo acontece com o mais brilhante coral de cento e cinquenta cantores incrédulos reunidos para interpretar o <i>Messias</i> de Händel na Páscoa, cercados pela mais talentosa orquestra de músicos incrédulos. Quando eles tocam com excelência e cantam lindamente essas magníficas verdades bíblicas, tudo isso reflete a glória de Deus, como as árvores batendo palmas. | |
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- | Os céus, as montanhas, os montes, as árvores das florestas, os rios e os campos - todos foram criados para cantar a Glória do seu Criador. E eles fazem isso. O mesmo acontece com o mais brilhante coral de cento e cinquenta cantores incrédulos reunidos para interpretar o | + | <h4>Por que a adoração deve ser valorizada</h4> |
- | + | <p>Portanto, se Deus recebe tanta glória que reflete a maravilha das coisas externas que Ele criou - incluindo músicos, cientistas e atletas incrédulos - por que há necessidade de a alma humana individual ter algum afeto especial por Deus? O propósito de Deus de ser glorificado não está sendo alcançado de qualquer maneira? | |
- | + | </p><p>Não, não está. Deus não pretende ser glorificado pela metade. | |
- | + | </p><p>Um rei pode ser glorificado por suas grandes realizações, poder e sabedoria se governar seu reino com mão de ferro e cuidar para que grandes fortificações sejam edificadas, belos edifícios e jardins sejam construídos e os cidadãos, sob coerção, sejam forçados a se tornarem excelentes músicos e a executarem para ele as melhores peças de arte musical. Esse rei pode ter a reputação de seu poder em todo o mundo. | |
- | Portanto, se Deus recebe tanta glória que reflete a maravilha das coisas externas que Ele criou - incluindo músicos, cientistas e atletas incrédulos - por que há necessidade de a alma humana individual ter algum afeto especial por Deus? O propósito de Deus de ser glorificado não está sendo alcançado de qualquer maneira? | + | </p><p>Mas ele não é tão grande nem tão glorificado como um rei que é amado pelo seu povo - admirado, reverenciado, valorizado, prezado, apreciado, desejado - assim, por causa dessa afeição por seu rei, esses súditos felizes constroem fortificações, edifícios, jardins e composições musicais ainda maiores. Um rei é mais glorificado por um povo valorizado do que por um povo acuado. Deus não pretende ser glorificado pela metade. |
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- | Não, não está. Deus não pretende ser glorificado pela metade. | + | <h4>Nem todo som é música de adoração</h4> |
- | + | <p>Jesus disse aos escribas e fariseus: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram...’” (Mateus 15:7-9). Aqui você tem um excelente uso dos lábios: “Você <i>me honra</i> com seus lábios. Minha honra, minha glória, está soando em seus lábios. Eu estou sendo glorificado pela sua boca, assim como sou glorificado pelas montanhas, árvores e rios que não possuem alma, e assim como sou glorificado por conjuntos de corais de incrédulos que cantam o “Aleluia de Händel.” | |
- | Um rei pode ser glorificado por suas grandes realizações, poder e sabedoria se governar seu reino com mão de ferro e cuidar para que grandes fortificações sejam edificadas, belos edifícios e jardins sejam construídos e os cidadãos, sob coerção, sejam forçados a se tornarem excelentes músicos e a executarem para ele as melhores peças de arte musical. Esse rei pode ter a reputação de seu poder em todo o mundo. | + | </p><p>Mas Jesus ainda diz que o coração deles, a alma deles - a alma humana individual deles - está longe Dele. O que Ele quis dizer? Jesus nos diz em Mateus 15:9: “Em vão me adoram.” Em vão. Significado: “O reflexo externo de minha excelência é um zero quando se trata da essência do tipo de adoração que esse mundo que criei pode oferecer. Um zero”. |
- | + | </p><p>Por quê? “Eu não criei o mundo para obter nada de magnífico do coração dos seres humanos criados à minha imagem - seja os que estejam cantando o “Aleluia de Händel” em descrença ou seguindo os movimentos de adoração coletiva na igreja no domingo de manhã. Esse não é o motivo de ter criado o mundo. Criei o mundo não apenas para o reflexo da minha excelência nas maravilhas externas do mundo criado, incluindo os seres humanos criados à minha imagem, mas também para refletir a minha excelência nos <i>afetos</i> do meu povo.” | |
- | Mas ele não é tão grande nem tão glorificado como um rei que é amado pelo seu povo - admirado, reverenciado, valorizado, prezado, apreciado, desejado - assim, por causa dessa afeição por seu rei, esses súditos felizes constroem fortificações, edifícios, jardins e composições musicais ainda maiores. Um rei é mais glorificado por um povo valorizado do que por um povo acuado. Deus não pretende ser glorificado pela metade. | + | </p><p>E onde essas afeições estão ausentes - onde não creem em Jesus e Ele não é amado, valorizado e desejado - as palavras de Deus em Amós 5:23 soarão em nossos cultos e apresentações de coral: |
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- | + | <blockquote>“Afastem de mim o som das suas canções<br /> | |
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- | Jesus disse aos escribas e fariseus: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram...’” (Mateus 15:7-9). Aqui você tem um excelente uso dos lábios: “Você | + | |
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- | Mas Jesus ainda diz que o coração deles, a alma deles - a alma humana individual deles - está longe Dele. O que Ele quis dizer? Jesus nos diz em Mateus 15:9: “Em vão me adoram.” Em vão. Significado: “O reflexo externo de minha excelência é um zero quando se trata da essência do tipo de adoração que esse mundo que criei pode oferecer. Um zero”. | + | |
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- | Por quê? “Eu não criei o mundo para obter nada de magnífico do coração dos seres humanos criados à minha imagem - seja os que estejam cantando o “Aleluia de Händel” em descrença ou seguindo os movimentos de adoração coletiva na igreja no domingo de manhã. Esse não é o motivo de ter criado o mundo. Criei o mundo não apenas para o reflexo da minha excelência nas maravilhas externas do mundo criado, incluindo os seres humanos criados à minha imagem, mas também para refletir a minha excelência nos | + | |
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- | E onde essas afeições estão ausentes - onde não creem em Jesus e Ele não é amado, valorizado e desejado - as palavras de Deus em Amós 5:23 soarão em nossos cultos e apresentações de coral: | + | |
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- | <blockquote>“Afastem de mim o som das suas canções<br> | + | |
e a música das suas liras.” | e a música das suas liras.” | ||
</blockquote> | </blockquote> | ||
- | + | <p>E é quase desnecessário dizer (mas é tão crucial, que vou dizer) que esses afetos absolutamente essenciais por Deus acontecem na alma humana individual - ou no coração, como Jesus fala em Mateus 15:8. É por isso que a intensidade vital, contínua e eterna do afeto individual da pessoa humana por Deus é absolutamente essencial para o cumprimento do propósito de Deus ao criar o mundo, ou seja, que Ele não seja glorificado pela metade (como pelas árvores e pelos músicos incrédulos), mas glorificado como convém nos afetos do coração. | |
- | E é quase desnecessário dizer (mas é tão crucial, que vou dizer) que esses afetos absolutamente essenciais por Deus acontecem na alma humana individual - ou no coração, como Jesus fala em Mateus 15:8. É por isso que a intensidade vital, contínua e eterna do afeto individual da pessoa humana por Deus é absolutamente essencial para o cumprimento do propósito de Deus ao criar o mundo, ou seja, que Ele não seja glorificado pela metade (como pelas árvores e pelos músicos incrédulos), mas glorificado como convém nos afetos do coração. | + | </p> |
- | + | <h4>O povo reunido e a glória</h4> | |
- | + | <p>Agora nos voltamos à seguinte questão: se as afeições da alma humana <i>individual</i> por Deus são a <i>essência</i> do propósito de autoglorificação de Deus ao criar o mundo, como esses afetos do coração dão origem à realidade <i>coletiva</i> da igreja em adoração? Porque está claro no Novo Testamento que o propósito final de Deus não são milhões de almas humanas isoladas e independentes adorando fervorosamente a Deus, em grandes solos. | |
- | + | </p><p>Deus está criando uma igreja diversificada e global, retratada como o <i>corpo</i> de Cristo, o <i>templo</i> de Deus, a <i>noiva</i> de Cristo. Paulo retrata a igreja como a esposa de Jesus em Efésios 5:27 e diz que o propósito de Cristo ao vir e morrer foi “para apresentar a si mesmo a igreja em esplendor, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, para que seja santa e sem defeito”. Cristo significa ter uma linda esposa. Isso não é o mesmo que dizer que Ele pretende ter muitos adoradores individuais. Ela é mais do que a soma de suas partes, embora não menos. | |
- | Agora nos voltamos à seguinte questão: se as afeições da alma humana | + | </p><p>Esta conferência é dedicada a abençoar igrejas entendidas como expressões locais dessa realidade emergente, global, eterna, coletiva e de adoração, chamada noiva de Cristo. O que as igrejas locais fazem reunidas em seus cultos de adoração é ensaiar para a vocação eterna de adoração coletiva pela noiva de Cristo. |
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- | Deus está criando uma igreja diversificada e global, retratada como o | + | <h4>A Deus e uns aos outros</h4> |
- | + | <p>O texto que conecta o coração do adorador <i>individual</i> que ama a Jesus com essa realidade coletiva é Efésios 5:18-19: “... Mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Efésios 5:18-19). Observe essas três dimensões: todo esse canto vem do “seu coração”, todo ele é “para o Senhor” e todo ele é “dirigido uns aos outros”. | |
- | Esta conferência é dedicada a abençoar igrejas entendidas como expressões locais dessa realidade emergente, global, eterna, coletiva e de adoração, chamada noiva de Cristo. O que as igrejas locais fazem reunidas em seus cultos de adoração é ensaiar para a vocação eterna de adoração coletiva pela noiva de Cristo. | + | </p><p>Não importa se a letra da música é “viemos, ó Cristo, a Ti” (verticalmente direcionada) ou “venham, cristãos, unidos cantar” (horizontalmente direcionada). Quer seja verbalmente dirigida a Deus ou ao homem, em ambos os casos é dirigida a Deus e ao homem, porque na adoração coletiva todos estão ouvindo cada música, assim como Deus está atento a cada música. E todas as músicas são cantadas <i>com o coração</i> - caso contrário, elas não são adoração. Esse é o desígnio de Deus, ao ensaiarmos para a eterna adoração coletiva da noiva. |
- | + | </p><p>O que fica claro com essas três dimensões em Efésios 5:18-19 é que o local de nascimento e a essência da adoração é o coração humano individual. É aí que a glória de Cristo desperta os afetos que exaltam Cristo e magnificam sua grandeza, beleza e valor. Então, dessa fornalha de afeições que exaltam a Cristo, surgem expressões em cânticos para Deus e para as pessoas. | |
- | + | </p><p>A realidade coletiva da noiva adoradora de Cristo é criada pelo fato de Deus combinar esses corações adoradores individuais ardentes em uma nova realidade - a noiva adoradora de Cristo - primeiro nos prenúncios de nossas reuniões e, finalmente, na adoração completa, perfeita e eterna da noiva. Esse é o objetivo final de Deus na criação. | |
- | + | </p><p>Por quê? O que há na realidade coletiva da noiva que canta, que faz com que sua adoração seja o último desfecho do propósito de Deus, em vez de simplesmente adoradores individuais calorosos? Por que Deus planejou que corações individuais inflamados com afeições santas por Deus se combinassem em uma nova realidade de adoração coletiva, a noiva adoradora de Cristo? Eu vou oferecer três respostas bíblicas para essa pergunta e todas elas têm o efeito de elevar a importância da adoração congregacional unida, de forma tão alta quanto puder elevá-la. É o ensaio e a antecipação do objetivo final da criação. | |
- | O texto que conecta o coração do adorador | + | </p> |
- | + | <h4>1. Compartilhar alegria aumenta a alegria.</h4> | |
- | Não importa se a letra da música é “viemos, ó Cristo, a Ti” (verticalmente direcionada) ou “venham, cristãos, unidos cantar” (horizontalmente direcionada). Quer seja verbalmente dirigida a Deus ou ao homem, em ambos os casos é dirigida a Deus e ao homem, porque na adoração coletiva todos estão ouvindo cada música, assim como Deus está atento a cada música. E todas as músicas são cantadas | + | <p>Em primeiro lugar, há uma indicação em 2 Coríntios 2:2-3, em que Paulo aborda o mistério da união das almas quando a alegria individual se torna alegria compartilhada. Paulo diz à igreja: “Pois, se os entristeço, quem <i>me alegrará</i> se não vocês, a quem tenho entristecido?”. E: “Estava confiante em que todos vocês compartilhariam da minha alegria”. |
- | + | </p><p>No corpo de Cristo, onde somos unidos espiritualmente a Ele, acontece algo profundo na experiência da alegria em Deus. Não se trata apenas do fato de a realidade coletiva ser a reunião de alegrias solitárias. Paulo disse: “minha alegria é a alegria de todos vocês e a alegria de vocês é minha. Minha alegria é maior porque a alegria de vocês é minha e a alegria de vocês é maior porque a minha alegria também é de vocês.” | |
- | O que fica claro com essas três dimensões em Efésios 5:18-19 é que o local de nascimento e a essência da adoração é o coração humano individual. É aí que a glória de Cristo desperta os afetos que exaltam Cristo e magnificam sua grandeza, beleza e valor. Então, dessa fornalha de afeições que exaltam a Cristo, surgem expressões em cânticos para Deus e para as pessoas. | + | </p><p>Portanto, a totalidade do afeto que exalta a Cristo, que surge especialmente na adoração coletiva, é maior do que a soma dos afetos individuais. A noiva adoradora é o objetivo da criação porque o alcance da alegria que exalta Cristo é algo novo, algo maior, algo que glorifica mais a Deus do que a alegria reunida de corações adoradores individuais. |
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- | A realidade coletiva da noiva adoradora de Cristo é criada pelo fato de Deus combinar esses corações adoradores individuais ardentes em uma nova realidade - a noiva adoradora de Cristo - primeiro nos prenúncios de nossas reuniões e, finalmente, na adoração completa, perfeita e eterna da noiva. Esse é o objetivo final de Deus na criação. | + | <h4>2. Vozes diversificadas cantam harmonias mais bonitas.</h4> |
- | + | <p>Em segundo lugar, a harmonia unificada de vozes diversificadas é mais bonita do que o melhor som de vozes em uníssono. É algo glorioso quando centenas de vozes, como uma explosão de trompetes, soam em uníssono. Mas quando essas vozes se unem na diversidade unificada da harmonia, surge algo mais glorioso. | |
- | Por quê? O que há na realidade coletiva da noiva que canta, que faz com que sua adoração seja o último desfecho do propósito de Deus, em vez de simplesmente adoradores individuais calorosos? Por que Deus planejou que corações individuais inflamados com afeições santas por Deus se combinassem em uma nova realidade de adoração coletiva, a noiva adoradora de Cristo? Eu vou oferecer três respostas bíblicas para essa pergunta e todas elas têm o efeito de elevar a importância da adoração congregacional unida, de forma tão alta quanto puder elevá-la. É o ensaio e a antecipação do objetivo final da criação. | + | </p><p>E isso não é apenas um fenômeno musical. Isso é verdade em relação às inúmeras diversidades que Deus está reunindo em sua igreja - em todos os tempos e em toda a geografia. Diversidades étnicas, diversidades de idade, diversidades masculinas e femininas, diversidades de personalidade, de gostos e preferências, diversidades de qualidade de voz. (Pense em vozes como Bob Dylan e Pavarotti.) |
- | + | </p><p>Na diversidade unificada da noiva adoradora de Cristo, algo mais belo é criado e Cristo é mais glorificado como Criador, Redentor e Amado dessa noiva. É por isso que a adoração coletiva da noiva é fundamental. | |
- | + | </p> | |
- | + | <h4>3. A diversidade de afetos demonstra o valor de Cristo.</h4> | |
- | Em primeiro lugar, há uma indicação em 2 Coríntios 2:2-3, em que Paulo aborda o mistério da união das almas quando a alegria individual se torna alegria compartilhada. Paulo diz à igreja: “Pois, se os entristeço, quem | + | <p>E em terceiro lugar, Deus planejou que Cristo tivesse uma noiva adoradora e não apenas indivíduos adoradores, porque a grandeza, a beleza e o valor do Líder são revelados pela extensão da diversidade que Ele é capaz de inspirar e unir em um só corpo, uma só noiva. |
- | + | </p><p>É por isso que o cântico do céu em Apocalipse 5 chama a atenção para o valor de Cristo - precisamente porque Ele resgatou tantos povos diferentes e os uniu em um único reino e um único sacerdócio cantante. | |
- | No corpo de Cristo, onde somos unidos espiritualmente a Ele, acontece algo profundo na experiência da alegria em Deus. Não se trata apenas do fato de a realidade coletiva ser a reunião de alegrias solitárias. Paulo disse: “minha alegria é a alegria de todos vocês e a alegria de vocês é minha. Minha alegria é maior porque a alegria de vocês é minha e a alegria de vocês é maior porque a minha alegria também é de vocês.” | + | </p> |
- | + | <blockquote>Eles cantaram uma nova canção, dizendo:<br /><br /> | |
- | Portanto, a totalidade do afeto que exalta a Cristo, que surge especialmente na adoração coletiva, é maior do que a soma dos afetos individuais. A noiva adoradora é o objetivo da criação porque o alcance da alegria que exalta Cristo é algo novo, algo maior, algo que glorifica mais a Deus do que a alegria reunida de corações adoradores individuais. | + | “Tu és ''digno'' de receber o livro<br /> |
- | + | e de abrir os seus selos,<br /> | |
- | + | pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus<br /> | |
- | + | homens de toda tribo, língua, povo e nação.<br /> | |
- | Em segundo lugar, a harmonia unificada de vozes diversificadas é mais bonita do que o melhor som de vozes em uníssono. É algo glorioso quando centenas de vozes, como uma explosão de trompetes, soam em uníssono. Mas quando essas vozes se unem na diversidade unificada da harmonia, surge algo mais glorioso. | + | Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus,<br /> |
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- | E isso não é apenas um fenômeno musical. Isso é verdade em relação às inúmeras diversidades que Deus está reunindo em sua igreja - em todos os tempos e em toda a geografia. Diversidades étnicas, diversidades de idade, diversidades masculinas e femininas, diversidades de personalidade, de gostos e preferências, diversidades de qualidade de voz. (Pense em vozes como Bob Dylan e Pavarotti.) | + | |
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- | Na diversidade unificada da noiva adoradora de Cristo, algo mais belo é criado e Cristo é mais glorificado como Criador, Redentor e Amado dessa noiva. É por isso que a adoração coletiva da noiva é fundamental. | + | |
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- | E em terceiro lugar, Deus planejou que Cristo tivesse uma noiva adoradora e não apenas indivíduos adoradores, porque a grandeza, a beleza e o valor do Líder são revelados pela extensão da diversidade que Ele é capaz de inspirar e unir em um só corpo, uma só noiva. | + | |
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- | É por isso que o cântico do céu em Apocalipse 5 chama a atenção para o valor de Cristo - precisamente porque Ele resgatou tantos povos diferentes e os uniu em um único reino e um único sacerdócio cantante. | + | |
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- | <blockquote>Eles cantaram uma nova canção, dizendo:<br><br> | + | |
- | “Tu és digno de receber o livro<br> | + | |
- | e de abrir os seus selos,<br> | + | |
- | pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus<br> | + | |
- | homens de toda tribo, língua, povo e nação.<br> | + | |
- | Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus,<br> | + | |
e eles reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5:9-10) | e eles reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5:9-10) | ||
</blockquote> | </blockquote> | ||
- | + | <p>A glória de Deus brilha mais intensamente porque Ele é o tipo de líder-redentor que mantém a fidelidade e os afetos de tantos povos, tribos, línguas e nações em nosso reino de adoração. | |
- | A glória de Deus brilha mais intensamente porque Ele é o tipo de líder-redentor que mantém a fidelidade e os afetos de tantos povos, tribos, línguas e nações em nosso reino de adoração. | + | </p><p>O universo foi criado para mostrar o valor do Cordeiro e, Nele, a glória de Deus. Quando vocês se reunirem para adoração congregacional no próximo domingo, lembrem-se: pequenos ou grandes, vocês não são apenas adoradores individuais. Vocês são uma manifestação, uma amostra, um ensaio do fim para o qual Deus criou o mundo: a combinação de almas individuais inflamadas por Deus em algo maior - a maior alegria, a maior harmonia, a maior diversidade de afetos da noiva adoradora de Cristo - o objetivo de todas as coisas. |
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- | O universo foi criado para mostrar o valor do Cordeiro e, Nele, a glória de Deus. Quando vocês se reunirem para adoração congregacional no próximo domingo, lembrem-se: pequenos ou grandes, vocês não são apenas adoradores individuais. Vocês são uma manifestação, uma amostra, um ensaio do fim para o qual Deus criou o mundo: a combinação de almas individuais inflamadas por Deus em algo maior - a maior alegria, a maior harmonia, a maior diversidade de afetos da noiva adoradora de Cristo - o objetivo de todas as coisas. | + |
Edição tal como às 21h18min de 28 de julho de 2025
Tradução por Daniele WeidlePor John Piper
Sobre Santificação e Crescimento
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Sua glória em indivíduos e em reuniões de indivíduos
A alma humana individual, contemplando e saboreando corretamente a glória de Cristo, está no centro do propósito de Deus na criação do mundo. Até que compreendamos, em alguma medida, o motivo disso, não poderemos explicar por que a realidade coletiva da igreja em adoração é essencial para o propósito de Deus ao criar o mundo.
Portanto, o que espero fazer nesta mensagem é direcionar um estudo bíblico entre dois erros. Em um lado, quero que evitemos o erro de pensar que o relacionamento entre a alma humana adoradora individual e Deus é, por si só, o propósito final de Deus na criação. Não é.
Por outro lado, quero que evitemos o erro de sermos cativados pela realidade coletiva do povo adorador de Deus - o corpo de Cristo, o templo de Deus, a noiva de Cristo - que percamos de vista o fato de que a intensidade vital, contínua e eterna da afeição da alma individual por Deus é absolutamente essencial para a própria existência da realidade coletiva da igreja em adoração.
O Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o radical, essencial e eterno significado da pessoa humana que adora individualmente. E o Novo Testamento nos proíbe de esquecer, negligenciar ou minimizar o surgimento da belíssima noiva de Cristo, que é mais do que a soma de suas partes flamejantes, embora não menos.
A alma individual e a glória
Vamos começar destacando o relacionamento entre a alma individual e o propósito final da criação de Deus. Uma das declarações mais claras da Bíblia sobre o propósito final de Deus na criação é encontrada em Isaías 43:6-7 (NVI):
“De longe tragam os meus filhos,
e dos confins da terra as minhas filhas,
todo o que é chamado pelo meu nome,
a quem criei para a minha glória.”
Ou em Efésios 1:11-12: “Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade, a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória”. E temos Romanos 11:36: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém”.
Deus criou o mundo, sustenta o mundo, governa o mundo. Ele está realizando a Sua obra salvadora no mundo, a fim de mostrar a Sua glória - Sua grandeza, Sua beleza, Seu valor, todo o panorama de Suas perfeições. Vemos isso por toda a Escritura:
- “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.” (Salmos 19:1)
- “Cantem de alegria todas as árvores da floresta.” (Salmos 96:12)
- “Batam palmas os rios, e juntos, cantem de alegria os montes.” (Salmos 98:8)
- “(Os campos e os vales) exultam e cantam de alegria!” (Salmos 65:13)
- “Cantem de alegria, ó céus... Grite bem alto, ó profundezas da terra. Irrompam em canção, vocês, montes, vocês, florestas e todas as suas árvores, pois o Senhor... Ele mostra sua glória em Israel.” (Isaías 44:23)
Os céus, as montanhas, os montes, as árvores das florestas, os rios e os campos - todos foram criados para cantar a Glória do seu Criador. E eles fazem isso. O mesmo acontece com o mais brilhante coral de cento e cinquenta cantores incrédulos reunidos para interpretar o Messias de Händel na Páscoa, cercados pela mais talentosa orquestra de músicos incrédulos. Quando eles tocam com excelência e cantam lindamente essas magníficas verdades bíblicas, tudo isso reflete a glória de Deus, como as árvores batendo palmas.
Por que a adoração deve ser valorizada
Portanto, se Deus recebe tanta glória que reflete a maravilha das coisas externas que Ele criou - incluindo músicos, cientistas e atletas incrédulos - por que há necessidade de a alma humana individual ter algum afeto especial por Deus? O propósito de Deus de ser glorificado não está sendo alcançado de qualquer maneira?
Não, não está. Deus não pretende ser glorificado pela metade.
Um rei pode ser glorificado por suas grandes realizações, poder e sabedoria se governar seu reino com mão de ferro e cuidar para que grandes fortificações sejam edificadas, belos edifícios e jardins sejam construídos e os cidadãos, sob coerção, sejam forçados a se tornarem excelentes músicos e a executarem para ele as melhores peças de arte musical. Esse rei pode ter a reputação de seu poder em todo o mundo.
Mas ele não é tão grande nem tão glorificado como um rei que é amado pelo seu povo - admirado, reverenciado, valorizado, prezado, apreciado, desejado - assim, por causa dessa afeição por seu rei, esses súditos felizes constroem fortificações, edifícios, jardins e composições musicais ainda maiores. Um rei é mais glorificado por um povo valorizado do que por um povo acuado. Deus não pretende ser glorificado pela metade.
Nem todo som é música de adoração
Jesus disse aos escribas e fariseus: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram...’” (Mateus 15:7-9). Aqui você tem um excelente uso dos lábios: “Você me honra com seus lábios. Minha honra, minha glória, está soando em seus lábios. Eu estou sendo glorificado pela sua boca, assim como sou glorificado pelas montanhas, árvores e rios que não possuem alma, e assim como sou glorificado por conjuntos de corais de incrédulos que cantam o “Aleluia de Händel.”
Mas Jesus ainda diz que o coração deles, a alma deles - a alma humana individual deles - está longe Dele. O que Ele quis dizer? Jesus nos diz em Mateus 15:9: “Em vão me adoram.” Em vão. Significado: “O reflexo externo de minha excelência é um zero quando se trata da essência do tipo de adoração que esse mundo que criei pode oferecer. Um zero”.
Por quê? “Eu não criei o mundo para obter nada de magnífico do coração dos seres humanos criados à minha imagem - seja os que estejam cantando o “Aleluia de Händel” em descrença ou seguindo os movimentos de adoração coletiva na igreja no domingo de manhã. Esse não é o motivo de ter criado o mundo. Criei o mundo não apenas para o reflexo da minha excelência nas maravilhas externas do mundo criado, incluindo os seres humanos criados à minha imagem, mas também para refletir a minha excelência nos afetos do meu povo.”
E onde essas afeições estão ausentes - onde não creem em Jesus e Ele não é amado, valorizado e desejado - as palavras de Deus em Amós 5:23 soarão em nossos cultos e apresentações de coral:
“Afastem de mim o som das suas canções
e a música das suas liras.”
E é quase desnecessário dizer (mas é tão crucial, que vou dizer) que esses afetos absolutamente essenciais por Deus acontecem na alma humana individual - ou no coração, como Jesus fala em Mateus 15:8. É por isso que a intensidade vital, contínua e eterna do afeto individual da pessoa humana por Deus é absolutamente essencial para o cumprimento do propósito de Deus ao criar o mundo, ou seja, que Ele não seja glorificado pela metade (como pelas árvores e pelos músicos incrédulos), mas glorificado como convém nos afetos do coração.
O povo reunido e a glória
Agora nos voltamos à seguinte questão: se as afeições da alma humana individual por Deus são a essência do propósito de autoglorificação de Deus ao criar o mundo, como esses afetos do coração dão origem à realidade coletiva da igreja em adoração? Porque está claro no Novo Testamento que o propósito final de Deus não são milhões de almas humanas isoladas e independentes adorando fervorosamente a Deus, em grandes solos.
Deus está criando uma igreja diversificada e global, retratada como o corpo de Cristo, o templo de Deus, a noiva de Cristo. Paulo retrata a igreja como a esposa de Jesus em Efésios 5:27 e diz que o propósito de Cristo ao vir e morrer foi “para apresentar a si mesmo a igreja em esplendor, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, para que seja santa e sem defeito”. Cristo significa ter uma linda esposa. Isso não é o mesmo que dizer que Ele pretende ter muitos adoradores individuais. Ela é mais do que a soma de suas partes, embora não menos.
Esta conferência é dedicada a abençoar igrejas entendidas como expressões locais dessa realidade emergente, global, eterna, coletiva e de adoração, chamada noiva de Cristo. O que as igrejas locais fazem reunidas em seus cultos de adoração é ensaiar para a vocação eterna de adoração coletiva pela noiva de Cristo.
A Deus e uns aos outros
O texto que conecta o coração do adorador individual que ama a Jesus com essa realidade coletiva é Efésios 5:18-19: “... Mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Efésios 5:18-19). Observe essas três dimensões: todo esse canto vem do “seu coração”, todo ele é “para o Senhor” e todo ele é “dirigido uns aos outros”.
Não importa se a letra da música é “viemos, ó Cristo, a Ti” (verticalmente direcionada) ou “venham, cristãos, unidos cantar” (horizontalmente direcionada). Quer seja verbalmente dirigida a Deus ou ao homem, em ambos os casos é dirigida a Deus e ao homem, porque na adoração coletiva todos estão ouvindo cada música, assim como Deus está atento a cada música. E todas as músicas são cantadas com o coração - caso contrário, elas não são adoração. Esse é o desígnio de Deus, ao ensaiarmos para a eterna adoração coletiva da noiva.
O que fica claro com essas três dimensões em Efésios 5:18-19 é que o local de nascimento e a essência da adoração é o coração humano individual. É aí que a glória de Cristo desperta os afetos que exaltam Cristo e magnificam sua grandeza, beleza e valor. Então, dessa fornalha de afeições que exaltam a Cristo, surgem expressões em cânticos para Deus e para as pessoas.
A realidade coletiva da noiva adoradora de Cristo é criada pelo fato de Deus combinar esses corações adoradores individuais ardentes em uma nova realidade - a noiva adoradora de Cristo - primeiro nos prenúncios de nossas reuniões e, finalmente, na adoração completa, perfeita e eterna da noiva. Esse é o objetivo final de Deus na criação.
Por quê? O que há na realidade coletiva da noiva que canta, que faz com que sua adoração seja o último desfecho do propósito de Deus, em vez de simplesmente adoradores individuais calorosos? Por que Deus planejou que corações individuais inflamados com afeições santas por Deus se combinassem em uma nova realidade de adoração coletiva, a noiva adoradora de Cristo? Eu vou oferecer três respostas bíblicas para essa pergunta e todas elas têm o efeito de elevar a importância da adoração congregacional unida, de forma tão alta quanto puder elevá-la. É o ensaio e a antecipação do objetivo final da criação.
1. Compartilhar alegria aumenta a alegria.
Em primeiro lugar, há uma indicação em 2 Coríntios 2:2-3, em que Paulo aborda o mistério da união das almas quando a alegria individual se torna alegria compartilhada. Paulo diz à igreja: “Pois, se os entristeço, quem me alegrará se não vocês, a quem tenho entristecido?”. E: “Estava confiante em que todos vocês compartilhariam da minha alegria”.
No corpo de Cristo, onde somos unidos espiritualmente a Ele, acontece algo profundo na experiência da alegria em Deus. Não se trata apenas do fato de a realidade coletiva ser a reunião de alegrias solitárias. Paulo disse: “minha alegria é a alegria de todos vocês e a alegria de vocês é minha. Minha alegria é maior porque a alegria de vocês é minha e a alegria de vocês é maior porque a minha alegria também é de vocês.”
Portanto, a totalidade do afeto que exalta a Cristo, que surge especialmente na adoração coletiva, é maior do que a soma dos afetos individuais. A noiva adoradora é o objetivo da criação porque o alcance da alegria que exalta Cristo é algo novo, algo maior, algo que glorifica mais a Deus do que a alegria reunida de corações adoradores individuais.
2. Vozes diversificadas cantam harmonias mais bonitas.
Em segundo lugar, a harmonia unificada de vozes diversificadas é mais bonita do que o melhor som de vozes em uníssono. É algo glorioso quando centenas de vozes, como uma explosão de trompetes, soam em uníssono. Mas quando essas vozes se unem na diversidade unificada da harmonia, surge algo mais glorioso.
E isso não é apenas um fenômeno musical. Isso é verdade em relação às inúmeras diversidades que Deus está reunindo em sua igreja - em todos os tempos e em toda a geografia. Diversidades étnicas, diversidades de idade, diversidades masculinas e femininas, diversidades de personalidade, de gostos e preferências, diversidades de qualidade de voz. (Pense em vozes como Bob Dylan e Pavarotti.)
Na diversidade unificada da noiva adoradora de Cristo, algo mais belo é criado e Cristo é mais glorificado como Criador, Redentor e Amado dessa noiva. É por isso que a adoração coletiva da noiva é fundamental.
3. A diversidade de afetos demonstra o valor de Cristo.
E em terceiro lugar, Deus planejou que Cristo tivesse uma noiva adoradora e não apenas indivíduos adoradores, porque a grandeza, a beleza e o valor do Líder são revelados pela extensão da diversidade que Ele é capaz de inspirar e unir em um só corpo, uma só noiva.
É por isso que o cântico do céu em Apocalipse 5 chama a atenção para o valor de Cristo - precisamente porque Ele resgatou tantos povos diferentes e os uniu em um único reino e um único sacerdócio cantante.
Eles cantaram uma nova canção, dizendo:
“Tu és digno de receber o livro
e de abrir os seus selos,
pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus
homens de toda tribo, língua, povo e nação.
Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus,
e eles reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5:9-10)
A glória de Deus brilha mais intensamente porque Ele é o tipo de líder-redentor que mantém a fidelidade e os afetos de tantos povos, tribos, línguas e nações em nosso reino de adoração.
O universo foi criado para mostrar o valor do Cordeiro e, Nele, a glória de Deus. Quando vocês se reunirem para adoração congregacional no próximo domingo, lembrem-se: pequenos ou grandes, vocês não são apenas adoradores individuais. Vocês são uma manifestação, uma amostra, um ensaio do fim para o qual Deus criou o mundo: a combinação de almas individuais inflamadas por Deus em algo maior - a maior alegria, a maior harmonia, a maior diversidade de afetos da noiva adoradora de Cristo - o objetivo de todas as coisas.