Deus escreveu um livro

De Livros e Sermões Bíblicos

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====A maravilha de possuir a Sua Palavra ====
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<h4>A maravilha de possuir a Sua Palavra </h4>
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<p><i>Nós realmente possuímos as palavras de Deus.</i> Isso é quase bom demais para ser verdade. Ainda assim, quão frequentemente estamos tão acostumados a essa realidade – uma das maiores maravilhas em todo o universo – que ela raramente faz com que manuseemos a Bíblia com cuidado (e reverência), ou ao menos leiamos suas palavras com a frequência que elas merecem?
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''Nós realmente possuímos as palavras de Deus.'' Isso é quase bom demais para ser verdade. Ainda assim, quão frequentemente estamos tão acostumados a essa realidade – uma das maiores maravilhas em todo o universo – que ela raramente faz com que manuseemos a Bíblia com cuidado (e reverência), ou ao menos leiamos suas palavras com a frequência que elas merecem?
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</p><p>A familiaridade pode gerar o desprezo ou, no mínimo, o descaso. Enquanto a escassez leva à procura, a abundância pode levar à indiferença. Pois muitos de nós possuímos várias Bíblias em nossas estantes, em diversas traduções. Temos cópias em nossos computadores e telefones celulares. Temos acesso às próprias palavras de Deus como nunca tivemos antes. No entanto, com que frequência nós as valorizamos e nos admiramos com a maravilha do que possuímos?
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A familiaridade pode gerar o desprezo ou, no mínimo, o descaso. Enquanto a escassez leva à procura, a abundância pode levar à indiferença. Pois muitos de nós possuímos várias Bíblias em nossas estantes, em diversas traduções. Temos cópias em nossos computadores e telefones celulares. Temos acesso às próprias palavras de Deus como nunca tivemos antes. No entanto, com que frequência nós as valorizamos e nos admiramos com a maravilha do que possuímos?
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<h4>A maravilha de possuir</h4>
<h4>A maravilha de possuir</h4>
<p>Um dos fatos mais extraordinários da história é que Deus nos deu um Livro. <i>Ele nos deu um Livro!</i> Ele falou. Ele revelou-se para nós através de profetas e apóstolos, e determinou que eles escrevessem suas palavras e que elas fossem preservadas. Nós temos as suas palavras! Podemos ouvir em nossas almas a própria voz de Deus através de Seu Espírito ao lermos o Seu Livro.
<p>Um dos fatos mais extraordinários da história é que Deus nos deu um Livro. <i>Ele nos deu um Livro!</i> Ele falou. Ele revelou-se para nós através de profetas e apóstolos, e determinou que eles escrevessem suas palavras e que elas fossem preservadas. Nós temos as suas palavras! Podemos ouvir em nossas almas a própria voz de Deus através de Seu Espírito ao lermos o Seu Livro.
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</p><p>Não apenas <i>Deus falou</i> em seu Livro a que chamamos Bíblia, como <i>ele está falando</i>. A respeito do Salmo 95 em específico (e aplicável a toda a Escritura), Hebreus afirma que “a palavra de Deus é <i>viva e eficaz</i>, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Nenhuma palavra de Deus é letra morta. Mesmo Hebreus, a carta do Novo Testamento mais clara a respeito da antiga aliança ser “antiquada” em relação às exigências feitas aos cristãos da nova aliança (Hebreus 8:13), afirma que a revelação da antiga aliança, apesar de não ser mais vinculante, é de fato “viva e eficaz”. "Não é a minha palavra como o fogo", Deus declara através de Jeremias, "e como um martelo que despedaça a rocha? (Jeremias 23:29).
</p><p>Não apenas <i>Deus falou</i> em seu Livro a que chamamos Bíblia, como <i>ele está falando</i>. A respeito do Salmo 95 em específico (e aplicável a toda a Escritura), Hebreus afirma que “a palavra de Deus é <i>viva e eficaz</i>, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Nenhuma palavra de Deus é letra morta. Mesmo Hebreus, a carta do Novo Testamento mais clara a respeito da antiga aliança ser “antiquada” em relação às exigências feitas aos cristãos da nova aliança (Hebreus 8:13), afirma que a revelação da antiga aliança, apesar de não ser mais vinculante, é de fato “viva e eficaz”. "Não é a minha palavra como o fogo", Deus declara através de Jeremias, "e como um martelo que despedaça a rocha? (Jeremias 23:29).
</p><p>De capa a capa, do Gênesis ao Apocalipse, Deus registrou, para sua igreja, sua “Palavra externa” (como Lutero a chamou) objetiva, por meio da qual Ele fala (no tempo presente) ao seu povo através do poder interno e subjetivo de seu Espírito que habita em nós. Nós escutamos a voz de Deus em sua palavra através de seu Espírito. E assim, Hebreus nos exorta: “Não rejeitem <i>aquele que fala</i>” (Hebreus 12:25).
</p><p>De capa a capa, do Gênesis ao Apocalipse, Deus registrou, para sua igreja, sua “Palavra externa” (como Lutero a chamou) objetiva, por meio da qual Ele fala (no tempo presente) ao seu povo através do poder interno e subjetivo de seu Espírito que habita em nós. Nós escutamos a voz de Deus em sua palavra através de seu Espírito. E assim, Hebreus nos exorta: “Não rejeitem <i>aquele que fala</i>” (Hebreus 12:25).
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====A maravilha de manejar====
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Em meio a um mundo de palavras destrutivas, Deus convoca sua igreja para primeiro receber (ter) e depois responder (manejar) às suas palavras. Enquanto palavras humanas de morte voam ao nosso redor de todos os lados – no ar, no papel, nas nossas telas – Ele nos dá suas próprias palavras que dão vida para sustentar nossas almas e as almas dos outros. Enquanto o mundo envolve-se em discussões acerca de palavras que “não tem proveito, e servem apenas para perverter os ouvintes” (2 Timóteo 2:14) e joga fora “conversas inúteis e profanas” que o leva a prosseguir “cada vez mais para a impiedade” e se alastram como um câncer (2 Timóteo 2:16-17), Deus nos concede um oásis na dádiva de suas palavras. Nós as recebemos de graça, mas isso não significa que não as levamos a sério ou gastamos pouca energia para manejá-las bem.
Em meio a um mundo de palavras destrutivas, Deus convoca sua igreja para primeiro receber (ter) e depois responder (manejar) às suas palavras. Enquanto palavras humanas de morte voam ao nosso redor de todos os lados – no ar, no papel, nas nossas telas – Ele nos dá suas próprias palavras que dão vida para sustentar nossas almas e as almas dos outros. Enquanto o mundo envolve-se em discussões acerca de palavras que “não tem proveito, e servem apenas para perverter os ouvintes” (2 Timóteo 2:14) e joga fora “conversas inúteis e profanas” que o leva a prosseguir “cada vez mais para a impiedade” e se alastram como um câncer (2 Timóteo 2:16-17), Deus nos concede um oásis na dádiva de suas palavras. Nós as recebemos de graça, mas isso não significa que não as levamos a sério ou gastamos pouca energia para manejá-las bem.
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====Façam todo o esforço====
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<h4>Façam todo o esforço</h4>
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<p>Deus, através de Paulo, diz “dê o seu melhor” – literalmente seja zeloso, ávido, faça todo o esforço – para “apresentar-se a Deus aprovado”. Ao manejarmos sua palavra, nós nos direcionamos primeiramente a Deus, e só então ao outros, o que nos tornará um “<i>obreiro</i> que não tem do que se envergonhar”.
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Deus, através de Paulo, diz “dê o seu melhor” – literalmente seja zeloso, ávido, faça todo o esforço – para “apresentar-se a Deus aprovado”. Ao manejarmos sua palavra, nós nos direcionamos primeiramente a Deus, e só então ao outros, o que nos tornará um “''obreiro'' que não tem do que se envergonhar”.
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</p><p>Para ser um obreiro é necessário obra, trabalho, o exercício de esforço, o dispêndio de energia, o investimento de tempo, a paciência do aprendizado de uma vida toda. É preciso fazê-lo sem tomar atalhos (<i>não tem do que se envergonhar</i>) e sem executar mal a tarefa. Em particular, para edificar o próximo e não para derrubá-lo. Mostrando aos outros o banquete, ao invés de mostrar como estamos certos.
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</p><p><i>Manejando corretamente</i>” – guiando por um caminho reto – remete à visão de Paulo, em 2 Coríntios, acerca de sua própria sinceridade com a palavra de Deus. Paulo não era tímido em relação a verdades duras. Ele não era evasivo. Ele não era um ginasta verbal, girando em torno de oráculos divinos ofensivos aos humanos. Ao contrário, ele era franco, honesto, cândido, sincero. “Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro”, ele declara, “antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus” (2 Coríntios 2:17). Ele tem mais a dizer sobre essa sinceridade:
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Para ser um obreiro é necessário obra, trabalho, o exercício de esforço, o dispêndio de energia, o investimento de tempo, a paciência do aprendizado de uma vida toda. É preciso fazê-lo sem tomar atalhos (''não tem do que se envergonhar'') e sem executar mal a tarefa. Em particular, para edificar o próximo e não para derrubá-lo. Mostrando aos outros o banquete, ao invés de mostrar como estamos certos.
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</p><blockquote><i>Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus. Pelo contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus</i> (2 Coríntios 4:2).
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''Manejando corretamente''” – guiando por um caminho reto – remete à visão de Paulo, em 2 Coríntios, acerca de sua própria sinceridade com a palavra de Deus. Paulo não era tímido em relação a verdades duras. Ele não era evasivo. Ele não era um ginasta verbal, girando em torno de oráculos divinos ofensivos aos humanos. Ao contrário, ele era franco, honesto, cândido, sincero. “Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro”, ele declara, “antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus” (2 Coríntios 2:17). Ele tem mais a dizer sobre essa sinceridade:
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''Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus. Pelo contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus'' (2 Coríntios 4:2).
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====Ouvindo como hedonistas====
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Tabela de conteúdo

A maravilha de possuir a Sua Palavra

Nós realmente possuímos as palavras de Deus. Isso é quase bom demais para ser verdade. Ainda assim, quão frequentemente estamos tão acostumados a essa realidade – uma das maiores maravilhas em todo o universo – que ela raramente faz com que manuseemos a Bíblia com cuidado (e reverência), ou ao menos leiamos suas palavras com a frequência que elas merecem?

A familiaridade pode gerar o desprezo ou, no mínimo, o descaso. Enquanto a escassez leva à procura, a abundância pode levar à indiferença. Pois muitos de nós possuímos várias Bíblias em nossas estantes, em diversas traduções. Temos cópias em nossos computadores e telefones celulares. Temos acesso às próprias palavras de Deus como nunca tivemos antes. No entanto, com que frequência nós as valorizamos e nos admiramos com a maravilha do que possuímos?

A maravilha de possuir

Um dos fatos mais extraordinários da história é que Deus nos deu um Livro. Ele nos deu um Livro! Ele falou. Ele revelou-se para nós através de profetas e apóstolos, e determinou que eles escrevessem suas palavras e que elas fossem preservadas. Nós temos as suas palavras! Podemos ouvir em nossas almas a própria voz de Deus através de Seu Espírito ao lermos o Seu Livro.

Pense em tudo o que Deus fez e na paciência que Ele teve para tornar sua autorrevelação acessível para nós aqui no século XXI. Há muito tempo, por diversas vezes e de várias formas, Deus falou através dos profetas (Hebreus 1:1). Então, na plenitude do tempo, Ele enviou seu próprio Filho, seu próprio eu em plena humanidade, como sua Palavra revelada por excelência na pessoa de Cristo, representada para nós pelo seu porta-voz apostólico oficial na nova aliança.

Durante séculos, a palavra de Deus foi copiada à mão e preservada com máxima diligência e cuidado. Então, durante os últimos 500 anos desde a invenção da imprensa, a palavra de Deus espalhou-se como nunca antes. Homens e mulheres deram suas vidas, arruinando os planos da religião meramente humana, para traduzir as palavras de Deus na língua materna de seus povos. Hoje, na era da revolução digital, o acesso às palavras do próprio Deus explodiu exponencialmente de novo; e ainda assim – e ainda assim – em meio a tanta abundância, nós nos maravilhamos com o que temos? Nós, como indivíduos e igrejas, tiramos o máximo proveito da riqueza infinita que é ter tanto acesso às Escrituras?

Suas palavras, nossa maior recompensa

Os salmistas estavam fascinados com o que possuíam. Em especial, os salmos 19 e 119 prestam homenagem à maravilha de possuir as palavras de Deus. Por exemplo:

A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.
Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.
O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.
São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.
Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes.
(Salmos 19:7-11)

Deus é honrado quando nos aproximamos de suas palavras com a consciência de que elas revigoram a alma e regozijam o coração, de que elas são mais desejáveis do que o ouro e mais doces que o mel. A síntese e o clímax da homenagem explícita do salmo 19 às palavras de Deus é isto: grande recompensa. Ele quer que nós experimentemos suas palavras como “meu prazer” (Salmos 1:2; 119:16, 24), “a alegria do meu coração” (Salmos 119:111), “o gozo do meu coração” (Jeremias 15:16), como acendalha para o fogo da nossa alegria.

Não apenas Deus falou em seu Livro a que chamamos Bíblia, como ele está falando. A respeito do Salmo 95 em específico (e aplicável a toda a Escritura), Hebreus afirma que “a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Nenhuma palavra de Deus é letra morta. Mesmo Hebreus, a carta do Novo Testamento mais clara a respeito da antiga aliança ser “antiquada” em relação às exigências feitas aos cristãos da nova aliança (Hebreus 8:13), afirma que a revelação da antiga aliança, apesar de não ser mais vinculante, é de fato “viva e eficaz”. "Não é a minha palavra como o fogo", Deus declara através de Jeremias, "e como um martelo que despedaça a rocha? (Jeremias 23:29).

De capa a capa, do Gênesis ao Apocalipse, Deus registrou, para sua igreja, sua “Palavra externa” (como Lutero a chamou) objetiva, por meio da qual Ele fala (no tempo presente) ao seu povo através do poder interno e subjetivo de seu Espírito que habita em nós. Nós escutamos a voz de Deus em sua palavra através de seu Espírito. E assim, Hebreus nos exorta: “Não rejeitem aquele que fala” (Hebreus 12:25).

A maravilha de manejar

Então, como poderíamos nós, que nos maravilhamos em possuir as palavras vivas e eficazes de Deus, não desmaiarmos de deslumbramento com o fato de que ele nos convida – e mais, ele insiste – a manejar sua palavra. Não é uma mensagem privada para Timóteo, mas para toda a igreja lendo por sobre seus ombros, quando Paulo escreve:

Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade. (2 Timóteo 2:15)

A exigência recai primeiro sobre Timóteo, como representante de Paulo em Éfeso, e depois sobre os pastores (tanto naquela época quanto hoje) que formalmente e publicamente “manejam a palavra” para o sustento e formação da igreja. Mas o chamado para manejar corretamente a palavra da verdade (tanto a palavra do evangelho quanto as Escrituras) é uma nobre responsabilidade que toda a igreja deve tomar para si.

Em meio a um mundo de palavras destrutivas, Deus convoca sua igreja para primeiro receber (ter) e depois responder (manejar) às suas palavras. Enquanto palavras humanas de morte voam ao nosso redor de todos os lados – no ar, no papel, nas nossas telas – Ele nos dá suas próprias palavras que dão vida para sustentar nossas almas e as almas dos outros. Enquanto o mundo envolve-se em discussões acerca de palavras que “não tem proveito, e servem apenas para perverter os ouvintes” (2 Timóteo 2:14) e joga fora “conversas inúteis e profanas” que o leva a prosseguir “cada vez mais para a impiedade” e se alastram como um câncer (2 Timóteo 2:16-17), Deus nos concede um oásis na dádiva de suas palavras. Nós as recebemos de graça, mas isso não significa que não as levamos a sério ou gastamos pouca energia para manejá-las bem.

Façam todo o esforço

Deus, através de Paulo, diz “dê o seu melhor” – literalmente seja zeloso, ávido, faça todo o esforço – para “apresentar-se a Deus aprovado”. Ao manejarmos sua palavra, nós nos direcionamos primeiramente a Deus, e só então ao outros, o que nos tornará um “obreiro que não tem do que se envergonhar”.

Para ser um obreiro é necessário obra, trabalho, o exercício de esforço, o dispêndio de energia, o investimento de tempo, a paciência do aprendizado de uma vida toda. É preciso fazê-lo sem tomar atalhos (não tem do que se envergonhar) e sem executar mal a tarefa. Em particular, para edificar o próximo e não para derrubá-lo. Mostrando aos outros o banquete, ao invés de mostrar como estamos certos.

Manejando corretamente” – guiando por um caminho reto – remete à visão de Paulo, em 2 Coríntios, acerca de sua própria sinceridade com a palavra de Deus. Paulo não era tímido em relação a verdades duras. Ele não era evasivo. Ele não era um ginasta verbal, girando em torno de oráculos divinos ofensivos aos humanos. Ao contrário, ele era franco, honesto, cândido, sincero. “Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro”, ele declara, “antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus” (2 Coríntios 2:17). Ele tem mais a dizer sobre essa sinceridade:

Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano nem torcemos a palavra de Deus. Pelo contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus (2 Coríntios 4:2).

Ouvindo como hedonistas

Mas manejar corretamente a palavra de Deus não significa apenas que estamos convencidos de sua veracidade e a manejamos como verdadeiras. Manejar corretamente não inclui apenas análise cuidadosa e rigorosa, e sinceridade sem desculpas e sem rodeios. Manejar corretamente inclui as sensibilidades espirituais intensas do salmista para ver nas palavras de Deus, e através delas, seu “grande galardão”, sabendo que Ele recompensa aqueles que o buscam (Hebreus 11:6).

Em outras palavras, nós nos achegamos de sua palavra como hedonistas santos, em busca da alegria. Hedonistas mundanos perseguem os prazeres do pecado; eles não esperam por sua chegada. Também é assim com os hedonistas cristãos. Nós não aguardamos por prazeres santos. Nós não nos relacionamos passivamente com Deus através de suas palavras. Nós perseguimos. Nós buscamos. Nós lemos ativamente, estudamos e meditamos. Quando nos convencemos de que o próprio Deus é de fato a maior recompensa, existirá algum caminho melhor a percorrer do que suas próprias palavras?

No Desiring God, não temos o objetivo ou a pretensão de sermos originais. Não importa o modo irreverente ou sincero com que outras pessoas manejam as palavras de Deus, nós queremos recebe-las com a completa seriedade, alegria e reverência que elas merecem – Ele merece. Deus escreveu um livro. E nos deu. Doemo-nos a este milagre e maravilhemo-nos com o fato de que podemos manejar suas palavras.