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English: Your Strength Will Fail

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Vívian Andrade Oliveira

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Tabela de conteúdo

Por que Deus nos dá fardos maiores do que podemos carregar

Paulo escreveu a carta que conhecemos como 2 Coríntios logo no fim de uma experiência de sofrimento intenso. Aqui está como ele descreve essa experiência:

Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia. as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida. De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte. (2 Coríntios 1:18-9)

Paulo não especifica qual foi sua aflição. Ele não precisou fazê-lo, desde que o portador da carta tivesse contado aos crentes em Coríntios sobre os detalhes dolorosos. Do contexto circundante (2 Coríntios 1:3-11), aparenta que ele sofreu perseguição ao ponto de execução. Mas, devido a sabedoria misericordiosa do Espírito Santo, nos não sabemos ao certo. E isso é misericórdia, pois nos encoraja a aplicar o que Paulo diz nesta parte para “qualquer aflição” (2 Coríntios 1:4).

Mas é importante notarmos o nível de sofrimento de Paulo. Esse grande santo, que parece ter tido uma capacidade muito acima da média de suportar a aflição, sentiu-se “completamente sobrecarregado, além de suas forças.” Ele pensou que essa aflição iria matá-lo.

Ela não o matou (sua aflição letal ainda estaria de oito a dez anos no futuro). Mas ela conquistou algo a mais:

De fato, nós sentimos que já tínhamos sobre nós a sentença de morte. Mas para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos. (2 Coríntios 1:9)

O sofrimento de Paulo trouxe a ele a seu fim: não apenas ao fim de sua força corporal, mas ao fim de seus planos e esperanças mundanas. Ele estava encarando a morte de frente. No que ele poderia acreditar no final que traria a ele esperança? O Deus que ressuscita os mortos.

Deus de Toda Consolação

Conhecer a severidade do sofrimento de Paulo e o que isso causou nele nos ajuda a entender melhor a consolação que ele testemunha em suas palavras iniciais:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. (2 Coríntios 1:3-4)

Apesar de sabermos que Paulo foi livrado desse “perigo de morte” (2 Coríntios 1:10), o livramento da morte não foi a principal consolação que ele recebeu de Deus. Tampouco era esse livramento o principal conforto que ele queria passar aos outros em suas aflições. O principal conforto era que, bem no final, quando a morte finalmente se aproxima, e não há mais esperança em prolongar a vida na Terra, há uma esperança incrível, que desafia a morte para os Cristãos: O Deus que ressuscita os mortos.

Sabemos que Paulo está falando da esperança da consolação da ressurreição, pois ele continua e diz: “Pois, assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação” (2 Coríntios 1:5). Cristo sofreu a morte “ pela alegria que lhe fora proposta” (Hebreus 12:2), a alegre consolação de que ele iria ressuscitar dos mortos e por Ele, todos que Nele creem (João 5:24). Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos (1 Coríntios 15:20) e, desta forma, aquele que crê Nele, ainda que morra, viverá (João 11:25).

Consolação em Qualquer Aflição

Mas, quais dos nossos sofrimentos se qualifica como parecidos aos sofrimentos de Cristo? Se a aflição que Paulo experienciou na Ásia foi, de fato, perseguição, é fácil fazer essa conexão. Mas e se nossas aflições não estiverem nesta categoria?

Acredito que a resposta está na passagem de Paulo que diz que: “Bendito seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que possamos consolar os que estão passando por tribulações com a consolação que recebemos de Deus” (2 Coríntios 1:3-4) Todas e quaisquer são palavras compreensivas.

Nós sabemos apenas por essa carta particular, que Paulo teve outros tipos de sofrimento em mente além somente da perseguição. Existe uma lista de vários perigos e privações que ele suportou (2 Coríntios 11:25-28), e há seu “espinho... na carne” (2 Coríntios 12:7), o que eu acredito ter sido algum tipo de doença física ou incapacidade.

Mas a categoria de aflições da Bíblia se estende muito mais. Apenas uma amostra poderia incluir a aflição e o luto da doença e da morte (como Lázaro em João 11 e Epafrodito em Filipenses 2:25-27), a angústia que se sente como deserção espiritual (Psalm 22), a confusão desiludida quando circunstâncias aparecem como se Deus não estivesse mantendo sua promessa (Psalm 89), a desorientação de enfrentar dúvidas sérias (Psalm 73), ou a agonia de uma depressão escura e longa (Psalm 88).

Todas estas experiências e outras mais são formas de sofrimento - Muitas das quais o próprio Jesus experienciou, e todas das quais ele se importa muito a respeito. O que faz “todas as nossas aflições” uma participação nos sofrimentos de Cristo se deve a que quando elas nos assolam, nos depositamos nossa fé nele, a “Ele [nele] nós depositamos nossa esperança” para a entrega que ele pretende proporcionar a nós (2 Coríntios 1:10).

Nele temos depositado nossa Esperança

Na verdade, este é um dos mais importantes resultados que Deus pretende para que “todas as nossas aflições” provoquem: “para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (2 Coríntios 1:9). Não é o único resultado. Assim como John Piper diz, “Deus está sempre fazendo 10.000 coisas na sua vida, e você deve estar consciente de três delas.” Mas quando é sobre nosso ultimato de alegria e conforto, pouco é mais importante que colocar nossa confiança em Deus e não em nós mesmos.

Na verdade, é por esse motivo que, as vezes, nossas aflições vem como inesperadas respostas de Deus para nossas preces, e, assim, irreconhecíveis em primeira instância. Quando pedimos a Deus para aumentar nosso interesse Nele e nossa fé Nele e nosso amor por Ele e nossa alegria Nele, nós imaginamos o quão maravilhosas as respostas poderiam ser vividas. Mas, nós nem sempre antecipamos o que o processo de transformação dos nossos desejos e confianças e afeições e alegrias irá requerer.

Algumas vezes, isso requer aflições para revelar as maneiras em que nós confiamos em nós mesmos ou em ídolos ou em falsas esperanças ao invés de confiar em Deus. Por dentro e por fora, não é do agrado de Deus trazer aflição e tristeza aos seus filhos (Lamentações 3:33), mas assim como um pai amoroso, Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade (Hebreus 12:7-10). Mas os propósitos de Deus nessas disciplinas são sempre para o nosso bem, ainda que a seu momento possam ser dolorosas, pois elas em última instância produzem esperança e alegria (Hebreus 12:11).

É por isso que Paulo, que durante sua aflição tenha ido “ muito além de sua capacidade de suportar, a ponto de perder a esperança da própria vida,” acabou exultante no seu Pai celestial como o “Deus de todo conforto.” Como resultado de seu sofrimento, ele experienciou uma mais profunda confiança no Deus que ressuscita os mortos, o que trouxe a ele o conforto que ninguém mais no mundo pode dar.

O que quer que seja que nos ajude a experienciar esse conforto, para nos ajudar a estabelecer nossa real e máxima esperança final em Deus, vale a pena. Realmente é assim. Eu não digo isso levianamente. Eu conheço algo do doloroso processo de tal transformação. Eu recebi algumas das respostas inesperadas de Deus para minhas orações. Mas o conforto que Deus traz infunde todo conforto temporal com esperança profunda. E quando todo conforto mundano finalmente falhar, o conforto de Deus é o conforto que permanecerá.