Você se contenta com a fraqueza?
De Livros e Sermões BÃblicos
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Todos os dias, enquanto buscamos seguir a Jesus, lidamos com uma fraqueza incessante nos nossos corpos, emoções, relacionamentos, famílias, chamado e igrejas. Nós somos “sujeitos à fraqueza.” (Hebreus 5:2) E elas nos levam ao desencorajamento, às vezes à exasperação.
Mas um dos presentes preciosos de 2 Coríntios, especialmente 11-12 é que, por meio de Paulo, Deus nos ensina um grande paradoxo do evangelho sobre a vida de fé: A graça de Deus é vista mais claramente e apreciada mais profundamente em nossas fraquezas do que em nossas forças.
Paulo estava profundamente preocupado com a igreja de Corinto. “Super apóstolos” haviam se infiltrado na igreja de Corinto. Eles eram charlatões parasitas que haviam seguido a conversão de Paulo e agora estavam maldizendo-o.
Então Paulo escreveu esta carta. Mas sua preocupação principal não era com a sua reputação. Ele escreveu porque estes homens estavam invocando a glória de Deus e colocando os coríntios em perigo por meio da distorção do evangelho. E eles estavam difamando Paulo para poder inflar sua auto-importância. Isso forçou Paulo a chamar esses impostores e comparar a doutrina, caráter e obras deles com suas próprias.
Mas isso foi doloroso para ele. Ao se defender, parecia que ele estava “fora de si” (2 Coríntios 11:23). Relutantemente, Paulo lista as revelações que ele havia recebido, jeitos que havia sofrido por causa do evangelho e das igrejas, e como ele nunca havia se beneficiado financeiramente dos coríntios.
Por que estava Paulo tão relutante em falar sobre essas coisas? Foi muito mais do que um constrangimento autoconsciente. Paulo estava bem preocupado, com medo de que se chamasse a atenção para seus talentos, experiências e força, ele poderia obscurecer a graça de Deus, ele poderia fazer exatamente o que os “super apóstolos” estavam fazendo. Ficar se gabando era perigoso.
Quão perigoso? Teste a você mesmo. Quando você lê em 2 Coríntios das chibatadas, surras, prisões, naufrágios, perigos, fome, exposições e revelações alucinantes de Paulo, o que você é levado a pensar? Você se compara a ele? Você olha para a fé, cérebro, coragem, tenacidade e ética de Paulo e pensa, “Perto de Paulo eu sou um cristão de meia tigela”?
Este é o perigo que Paulo temia. Porque quando isto acontece, nós geralmente nos distanciamos de Cristo, paramos de confiar em sua suficiente graça e olhamos para nossas próprias experiências e conquistas comparadas com a de outros como base para nossa aceitação por Deus.
Nossa natureza caída deseja glória para si mesma. Procuramos a admiração dos outros. Amamos o mito do super-herói porque nós queremos ser um. Nós queremos que nossos sucessos e pontos fortes sejam conhecidos e que nossos fracassos e fraquezas sejam escondidas. Visto que os fortes, competentes e grandes realizadores ganham a admiração dos homens, nós somos tentados a acreditar que eles impressionam Deus de uma maneira parecida.
Esta é a última coisa que Paulo queria que nós acreditássemos. Paulo sabia melhor que a maioria que não são as realizações humanas que demonstram a graça de Deus. É a impotência humana.
Apesar de todas as suas conquistas, Paulo via a si mesmo como o maior dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Com exceção da graça de Deus que deu a ele o presente da justiça de Cristo, todas as conquistas de Paulo foram “bobagem.” (Filipenses 3:8-9). Paulo conhecia a impotência da autojustiça (Filipenses 3:6-9). Ele sabia quem o tinha convertido à fé (Atos 9:5), chamado para ser um apóstolo (Romanos 1:1), enviado para fazer discípulos entre os gentios (Romanos 1:5) e chamado para sofrer por sua causa (Atos 9:16). Sim, Paulo sabia que ele trabalhava mais pesado do que quase todos os outros. Mas ele sabia que não era ele, mas a graça de Deus que estava com ele (1 Coríntios 15:10).
E um dos motivos pelos quais ele sabia disso tão profundamente era que Jesus o havia disciplinado. Sabendo como o pecado interior de Paulo poderia responder ao poder e produtividade que ele experimentaria, Jesus o presenteou com um “espinho na carne,” um “mensageiro de Satanás” para atormentá-lo (2 Coríntios 12:7). Isso seria uma constante lembrança para Paulo de que ele dependia de Jesus para tudo.
Você não ama o poder e a sabedoria de Deus? Ele convocou um mensageiro de Satanás para servir a Paulo! Isso deve ter deixado os demônios enlouquecidos. Jesus sabe como envergonhá-los (Colossenses 2:15)
Mas como nós, inicialmente Paulo não reconheceu o espinho como sendo um presente. Ele implorou por libertação. Mas Jesus respondeu, “Minha graça te basta, pois meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:9).
Isso abriu um mundo de novas ideias para Paulo. Deus demonstrando sua força por meio de coisas fracas estava totalmente ligado à história da redenção, culminando com a cruz.
Por isso Paulo disse, “Se tenho de me gloriar, vou me gloriar no que diz respeito à minha fraqueza.” (2 Coríntios 11:30). E ele ainda foi mais longe: “Por isso, sinto prazer nas fraquezas nos insultos, nas privações, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte.”
Assim como fez com Paulo, o Senhor designou algumas fraquezas a você. Você está feliz com suas fraquezas?
Quando digo fraquezas, não me refiro ao pecado: “Portanto, não permitam que o pecado reine em seu corpo mortal, fazendo com que vocês obedeçam às suas paixões.” (Romanos 6:12). Nem quero dizer insensatez: “Como o cão volta ao seu vômito, assim o insensato repete a sua insensatez.” (Provérbios 26:11).
Mas todos nós temos diferentes tipos de limitações intrínsecas, enfermidades e deficiências (“fraquezas”), e adversidades circunstanciais (“insultos, dificuldades, perseguições e calamidades”). Todas nos fazem gemer. Inicialmente parecem roubar nossa felicidade. Mesmo assim Deus quer que nós saibamos por meio deste texto que ele nos deu fraquezas para nossa alegria, sim, nossa alegria, mesmo sendo que seja Satanás nos assediando.
Este é o segredo: quanto mais você conhece a graça de Deus, mais humilde, em oração, grato, paciente, gracioso, contente e feliz você será. E você está mais ciente da graça de Deus quando está fraco do que quando está forte.
Deus vai usar os pontos fortes que ele te deu. Ele certamente usou os de Paulo. Mas se é contentamento em Deus que você busca, então agradeça a Deus pelas suas fraquezas. Pois é por meio delas que você e outros vão realmente saber que a graça de Deus é suficiente.