Você ora contra a tentação?

De Livros e Sermões Bíblicos

Recursos relacionados
Mais Por David Mathis
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Do You Pray Against Temptation?

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por David Mathis Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Murilo de Oliveira

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



“Orem para que vocês não caiam em tentação.”

Jesus se ajoelha no jardim de sua agonia e orienta seus homens a orarem, não apenas contra o pecado, mas contra a tentação.

No momento em que esteve frente a frente com a maior tentação de sua vida, Ele encarrega seus discípulos — não uma, mas duas vezes (Lucas 22:40, 46) — de orar contra a tentação. Quarenta longos dias de jejum no deserto agora devem parecer brincadeira de criança em comparação com o teste que Ele está prestes a enfrentar. A hora d'Ele chegou.

Ele enfrenta o maior teste da história do mundo: o Homem-Deus sem pecado sofrerá tortura até a morte pelos pecados dos rebeldes que ama? E, no entanto, quando sua própria grande tentação começa trazendo tal agonia que o suor cai de sua cabeça como gotas de sangue (Lucas 22:44), Ele se volta para seus homens duas vezes para dizer: “Orem para que vocês não caiam em tentação” (Lucas 22:40, 46).

Tabela de conteúdo

Enfático em Sua Famosa Oração

Esta não é a primeira (nem a segunda) vez que Ele instrui seus discípulos a orar contra a tentação.

Quando eles se aproximaram d'Ele e perguntaram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11:1), Ele respondeu com a memorável e poderosa “Oração do Senhor”, que em Lucas contém apenas 37 palavras em português! Em uma oração tão curta e focada, Ele não apenas menciona, mas conclui com a petição: “Não nos deixe cair em tentação” (Lucas 11:4).

Orar contra a tentação não é algo passageiro, como se alguma palavra do próprio Deus pudesse ser negligenciada. Aqui no jardim, e no exato momento em que Jesus nos ensinou a orar, Ele diz para orarmos não apenas contra o pecado (isso está implícito), mas explicitamente contra a tentação.

Para aqueles de nós que prestam atenção às suas palavras, encontramos pelo menos três implicações do mandamento (talvez surpreendente) de Jesus.

Ore contra a tentação

Primeiro, Deus realmente nos impede de algumas tentações em resposta às nossas orações. Deus e seu Filho não nos pedem para brincar em oração. A oração é importante. O Deus soberano escolhe governar o universo de tal forma que a oração desempenhe um papel. Sob Sua mão, alguns eventos acontecem (ou não) porque Seu povo orou; outros não acontecem (ou acontecem) porque não oraram.

Quando oramos não apenas contra nosso pecado, mas contra a tentação de pecar, exibimos uma humildade madura. Reconhecemos nossa fraqueza e o poder do pecado. E nos lembramos do coração de nosso Pai para a santidade e para o nosso bem. Deus “não tenta a ninguém” (Tiago 1:13). A culpa pelo pecado recai diretamente sobre o pecador. “Cada um, porém, é tentado pelo seu próprio desejo” (Tiago 1:14). E, no entanto, Deus, em Sua graça e misericórdia, se deleita em nos impedir de muitas tentações — inúmeras vezes, talvez até quando deixamos de pedir — e quantos casos preciosos em resposta direta ao nosso pedido!

Se levarmos a sério as profundezas do pecado em nós e as profundezas da misericórdia em nosso Pai, daremos ouvidos às palavras de Jesus e ao comentário de John Owen: “Ninguém finja temer o pecado que também não teme a tentação! Esses dois estão unidos demais para serem separados. Ele não odeia verdadeiramente o fruto que se deleita na raiz.” Por causa da verdade e da boa consciência, distinguimos a tentação do pecado e, por causa da santidade e da alegria, não as separamos. E assim oramos não apenas contra nossos pecados, mas contra nossas tentações.

Plano contra a tentação

Em segundo lugar, quando oramos contra a tentação, começamos o processo de tentar evitá-la e, ao fazê-lo, nos tornamos um meio para Deus responder à nossa oração. Deus não apenas nos impede de sermos tentados por causa de nossas orações, mas no próprio ato de orar, nos envolvemos mais profundamente na luta. Fortalecemos nossas almas contra o pecado. Nos envolvemos mais profundamente. Resolvemos, pelo Espírito, nos apegar à verdade e não "ser endurecidos pelo engano do pecado" (Hebreus 3:13). Lembramos aos nossos corações que os prazeres do pecado são superficiais e fugazes (Hebreus 11:25), enquanto o prazer em Deus é profundo e duradouro (Salmos 16:11).

Orar contra a tentação nos leva, então, a planejar contra a tentação de maneiras tangíveis. Conhecendo nossos padrões e tendências a pecados específicos, evitamos contextos imprudentes. Nós “fugimos das paixões juvenis” (2 Timóteo 2:22) e “não fiquem pensando em como satisfazer os desejos da carne” (Romanos 13:14). Prestamos atenção à sabedoria de um pai amoroso para com seu filho (Provérbios 5:1) sobre a “mulher proibida” (Provérbios 5:3): não apenas para ficar fora de sua cama, mas para “manter o seu caminho longe dela e não se aproxime da porta de sua casa” (Provérbios 5:8).

É graça não apenas ser guardado do pecado, mas também da tentação (Apocalipse 3:10). Nosso espírito, de fato, pode estar disposto a dizer não ao pecado, mas a carne pode ser fraca (Mateus 26:41). E orar contra a tentação também nos coloca no caminho do planejamento contra ela.

Prepare-se para a tentação

Finalmente, quando caímos em tentação, se oramos contra ela, devemos estar menos despreparados para lidar com isso e mais prontos para a batalha. Deus ama um coração que ora contra a tentação e muitas vezes responde ao nosso apelo. E, no entanto, Seus caminhos são mais plenos que os nossos. Ele sabe, no amor, quando permitir que a tentação venha. Na verdade, Jesus diz que as tentações certamente virão (Lucas 17:1). Por mais que oremos contra isso, Deus não prometeu sempre responder a essa oração da maneira que queremos. Ainda não.

Então, ao orarmos contra a tentação, nos preparamos para não nos surpreender quando elas vierem (1 Pedro 4:12). E, quando oramos contra a tentação, podemos nos sentir ainda mais lúcidos, pois Deus permitiu, amorosamente, esse teste em nossas vidas. E Ele não me deixou sem suas promessas para esses momentos. “Mas Deus é fiel; Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Antes, quando forem tentados, Ele mesmo providenciará um escape” (1 Coríntios 10:13). Como José, pode significar correr (Gênesis 39:11–12). Como Jesus, muitas vezes significa ensaiar as próprias palavras de Deus (Mateus 4:1–11) ou ficar em silêncio diante dos tolos (Mateus 26:63; Marcos 14:61; Atos 8:32).

“O Senhor sabe livrar os piedosos da provação” (2 Pedro 2:9), não apenas protegê-los das provações. E o cristão mais preparado para vencer a tentação é aquele que ora e planeja contra ela.

Guardado por Deus durante o Teste

Ore contra seus pecados específicos e, ao fazê-lo, dê um passo adiante e ore contra tentações específicas também.

Quando oramos contra a tentação, podemos esperar dois resultados: (1) de maneiras reais e tangíveis, Deus terá o prazer de nos proteger das tentações que, de outra forma, teríamos encontrado se não tivéssemos orado; e (2) às vezes Deus pode achar adequado que enfrentemos a própria tentação contra a qual oramos (e planejamos!) — e quando o fizermos, tendo orado, estaremos melhor preparados para enfrentá-la e derrotá-la no poder de Seu Espírito.

Deus providenciará uma saída (1 Coríntios 10:13). Procure e pegue. E agradeça a Ele, não apenas pelas muitas vezes, sem que você soubesse, que Ele o protegeu da tentação, mas também pelas vezes em que Ele respondeu às suas orações de maneira diferente, não apenas protegendo-o da tentação, mas sustentando-o durante a tentação.