Viver Como Se a Morte Fosse o Começo
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Stephanie Quick Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Francisco José Batista Chambel
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Onde é que Abraão encontrou a fé para dispor do seu único filho sobre o altar?
Ele não dispôs da sua promessa iencarnada sobre o altar porque fosse algo que fizesse sentido ou porque ele era capaz de provar isto doutrinalmente ou porque a promessa fosse algo dispensável. A obediência de Abraão naquele dia não foi fruto de um anémico discurso de autoajuda. Ele estava disposto a trespassar o seu filho com uma lâmina porque ele tinha-se apercebido que Deus iria ressuscitar Isaac dos mortos (Hebreus 11:19) — porque Deus tinha falado coisas que ainda não tinham acontecido e porque ele «não é homem, para mentir... Ele falou, e não irá Ele cumprir? (Números 23:19).
A confiança de Abraão era a de que a voz que o tinha chamado a Canaã fosse o Deus da Ressureição (João 11:25). Para Abraão isto, significava e mudava tudo.
Ele viu o dia de Jesus.
Abraão «acreditou em Deus» quando Ele falou, e isto foi-lhe contado como justiça (Génesis 15:6; Tiago 2:23). iSob a instrução de Deus, o pai da fé da aliança dispôs do seu filho nascido da promessa no altar, numa certa colina que mais tarde seria conhecida como Jerusalém. O vigésimo-segundo capítulo do Génesis, no qual Deus chama Abraão a sacrificar o seu filho, é um episódio desconcertante, que confronta aquilo em que acreditamos que seja verdade sobre a bondade de Deus e o custo em nos conformarmos à sua vontade.
Por tudo aquilo que Abraão tinha experimentado, até que veio a palavra de deixar que a morte engolisse o seu filho prometido no altar (Génesis 22:1–2) — todas as questões, toda a espera, todas as andanças entre a Caldeia e Canaã — temos de nos perguntar o que é que ele sabia sobre Deus para seguir uma ordem tão desconcertante. A Escritura diz-nos que de qualquer forma ele “viu[o dia de Jesus] e rejubilou” (João 8:56). Mas e que outras coisas é que ele sabia ou viu? Este homem de idade não atou o seu filho na colina de Moriá por ter lido qualquer coisa bonita na Bíblia. Não, a sua revelação preciosa nasceu em encontros sobre os quais mais tarde as nossas Bíblias seriam construídas. Abraão conhecia Deus.
Era uma convição inabalável da veracidade de Deus, que o libertou das ilusões cristalizadas do demónio e que fez com que ele depositasse tudo o que tinha — até mesmo a vida do seu próprio filho precioso — na integridade da Sua palavra. Esta confiança esculpiu um lindo testemunho na vida deste homem que pré-figurou a plenitude das promessas santas que estavam para vir. Na nossa gratidão e reflexão sobre a cruz e ressureição de Cristo, fazemos bem em perguntarmo-nos a nós mesmos se os nossos corações estão bem ancorados como o do homem de Ur.
O Deus da Ressureição
Numa linda e apelante reviravolta poética, o tempo de Abraão e Isaac passado nesta colina do sacrifício acabou com Abraão a dar um nome a este monte «Moriá,», um lembrete para todas as gerações daquilo que ali se tinha passado e se iria passar: « o Senhor proverá (Ele próprio) um cordeiro (Génesis 22:14).
Isaac não tinha que morrer naquele dia para que as promessas se cumprissem nos dias que estavam para vir. Melhor sangue seria derramado para asegurar o seu lugar nesta colina modesta, à qual um ipai vinculatívo, iria guiar o seu filho vinculatívo, carregando o peso da madeira para o seu próprio altar de execução privado. Naquele dia um carneiro surgiu do iisilvado, um filho vinculatívo foi salvo (Génesis 22:8, 13). Num outro dia mais tarde, o Cordeiro prometido iria seguir os mesmos passos de Isaac e este Filho vinculatívo não iria ser poupado.
O Filho, o Isaac maior, iria através da morte, «destruir aquele que tem poder sobre a morte, ou seja, o demónio» (Hebreus 2:14), e saquear «as chaves da Morte e do Hades (Apocalipse 1:18) para assegurar a vida eterna e a vitória a todos aqueles que partilham da confissão de Abraão. O Senhor proveu Ele próprio: ambos « o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo» (John 1:29), e «o Leão da tribo de Judá» (Apocalipse 5:5), que irá governar as nações desde aquele mesmo monte de sacrifício sombrio e de provisão prometida: O monte Moriá.
A Realidade Que Muda Tudo
A Escritura liga iinextricavelmente a cruz de Jesus à sua segunda vinda. O grito de Paulo no fecho de 1 Coríntios faz eco do mesmo canto cantado pelo «Espírito e pelo Esposo”: “Maranatá!” O Senhor vem. O Senhor está a vir. Vem, Senhor! (1 Coríntios 16:22; Apocalipse 22:17). A Escritura inteira atesta isto (Lucas 24:27, 44–49), e a revelação de Cristo nas suas palavras dá-nos poder de fazer decisões que só fazem sentido se ele nos vier ressuscitar dos mortos.
Durante um momento poderoso que vale a pena mencionar, cada vez que lemos o evangelho (Mateus 26:13), a moeda foi deixada a uma mulher jovem que tinha visto Jesus ressuscitar o seu irmão morto, Lázaro, do túmulo. De repente a areia que passa pela ampulheta destaiera parecia finita. Os dias dela pareciam estar contados. Os dias dele pareciam estar contados. E «os cuidados do mundo pareciam banais (Mateus 13:22; Marcos 4:19). Ela viu o seu futuro para além da derrota imposta pela morte — e isto encorajou-a a tirar o seu próprio «Isaac» da prateleira e a estilhaçá-lo no meio do chão. O perfume de Maria, a garantia da sua própria vida, ungiu Jesus para o seu próprio funeral e abençoou-o à medida que Ele assumiu a tarefa de esmagar a cabeça da serpente (Génesis 3:15).
À medida que nos lembramos da morte de Cristo e da sua Ressureição, confessemos o credo dos apóstolos, o Senhor veio, e Ele está a vir outra vez. E deixemos que esta confissão nos inspire a darmos tudo da mesma maneira que eles deram: não houve um único discípulo que sobreviveu à morte de Jesus e à traição de Judas e que depois voltou à sua vida normal depois de ter conhecido o seu Mestre na costa da Galileia. A Ressureição mudou tudo para eles E que possa também mudar tudo para nós.