Ver Não é Acreditar
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Greg Morse Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Rosane Andrade
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Por que sentimos falta de Deus na vida diária
Talvez você já tenha tido amigos ou vizinhos incrédulos dizendo que acreditarão quando virem Deus escrevendo sua mensagem nas nuvens. Posso dizer-lhe em primeira mão, isso é falso.
As letras nebulosas começaram a aparecer uma a uma enquanto estávamos em uma viagem de família para um parque temático lotado. Como se escritas do nada, as palavras apareceram:
LOUVADO SEJA JESUS
E minutos depois,
JESUS DÁ. . . PEÇA AGORA
Ali estavam elas, palavras desenhadas no céu por uma mão invisível, exaltando o Filho de Deus e chamando-nos a pedir e receber da bondade de Cristo. No entanto, o resultado foi pouco mais do que olhares apressados. Ninguém rasgou suas vestes em arrependimento ou caiu de joelhos para adorar a Cristo ou clamou em voz alta em gratidão. Alguns, já ostentando colares com cruzes, pararam para tirar fotos, mas as massas continuaram inabaláveis, indiferentes.
Ver Não é Acreditar
Moisés nos diz que Deus escreveu os Dez Mandamentos Ele mesmo, com o seu dedo (Ex 31:18). Ninguém acreditava que essas mensagens no céu fossem escritas da mesma maneira. E foi um homem em um avião que deu início a tudo.
Mas como eles sabiam? O avião era quase invisível a olho nu. Se você apertasse bem os olhos, por tempo suficiente, você poderia ver um pequeno brilho do avião enquanto ele traçava as letras.
No entanto, as massas não ficaram olhando para as nuvens. As massas – algumas das quais acreditavam na existência de alienígenas e do “pé grande”, ou que os homens poderiam se tornar mulheres – sabiam, sem exigir um segundo olhar, que essa mensagem não poderia ser de Deus. A maioria não viu o avião - a maioria não precisava ver o avião. Eles já sabiam que um ser humano deveria ter feito isso. Se Deus atendesse seu pedido e escrevesse a mensagem Ele mesmo, eles pensariam exatamente da mesma maneira.
Tudo isso para ilustrar que ver não é crer, como C.S. Lewis observa:
“Conheci apenas uma pessoa na minha vida que alegou ter visto um fantasma. Era uma mulher; e o interessante é que ela não acreditava na imortalidade da alma antes de ver o fantasma e ainda não acredita depois de vê-lo. Ela acha que foi uma alucinação. Em outras palavras, ver não é acreditar. Esta é a primeira coisa a ficar claro ao falar sobre milagres. Quaisquer que sejam as experiências que tenhamos, não as consideraremos milagrosas se já tivermos uma filosofia que exclua o sobrenatural.” “(C.S. Coleção de ensaios de Lewis e outras histórias curtas, 107)
As multidões não podiam se preocupar em parar no espetáculo porque toda a vida até aquele momento lhes dizia que Deus, se Deus existisse, não faria tal coisa. Ele não se envolveria em questões cotidianas. O "deus" de muitos que escolhem essa opção é muitas vezes o deus distante da boa moral e da vida correta, não o Deus de realidade incontornável, invadindo nosso mundo sem permissão para escrever em tábuas ou em nuvens.
Naturalista cristão
Pensei nestas coisas enquanto continuávamos a caminhar quando, como um raio, a percepção me atingiu. Eu era tão diferente assim? A incredulidade deles era clara para mim - e a minha, como era? Como recebi esta mensagem?
"Louvado seja Jesus. Jesus dá. . . Peça agora."
Eu sabia que meu Deus governa todas as coisas. Eu sabia que "O coração do rei (no caso, do piloto) é como um rio controlado pelo Senhor; Ele o dirige para onde quer.” (Provérbios 21:1) Eu sabia que meu Deus tornou possível as condições climáticas para aquele dia – junto com um milhão de outros fatores que levaram minha família e eu a esse exato ponto naquele exato momento para testemunharmos essa mensagem exata. Eu sabia que, em um sentido real, Deus tinha de fato escrito no céu naquele dia – mas lá estava eu, me perguntando por que outras pessoas não estavam recebendo a mensagem.
Alguma de minhas orações encontrou sua resposta neste espetáculo preordenado? O que, de uma lista de necessidades urgentes, devo parar e pedir a Jesus? Talvez Deus tivesse algo para mim, uma palavra para mim, um desejo de responder a uma oração específica e assim me libertar da terra estéril de "você não tem porque não pede".
Por que eu tinha assumido que Deus orquestrou tudo isso por causa de massas insensíveis e não por seu filho comprado com sangue? Se Deus rabiscou Sua mensagem em Suas nuvens diante de meus olhos, sorrindo, por que respondi desatento, imóvel?
O Diabo está nos detalhes
Como você teria respondido? Como você responde?
Quantos momentos, grandes ou pequenos, deixamos passar por estarmos presos ao naturalismo funcional, ao secularismo, ao materialismo? Quantas vezes nos levantamos de joelhos de manhã só para entrar num mundo sem Deus? A mensagem escrita nas nuvens, ou a palavra dada por um amigo, ou a coincidência "estranha" que interpretamos como curiosa e sem causa, como faria um incrédulo. Será que vemos o mundo como deveríamos? Podemos também dizer de Deus: "Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim." (Salmo 139:5)?
O diabo está ocupado nos detalhes, fornecendo explicações razoáveis para isso ou aquilo, assegurando-nos que não há nada do nosso Pai celestial para ver aqui.
E uma das estratégias empregadas para nos manter em um mundo sem um Deus pessoal é darmos nomes para Suas maravilhas criadas. Se temos um nome para explicar algo, podemos desmistificá-lo, pegar algo maravilhoso e torná-lo banal.
Para ilustrar, permita-me falar um pouco sobre relâmpagos. A.W. Tozer cita Thomas Carlyle dizendo:
“Chamamos esse fogo da nuvem negra de trovoada de eletricidade, e explicamos tudo com conhecimento, e fazemos coisas parecidas com o vidro e seda: Mas o que é isso? De onde vem? Para onde vai? A ciência fez muito por nós; mas é uma ciência pobre que esconderia de nós a grande e profunda infinitude sagrada da ignorância [o estado de não saber], onde nunca podemos penetrar, na qual toda a ciência nada como uma mera película superficial. Este mundo, depois de toda a nossa ciência e saberes, ainda é um milagre; maravilhoso, inescrutável, mágico e muito mais, para quem pensar nele.” (Conhecimento do Santo, 18)
Nós manchamos as maravilhosas impressões digitais de Deus ao nosso redor pensando que, porque damos nome a algo, já sabemos o que é. "Quem pode entender como ele estende as suas nuvens, como ele troveja desde o seu pavilhão?” (Jó 36:29). "Ó, aquele fogo ardente e elétrico lançado dos céus? Isso é apenas um raio", responde o homem moderno. "Partículas", os mais entendidos podem dizer, "algumas carregadas negativamente e outras carregadas positivamente, separam-se e se encontram novamente em uma corrente maciça". Maravilha desmascarada.
Esquecendo-se do tremor
O que é um relâmpago, além dos fatos superficiais e do nome? Os poetas não científicos superam-nos ao ver a majestade manifesta e indomável.
“Também carrega de umidade as nuvens,
e entre elas espalha os seus relâmpagos.” (Jó 37:11)
“Ele enche as mãos de relâmpagos
e lhes determina o alvo que deverão atingir.
Seu trovão anuncia a tempestade que está a caminho.” (Jó 36:32–33)
“Ele traz as nuvens desde os confins da terra; envia os relâmpagos que acompanham a chuva e faz que o vento saia dos seus depósitos.” (Salmo 135:7)
Deixe um homem responder ao seu Deus, se ele pode:
“Você é capaz de levantar a voz até as nuvens
e cobrir-se com uma inundação?”
“É você que envia os relâmpagos,
e eles respondem: ‘Aqui estamos’?” (Jó 38:34–35)
Como afirmamos ser mais sábios do que nossos ancestrais pré-científicos, perdemos o que é mais óbvio. Ficamos eloquentes sobre prótons e elétrons e sentimos falta de Deus; afirmamos que já vimos isso antes e esquecemos do tremor.
Vidas sem Relâmpago
Como acontece com dar nome aos relâmpagos, somos tentados a perder as realidades diárias de Deus por um nome. "Ó, isso? É apenas um homem em um avião." "Ó, isso? É apenas um texto aleatório de encorajamento de um amigo." "Ó,aquilo? É apenas um golpe de sorte, uma gentileza aleatória, um acaso feliz." Podemos até mesmo admirar as respostas à oração: Posso realmente provar que isso não foi apenas uma coincidência?
Quando Deus deixou o seu mundo? Quando ele parou de intervir em seus assuntos e governar seus acontecimentos com propósito? Na tentativa de conter os excessos da imaginação que via Deus "nos dizendo" o que fazer sem considerar sua palavra e sabedoria, será que sacrificamos a interpretação das nossas circunstâncias (mesmo as difíceis) em relação ao nosso grande Deus? Olhamos para o relâmpago como apenas um relâmpago, retrocessos como apenas retrocessos, lemos as palavras escritas no céu e perdemos seu significado?
Vivemos uma existência sobrenatural governada por um Deus soberano. Ele usa causas secundárias, mas é Ele quem as usa – todas elas – para o nosso bem. Deus está agindo, hoje e todos os dias. "‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos." (Atos 17:28); "Em sua mão está a vida de cada criatura e o fôlego de toda a humanidade." (Jó 12:10). Que possamos ver mais o seu cuidado pessoal e provisão pessoal em nossas vidas diárias, preparados para nós diariamente, pessoalmente, nas nuvens.