Três Perguntas a Fazer Antes de Ouvir Qualquer Sermão
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Tony Reinke Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Anna França
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É fácil se tornar um consumidor passivo de sermões. Como um jovem cristão, comecei a sentir essa tendência na minha própria maneira de escutar sermões, então, certo domingo, levei uma caderneta para a igreja e criei um simples hábito para fazer fluir meu discernimento antes de ouvir qualquer sermão. Foi tão simples quanto fazer três perguntinhas, e guardei isso comigo. Com o tempo, comecei a usar a mesma técnica ao ouvir sermões de podcasts, ao ler livros e blogs cristãos, e, por fim, ao ouvir músicas cristãs.
O processo aponta a um fato importante que todos sabemos: todos precisamos ser salvos por alguém ou algo. Mas, como um ouvinte ativo rapidamente perceberá, o mundo está cheio de variantes do evangelho, e cada sermão, escritor e artista tem uma mensagem de salvação. Devemos examinar a veracidade do evangelho que compartilham, e essas três perguntas simplificaram o processo para mim.
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Três Perguntas
Então antes de ouvir a um sermão, colocar um álbum cristão para tocar ou abrir um livro cristão, eu me faço essas três perguntas:
- Como sou salvo?
- Sou salvo de quê?
- Sou salvo para quê?
As perguntas são curtas, fáceis de gravar e não poderiam ser mais grandiosas. No começo eu as escrevia no papel e preenchia as respostas à mão, mas depois isso se tornou um simples exercício mental intuitivo.
Com o tempo, também pude perceber que essas perguntas são úteis em diversos outros contextos. São perguntas acerca do evangelho, úteis dentro da igreja. Mas elas também ajudam a despir qualquer cosmovisão à sua essência central. Elas funcionam em propagandas e em mensagens de candidatos à presidência (sim, até Donald Trump — pode testar).
Quatro Respostas Comuns
Para o propósito deste artigo, vou focar em sermões. Faça as três perguntas acima, e as respostas que você ouvirá geralmente cairão em uma dessas quatro categorias:
1. Você ouvirá um evangelho terapêutico:
- Somos salvos ao tornar-nos auto autenticados e aceitos.
- Somos salvos da autodestruidora negatividade.
- Somos salvos para a autoconfiança.
2. Você ouvirá um evangelho de prosperidade:
- Somos salvos por uma fé que produz saúde e riqueza.
- Somos salvos da pobreza e da angústia financeira.
- Somos salvos para desfrutar da abundância financeira.
3. Você ouvirá um evangelho do quebrantamento:
- Somos salvos ao nos libertar da memória de pecados passados.
- Somos salvos de nos sentirmos desconfortáveis em nossa própria carne*
- Somos salvos para vivermos novamente inteiros.
4. Você ouvirá um evangelho da atenção:
- Somos salvos quando nos lembramos de Deus com mais atenção.
- Somos salvos de ignorar que Deus existe.
- Somos salvos para viver mais conscientes de Deus.
Quer essas mensagens contenham indícios do evangelho, ou fragmentos da verdade suprema, ou invenções completas de algo que não é evangelho, todas essas mensagens encontrarão, implícita ou explicitamente, um caminho para dentro de livros, músicas e sermões cristãos como mensagens absolutas, e frequentemente serão vistas como apresentações adequadas do evangelho. Elas não o são. Na verdade, elas estão longe disso. E cada uma delas, de sua própria maneira, torna Cristo secundário ou opcional.
As Respostas Bíblicas
O verdadeiro trabalho do ministério é permitir que a Escritura responda cada uma dessas três perguntas de novo e de novo, até que a verdade do evangelho esteja entranhada em nossas veias.
Se fizermos um esboço de alguns dos pontos centrais do evangelho bíblico, as respostas a essas perguntas se tornam bem claras:
- Somos salvos por graça mediante a fé na ira-absorvente morte de Cristo Jesus na cruz, e justificados em sua ressurreição como o substituto por nós, os rebeldes transgressores da lei.
- Somos salvos de um Deus santo, de sua ira justa derramada eternamente sobre cada pecador que desonrou sua glória.
- Somos salvos para ter paz com Deus, para sermos santos, para estarmos congregados com o povo de Deus que vive e ama, e que magnifica a Deus ao adorar a Cristo e se desfrutar nele acima de qualquer outra coisa nesse mundo e no porvir.
O evangelho é profundamente belo e merecedor de eterno estudo e celebração — mas ele também não é complicado. O desafio que sempre enfrentamos é o evangelho desviado, um evangelho que imperceptivelmente desliza para uma linguagem que faz a resposta para essas três vitais perguntas, algo nublado e obscuro. Devemos estar atentos para não flutuarmos em direção a um “evangelho do palpite” que usa um monte de jargão cristão, todos visando metas auto aprazíveis e que satisfazem nossos próprios desejos, mas que, ao mesmo tempo, falham em explicar os temas centrais da ira de Deus ou o propósito essencial do sangue vicário de Cristo. Em outras palavras, a deriva natural de nossos pensamentos está sempre a ser desviada “da sincera e pura devoção que vocês têm por Cristo” (2 Coríntios 11:3).
Detecte o Padrão
Qualquer pregador, artista ou escritor precisa retornar frequentemente a esses três simples testes decisivos para o ministério, a fim de autoavaliar nossa mensagem e a esperança que estamos oferecendo. Mas é igualmente importante que cada cristão retorne a essas perguntas de novo e de novo, até que se tornem instintivas.
- Como sou salvo?
- Sou salvo de quê?
- Sou salvo para quê?
Não estou insinuando que toda música, todo sermão e todo livro responderão a cada pergunta em igual medida. Mas preste atenção. À medida que você lê e escuta, você detectará o que o apóstolo Paulo chamou de “o modelo da sã doutrina” (2 Timóteo 1:13). Toda cosmovisão coerente contém um padrão, um padrão que você verá no quadro geral e nos pequenos detalhes. Para cristãos, há uma consistência e um padrão nas palavras da sã doutrina que nós devemos ajustar nossos ouvidos a ouvir, e a notar quando está ausente.
Discernir Para Desfrutar
O que estou defendendo é o discernimento. A habilidade de discernir é aprender a rejeitar o que é falso ou inconsistente, mas, mais importante, é aprender a abraçar com ânimo o que é precioso (Atos 17:11; Romanos 12:9; 1 Tessalonicenses 5:21). O discernimento do evangelho nos ajuda a conhecer a diferença, a fim de manter a verdade pura, para podermos abraçá-la e celebrá-la com sinceridade.
O que significa, por implicação, que devemos valorizar os homens e as mulheres que esclarecem as respostas às perguntas principais, porque eles provavelmente são a melhor maneira de nos ajudar a entender todas as outras perguntas.
Se você faz essas três perguntas por tempo o suficiente, um padrão surgirá. Esse discernimento lhe será útil quando a vida lhe forçar a diminuir suas assinaturas de sermões de podcast, seus blogs, sua biblioteca musical ou sua lista de leitura.
Estou certo de que a igreja será mais saudável e mais feliz à medida que ela se torna mais habilidosa em discernir, mais antenada ao evangelho e mais habilidosa em saber o que valorizar. O discernimento é um chamado para todos nós. Ao fazermos essas três perguntas, estamos reafirmando a importância das respostas. Mas não estamos só esperando ouvir as respostas certas; queremos as respostas certas para podermos novamente ter nossas afeições alimentadas pela beleza de Jesus Cristo.
E é assim que isso acontece. Três perguntas grandiosas, as três maiores perguntas que podemos fazer nessa vida, nos lembram da preciosa verdade do evangelho de Jesus Cristo. Tente fazê-las. A próxima vez que ouvir um sermão, escute essas três simples perguntas, e procure — avidamente — as conhecidas e preciosas respostas que ajudam a sustentar nossa alegria diária em Cristo.
Livros e Sermões Bíblicos