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English: Standing Firm

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Por Donald Whitney Sobre Evangelismo
Uma Parte da série Tabletalk

Tradução por Rodrigo Silva

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"Jesus Cristo é o único caminho para o céu... mas, o que eu sei?" 

Hum... Alguma coisa sobre apresentar a verdade dessa maneira acaba com o propósito, não é mesmo? Se compartilhamos o Evangelho dessa maneira com um incrédulo numa tentativa de manifestar a humildade cristã, nós estaríamos simultaneamente cortando o nervo de nossa certeza e ousadia.

E que tal a aproximação oposta? Imagine-se insistindo com um de seus amigos não-cristão, "Jesus Cristo é o único caminho para o céu... e eu sei que estou certo!" Bem, nós temos aqui uma declaração ousada e segura de uma verdade bíblica, mas a provável falta de humildade nesse caso deve ser notada.

A tensão da humildade e certeza é uma coisa real, não apenas apresentando o Evangelho a um não-convertido, mas em várias áreas da vida cristã. Como comunicamos com ousadia a verdade da Escritura com a humildade que a Bíblia também ordena?

Recentemente eu almocei com um jovem seminarista que fica um tanto tímido e constrangido diante de uma congregação. Eu recomendei-lhe com insistência a necessidade de pregar com determinação e certeza. Como ele, professores da Bíblia na igreja local com frequência temem que eles possam soar muito rígido ou dogmático por um lado, ou como teólogos molengas por outro. Mas não é apenas professores que enfrentam essa dificuldade; todo cristão encontra esse problema de tempos em tempos. Mesmo uma discussão habitual das coisas de Deus com companheiros crentes requer mais convicção que perguntar, "Quem sabe o que isso quer dizer?" e ainda mais consideração que exclamar, "Eu estudei isso mais que você e eu sei o que isso quer dizer!" Mesmo na questão particular da certeza da salvação de alguém, humildade inapropriada pode conduzir-nos à beira de negar o trabalho da graça de Deus nas nossas vidas, enquanto certeza resoluta pode soar muito como presunção. Devemos nós, entretanto, viver o que a Bíblia diz, "Escolha você hoje quem servirá: humildade ou certeza"?


LUTERO: DOIS TIPOS DE HUMILDADE
Humildade pode ser considerada de várias perspectivas. A Bíblia fala de humildade em relação a Deus e humildade em relação a pessoas. Nós podemos também contrastar humildade interior com humildade exterior. Similarmente existem também humildade verdadeira e humildade falsa. Relativo a essa questão, Martinho Lutero falou proveitosamente de humildade em relação à verdade de Deus e a humildade do amor. A primeira é uma humildade que nós temos quando doutrina e fé estão em questão, e a outra quando amor para com nosso vizinho está envolvido.

Em relação às Escrituras, nós expressamos humildade primeiramente pelo nosso anseio em aprender e pelo desejo de obedecer. Uma vez que estamos convencidos do que a Bíblia ensina sobre um assunto, humildade em relação a verdade de Deus significa nós confessarmos o que ela diz sem vacilar. Falar com um espírito de "Mas, o que eu sei?" e inferir dúvida onde Deus é claro, ou comprometer o que Ele revelou para salvar a aparência de humilde, é uma humildade colocada erroneamente. Lutero comentou que se ele fosse "humilde" desse modo e dissesse "'Prezado Papa, prezados bispos, eu devo alegremente fazer o que vocês me ordenaram fazer,' isso seria uma humildade verdadeiramente diabólica e maldita... Uma humildade como essa de maneira nenhuma seria boa."

Isso não significa dizer que criaturas finitas podem ter certeza absoluta sobre coisa alguma. Certeza absoluta é o privilégio do Onisciente. Enquanto a revelação do nosso Deus onisciente é de fato uma revelação isenta de erros, nós somos intérpretes impefeitos dela. Dessa forma humildade requer de nós que reconheçamos que nós podemos estar enganados em nosso entendimento da verdade. Mas nós devemos nos posicionar em algum lugar, e pela graça e fé nós devemos nos basear no que acreditamos que a Bíblia diz. E nós devemos nos posicionar certos de que estamos na verdade, ao menos até que vejamos nas Escrituras que estamos enganados. Quando nosso erro se torna evidente, nós deveríamos humildemente mudar nossa posição.

Essa foi exatamente a atitude refletida por Lutero nas suas mais famosas palavras. No Conselho de Worms (1521) quando "o herege" era pressionado a se retratar, Lutero respondeu, "A não ser que eu seja culpado pela Escritura e por motivo claro - eu não aceito a autoridade de papas e conselhos pois eles contradizem um ao outro - minha conciência é cativa à Palavra de Deus. Eu não posso e eu não vou me retratar de coisa alguma, pois ir contra a conciência não é certo nem seguro. Aqui eu me posiciono, não posso fazer diferente. Que Deus me ajude. Amem."

Se isso é o que "humildade em relação à verdade de Deus" se parece, que tal "a humildade do amor"? O reformador disse que em relações pessoais com pessoas, "Se então eu não me humilhar perante vós e não suportar injurias que são infligidas sobre mim, se então eu não entregar o que é meu e o que Deus tem me dado, se então eu não quiser vos perdoar e lavar vossos pés, então vocês podem me repreender." Suportar o fardo dos outros ou os erros que eles comentem contra você é um tipo de humildade, mas tolerar erros contra a verdade não é humildade devida a ninguém.


AMBOS, HUMILDADE E CERTEZA EM JESUS
Jesus, é claro, foi o exemplo ideal de humildade do amor. Raramente Ele descreveu seu próprio caráter, mas em uma ocasião Ele disse, "Eu sou manso e humilde de coração" (Mat 11:29). Ele recebia bem as crianças, os pobres, e aqueles rejeitados como "pecadores" pelo resto da sociedade. Ele falou sobre tomar o lugar mais humilde em um banquete. Ele ensinou Seus discípulos, "Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado" (Mat 23:11-12).

Mas pensar em Jesus sempre mostrando um olhar gentil, um rosto com aparência humilde, é inconsistente com as imagens do Evangelho que temos Dele. Não foi a humildade do amor mas a humildade em relação à verdade de Deus que estava sobre Ele quando Ele estava estalando seu chicote para trás e para frente no episódio da limpeza do templo (João 2:15) ou repetidamente gritando, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!" (Mat 23:13-36)

O Senhor Jesus sempre mostrou a humildade do amor, exceto quando, fazendo isso, aparentaria comprometer a verdade.


HUMILDADE CERTA/HUMILDE CERTEZA
Enquanto você procura manter o equilíbrio apropriado e bíblico entre humildade e certeza, considere essas diretrizes:

Cuidado com desculpar sua personalidade. Quer sua personalidade se incline mais para a certeza inflexível ou para a humildade gaguejada, é mais fácil desculpar seu estilo natural do que santificá-lo. Nós todos tendemos a dizer, "Eu sou assim mesmo," ao invés de "Isso é pecado." Nós todos precisamos trabalhar em nossa humildade e nossa certeza, mas talvez um mais que o outro.

Cuidado com a humildade condescendente. Paulo repreendeu os Corintos por isso depois que eles "belamente" toleraram falsos mestres (2 Cor 11:4). Não pense que a ordem de "batalhar, diligentemente, pela fé" (Judas 3) contradiz àquela de ser "humilde em espírito" (1 Pedro 3:8)

Cuidado com a certeza orgulhosa. O detestável e arrogante sempre tem opiniões fortes. Mesmo se eles estão certos, ninguém quer ouvir. Como Apolo, nós devemos falar com uma certeza poderosa e ainda sim permanecermos humildemente receptivos ao ensino.

Humildade e certeza são compatíveis? Certamente!