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English: If You Could See the End

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Por Greg Morse Sobre Sofrimento

Tradução por Diane Lima

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Tabela de conteúdo

A história que Deus escreve no sofrimento

Um estranho sofrimento tomou conta de mim quando o último filme de O Senhor dos Anéis chegou ao fim. Sendo um homem pouco letrado na época, observei as portas da Terra Média se fecharem. A história não continuaria. Uma sensação de tolice acompanhada de tristeza. Por que um jovem deixaria um menino se lamentar e se despedir de um amigo imaginário, sabendo que o amigo não existia?

Isso é exatamente o que grandes histórias fazem conosco. Seja por telas ou entre as capas de um livro, quando chegamos de fato ao fim, pode parecer que as portas de um palácio estão se fechando para nós. A aventura se encerra com tudo o que tem direito: perigo, perdas, coragem, companheirismo, emoção e grandes amores pelos quais vale a pena viver e morrer. Eles nos deixam de novo, para o nosso mundo. Enquanto os créditos sobem, vamos voltando à realidade, deixando alguns momentos, a beleza, o bom e voltando ao ordinário.

Mas e se a dor que sentimos depois dessas histórias, o gosto amargo da perda, do feliz para sempre, não for uma falsa zombaria e sim um convite verdadeiro?

Fique como seu Hobbit

E se as histórias épicas lançassem um feitiço, não porque são fantasias, e sim porque despertam anseios reprimidos de que poderíamos, de fato, viver em tal história? Talvez todos desejemos ser personagens de uma grande história, um conto heroico, um romance magnífico, uma história sem fim. “Ele pôs a eternidade no coração do homem.” (Eclesiastes 3:11)

As linhas entre as nossas histórias favoritas e a história real que vivemos podem ser mais tênues do que jamais imaginamos. O próprio J.R.R. Tolkien reconheceu isso em uma carta para seu filho, Christopher, que estava servindo na Força Aérea durante a Segunda Guerra Mundial.

Você está aqui: um hobbit entre os Uruk-hai (um inimigo mortal). Tenha seu hobbit no coração e pense que todas as histórias são como se você estivesse nelas. Você está em uma grande história! (183)

Você se considera parte de uma grande história? Os elfos, os reis, os apaixonados, os heróis, os personagens da sua história favorita têm motivos para ter inveja de você? A menos que sorriamos e aceitemos a história que estamos vivendo, não teremos esperança, alegria e força para viver o melhor dessa vida, e depois eternamente na próxima.

Destinado à história

Somos um povo com histórias, encantados por elas, ensinados por elas e moldados por elas. Temos fome por significado. Desejamos que os pontos se conectem. Para um fio condutor percorrer. Caso contrário, seremos deixados em um mundo amargo de insignificância.

Para lidar com a vida, procuramos pela história além de nós. Desde o início, muitos afirmaram fazer exatamente isso. Vários profetas de diferentes povos nos dão diversas explicações, que vão desde montanhas altas até as alegrias e terrores, montes e vales, raios de sol e sombras desta vida. Mitos antigos vieram para encontrar desejos antigos, que não eram facilmente preenchidos em nossos corações famintos para sempre.

Histórias compartilhadas criam cultura. Histórias compartilhadas criam religião. O homem viveu de história e morreu por ela. As histórias são criadas para responder às grandes questões da vida. E a esperança precisa da resposta que a história nos dá. E o mercado está cheio de histórias, de visões de mundo tentando responder àquelas grandes questões para nós.

Andrew Delbanco, em sua meditação por esperança, identifica que a narrativa geral que unia os americanos mudou de uma história sobre Deus para a da nação e do interesse próprio. Nos movemos da cruz para a bandeira, e agora aterrissamos no meu caminho estreito e perigoso.

De todas as pessoas em todos os tempos, ninguém foi mais motivado por histórias do que os fiéis de Cristo. Ainda que um anjo dos céus anuncie um evangelho contrário ao que anunciamos a vocês, que seja amaldiçoado. (Gálatas 1:8) Apesar disso, embora muitas vezes permaneçamos ortodoxos, o desespero ainda surge quando nos focamos só na tristeza em nossa única sentença chamada vida, nossos corações esquecem a história além. Consideramos, no entanto, que a esperança é a verdadeira essência da história, a qual foi escrita por alguém que não poupou o próprio Filho. A esperança vai além dos gemidos, para aquela parte da história, sem mais pecados, sem mais sofrimentos, sem mais separação.

José: Um estudo de caso

A esperança fica em sintonia com a história de Deus, porque ela murcha com o esquecimento. Veja o exemplo de um homem de Deus do Antigo Testamento, José, que não se afundou no ego.

A vida dele é cheia de grandes vales. Traído, agredido e vendido como escravo, José se viu na casa de Potifar. Após ser escolhido como braço direito de Potifar, José sofre abuso sexual e, sendo acusado falsamente, é enviado para a prisão. Após uma interpretação correta de um dos sonhos do servo do faraó, ele é traído e esquecido. Então, após mais dois longos anos na prisão, ele se tornou como “um pai para o faraó”. (Gênesis 45:8)

Sua história humana, cheia de abuso, traição, acusação e mentiras, se encaixava propositalmente na história de Deus que era maior, e ele sabia disso. Quando ele revela sua identidade para seus irmãos que o venderam, ele diz para eles:

“Se aproxime, por favor.” E eles se aproximaram. E ele disse: “Sou eu, José, o seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito.” “Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês.” “Já houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá cultivo nem colheita.” “Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar‑lhes a vida com grande livramento.” “Assim, não foram vocês que me enviaram para cá,⁣ mas sim o próprio Deus.” “Ele me tornou como um pai para o faraó e me fez senhor de todo o palácio e governador de todo o Egito.” (Gênesis 45:4-8)

Ele e seus irmãos conheciam a sua história. Por duas vezes, ele reconhece o que era óbvio para todos: “Vocês me venderam”. José não se esqueceu das noites, dos anos na prisão longe de amigos e familiares, do terror por ignorarem suas súplicas enquanto o jogavam na cova, da crueldade deles em vendê-lo para quem o maltrataria e até o mataria. A escuridão do passado ainda era sombria. As memórias continuavam.

Quando José pede que se aproximem, ele se lembra muito mais de sua história vista de baixo, e isso lhe dá poder para perdoar e amar os seus irmãos que são culpados. Ele pede que não fiquem aflitos ou se recriminem. Por quê? “Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar.” Na venda deles, Deus estava enviando. Na maldade deles, Deus fazia o bem. No cenário mais obscuro, Deus continuava escrevendo sua história.

Uma história coberta de amargura e vingança. Essa história e seu autor permitiram que ele perdoasse, abençoasse e amasse, enquanto uma história diferente o faria avaliar os erros, agarrar-se firmemente à traição e usar seu poder para se vingar. E a história deu a ele esperança para as promessas futuras de seu Deus, e seu triunfo radiante de vida foi registrado em Hebreus 11: “Pela fé, José, no fim da vida, fez menção à saída dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos.” (Hebreus 11:22). Ele sabia, assim como nós, que descansando no Senhor, acordaríamos na Terra Prometida.

Quando os elfos invejam os homens

Embora não pareça, nós vivemos uma grande história. Nos esquecemos?

Nossos corações se acostumam com o extraordinário uma vez que isso se torna familiar. Perdemos a noção de onde moramos quando podemos dirigir para casa sem um mapa. A vida não é mais revigorante. A epopeia de Deus se desenrola ao nosso redor, e ele nos chama para fazer o nosso papel, e ainda assim lemos nossas falas com indiferença ou escapamos para a vida de outras pessoas. Estamos entediados.

Mas acordados, nós vivemos em uma grande história. A aventura é silvestre e vibrante, desafiadora e terrível em algumas partes. A eternidade está em jogo. Um dragão feroz nos ameaça. Os demônios nos cercam. O inferno está de portas abertas. A luz ainda brilha na escuridão.

Os anjos se reúnem. Os espíritos se animam. Os cristãos estão vestidos com armadura. A igreja marcha para o Hades. O julgamento se apressa. A salvação está pronta para ser revelada. O verdadeiro rei, nenhum outro personagem é digno de estar no seu lugar, ele morreu pelos pecadores e vive para sempre. Ele está voltando.

Essa história se desenrola nesta terra, no que, por blasfêmia, chamamos de “comum”. Em meio a todos os seus detalhes e trabalho árduo, suas contas a pagar, bebês chorando, jogos de beisebol e trânsito na hora do rush, um drama eterno se desenrola. Aquele que chama a atenção do céu. Os anjos querem sair do teatro.

Você está em uma grande história, da qual deve se lembrar, valorizar e se agarrar durante os cenários mais difíceis. Existe outra história que você gostaria que fosse verdadeira?