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English: When You Do Not Know What to Do

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Por Dave Zuleger Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Francisco José Batista Chambel

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Quando é que foi a última vez que uma tribulação lhe veio de forma tão rápida e forçosa que não sabia o que devia fazer?

A minha mulher viveu com dor crónica durante oito anos. Recentemente e apesar de tudo, ela acordou um dia de manhã com novas preocupações de saúde que trouxeram uma nova realidade difícil, confusa e assustadora — uma realidade dura punha-se em cima daquela que já estávamos a viver no nosso dia-a-dia. Tínhamos acabado de nos mudar para a nossa nova casa, e estávamos a ir para uma nova Igreja. E eu era o pastor dessa Igreja. O nosso recém-nascido tinha apenas seis semanas (de idade).

Sentimos que os exércitos das circunstâncias estavam a cercar-nos e não tínhamos nenhum sítio para onde ir1. Sendo marido e pai, senti-me completamente desorientado. Ninguém poderia encorajar-me. Senti-me inútil, sem poder fazer nada pela minha mulher e sobrecarregado pelo peso do seu sofrimento. - Porquê Deus? Mesmo após anos desde que a sua dor crónica tinha começado — e de ver o bem que Deus fez através disto — Eu senti que tinha voltado à estaca zero da fé, e que estava preso por um fio. Era suposto ser eu o pastor dos outros, mas senti que só havia uma palavra que eu poderia dizer para Deus: “Ajuda (-me) ”.

Tabela de conteúdo

Fingir auto-suficiência

Foi mais ou menos durante esta altura, que encontrei a história de um rei que se sentiu impotente para proteger e cuidar das pessoas pelas quais ele era responsável. Um rei também oprimido pelo medo. O Rei Josafat que descobriu que havia “uma grande multidão” que em breve iria atacar o seu povo (2 Crónicas 20:1-2) — um exército que ele sabia que não era capaz de enfrentar por si só.

A maior parte de nós nunca se irá sentir como ele se sentiu, nunca estaremos literalmente sob o ataque de um grande exército que está a marchar em direcção às nossas portas. Mas podemos todos relacionar isto com as circunstâncias avassaladoras na nossa vida que nos fazem sentir encurralados, inúteis e em que certamente chegaremos a um ponto em que não aguentamos mais. A Bíblia é bastante honesta2 sobre como o rei Josafat se sentiu quando ele recebeu as notícias de que o exército da desgraça3 se dirigia na sua direção. — Ele estava com medo (2 Crónicas 20:3). A sua resposta a este medo é admirável. Ele convoca um jejum em todo o território de Judá e ele reúne o povo para que procurem o Senhor e a sua ajuda (2 Crónicas 20:4).

Isto não é a resposta humana natural. Se alguém nos perguntasse, como estamos nós na Igreja a resposta que quase sai automaticamente é, “Estou bem”. Os nossos perfis transmitem a mais cuidadosa e demonstrada imagem de força e suficiência para avançar. Muitas vezes não admitimos que frequentemente temos medo, estamos despedaçados, sozinhos, desesperados, a cair no pecado, e a ter dificuldade em ver ou em confiar em Deus.

Josafat poderia ter fingido não ter medo. Ele poderia ter fingido que tinha tudo sob controlo. Ele poderia ter juntado os seus generais e ter planeado as coisas o melhor possível. Em vez disso ele juntou as pessoas, admitiu a sua fraqueza e juntos procuraram a ajuda do Senhor — contudo, ele rezou.”Pois não temos força contra esta multidão que avança sobre nós; não sabemos o que fazer e os nossos olhos voltam-se para ti” (2 Crónicas 20:12). Ele não só recorre a Deus em oração pessoal e própria, como também chama os outros para rezar com ele.

Não foste Tu, Nosso Deus?

Enquanto Josafat está claramente assustado e não tem um bom plano, ele não está desesperado. Aliás a sua oração é cheia de coragem e de esperança firme no Deus do seu povo. E de onde é que vem esta coragem?

Não foste tu, nosso Deus que expulsaste, diante do teu povo Israel os habitantes deste país e o deste para sempre à descendência de Abraão teu amigo? Nele habitaram e construíram um santuário para a glória do teu nome e disseram:”Se nos sobrevier alguma desgraça - espada, castigo, peste ou fome – apresentar-nos-emos diante de ti neste templo, pois o teu nome nele é invocado, e clamaremos a ti do fundo da nossa angústia. Tu nos ouvirás e nos salvarás (2 Crónicas 20:7-9).

A esperança de Josafat é fundada nas promessas e na presença de Deus. É o nome de Deus que habita em Judá, e daí é a sua glória que está em risco quando este grande exército está em marcha contra eles. Josafat sabe que Deus é apaixonado pela sua glória e pelos seus fiéis para manter as suas promessas, portanto ele O invoca diretamente com grande confiança sabendo que ele encontrará socorro no tempo apropriado devido à aliança do amor de Deus (Hebreus 4:14-16).

Da mesma forma, quando nos sentimos abalados pelas nossas circunstâncias, a esperança firme vive e persevera nas promessas de Deus para nós em Cristo. Jesus é o Bom Pastor que nos guiará mesmo no vale das sombras da morte, perseguindo-nos com a sua Bondade e Misericórdia durante todos os dias da nossa vida (Salmo 23:4, 6). Jesus Não quebrará a cana rachada nem apagará a mecha4 que ainda fumega (Isaías 42:3). Jesus irá derramar a sua “totalmente suficiente”5 Graça enquanto nós nos exaltamos na nossa fraqueza (2 Coríntios 12.7-10). Nada nos irá separar do amor de Deus em Cristo Jesus já que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28-39).

Quando estamos assustados, rezamos com confiança por causa destas promessas seguras e estáveis — promessas que são nossas porque Jesus sangrou e morreu para fazer de nós filhos e filhas de Deus.

Deus Falou Através de Quem?

Enquanto Josafat reúne as pessoas para orar, Deus manda força e encorajamento de uma forma inesperada. O Espírito de Deus enche, não Josafat mas um homem chamado Jaziel (2 Crónicas 20:14). Jaziel levanta-se e declara,”Assim vos fala o Senhor: Não temais nem vos atemorizeis diante desta imensa multidão pois a guerra não é vossa, mas de Deus.” (2 Crónicas 20:15). Não temais Deus irá lutar por nós. Apesar de tudo o que vemos, ele irá vencer6 (2 Crónicas 20:17).

A palavra da esperança que necessita de ser anunciada nem sempre vai para o rei — ou nos tempos atuais, para o pastor ou para o líder do pequeno grupo. Enquanto sofremos, partilhamos os nossos fardos uns com os outros e procuramos juntos o Senhor em oração, Deus frequentemente irá falar através de uma outra pessoa.

A nossa sociedade individualizada, ao menos no Ocidente, invadiu com frequência as nossas Igrejas .Juntamo-nos uma vez por semana para cantar, rezar, tomar parte na Mesa do Senhor, e ouvir a palavra de Deus a ser pregada (o que ainda é algo muito belo!), mas frequentemente não vivemos como uma família comprada a preço de sangue. — Pelo menos não como a que vemos no Novo Testamento ( Atos dos Apóstolos 2:42-47;20:28).

Os membros da Igreja primordial eram tão próximos, e o amor oblativo de Cristo era tão prevalente entre eles, que nenhum deles tinha em conta as suas possessões como sendo suas. Eles proviam de bom grado às necessidades uns dos outros. O apóstolo Paulo chama os Cristãos para se juntar a ele em oração, para que muitos rezando e Deus respondendo, Deus seja ainda mais glorificado (2 Coríntios 1:11). Parece que é mais fácil e simples e mais confortável manter os nossos conflitos só para nós e buscarmos nós mesmos as nossas próprias respostas. Mas Deus pôs os crentes num corpo — numa família onde Ele manifesta o seu amor através da oração e do amor mútuo.

Em outras palavras, se não deixamos que os outros nos ajudem nas nossas tribulações e crises, perdemos a bênção que poderíamos ter recebido de Deus.

Qual é a Nossa Vitória?

O povo de Judá recebeu a palavra de Jaziel com alegria. Na manhã seguinte, Josafat incentiva-os a crerem na palavra do Senhor, e eles marcham para ir enfrentar o exército. Oh se ao menos fizéssemos uma pausa quando as circunstâncias são difíceis e nos perguntássemos a nós próprios se acreditamos na palavra do Senhor, recebendo o testemunho do Espírito acerca dos cuidados do Pai por nós nos nossos corações (Romanos 8:15-16).

Mais uma vez eles fazem algo surpreendente. Eles mandam primeiro os cantores (2 Crónicas 20:21-22). Isto não é boa prática para ganhar uma batalha. É boa prática para adoração, quando se confia no Deus que fez uma promessa. Quando eles começam a cantar, o Senhor encurrala o maior e mais forte exército. Israel louva o seu nome pela grande vitória.

Poderemos pensar, Como posso eu adorar quando parece que o Senhor não está a ganhar a batalha para mim desta forma? Como marchar ao encontro daquilo que parecem adversidades avassaladoras, sem uma palavra de Deus específica acerca da nossa situação?

A resposta é que a nossa vitória em Cristo é tão certa como a vitória que foi prometida a Judá, se cremos naquilo que Deus disse em Cristo. A Bíblia promete-nos isso, que seja o que quer que enfrentemos ou soframos ou percamos nesta vida, aqueles a quem predestinou são chamados,e aqueles que são justificados são glorificados. Isto é certo. O nosso futuro é seguro. Para nós “ viver é Cristo e morrer é um lucro” (Filipenses 1:21).

Acolher a Deus (e aos Outros)

Podemos baixar a nossa auto-suficiência, convidar os outros a entrar nos nossos medos, e depois rezar e adorar esperançosamente, sabendo que de uma maneira ou de outra, a nossa vitória é certa. Tão certa como a vitória de Judá sobre os Moabitas e os Amonitas.

Enquanto eu e a minha noiva passámos pela nossa tribulação atual, sentimos que Deus nos guiava para deixar entrar outras pessoas para combater connosco. E fomos sobrecarregados com as orações e encorajamento que recebemos. Sob a alçada de Deus, elas sustiveram-nos e levantaram os nossos olhos para Jesus no meio daquilo que parecia, algumas vezes, medos e dores avassaladoras.

Deus irá trabalhar entre e no seu povo para nos salvar e suster à medida que nos aproximamos dele juntos. Ele desenhou o Seu universo para trabalhar desta forma, para que sejamos despidos da auto-suficiência, para uma dependência sempre maior Dele em todas as nossas necessidades, e para que assim, repetidamente, seja Ele a ser glorificado


1Expressão idiomática que significa: “as circunstâncias eram-nos extremamente desfavoráveis”
2“Honesta”: a forma como é descrito o relato da Bíblia
3Expressão idiomática que significa “destruidor” ou “apocalíptico”
4Sinónimo: pavio: cordão ou fio envolvido em cera ou combustível próprio para manter a luz quando aceso
5O autor usa esta expressão como forma de dizer:” a graça de Deus que basta/que chega”,
6Traduzido diretamente do Inglês, o verso em português é:” não temais ó habitantes de Judá e Jerusalém, nem vos apavoreis. Amanhã saireis ao seu encontro e o Senhor estará convosco