Onde está o equilíbrio entre ser ousado e ser gentil?
De Livros e Sermões BÃblicos
Tradução por Jonathan Josua
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Por John Piper
Sobre Confiança
Uma Parte da série Ask Pastor John
O texto a seguir é uma transcrição editada do clipe de áudio.
Onde está o equilíbrio entre ser ousado e ser gentil?
Essa é uma ótima pergunta. Eu estava revisando o primeiro capítulo do meu livro Life As a Vapor, e a pergunta que fiz lá foi: "Devemos nos importar com o que os outros pensam?" A resposta é sim e, ao mesmo tempo, não.
Por um lado, devemos falar a verdade por Cristo e deixar que Deus faça o resto.
Por outro lado, temos de nos preocupar com a possibilidade de estar pisando no calo das pessoas e passando uma impressão grosseira e insensível; também devemos nos preocupar se estamos sendo compreendidos. Não podemos simplesmente despejar as palavras que quisermos sem nenhuma preocupação.
Então, há um equilíbrio. Devemos estar cientes de ambos os critérios. A Bíblia nos chama, por um lado, a sermos corajosos e ousados, abrindo a boca para dizer o que precisa ser dito sem nos preocupar com consequências negativas ou dolorosas. E a Bíblia também diz que devemos nos tornar tudo para todos, para que, de alguma forma, possamos salvar alguns. Isso significa se preocupar em tornar nossa linguagem compreensível e buscar atrair e conquistar pessoas através das nossas palavras.
Em algumas ocasiões, Jesus disse: “Raça de víboras! Quem os ensinou a fugir da ira vindoura?" Esse não é um discurso muito agradável. Você vai afastar pessoas com esse tipo de discurso. Em outros momentos, ele disse: "Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso." Jesus nos serve de exemplo de como o discurso ousado pode, às vezes, ser muito bondoso e cativante, fazendo com que as pessoas se aproximem. Ele também serve de exemplo de como o discurso ousado pode, às vezes, atingir um nervo e ofender algumas pessoas.
Devemos simplesmente deixar que Deus aja e orar para que o Espírito Santo nos dê discernimento para saber qual forma é mais apropriada em determinado momento.
Será que é possível estarmos verdadeiramente em paz se o Senhor não for soberano sobre toda decisão e ação humanas?
Provavelmente, é possível alguém encontrar paz, mesmo sem crer na soberania total de Deus. Mas isso só é possível porque esse alguém está se enganando quanto a alguma coisa. Em outras palavras, se você rejeitar o verdadeiro papel soberano de Deus – que é o que deveria lhe dar paz, porque ele governa todas as coisas e promete fazer com que todas as coisas cooperem para o seu bem – mesmo assim, ainda pode encontrar uma paz similar e subjetiva.
Mas, para alcançar isso, terá que abrigar alguns pontos de engano em sua mente. Você terá que acreditar que a situação não é tão ruim quanto realmente é, ou que, mesmo que Deus não seja soberano, um determinado resultado não vai realmente se concretizar. Se você rejeita a verdade – a verdade da soberania de Deus – como o fundamento da sua paz, então você tem que assumir algum engano como o fundamento da sua paz.
Não estou dizendo que não existem teologias defeituosas que possam levar as pessoas a alguma experiência autêntica de paz. Mas isso não é um objetivo! Não é onde queremos estar! Uma teologia defeituosa, no final, não nos servirá tão bem quanto uma teologia completamente bíblica.
Portanto, quero hastear a bandeira da soberania de Deus como o fundamento bíblico adequado para o motivo pelo qual, em meio ao caos e à dor, podemos ter confiança e paz. E isso se dá porque Deus está a nosso favor e pode fazer com que todas as coisas cooperem - mesmo as coisas dolorosas que ele ordenou que acontecessem - para o nosso bem.