O que é o Evangelho de Cristo?
De Livros e Sermões BÃblicos
Por John Piper
Sobre Evangelho
Uma Parte da série Taste & See
Tradução por Elisabete Coelho
O evangelho não é apenas uma sequência de passos (como, por exemplo, "As 4 Leis Espirituais" da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, ou nas "Seis Verdades da Bíblia" da Quest for Joy. Estes são essenciais, mas o que torna o Evangelho "boas novas" é o fato de que ela conecta uma pessoa às "inescrutáveis riquezas de Cristo".
Não há nada em si que faça com que o "perdão dos pecados" seja uma boa notícia. O perdão pode ser uma boa notícia dependendo do destino que nos proporciona. Você pode ser inocentado de um crime e à saida do Tribunal ser morto na rua. O perdão pode, ou não, levar à alegria. Mesmo o fato de escapar do Inferno, para nós, não é em si aquela boa notícia por que ansiamos - se acharmos que o Céu é muito entediante.
Semelhantemente, por si só, ser justificado não é necessariamente uma boa notícia. Onde é que isso nos leva? Essa é a questão central. A justificação será uma boa notícia dependendo do prêmio que receberemos devido à nossa justiça imputada. O que iremos receber se realmente formos considerados justos em Cristo? A resposta é a comunhão com Jesus.
O perdão dos pecados e a justificação são notícias boas porque elas eliminam obstáculos à nossa única permanente fonte inesgotável de alegria: Jesus Cristo. Jesus Cristo não é apenas o meio de sermos resgatados da condenação, mas também o próprio objetivo da nossa salvação. Se não for uma satisfação estar com Ele, na presença dEle, não há salvação. Ele não é apenas a corda que nos puxa das ondas ameaçadoras, ele é a praia sólida sob os nossos pés, o ar nos nossos pulmões e o bater dos nossos corações, o sol quente na nossa pele, a canção nos nossos ouvidos e os braços do Nosso Amado.
Eis porque o novo Testamento muitas vezes define o Evangelho como sendo simplesmente Cristo. O Evangelho é o "Evangelho de Cristo" (Romanos 15.19, 1 Coríntios 9.12, 2 Coríntios 2.12, 9.13, 10.14, Gálatas 1.7, Filipenses 1.27, etc.) Ou, mais especificamente, o Evangelho é "o Evangelho da glória de Cristo" (2 Coríntios 4.4). E ainda mais maravilhoso, talvez, o apóstolo Paulo diz que a pregação do Evangelho é a pregação das "insondáveis riquezas de Cristo" (Efésios 3.8).
Portanto, crer no Evangelho não é apenas aceitar as maravilhosas verdades de que: 1) Deus é santo, 2) nós somos pecadores sem esperança, 3) Cristo morreu e ressuscitou para os pecadores, e 4) a grande salvação é vivenciada pela fé em Cristo, mas acreditar no evangelho é também apreciar a Jesus Cristo como sendo suas insondáveis riquezas. O que faz do Evangelho a Boa Notícia é que ele transporta uma pessoa para a alegria eterna e cada vez maior de Jesus Cristo.
As palavras que Jesus falará quando chegarmos ao céu serão: "Entra na alegria do seu Mestre" (Mateus 25.21). A oração que ele orou por nós terminou assim: "Pai, eu desejo que eles também, quem você tem me dado, possam estar comigo onde eu estou, para que vejam a minha glória" (João 17.24). A glória que Ele quer que vejamos são as "riquezas insondáveis de Cristo". É "a riqueza incomensurável da bondade e graça de Deus em relação a nós em Cristo Jesus" (Efésios 2.7).
Os superlativos "insondáveis" e "incomensurável" significam que não haverá fim para nossas descobertas e prazer. Não haverá tédio. Cada dia nos trará coisas novas e impressionantes a respeito de Cristo que anteriormente causaram maravilha e podem agora ser vistas com uma nova luz, de maneira que não só haverá novas visões de glória a cada dia que passa, mas a glória acumulada será mais maravilhosa a cada nova revelação.
O Evangelho é a boa notícia de que a alegria eterna e cada vez maior dAquele que nunca é entediante, e sempre nos satisfará, Cristo, é nossa livre e eternamente, por meio da fé em Jesus Cristo, na morte que perdoa pecados e na ressurreição que gera esperança.
Que Deus te dê "força para compreender, com todos os santos, qual seja a largura, comprimento, altura e profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que supera todo o conhecimento" (Efésios 3.18-19).
Saboreando e aguardando,
Pastor John