Não Nos Cansemos De Fazer o Bem
De Livros e Sermões BÃblicos
Por David Mathis Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Natalia Moreira
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Aqueles que genuinamente “fazem o bem” logo terão a tentação de se cansarem disso. Doe-se a fazer o bem para os outros — nos termos de Deus, para cumprir Seu chamado — e é apenas uma questão de tempo até ser tentado a cansar.
Mesmo o apóstolo Paulo, com sua clareza de seu chamado, testemunhou ter “conflitos por fora, temores por dentro.” (2 Coríntios 7:5). Ficar espiritual e emocionalmente exausto já era uma tentação suficiente em sua época que ele escreveu duas vezes em suas cartas: “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gálatas 6:9; 2 Tessalonicenses 3:13).
O cansaço pode ser contagioso (Deuteronômio 20:8) Mas, quando revidamos, também pode funcionar ao contrário: ajudar os outros a perseverarem. Deus quer que não só aguentemos “fazer o bem”, mas “admoestar os ociosos” (Tessalonicenses 5:14).
Quando fazer o bem se torna difícil — e se tornará —, Paulo não diz simplesmente “não pare”, ele diz “não nos cansemos”.
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Como Não Se Cansar
Deus não nos salvou dos nossos pecados para não fazer nada. Ele quer que Seu povo dê a vida e o precioso tempo que temos para “fazer o bem”. “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.” (Gálatas 6:10).Esse tipo de ação não é simplesmente “um excesso” ou acontece sem esforço. É necessária intenção e planejamento. “Quanto aos nossos, que aprendam a dedicar‑se à prática de boas obras, a fim de que supram as necessidades diárias e não sejam improdutivos.” (Tito 3:14).
"Fazer o bem" não é apenas para momentos pacíficos e convenientes de nossa vida, mas também para épocas de sofrimento e conflito. “Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar a própria vida ao seu fiel Criador e praticar o bem. (1 Pedro 4:19, vide também 1 Pedro 2:15). Somos liberados de “fazer o bem” quando somos injustiçados? “Tenham cuidado para que ninguém pague o mal com o mal, mas sempre procurem ser bons uns para com os outros e para com todos.” (1 Tessalonicenses 5:15). Como lutamos contra a escuridão? “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.” (Romanos 12:21). Jesus mesmo diz: “Digo, porém, a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam” (Lucas 6:27).
A visão pode ser clara o suficiente na Escritura, mas como não nos cansamos de fazer o bem quando somos desafiados por dentro e por fora?
1. Humildemente teste a si mesmo.
Primeiro, quando tiver a tentação de se cansar, pergunte de mãos abertas: “Estou “fazendo o bem” nos termos de Deus, para o bem dos outros, ou apenas do meu? Estou servindo os outros, ou a mim mesmo, com o meu chamado?” Quando a resistência vem, interna ou externamente, nós fazemos bem em perguntar sobre a natureza da oposição:
- Essa resistência é um presente de Deus?
- As pessoas que me amam estão tentando me redirecionar de forma útil?
- Estou sendo combatido por aqueles que não estão definindo "bem" nos termos de Deus?
- No meu “fazer o bem”, estou buscando glória própria ao invés da de Deus? (João 7:18)
A oposição nos dá a oportunidade de nos tornarmos humildes e testarmos nosso trabalho. A tentação ao cansaço começa como uma chance de testar nossos próprios corações. Enquanto aliviamos nossa garra no que estamos fazendo, podemos testar a que ponto é “fazer o bem” e se pode ser feito melhor. Estamos realmente servindo às necessidades dos outros, ou apenas realizando nossos próprios desejos egoístas?
2. Volte-se para Deus com expectativa.
Descamar a cebola dos nossos próprios corações nos levará até certo ponto. Precisamos de uma segurança para perseverar. Quando sentimos a tentação ao cansaço, temos um lugar a recorrer — alguém a quem recorrer — por clareza, direção e força. Não nos resta criar o problema de dentro para fora. Nós conhecemos o único que não vacila nem se cansa.
“Será que você não sabe?
Nunca ouviu falar?
O Senhor é o Deus eterno,
o Criador de toda a terra.
Ele não se cansa nem fica exausto;
a sua sabedoria é insondável.” (Isaías 40:28).
E não temos apenas nosso Pai divino e celestial, mas também Seu Filho totalmente humano, de carne e osso, que "andou fazendo o bem" (Atos 10:38). Jesus enfrentou uma resistência implacável; ele conhecia o cansaço (João 4:6). Ele sentiu a oposição — de dentro para fora no Getsêmani e de fora para dentro no Gólgota. Nós olhamos para ele, “Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem.” (Hebreus 12:3) — não apenas “não desista”, mas “para que vocês não se cansem”.
Depois de nos testarmos humildemente, um caminho concreto e poderoso que temos para não nos cansarmos é voltar nossa atenção para Cristo. Mas como, especificamente? Quando deparamos com o cansaço em nossas bondades, como “consideramos Jesus” (Hebreus 3:1; 12:2) e reunimos forças de nosso Deus que “não se cansa nem fica exausto”?
3. Apoie-se com confiança em suas promessas.
Deus nos deu Sua palavra que devemos aprender a apoiar-nos no próprio Deus. Não superficialmente em suas ideias genuínas, conceitos e slogans cristãos, mas especificamente em Suas palavras para nós, deixando que todas as maneiras pelas quais Deus fala conosco nos estimulem a fazer o bem.
Ouça o Cristo ressuscitado dizer a você, por meio de seu porta-voz: “Portanto, meus amados irmãos, mantenham‑se firmes e inabaláveis. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não é inútil.” Ou então recite cada palavra de Jesus nessa parábola:
“Ele prosseguiu, dizendo:
― O reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, quer esteja dormindo, quer acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si mesma frutifica: primeiro, nasce a planta; depois, a espiga; por último, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita.” (Marcos 4:26-29)
Nós nos tornamos humildes, nos viramos a Deus, abrimos Sua palavra e confiamos no que Ele diz — não no que vemos. Nós procuramos reajustar nossos corações, não permitindo que as aparências do mundo nos guiem. Nosso objetivo é não nos apoiarmos em nosso próprio entendimento, seja ele autojustificado ou duvidoso, mas em Suas palavras e promessas específicas para nós no Livro.
4. Pacientemente confie no tempo Dele
Andar pela fé nas promessas de Deus não é um feitiço mágico para forçar a mão Dele. Confiar em Suas palavras não faz com que ele dobre o braço para se adaptar ao nosso tempo; ao invés disso, nos apronta para ajustar nosso senso de tempo ao Dele. Esse é o grande fundamento sobre o qual Paulo apresenta sua acusação em Gálatas 6:9: “Não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos se não desistirmos.”
Com que frequência nosso cansaço decorre de nosso próprio senso de "tempo certo" em vez do de Deus?
Deus tem um senso de tempo impecável. Sua promessa de nos exaltar, se nos humilharmos sob sua poderosa mão, vem acompanhada de uma das frases mais importantes do Novo Testamento: “no devido tempo” (1 Pedro 5:6). Se você está genuinamente “fazendo o bem”, nos termos de Deus — servindo os outros, não a si mesmo — e está desencorajado pelo resultado ou pela oposição, leve essa promessa ao coração: Você colherá os frutos no devido tempo. Deus te exaltará no devido tempo. Continue semeando fielmente. Deus vê. Ele sabe. Em Cristo, seu trabalho não será em vão.
Onde Fazer o Bem Acontece
Ambas as instruções proeminentes para não se cansar de fazer o bem (Gálatas 6:9; 2 Tessalonicenses 3:13) são contextos humildes e fora dos holofotes. A grande maioria do “fazer o bem” acontece não nos holofotes para ser celebrado por milhares, mas em privado, sem testemunhas, num lugar onde o reino de Deus vai adiante e eventualmente vira de cabeça para baixo. Fazer o bem não é como o brilho e barulho dos fogos de artifício, mas como o crescimento lento e orgânico das culturas. Não por meio de controles remotos e aplicativos que nos permitem ter uma sensação de controle, mas por meio de plantar, regar e esperar, o que nos força a confiar em Deus.
Quando Cristo nos dá um chamado em particular para ser atendido, ele não nos promete que será fácil. Na verdade, é precisamente o contrário. Obstáculos difíceis emergem para confirmar a genuinidade do nosso chamado. O avanço não virá com o recuo, mas com a resistência à provação com fé nas promessas de Deus. Podemos até nos encher de esperança à medida que os obstáculos aumentam, antecipando que o avanço de que precisamos pode estar próximo.
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