Irmãos, orem pelo seminário

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English: Brothers, Pray for the Seminary

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Por John Piper Sobre Ministério Pastoral
Uma Parte da série Brothers, We Are Not Professionals

Tradução por Victor Menezes

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Não podemos subestimar a importância dos nossos seminários na formação da teologia e do espírito das igrejas, denominações e agências missionárias. Aquilo que é enfatizado nas salas de aula e pelos professores exerce um efeito profundo naquilo que será enfatizado em nossos púlpitos. Aquilo pelo qual os professores são apaixonados, em geral, será a paixão dos nossos pastores mais jovens. O que eles negligenciam provavelmente será negligenciado nos púlpitos.

Quando eu estava escolhendo um seminário, alguém meu deu um bom conselho. Ele me disse: "Um seminário é uma coisa: corpo docente. Não escolha pela denominação, biblioteca ou local. Escolha um ótimo corpo docente. Todo o resto é secundário". Por "ótimo corpo docente", é claro que ele não se referia a meras personalidades carismáticas. Ele estava falando daquela combinação maravilhosa de paixão por Deus, pela verdade, pela igreja e pelos perdidos, junto com um entendimento profundo de Deus e da sua Palavra, um grande apreço pela verdade da doutrina, e a interpretação e exposição cuidadosas da Bíblia infalível.

Eu creio que este conselho estava correto: escolha um seminário pelos seus professores. Isso significa que, quando oramos pelos nossos seminários, oramos especialmente pelas mentes e corações dos docentes e daqueles que os avaliam e contratam.

Quando paramos para pensar um pouco a respeito de que orar, começamos a tornar clara a nossa própria concepção de ministério. Não podemos orar sem um objetivo. E não podemos ter um objetivo para a docência do seminário a menos que tenhamos uma visão acerca do tipo de pastores que queremos ver formados. Assim, quanto mais tentamos orar, mais somos forçados a definir o que valorizamos no ofício pastoral. E uma vez que esclarecemos isso, começamos a ponderar que tipo de pessoa e pedagogia cultiva esses valores.

Assim, a vontade de orar pelo seminário nos pressiona a desenvolver, pelo menos, uma teologia pastoral e uma filosofia da educação teológica rudimentares. O que se segue é um pequeno passo nessa direção: um breve esboço do que penso que precisamos dos nossos seminários. Minhas petições dividem-se em três grupos. Cada grupo ecoa um valor bíblico, no qual penso que devemos mirar e pelo qual devemos orar, na educação pastoral.

Sob o objetivo mais amplo da glória de Deus (primeira petição), as petições 2 a 7 repercutem o meu objetivo de que cultivemos um sentimento contrito e humilde de insuficiência humana. "Eu sou a videira, vocês são os ramos (...) sem mim vocês não podem fazer coisa alguma" (João 15:5). "Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós" (2 Coríntios 4:7). "Mas, quem está capacitado para tanto?" (2 Coríntios 2:16).

As petições 8 a 11 ressoam o meu objetivo de que cultivemos uma grande paixão pela suficiência de Cristo, e que, a despeito de todo o nosso entusiasmo pelas tendências contemporâneas no ministério, o zelo avassalador do coração de um pastor seja pelos fundamentos imutáveis da fé. "Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor" (Filipenses 3:7-8).

As petições 12 a 21 ecoam o meu objetivo de que cultivemos uma forte fidelidade a toda a Escritura, e de que aquilo que os apóstolos e profetas pregaram e ensinaram na Escritura seja considerado digno da nossa exposição cuidadosa e fiel para o povo de Deus. "Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade (2 Timóteo 2:15).

Você desejará complementar essas orações com as preocupações de seu próprio coração acerca dos seminários com que você mais se importa. Mas estas petições são essenciais, penso eu, para produzir poder e pureza em nossas igrejas.

Eu oro:

  1. Que o objetivo supremo, sincero e explícito de cada membro do corpo docente possa ser ensinar e viver de tal forma que seus alunos venham a admirar a glória de Deus com intensidade incandescente (1 Coríntios 10:31; Mateus 5:16).
  2. Que, dentre as muitas maneiras pelas quais esse objetivo pode ser buscado, todo o corpo docente o busque pelos meios sugeridos em 1 Pedro 4:11: "se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo".
  3. Que o desafio do ministério possa ser apresentado de tal maneira que esta pergunta surja, de modo autêntico, nos corações dos alunos: "Mas, quem está capacitado para tanto?" (2 Coríntios 2:16).
  4. Que em cada disciplina a capacitação indispensável e preciosa do Espírito Santo receba prioridade significativa em comparação com outros meios de sucesso ministerial (Gálatas 3:5).
  5. Que os professores cultivem a atitude pastoral expressa em 1 Coríntios 15:10 e Romanos 15:18: "trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo... Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus".
  6. Que a pobreza de espírito recomendada em Mateus 5:3 e a humildade e mansidão recomendadas em Colossenses 3:12, Efésios 4:2 e 1 Pedro 5:5-6 sejam manifestas através da administração, do corpo docente e do corpo discente.
  7. Que os docentes possam imprimir nos alunos, por preceito e exemplo, a imensa necessidade pastoral de orar sem cessar e de não possuir qualquer esperança de sucesso sem oração perseverante, na confiança da livre misericórdia de Deus (Mateus 7:7-11; Efésios 6:18).
  8. Que os docentes ajudem os alunos a sentirem quão indescritivelmente precioso é ser tratado misericordiosamente pelo Deus santo, ainda que mereçamos ser punidos no inferno para sempre. (Mateus 25:46; 18:23-35; Lucas 7:42, 47).
  9. Que, por causa dos docentes dos nossos seminários, centenas de pastores, daqui a 50 anos, repitam as palavras de John Newton em seu leito de morte: "A minha memória já quase se esvai, mas eu me lembro de duas coisas: que eu sou um grande pecador e que Jesus é um grande Salvador".
  10. Que os docentes inspirem os alunos a uma alegria absoluta e exultante nas veneráveis verdades da Escritura. "Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração" (Salmos 19:8).
  11. Que cada professor desenvolva um estilo pedagógico baseado na máxima de James Denney: "Ninguém pode dar a impressão de que ele próprio é inteligente e de que Cristo é poderoso para salvar". 1
  12. Que, ao abordarem a Escritura, não haja um juízo truncado sobre o que é valioso para a pregação e para vida.
  13. Que os alunos mostrem respeito pelas terríveis advertências da Escritura, e aprendam a utilizá-las, bem como pelas suas preciosas promessas, e que o mandamento de "buscar a santidade" (Hebreus 12:14) não se torne embotado, mas seja fortalecido pela garantia da capacitação divina. "O Deus da paz (...) os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dele, e opere em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém" (Hebreus 13:20-21).
  14. Que haja uma convicção forte e evidente de que o estudo profundo e constante da Escritura é a melhor maneira de se tornar sábio para lidar com os problemas das pessoas. "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra(2 Timóteo 3:16-17).
  15. Que os docentes não representem o clima contemporâneo presente nos estudos críticos, que enxerga "unidade mínima e diversidade ampla" na Bíblia, mas que busquem "todo o conselho de Deus", unificado, e auxiliem os alunos a verem como tudo se encaixa. "Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus" (Atos 20:27).
  16. Que ideias explicitamente bíblicas permeiem todas as aulas, mesmo quando os problemas são tratados com linguagem e paradigmas emprestados das ciências contemporâneas.
  17. Que Deus e a sua Palavra não sejam displicentemente considerados como "fundamentos" tácitos, a respeito dos quais não precisamos falar e nem admirá-los.
  18. Que os docentes mesclem a "disciplina rigorosa" da análise textual com uma reverência intensa pela verdade e beleza da Palavra de Deus.
  19. Que sejam feitas novas descobertas no estudo da Escritura, e que sejam compartilhadas com a igreja através de artigos e livros.
  20. Que o corpo docente, os reitores e os presidentes tenham sabedoria e coragem de Deus para fazerem nomeações que promovam o cumprimento dessas petições.
  21. E que os conselhos e todos os responsáveis pela liderança estejam vigilantes acerca da fidelidade moral e doutrinária do corpo docente, e exerçam qualquer disciplina necessária para preservar a fidelidade bíblica de tudo o que é ensinado e realizado.

Irmãos, não nos limitemos a criticar ou elogiar os seminários. Deus ama a sua igreja e a sua verdade. Ele decreta que a sua obra seja feita através da intercessão do seu povo. Gerações de fidelidade estão em jogo. Portanto, irmãos, oremos pelos seminários.


1Citado em: John Stott, Between Two Worlds: The Art of Preaching in the Twentieth Century (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Co., 1982), p. 325.